SUPERAR OBSTÁCULOS NAS REGIÕES FRONTEIRIÇAS€¦ · superar os obstáculos nas regiões...

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Política Regional e Urbana RELATÓRIO DE SÍNTESE SOBRE A CONSULTA PÚBLICA EM LINHA SUPERAR OBSTÁCULOS NAS REGIÕES FRONTEIRIÇAS ABRIL DE 2016 21 DE SETEMBRO – 21 DE DEZEMBRO DE 2015

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Política Regional e Urbana

RELATÓRIO DE SÍNTESE SOBRE A CONSULTA PÚBLICA EM LINHA

SUPERAR OBSTÁCULOS NAS REGIÕES FRONTEIRIÇAS

ABRIL DE 2016

21 DE SETEMBRO – 21 DE DEZEMBRO DE 2015

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ISBN: 978-92-79-57382-8 (print)ISBN: 978-92-79-57370-5 (PDF)doi:10.2776/79990 (print)doi:10.2776/092859 (PDF)

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RELATÓRIO DE SÍNTESE SOBRE A CONSULTA PÚBLICA EM LINHA

SUPERAR OBSTÁCULOS NAS REGIÕES FRONTEIRIÇAS

21 DE SETEMBRO – 21 DE DEZEMBRO DE 2015

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Í N D I C E

PREFÁCIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

CAPÍTULO 1 : METODOLOGIA DA CONSULTA PÚBLICA E DESTE RELATÓRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

CAPÍTULO 2 : PERF IS DOS INQUIR IDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

CAPÍTULO 3 : OBSTÁCULOS ENCONTRADOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

CAPÍTULO 4 : DESCRIÇÃO DOS OBSTÁCULOS E DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

CAPÍTULO 5 : OP IN IÕES SOBRE A COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIR IÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

CAPÍTULO 6 : CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

SAIBA MAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

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PREFÁCIO

Tenho o prazer de apresentar os resultados da consulta pública em linha sobre como superar os obstáculos nas regiões fronteiri-ças, que lancei em setembro de 2015, em Viena/Bratislava.

A consulta esteve aberta durante três meses e recebeu 623 respostas, que são analisadas e sintetizadas neste relatório.

Ao ouvir as opiniões dos cidadãos, das orga-nizações, das empresas e das autoridades públicas nas regiões fronteiriças da União Europeia (UE), esta consulta pública visava identificar os principais obstáculos encontra-dos na interação transfronteiriça, bem como as potenciais soluções para os obstáculos identificados.

Esta consulta pública faz parte de um exer-cício mais amplo intitulado «Cross Border Review» (Revisão transfronteiriça), cons-tituindo um dos seus três pilares. A «Cross Border Review» foi lançada para comemorar os 25 anos de investimentos da UE nos pro-gramas «Interreg», que estão ativos em toda a União. Apesar da longa tradição de coo-peração transfronteiriça, continuam a existir dificuldades, algumas das quais não podem ser solucionadas apenas com a dotação do Interreg: nomeadamente, os obstáculos jurí-dicos e administrativos, bem como as barrei-ras linguísticas.

Através desta revisão, a Direção-Geral da Política Regional e Urbana (DG REGIO) da Comissão pretende analisar os diferentes tipos de obstáculos que subsistem e as pos-síveis soluções para os mesmos. Os outros dois pilares desta revisão incluem um estudo especializado para elaborar um inventário dos obstáculos fronteiriços e estudos de caso para os ilustrar, bem como uma série de workshops na mesma matéria, com a participação das partes interessadas.

Sem querer divulgar aqui os resultados com-pletos nem desvirtuar a sua leitura, posso desde já dizer que as respostas confirmam um conjunto de aspetos importantes dos quais a DG REGIO já tinha conhecimento gra-ças à sua longa experiência de cooperação transfronteiriça no âmbito do Interreg.

Nomeadamente, os inquiridos apontam cla-ramente para as dificuldades associadas à mobilidade laboral transfronteiriça, à tri-butação e à acessibilidade, que são aspetos fundamentais da vida fronteiriça, mas são frequentemente dificultados pela presença de obstáculos jurídicos e/ou administrativos. Talvez mais surpreendente seja o facto de as diferenças linguísticas serem conside-radas por muitos inquiridos como um ónus para as relações de vizinhança. Há um forte apelo dos cidadãos e das organizações para a promoção, com muito mais visibilidade, da aprendizagem de línguas e o incentivo aos intercâmbios culturais.

A revisão transfronteiriça continuará até iní-cios de 2017, quando os principais resulta-dos e recomendações serão apresentados num documento de reflexão. Até lá, convi-do-o a ler e a refletir sobre os resultados interessantes deste relatório.

Corina Creţu Comissária Europeia para

a Política Regional

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A CONSULTA PÚBLICA

A consulta pública em linha da Comissão Europeia sobre como superar os obstáculos nas regiões fronteiriças foi lançada em 21 de setembro de 2015 e decorreu durante três meses, até 21 de dezembro de 2015. Assu-miu a forma de um questionário em linha que incluía uma mistura de perguntas abertas e fechadas e esteve disponível através da fer-ramenta «EUSurvey» em 23 línguas da UE.

O inquérito abrangeu as regiões fronteiriças internas da UE, bem como as regiões fronteiri-

ças entre os países da UE e os países da Asso-ciação Europeia de Comércio Livre (EFTA) e do Espaço Económico Europeu (EEE). Convidava os cidadãos, as organizações, as empresas e as autoridades públicas das regiões fron-teiriças da UE a darem a sua opinião sobre os obstáculos ainda existentes na interação transfronteiriça e a sugerirem soluções para os superar. Este relatório resume e analisa as suas respostas.

Após o lançamento da consulta pela Comissá-ria Corina Creţu, foi organizada uma «exposi-ção itinerante» com a participação dos quadros superiores da Direção-Geral da Política Regio-nal e Urbana (DG REGIO) da Comissão Euro-peia, com vista a promover o exercício. Foram visitadas 11 regiões fronteiriças em toda a UE (1).

No total, foram recebidas 623 respostas ao questionário em linha. Paralelamente, foi dis-ponibilizado um endereço eletrónico funcio-nal (2) para que os inquiridos pudessem enviar documentos (como trabalhos, artigos e fichas informativas) diretamente por correio ele-trónico. Trinta e três inquiridos enviaram mate-

riais através do endereço eletrónico, dos quais 21 forneceram informações adicionais após terem respondido ao questionário.

Foi dada aos inquiridos a possibilidade de esco-lherem o modo de publicação das suas respos-tas. As opções eram:

Ɔ Permitir que a DG REGIO publicasse as suas respostas na íntegra, incluindo a sua identidade: selecionada por 30 % dos inquiridos;

Ɔ Permitir que a DG REGIO publicasse as suas respostas de forma anónima: selecionada por 46 % dos inquiridos;

Ɔ Recusar a publicação das suas respostas, mas permitir que a DG REGIO as utilizasse para fins analíticos: selecionada por 23 % dos inquiridos.

As respostas das pessoas que aceitaram a sua publicação podem ser consultadas no sítio da DG REGIO.

CAPÍTULO 1 Metodologia da consulta pública e deste relatório

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 1: Metodologia da consulta pública e deste relatório

METODOLOGIA UTILIZADA NESTE RELATÓRIO DE SÍNTESE

Independentemente das condições de publi-cação das respostas, as 623 contribuições para o questionário em linha foram tidas em conta na redação deste relatório de síntese e serão consideradas para análise futura. Os dados recebidos através do endereço eletrónico funcional serão também proces-sados e tidos em conta no trabalho futuro com a «Cross Border Review». Contudo, não foram sintetizados neste relatório, uma vez que as contribuições variaram em natureza, caráter e âmbito, tornando assim mais difí-cil a sua comparação com as respostas ao questionário estruturado.

No capítulo 2, as respostas ao conjunto de perguntas de perfil foram analisadas a fim de fornecer uma visão geral das principais características dos inquiridos: identidade, local de origem, atividade transfronteiriça e conhecimento geral da cooperação trans-fronteiriça. O capítulo 3 analisa os principais tipos de obstáculos encontrados pelos inqui-

ridos e as variações observadas de acordo com os diferentes perfis. No capítulo 4 é dada especial atenção às respostas às per-guntas abertas sobre a descrição dos obs-táculos e a procura de soluções. O capítulo 5 analisa as opiniões manifestadas pelos inquiridos sobre a evolução da cooperação transfronteiriça na sua região ao longo da última década. Por último, o capítulo 6 apre-senta as principais conclusões retiradas das respostas ao questionário.

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CAPÍTULO 2 Perfis dos inquiridos

IDENTIDADE E LOCAL DE ORIGEM

Entre as 623 respostas ao questionário, os particulares constituem o maior grupo de inquiridos, representando um pouco menos de 50 % do total (ver figura 1).

As pessoas que responderam em nome de entidades públicas constituem o segundo maior grupo, representando quase um em cada quatro inquiridos. Entre estas enti-dades públicas, a grande maioria (mais de oito em cada dez) são entidades regionais

ou locais em áreas fronteiriças, tais como municípios, distritos, províncias e regiões. As demais são sobretudo entidades nacionais (essencialmente divisões de ministérios) e programas Interreg individuais.

Além disso, 13 % dos inquiridos responderam em nome de uma organização. Entre estas organizações, foram identificadas várias cate-gorias, incluindo agências de desenvolvimento regional, confederações empresariais e indus-triais, fundações e redes fronteiriças/serviços de informação fronteiriços.

Em conjunto, as empresas e os trabalha-dores por conta própria contribuíram para menos de 10 % das respostas. As instituições

universitárias e os organismos de investiga-ção formam um grupo mais pequeno, com 2 % das respostas. Há seis contribuições de grupos de interesses pan-europeus, repre-sentando cerca de 1 % das respostas totais.

Por último, uma percentagem muito pequena dos inquiridos (3 %) selecionou a opção «outro». Na maior parte dos casos, estes estavam alinhados de forma mais estreita com as entidades públicas ou organizações em geral: nomeadamente, câmaras muni-cipais, agências de planeamento urbano ou agrupamentos europeus de cooperação territorial (AECT). Alguns indivíduos ante-riormente envolvidos em diferentes tipos de atividades de cooperação transfronteiriça

0 50 100 150 200 250 300

48%a título particular

enquanto trabalhador por conta própria 2%

em nome de um grupo de interesses pan-europeu 1%

em nome de uma empresa privada 7%

em nome de uma entidade pública 23%

em nome de uma organização 13%

em nome de uma instituição universitária/organismo de investigação 2%

outro 4%

Figura 1: Está a responder a este inquérito:

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 2: Perfis dos inquiridos

optaram também por contribuir ao abrigo desta categoria.

Como indicado na figura 2, há uma elevada concentração de respostas num número limitado de países. Cerca de metade das res-postas provém de apenas quatro países: Ale-manha, França, Polónia e Roménia. Alguns países não estão muito bem representados — em 15 países, o número de inquiridos é inferior a dez.

A elevada participação de inquiridos de alguns países poderá ser parcialmente expli-cada pelo número de fronteiras e pela inten-sidade das atividades e do financiamento de cooperação transfronteiriça. Este poderá ser o caso da Alemanha, por exemplo, que partilha fronteiras terrestres com nove paí-

ses, participa em 12 programas Interreg A e atrai uma parte substancial da dotação do Interreg.

Noutros países, como a Roménia, o número de fronteiras internas ou programas de coo-peração não pode constituir a única expli-cação para o grande número de respostas. A maior participação pode dever-se aos esforços de comunicação particularmente fortes no país.

LIGAÇÕES DOS INQUIRIDOS ÀS REGIÕES FRONTEIRIÇAS

As primeiras perguntas colocadas destina-vam-se a definir o perfil dos inquiridos, espe-cialmente a sua relação com as fronteiras da UE. Como previsto, aqueles que contribuíram

para a consulta estão relativamente familia-rizados com as fronteiras da UE:

Ɔ Mais de oito em cada dez indivíduos e empresas que responderam à consulta são residentes ou estão estabelecidos numa região fronteiriça (84 %);

Ɔ Mais de seis em cada dez organizações são especializadas na cooperação trans-fronteiriça ou num domínio em que con-tribuem para a supressão dos obstáculos nas fronteiras (64 %); 29 % afirmaram que não, enquanto as demais não deram qualquer resposta.

Figura 2(3): Países de estabelecimento dos inquiridos

36 24

3

148

22 8

24

65

4 22

6 11 12 23

8

48

15

43

2 2 2 2 2 2 19

6 8 11 7 7 31

0 20 40 60 80

100 120 140 160

DE FR PL RO BE

N/A BG

ES

NL EE

IT SK

PT HU

LU

UK EL AT SE CH

Outro LV

FI IE DK CZ

HR LT

MT SI NO

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O questionário permitiu também aos inqui-ridos especificar a frequência com que atra-vessam a fronteira — enquanto indivíduos, trabalhadores por conta própria ou empre-sas. Os resultados apresentados na figura 3 mostram que os inquiridos são muito móveis a nível transfronteiriço.

Mais de um em cada dois inquiridos atra-vessa a fronteira pelo menos uma vez por

mês. Cerca de um em cada três atravessa-a uma vez por semana ou mais. Apenas 7 % atravessam a fronteira raramente ou nunca. Por outras palavras, mais de nove em cada dez inquiridos interagem com o outro lado da fronteira pelo menos várias vezes por ano. Esta taxa muito elevada de mobili-dade (4) confirma que as questões frontei-riças são particularmente importantes para a vida quotidiana dos inquiridos.

Outro elemento de informação importante é a razão pela qual atravessam a fron-teira. Foi pedido aos indivíduos, empresas e organizações que selecionassem as várias razões pelas quais atravessam normalmente a fronteira; assim sendo, o total não corres-ponde a 623.

A razão mais frequente para atravessar a fronteira é o lazer e turismo, que foi refe-

28%

33%

5% 2% 14%

18%

Todos os dias

Todas as semanas

Todos os meses

Ocasionalmente

Raramente Nunca

0 50 100 150 200 250

Outro

Em lazer

Para visitar amigos e/ou familiares

Para adquirir bens e/ou serviços

Para estudar

Para fazer negócios

Para trabalhar

Para indivíduos, trabalhadores por conta própria e empresas: com que frequência atravessa a fronteira?

Com que fim atravessa a fronteira?

Figura 3: Frequência de travessia das fronteiras

Figura 4: Razões para atravessar as fronteiras

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 2: Perfis dos inquiridos

rida por quase dois em cada cinco inquiridos. Esta categoria inclui viagens de turismo ou passatempos.

A segunda razão mais frequente é a aqui-sição de bens e/ou serviços, mencionada por mais de um em cada quatro inquiridos. O questionário especificava que esta catego-ria incluía também a utilização de serviços como cuidados de saúde.

A visita de amigos e/ou familiares é uma razão para atravessar a fronteira para cerca de um em cada cinco inquiridos, sublinhando a importância da mobilidade transfronteiriça para a interação social.

O trabalho, a realização de negócios e a maior parte dos fins educacionais são relativamente menos frequentes. Contudo, quando estas três categorias são combi-nadas (e tendo em conta que os inquiridos podiam selecionar várias razões para viajar), afigura-se que quatro em cada dez inquiri-dos selecionaram pelo menos uma destas três razões para atravessar a fronteira. Na maior parte dos casos em que foi utilizada a categoria «outro», foram descritas ativi-dades que estão fortemente relacionadas com a categoria de trabalho do inquirido ou que se enquadravam efetivamente nesta categoria.

No que diz respeito ao conhecimento geral das atividades de cooperação trans-fronteiriça, os inquiridos mostram um nível muito elevado de conhecimento, com 89 % a afirmarem que conhecem essas atividades na sua região e 11 % a afirmarem que não tinham conhecimento. Apesar de uma pro-porção mais baixa dos inquiridos (81 %) ter afirmado que tinha ouvido falar especifica-mente da Cooperação Territorial Europeia ou do Interreg, esta continua a ser uma percen-tagem elevada (5).

Uma explicação para este conhecimento geralmente elevado reside no facto de um número significativo de inquiridos mencionar que, de uma maneira ou de outra, esteve envolvido numa estrutura de cooperação transfronteiriça. Estas incluem organizações que trabalham com a cooperação transfron-teiriça em geral e instituições diretamente envolvidas na gestão de programas Interreg.

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Um dos objetivos mais

importantes da con-sulta pública em linha consistia na recolha de opiniões sobre os obstáculos fronteiriços, bem como de sugestões sobre como os supe-rar. Por conseguinte, as perguntas que pediam aos inquiridos para identificarem os obstácu-los relevantes na sua região são particular-mente importantes.

Esta análise é apresentada em três etapas: primeiro, é apresentada uma visão geral das respostas. Em seguida, são observadas as tendências específicas, ligando os perfis dos inquiridos a uma determinada resposta. Final-mente, no capítulo 4, cada categoria de obs-táculos é analisada em maior detalhe, sendo

apresentadas em separado a manifestação do obstáculo e a solução proposta.

FREQUÊNCIA DO OBSTÁCULO

Em geral, conforme mostrado na figura 5, os inquiridos mencionam os obstáculos jurí-dicos e administrativos como sendo o obs-táculo fronteiriço mais importante para si: mais de um em cada dois inquiridos consi-deram-no um obstáculo importante na sua região. Seguem-se as barreiras linguísticas: mais de um em cada três inquiridos consi-derou-as importantes. Logo atrás destas,

o acesso físico difícil é também mencionado como um obstáculo por quase um em cada três inquiridos.

Estes três obstáculos principais são seguidos de perto pela falta de interesse mostrada pelas autoridades públicas em colaborar entre si e pelas disparidades económicas, cada um destes obstáculos a ser mencio-nado por 29 % dos inquiridos. Em compara-ção, as diferenças socioculturais e a falta de confiança são consideradas menos impor-tantes, sendo mencionadas apenas por 20 % e 12 % dos inquiridos, respetivamente.

CAPÍTULO 3 Obstáculos encontrados

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Sim Não N/A = não tem opinião/não sabe

Other14%

Acesso físico difícil32%

Barreiras linguísticas38%

Obstáculos jurídicos e administrativos

53%

Falta de confiança12%

Disparidades económicas29%

Diferenças socioculturais20%

Falta de interesse das autoridades públicas

em colaborar

29%

Outro14%

Figura 5: Importância e frequência dos obstáculos

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 3: Obstáculos encontrados

A maior parte das respostas na categoria «outro» abrange aspetos que podem estar relacionados com as categorias predefinidas, sobretudo o acesso físico difícil, os diver-sos obstáculos jurídicos e administrativos e a falta de interesse na cooperação trans-fronteiriça. Algumas das respostas «outro» abrangem também questões que podem ser consideradas transversais, como a falta de acesso à informação, a falta de uma estru-tura comum para a cooperação transfrontei-riça e o acesso limitado a dados transfron-teiriços. Outras questões estão relacionadas com os meios de comunicação/TIC, como o bloqueio geográfico, as tarifas de roaming e a falta de meios de comunicação social transfronteiriços.

OBSTÁCULOS CONSOANTE OS TIPOS GERAIS DE INQUIRIDOS

Uma análise mais aprofundada dos resulta-dos revela que alguns obstáculos são men-cionados com maior frequência por determi-nados tipos de inquiridos, de acordo com três dimensões diferentes:

CATEGORIA DE INQUIRIDO

A primeira dimensão é a ligação entre os tipos de inquiridos (em particular, indivíduos, empresas, organizações e entidades públicas) e a escolha dos obstáculos importantes.

Como mostrado no quadro acima, é possível observar diversas variações interessan-tes, nomeadamente:

Ɔ O acesso físico difícil é mencionado como um obstáculo por menos de uma em cada dez empresas, ao passo que os indivíduos, as entidades públicas e as organizações colocam maior ênfase neste obstáculo.

Ɔ As barreiras linguísticas são mencionadas com maior frequência pelas organizações e entidades públicas, comparativamente aos indivíduos e empresas.

Quadro 1: Tipo de inquiridos e obstáculos selecionados

Aces

so f

ísic

o

difí

cil

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tica

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Obs

tácu

los

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inte

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e da

s au

tori

da-

des

públ

icas

em

co

labo

rar

Tipo de inquirido

A título particular 30 % 28 % 47 % 12 % 33 % 17 % 37 %

Em nome de uma empresa privada 9 % 31 % 33 % 9 % 20 % 27 % 18 %

Em nome de uma entidade pública 41 % 52 % 59 % 10 % 22 % 23 % 14 %

Em nome de uma organização 36 % 53 % 79 % 20 % 35 % 27 % 31 %

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Ɔ Os obstáculos jurídicos e administrativos aplicam-se mais aos indivíduos, às entidades públicas e às organizações do que às empresas.

Ɔ Os indivíduos e as organizações são mais críticos da falta de interesse das autoridades públicas em colaborar do que as empresas e as próprias autoridades públicas.

FREQUÊNCIA DE TRAVESSIA DA FRONTEIRA(6)

Outra forma de olhar para os resultados con-siste em analisar a relação entre os obstácu-los selecionados e a frequência de travessia da fronteira.

A partir do quadro abaixo, é possível inferir que quanto mais vezes uma pessoa atra-vessa a fronteira, menor a probabilidade de mencionar a falta de confiança como um obstáculo nas regiões fronteiriças. Aplica-se a mesma lógica às barreiras lin-guísticas e às diferenças socioculturais, com algumas divergências pequenas. Isto deve ser interpretado com cautela, já que não é possí-vel estabelecer a presença ou a «direção» da causalidade. Por exemplo, as pessoas acham que a língua é um obstáculo de menor impor-tância porque atravessam frequentemente a fronteira (e conhecem a língua vizinha)? Ou atravessam a fronteira com frequência preci-samente porque não enfrentam barreiras lin-guísticas? Em qualquer caso, estas tendências podem ser observadas e questionadas.

Pelo contrário, quanto mais vezes uma pessoa atravessa a fronteira, maior a probabilidade de mencionar os obstá-culos jurídicos e administrativos como entraves nas regiões fronteiriças. Uma interpretação possível é que a frequência das viagens multiplica a oportunidade de encon-trar tais obstáculos; por outras palavras, os obstáculos desta natureza são sentidos mais fortemente quando a mobilidade transfrontei-riça é superior e mais frequente (7).

A relação entre a frequência de travessia da fronteira e o acesso físico difícil, as disparida-des económicas ou a falta de interesse das autoridades públicas em colaborar é mais difícil de interpretar, já que não é tão clara e linear.

Aces

so f

ísic

o

difí

cil

Barr

eira

s lin

guís

tica

s

Obs

tácu

los

jurí

dico

s e

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Falt

a de

con

fianç

a

Dis

pari

dade

s ec

onóm

icas

Dif

eren

ças

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ocul

tura

is

Falt

a de

inte

ress

e da

s au

tori

da-

des

públ

icas

em

co

labo

rar

Frequência de travessia da fronteira

Todos os dias 40 % 19 % 69 % 4 % 44 % 15 % 37 %

Todas as semanas 32 % 29 % 65 % 4 % 35 % 13 % 37 %

Todos os meses 24 % 28 % 42 % 10 % 25 % 19 % 29 %

Ocasionalmente 24 % 31 % 29 % 16 % 28 % 17 % 33 %

Raramente ou nunca 31% 38% 35% 27% 35% 38% 46%

Quadro 2: Frequência das travessias e obstáculos selecionados

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 3: Obstáculos encontrados

FINALIDADE DA TRAVESSIA DA FRONTEIRA(8)

Por último, é também interessante comparar os obstáculos selecionados pelos inquiridos com as razões para atravessar a fronteira.

Nesta perspetiva, as variações são menos claras, apesar de ser possível efetuar algu-mas observações gerais:

Ɔ Os obstáculos jurídicos e administrativos parecem ser sentidos fortemente por to-das as categorias de inquiridos e são ape-nas ligeiramente menos importantes para aqueles que atravessam a fronteira para fins de lazer.

Ɔ Em geral, a falta de confiança é conside-rada um obstáculo de menor importância, sendo ainda menor para os inquiridos que atravessam a fronteira para visitar ami-gos e/ou familiares.

Ɔ Os inquiridos que atravessam a fronteira para este fim tendem também a afirmar que o interesse (ou a falta de interesse) das autoridades públicas em colaborar constitui um obstáculo, mais do que as outras categorias.

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Finalidade da travessia da fronteira

Para trabalhar 36 % 29 % 55 % 11 % 35 % 13 % 29 %

Para fazer negócios 26 % 32 % 54 % 13 % 32 % 20 % 32 %

Para estudar 30 % 28 % 53 % 9 % 40 % 23 % 30 %

Para adquirir bens e/ou serviços 24 % 27 % 52 % 10 % 28 % 19 % 32 %

Para visitar amigos e/ou familiares 34 % 28 % 53 % 7 % 30 % 16 % 41 %

Em lazer 25 % 28 % 46 % 12 % 28 % 18 % 32 %

Quadro 3: Finalidade das travessias e obstáculos selecionados

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No questionário, foi pedido aos inquiridos que respondessem a um conjunto de perguntas abertas sobre os obstáculos que podem ocor-rer nas regiões fronteiriças durante a interação transfronteiriça.

Cada inquirido podia selecionar até três obs-táculos que na sua opinião suscitavam mais problemas e explicá-los, descrevendo a forma assumida por cada obstáculo e o impacto na sua vida. Era também possível sugerir soluções. Este capítulo analisa estes aspetos.

Importa notar que esta secção do questioná-rio era opcional para os inquiridos, pelo que

o número de explicações apresentadas difere de acordo com o tipo de obstáculo. Por exem-plo, cerca de quatro em cada dez inquiridos comentaram as expressões concretas dos obs-táculos jurídicos e administrativos, enquanto apenas um em cada dez efetuou uma menção mais específica das expressões e soluções para o interesse (ou a falta de interesse) das autori-dades públicas em colaborar — apesar de esta ter sido considerada importante por 29 % dos inquiridos.

OBSTÁCULOS JURÍDICOS E ADMINISTRATIVOSComo referido abaixo, o obstáculo mencionado com maior frequência são os obstáculos jurídi-cos e administrativos, considerados importan-tes por mais de metade de todos os inquiridos (53 %).

Obstáculos

Uma característica marcante das respostas é que o emprego, enquanto tema geral, consti-

tui uma grande preocupação associada aos obstáculos jurídicos e administrativos. É evi-dente nas respostas dos inquiridos que os obstáculos jurídicos e administrativos

tornam mais difícil estar empregado num lado da fronteira enquanto se reside no outro.

Esta questão diz respeito a uma série de aspe-tos. Uma das preocupações mais indicadas é a falta de reconhecimento do ensino e das qualificações. Apesar dos progres-sos alcançados em termos de harmonização neste domínio, os candidatos a emprego ale-gam que enfrentam muitas vezes uma falta de conhecimento acerca do ensino estrangeiro por parte dos empregadores. Alguns referem até uma verdadeira discriminação no acesso a empregos do outro lado da fronteira.

As diferenças nos sistemas de segu-rança social, pensões e tributação são também indicadas frequentemente como sendo onerosas para os trabalhadores trans-fronteiriços. Em alguns casos, estas questões colocam os trabalhadores em desvantagem devido à dificuldade na obtenção de presta-ções ou aos diferentes problemas relacio-nados com a tributação, levando a um ele-vado nível de insegurança para o indivíduo em causa.

A complexidade geral dos procedimen-tos administrativos é, em si mesma, um

CAPÍTULO 4 Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 4: Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

aspeto revelador, que é descrito como um fator que dissuade os indivíduos de atra-vessarem a fronteira para fins de trabalho. Os inquiridos sublinham por vezes a falta de conhecimento dos trabalhadores relativa-mente às regras aplicáveis do outro lado da fronteira, bem como a falta de familiariza-ção das administrações públicas com situa-ções referentes aos trabalhadores transfron-teiriços. Apesar de isto poder ser atribuído, de forma mais geral, a uma questão trans-versal de falta de informação, é na mesma mencionado frequentemente como um obs-táculo jurídico ou administrativo específico.

Outras questões regulamentares mais espe-cíficas mencionadas por alguns inquiridos incluem, por exemplo, as regras que impe-dem a utilização de soluções de teletraba-lho para os trabalhadores transfronteiriços, colocando-os em desvantagem comparati-vamente aos trabalhadores nacionais.

No entanto, é também importante men-cionar que várias respostas apontam para o facto de os trabalhadores transfronteiriços estarem numa situação vantajosa porque a sua mobilidade facilita o acesso a determi-nados serviços públicos, como cuidados de saúde, em ambos os lados da fronteira.

«Os sistemas de tributação e de segurança social diferentes levam os indivíduos a ficarem entre sistemas, não sendo abran-gidos por nenhum. Devido às diferenças na legislação, surgem situações em que um trabalhador se vê privado, em ambos os países, de benefícios aos quais têm direito os nacionais de ambos os países.» (9)

«Os obstáculos jurídicos e administrati-vos não incentivam as pessoas a procura-rem trabalho numa região vizinha. Toda a administração adicional relativa-mente à segurança social, impostos, etc. é muito exigente para os trabalhadores fronteiriços.»

«Alguns certificados concedidos no país de origem não têm qualquer validade no país vizinho, o que significa que não é possível exercer a mesma profissão ou que existem custos para adquirir o certificado relevante no país vizinho.»

Contudo, o emprego não é a única área em que surgem dificuldades associadas aos obstáculos jurídicos e administrativos. As empresas e os empresários também enfrentam estes obstáculos, apesar de

este tema ser referido cerca de metade das vezes do emprego (talvez porque os cidadãos individuais são responsáveis por cerca de metade das respostas à consulta). As diferenças nas normas e nos regu-lamentos técnicos dos produtos, bem como em determinados serviços, fun-cionam como verdadeiros entraves à entrada em mercados específicos do outro lado da fronteira.

Para as empresas, a questão da informa-ção e conhecimento das regras jurídicas e administrativas aplicáveis no outro lado da fronteira (em termos de tributação, seguro, acidentes de trabalho, etc.) é também consi-derada importante.

«As diferenças no direito social, labo-ral, fiscal e das empresas representam um entrave às atividades transfronteiriças.»

«As normas e regulamentações nacionais distintas, incluindo os requisitos nacionais de ensaio (especialmente na Alemanha), prejudicam o comércio transfronteiriço. […] No âmbito dos produtos médicos, os requisitos distintos de informação na embalagem significam que não é possível

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utilizar a mesma embalagem, mesmo que os requisitos linguísticos sejam os mesmos (por ex., Suécia/Finlândia). Os procedi-mentos de aprovação morosos também criam entraves.»

«As diferenças jurídicas e administrativas impedem que as empresas francesas res-pondam a concursos na Alemanha.»

Numa reflexão mais ampla, as questões específicas de natureza jurídica e admi-nistrativa que surgem mais frequente-mente e colocam problemas a todas as categorias de inquiridos são os siste-mas de tributação e de segurança social diferentes, incluindo os sistemas de cui-dados de saúde e de pensões. Em parti-cular, estes são apresentados como grandes obstáculos à mobilidade dos trabalhadores.

Em algumas respostas, além de uma falta de harmonização entre os sistemas nacio-nais, é também mencionada a coordena-ção inadequada entre as administrações nacionais, incluindo regras administrativas incompatíveis e problemas de transferên-cia de informações entre os sistemas. Além disso, são efetuados comentários acerca da

incerteza geral das soluções transfrontei-riças, na medida em que as diferenças nas competências jurídicas e administrativas dificultam as possibilidades de uma coo-peração mais ampla e estruturada, ou as soluções transfronteiriças identificadas não são adequadas para todos os tipos de coo-peração (por ex., agrupamento europeu de cooperação territorial). Estas questões vão além das administrações transfronteiriças e dizem também respeito a matérias nacionais e centralizadas, apesar de parecerem ser sentidas com maior intensidade por aqueles que vivem nas regiões fronteiriças e atra-vessam ativamente a fronteira para diversos fins.

«Se, por exemplo, perdesse o emprego, as formalidades administrativas que teria de enfrentar antes de receber as prestações de desemprego levariam muito tempo. Isto aplica-se a todas as instituições de segu-rança social, o que é desgastante a médio e longo prazos.»

Nas respostas, as barreiras linguísticas são também descritas como fatores que colocam os residentes das regiões fronteiriças em desvantagem enquanto consumidores, quando adquirem/ace-

dem a determinados bens e serviços. Esta afirmação é particularmente verdadeira nas seguintes áreas:

Ɔ Setor bancário: condições desfavoráveis para a abertura de contas bancárias e o acesso a empréstimos de consumo, seguros, hipotecas, etc. no outro lado da fronteira, ou não aceitação de determinados meios de pagamento. Alguns dizem que é essencial ter uma conta bancária em ambos os lados da fronteira para gerir a vida quotidiana enquanto cidadão fronteiriço;

Ɔ Telecomunicações e correios: tarifas de roaming para telemóveis, entraves ao acesso a assinaturas estrangeiras de telemóveis, números especiais não válidos no estrangeiro, bloqueio geográfico nos sítios Internet, bem como elevadas tarifas postais sem ter em conta a proximidade geográficay;

Ɔ Serviços de saúde: ausência de coordenação ou informações sobre as condições de acesso aos cuidados de saúde no estrangeiro;

Ɔ Setor dos transportes: diferentes sistemas e tarifas de bilhetes, dificuldades

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 4: Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

na aquisição de um veículo num lado da fronteira e da matrícula no outro.

Alguns mencionam também a falta de acordo quanto a os serviços de emergência e salvamento operarem em lados diferentes da fronteira (por ex., não é permitido a uma ambulância atravessar a fronteira nacional para levar um doente para o hospital mais próximo).

Potenciais soluções

As soluções possíveis incluem: incentivar uma maior con-vergência nos quadros ou

disposições regulamentares, uma maior flexibilidade e acordos mútuos; reforçar os níveis relevantes de competências e prestar mais informações aos cidadãos, às empresas e às organizações.

Um número significativo de inquiridos aponta para o facto de as diferenças na apli-cação das regras (diretivas) da UE criarem obstáculos jurídicos e administrativos. Ape-lam a uma melhor coordenação e har-monização da aplicação das disposições regulamentares nas regiões fronteiriças, nomeadamente através de avaliações de

impacto transfronteiriço, com vista a promo-ver uma maior convergência.

Uma maior flexibilidade é também soli-citada para a aplicação geral da legis-lação nacional/regional nas regiões fron-teiriças: a ideia de «libertar» uma região fronteiriça da legislação nacional, ou de a adaptar às condições regionais fronteiriças, é sugerida várias vezes. A fim de encontrar as melhores soluções para as regiões trans-fronteiriças, alguns inquiridos defendem que deve haver o direito de experimentar e conduzir projetos que estejam fora do qua-dro regulamentar nacional, nomeadamente através de projetos-piloto.

«Se queremos trabalhar para eliminar os entraves, temos de normalizar todas as disposições regulamentares que afetam ambos os territórios. […] É essencial que a Comissão Europeia elabore orienta-ções claras que sejam iguais para todos os países.»

«Harmonizar os procedimentos; procu-rar acordos entre os Estados-Membros em matéria de regulamentação fiscal, da segu-rança social, etc.»

«É necessário expandir os órgãos consul-tivos, agrupar os conhecimentos especia-lizados para resolver questões específicas e reencaminhar as soluções propostas para os organismos relevantes (por ex., grupo de trabalho sobre os trabalhadores fron-teiriços). Deverá ser possível introduzir cláusulas experimentais em áreas frontei-riças. Deverá ser possível que os projetos se afastem das normas ou da legislação nacional.»

«Previsão, ao abrigo do direito europeu, de possíveis derrogações das disposições jurídicas nacionais no interesse de soluções transfronteiriças sensíveis no domínio do desenvolvimento regional.»

A questão das competências administra-tivas é também levantada em algumas res-postas: as assimetrias entre as estruturas administrativas nos diferentes lados da fronteira são consideradas um obstáculo à cooperação e à procura de acordos.

Algumas respostas debatem o interesse de prosseguir o desenvolvimento de estruturas como as eurorregiões e os AECT, dando-lhe mais financiamento ou mais poder de ação.

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Apesar de estas entidades serem considera-das por alguns inquiridos como uma poten-cial fonte de sustentabilidade na coopera-ção transfronteiriça, muitos consideram-nas demasiado pequenas em dimensão e âmbito para abordarem todos os desafios e oportuni-dades atuais, pelo que devem ser exploradas novas estruturas.

«Como existem várias áreas problemáti-cas, algumas das quais envolvem proces-sos e procedimentos morosos, parece que a existência de instituições transfronteiriças bem colocadas e bem integradas ofereceria a melhor solução, já que são capazes de identificar e trabalhar nestas questões, bem como reencaminhá-las quando necessário. […] Contudo, alguns problemas só podem ser resolvidos a nível nacional ou europeu. A subsidiariedade é fundamental.»

As diferenças nas formas de funcionamento das administrações, bem como a falta de intercâmbio de informações, são considera-das questões que podem ser parcialmente resolvidas através de desenvolvimen-tos a nível da informática. A melhoria dos intercâmbios de dados poderia simplificar os

procedimentos, aliviar alguns dos encargos para os indivíduos e encurtar os procedimen-tos por vezes morosos. É também debatido o intercâmbio de boas práticas em geral.

«Mesmo que a harmonização da legis-lação não seja possível, as administra-ções nacionais (de segurança social, por exemplo) devem colaborar no sentido de simplificar, pelo menos, os procedimentos administrativos. Talvez o intercâmbio de dados também possa simplificar alguns procedimentos.»

«Criar um serviço único para centralizar os documentos que têm de ser enviados para as instituições de segurança social em ambos os países, de modo que as pes-soas não tenham de se dirigir a vários serviços (toda a comunicação entre as instituições de segurança social passa por nós e, por vezes, há muitas idas e voltas e mal-entendidos).»

Por último, é importante salientar que inú-meros obstáculos mencionados como sendo de natureza jurídica e administrativa são considerados como provenientes de uma

falta geral de conhecimento e informa-ção relativamente à «vida» no outro lado da fronteira. Muitos sentem que lhes fal-tam informações sobre as regras jurídicas e administrativas, especialmente no que diz respeito ao emprego transfronteiriço. As soluções sugeridas incluem o desenvol-vimento de campanhas de sensibilização e informação. Outra ideia envolve a nomea-ção ou identificação de mais pessoas para serem responsáveis pela informação ao público nos municípios e serviços públicos sobre as oportunidades existentes no outro lado da fronteira. O aspeto da informação é também claramente associado às bar-reiras linguísticas, em que a aprendizagem de línguas, não apenas para os trabalha-dores transfronteiriços mas também para as administrações públicas que lidam com os mesmos, é descrita como uma forma de melhorar o acesso à informação.

«Campanhas de sensibilização claras des-tinadas às empresas e aos indivíduos. Pes-soas claramente identificadas para lida-rem com as questões transfronteiriças nos serviços dos municípios e nas repartições de finanças que lidam com o público.»

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 4: Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

«A fim de permitir que os trabalhado-res transfronteiriços se familiarizem com a posição jurídica no país de emprego, seria útil se as páginas Web das autoridades e os documentos a preencher fossem dis-ponibilizados em mais de uma língua — pelo menos nas regiões fronteiriças.»

BARREIRAS LINGUÍSTICASEm geral, a língua é considerada um pro-blema importante nas regiões fronteiri-ças por 38 % dos inquiridos, tornando-a no segundo tipo de obstáculo mais mencionado.

Obstáculos

Em primeiro lugar, é impor-tante mencionar que a língua é um obstáculo transver-

sal, transcendendo as categorias defi-nidas nesta consulta pública. Além de ser mencionada na sua categoria específica, é continuamente referida em associação com outros obstáculos e soluções. Por exem-plo, a falta de conhecimento da língua de um país vizinho é considerada significativa para a cooperação entre as administrações públi-cas e entre os políticos locais. Consequen-temente, foi algumas vezes mencionada

em associação com os obstáculos jurídicos e administrativos ou com a falta de inte-resse das autoridades públicas em colaborar. Além disso, os intercâmbios culturais e a for-mação linguística são considerados por mui-tos como uma forma de alcançar o enten-dimento e a tolerância culturais, ao passo que, pelo contrário, falar línguas diferentes pode contribuir para tensões e desconfiança. Assim sendo, as barreiras linguísticas foram muitas vezes associadas a comentários rela-tivos às diferenças socioculturais e à falta de confiança. Contudo, na maior parte dos casos, os inquiridos não especificam uma área política na qual as barreiras linguísticas sejam mais problemáticas.

Quanto aos efeitos das barreiras linguísticas, diversos grupos são afetados por elas, pelo que devem ser objeto de medidas, na opinião dos inquiridos. Alguns conside-ram a questão numa perspetiva societal abrangente, salientando como as barrei-ras linguísticas podem limitar a intera-ção no quotidiano, por exemplo, a falta de participação em ações comunitárias ou na vida civil. Outros colocam mais ênfase nas barreiras linguísticas do mundo profis-sional, centrando-se no potencial para uma maior mobilidade dos recursos humanos nas

regiões transfronteiriças. Neste contexto, um domínio inadequado do vocabulário técnico na língua estrangeira é destacado como um obstáculo fundamental. Noutra categoria de respostas, os inquiridos defendem que o potencial para intercâmbio de boas práticas entre as administrações é sig-nificativamente prejudicado pelas barrei-ras linguísticas. Por conseguinte, o reforço das competências linguísticas nas adminis-trações, a fim de melhorar a comunicação com os cidadãos e outras administrações, é prioritário para alguns inquiridos.

Potenciais soluções

Devem ser encontradas soluções tanto no lado da oferta (disponibilidade de

formação) como no lado da procura (promoção do interesse na aprendiza-gem de línguas).

As principais questões indicadas são a falta de oportunidades de aprendizagem de lín-guas, bem como a perceção de falta de interesse entre os residentes fronteiriços na aprendizagem de uma língua vizinha. Assim sendo, os inquiridos sugerem, nomeada-mente, more financial mais apoio finan-

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ceiro à formação e aprendizagem de lín-guas ao longo da vida. Alguns inquiridos colocam a tónica na formação relacionada com o trabalho, com vista a melhorar as perspetivas de emprego num país vizinho. Outros referem a aprendizagem de línguas na escola e no sistema educacional num sen-tido mais abrangente: neste contexto, pode-riam ser promovidas turmas europeias ou escolas bilingues transfronteiriças e deveria ser desenvolvida a aprendizagem da língua da região vizinha nas regiões fronteiriças.

A ideia de programas de intercâmbio lin-guístico recebe muito apoio da parte de vários inquiridos. Estes programas devem ser adequados para crianças e adultos, sendo solicitado apoio financeiro para os tornar mais acessíveis para os cidadãos. As administrações e autoridades públicas são também mencionadas como um alvo impor-tante destas medidas e da aprendizagem de línguas em geral, como um meio de criar confiança e respeito mútuo.

Muitos inquiridos salientam que la apren-dizagem de línguas deve ser acompa-nhada de um desenvolvimento de inte-resse no país vizinho e da compreensão das suas normas sociais e culturais. É por este motivo que o ensino de línguas é frequentemente descrito pelos inquiridos

como algo que deve também integrar com-petências sociais e culturais.

«As capacidades linguísticas devem ser melhoradas. Os primeiros anos de apren-dizagem devem centrar-se no bilinguismo através de estruturas conjuntas de acolhi-mento de crianças ou, por exemplo, escolas bilingues, sendo as qualificações obtidas reconhecidas em ambos os lados.»

«Projetos linguísticos nas regiões frontei-riças, não só para crianças ou estudantes mas também cursos de línguas facilmente acessíveis para adultos a preços reduzidos. As empresas poderiam também disponibi-lizar recursos linguísticos aos funcionários ou estudantes.»

Além disso, de acordo com os inquiridos, as barreiras linguísticas não dependem ape-nas da disponibilidade do ensino de línguas, mas são também uma questão de promover o interesse dos cidadãos nas línguas. Muitos lamentam o facto de alguns residentes fron-teiriços mostrarem um interesse limitado na aprendizagem da língua de um país vizinho. A comunicação em torno dos benefícios da aprendizagem da língua do país vizi-nho é fundamental para esta questão, de acordo com vários respondentes. Alguns vão mais longe ao introduzirem a ideia de tornar

obrigatória a aprendizagem de uma língua vizinha na escola e/ou que as administra-ções públicas tenham padrões mínimos de línguas. Contudo, são muitos os que não contestam a natureza voluntária da apren-dizagem de línguas.

Em alguns casos muito específicos, a preser-vação de uma língua minoritária partilhada é apresentada como uma forma de reforçar a identidade transfronteiriça comum. Há também opiniões muito variadas acerca da utilização de uma terceira língua (geral-mente o inglês) para a comunicação nas regiões fronteiriças. Enquanto alguns consi-deram que é a alternativa realista à apren-dizagem das línguas uns dos outros, mui-tos defendem a necessidade de proteger a utilização das línguas das próprias regiões transfronteiriças.

«Programas de ensino a longo prazo para a melhoria das competências linguísti-cas, vantagens visíveis da compreensão do vizinho (estatísticas que mostrem as situa-ções no mercado de trabalho, previsão das competências necessárias no mercado de trabalho, acesso livre aos dados para os cidadãos).»

«A aprendizagem da língua de um vizi-nho imediato deve ser obrigatória em

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 4: Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

todas as escolas nas regiões fronteiriças (ou seja, num raio de 50 km da fronteira), de modo a adquirir pelo menos o essencial da língua. Além disso, compete aos meios de comunicação expor as pessoas à língua do país vizinho, mostrar os benefícios da sua aprendizagem e transmitir regularmente um grande número de programas de rádio e TV nessa língua na região fronteiriça. É necessário haver contactos regulares para professores, alunos e estudantes.»

ACESSO FÍSICO DIFÍCILO acesso físico difícil é o terceiro obstáculo indicado com maior frequência (importante para 32 % dos inquiridos).

Obstáculos

À semelhança dos obstáculos jurídicos e administrativos, o acesso físico difícil originou um

número muito elevado de comentários em resposta às perguntas abertas: um em cada três inquiridos comentou em maior detalhe este assunto, descrevendo o impacto que tem nas suas vidas e sugerindo soluções.

As principais preocupações foram:

Ɔ a falta de infraestruturas Ɔ a reduzida qualidade/segurança das in-fraestruturas, bem como a insuficiente modernização e manutenção

Ɔ a falta de sistemas de transportes públi-cos integrados na fronteira

Ɔ a falta de ligações (em especial ferroviá-rias) e a frequência reduzida das ligações

Ɔ as diferentes regras e normas em matéria de transportes

Ɔ o congestionamento e o longo tempo de deslocação pendular

Ɔ o custo da travessia da fronteira.

A falta de ligações de transporte é men-cionada em vários contextos, apesar de haver uma diferença fundamental: em alguns casos, há a necessidade de melho-res infraestruturas/mais pontos de travessia para superar a fraca integração e a acessibilidade limitada das regiões fronteiriças (por ex, fronteiras naturais como rios e montanhas). Nestas situações, o acesso físico é um problema fundamental que afeta as outras interações transfron-teiriças. Noutros casos, a interação trans-fronteiriça não é dificultada por obstáculos naturais, mas o maior nível de interação leva a necessidades ainda maiores em termos de transportes e ligações (como

um número elevado de trabalhadores pen-dulares, mas ligações de transportes públi-cos limitadas).

Um tópico frequente diz respeito aos ser-viços de transportes públicos integra-dos inas regiões fronteiriças, que constitui um dos principais problemas enfrentados pelos inquiridos no seu quotidiano. São fre-quentemente mencionados os sistemas de transportes públicos diferentes que funcio-nam de forma isolada entre si, sem ter em conta o que acontece além da fronteira. Os inquiridos associam muitos obstáculos nos serviços de transportes públicos integra-dos à complexidade das regras, legislações e procedimentos administrativos que preju-dicam a cooperação. Alguns salientam que as forças de mercado levam frequente-mente a um nível de prestação de servi-ços públicos incapaz de corresponder às necessidades de alguns residentes em regiões fronteiriças, forçando-os a utilizar os seus automóveis como único meio viável de transporte transfronteiriço.

São também debatidas as redes diferentes: alguns centram-se sobretudo nas redes rodo-viárias e ferroviárias que ligam as grandes cidades, enquanto outros referem as redes secundárias e mais ligações locais. Os comen-tários destacam o número insuficiente de

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ligações e a fraca qualidade das infraes-truturas e da respetiva manutenção. O estado das infraestruturas e as opções de transporte são também debatidos juntamente com as queixas relativas ao congestionamento e aos longos tempos de viagem/deslocação pendular. Os pro-cedimentos e controlos nas fronteiras são mencionados como obstáculos que levam a tempos de viagem mais longos, enquanto algumas pessoas mencionam a segurança das estradas.

A questão dos custos é também impor-tante para os inquiridos, que consideram demasiado caro atravessar as fronteiras numa base frequente. É o caso, concreta-mente, das regiões fronteiriças onde foram efetuados investimentos em infraestruturas de grande dimensão (por ex., o canal entre o Reino Unido e a França/Bélgica, e túneis em regiões montanhosas). Uma vez mais, os inquiridos recorrem às forças de mercado para explicar os elevados preços que não correspondem às necessidades dos viajan-tes frequentes e contribuem, de facto, para uma menor interação transfronteiriça.

«Um grande número de residentes de Lubawka trabalham na República Checa

e os seus problemas foram resolvidos pelos respetivos empregadores, que disponibi-lizam transporte a partir de Lubawka. Contudo, esta solução não abrange os turistas. Apesar de existir uma ligação fer-roviária no verão, fora deste período existe apenas um autocarro. O número de liga-ções é insuficiente.»

«Acessibilidade: os transportes públicos param normalmente na fronteira, o que significa que o acesso ao país vizinho é um obstáculo. Podemos utilizar uma ligação de comboio ou autocarro, mas nem sempre esta é uma solução fiável.»

«As ligações de transporte são muito piores do que dentro dos respetivos países. Não existe qualquer ligação direta de comboio ou autocarro entre Friburgo e Colmar — uma situação que seria impensável no caso de duas cidades localizadas tão perto uma da outra no mesmo país. As ligações ferroviárias transfronteiriças não devem ser avaliadas apenas do ponto de vista do custo/benefício. Podem também ter um efeito de alavanca; são a única forma de permitir aos jovens franceses, por exemplo, viajar diariamente para a Alemanha.»

Potenciais soluções

Muitas das soluções propostas baseiam-se na ideia central do investimento público nas

ligações de transporte e nas infraestrutu-ras, bem como no apoio (financeiro) público para reduzir o preço de acesso ao outro lado da fronteira. Alguns inquiridos referem projetos e metas da UE, nomeadamente o desenvolvimento dos corredores RTE-T nas regiões fronteiriças.

Os inquiridos destacam a necessidade de pensar no transporte entre países de uma forma integrada, vendo as áreas fun-cionais para além das fronteiras. No centro de várias sugestões estiveram as estraté-gias transfronteiriças, o planeamento ade-quado e a coordenação entre os principais intervenientes. Os inquiridos manifestaram também o desejo de verem iniciativas priva-das, entre empresas nacionais de transporte, transportadoras ou no setor do turismo, por exemplo, e o desenvolvimento de mais parcerias público-privadas para melhorar o acesso físico.

Foram também identificados muitos elementos jurídicos e administrativos na origem das dificuldades em proporcio-

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 4: Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

nar um melhor acesso físico, como a falta de normas harmonizadas ou soluções trans-fronteiriças de bilheteira.

«O apoio dos fundos da UE deve centrar--se sobretudo no reforço básico das infraes-truturas obsoletas nas regiões fronteiriças em ambos os lados da fronteira.»

«Os serviços de transportes públicos (auto-carro e comboio) devem ser planeados a nível transfronteiriço. Os preços devem ser harmonizados.»

«Numa perspetiva nacional/regional, estes problemas são largamente causados pelo sistema local de transportes públicos, que não tem em conta a região vizinha. […] Um passo inicial na direção correta seria introduzir soluções transfronteiriças de bilheteira e informações de viagem para a rede local de transportes públicos. A melhoria da coordenação depende da boa vontade das associações de transporte e dos operadores de grande escala.»

FALTA DE INTERESSE DAS AUTORIDADES PÚBLICAS EM COLABORARA falta de interesse das autoridades públicas em colaborar é o quarto obstáculo mais indi-cado, sendo considerado importante por 29 % dos inquiridos. Este tópico suscitou significati-vamente menos comentários e sugestões em resposta às perguntas abertas do que outros obstáculos.

Obstáculos

As autoridades e os políticos locais são as entidades mais debatidas nestas respostas,

tal como os seus equivalentes regionais, em certa medida. Primeiro, em grande medida, a cooperação transfronteiriça é considerada como sendo muito depen-dente do contexto local específico. Isto significa que os contactos individuais, o par-tido político e/ou a vontade de cada político desempenham um papel significativo na determinação do grau de cooperação. Deste modo, o espírito de cooperação está longe de ser a norma entre as autoridades públicas e, por vezes, existe um desequilíbrio de interes-ses nos diferentes lados da fronteira.

A questão fundamental referida em muitas respostas é a impressão de que os polí-ticos locais não estão verdadeiramente conscientes nem convencidos dos bene-fícios da cooperação transfronteiriça.

A falta de interesse em colaborar é tam-bém explicada como tendo origem nas diferenças societais, culturais e linguís-ticas que dificultam muito o contacto pessoal. O mero facto de não compreender a língua vizinha e a sua administração constitui um obstáculo ao nível das autoridades locais.

Alguns inquiridos afirmam que têm a impres-são de que as autoridades nacionais não têm as preocupações das regiões transfron-teiriças na sua agenda ou que as questões transfronteiriças não afetam pessoas sufi-cientes para suscitarem interesse ao nível nacional.

Potenciais soluções

Algumas soluções estão cen-tradas na sensibilização junto dos políticos locais

e regionais para os benefícios da coo-peração transfronteiriça, nomeadamente através de análises económicas e esforços para investigar cientificamente as necessi-

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dades fronteiriças. Além disso, uma parte considerável das soluções propostas envolve a promoção de ligações e intercâmbios a nível pessoal e administrativo com vista a alimentar o entendimento mútuo. A existência de eventos diferentes que juntem os intervenientes relevantes da cooperação transfronteiriça com as autoridades locais e regionais foi debatida como uma forma de proceder.

Alguns comentários colocam a respon-sabilidade nos ombros dos cidadãos e da sociedade civil no seu conjunto, alegando que lhes compete alterar a situação e tor-nar as autoridades públicas mais interessa-das na cooperação transfronteiriça. De certo modo, a falta de interesse das autorida-des públicas em colaborar é apresen-tada (nestas respostas) como refletindo a falta de interesse entre os próprios cidadãos. Deste modo, uma solução possível passa pela realização de mais iniciativas ao nível dos cidadãos. Em algumas respostas, as autoridades públicas são até mesmo apre-sentadas como estando à frente da socie-dade civil, mas sem qualquer apoio genera-lizado real. Contudo, também deve ser dito que outros inquiridos sublinham o facto de existirem efetivamente iniciativas civis/dos cidadãos, mas que não são adequadamente

apoiadas pelos políticos e pelas autoridades relevantes. Não obstante, para além destes debates e diferenças locais, estas contribui-ções revelam que existe uma dinâmica entre a sociedade civil e as autoridades no que diz respeito a uma vontade geral de colaborar.

«A nível político, a cooperação transfron-teiriça não é ainda um facto consumado nem automático. As atividades transfron-teiriças são mais um "bom acessório" do que parte da solução para os problemas que ninguém consegue resolver a solo.» Solução proposta: «Deve ser melhorada a comunicação entre as administrações, por ex., programas de intercâmbio de pessoal.»

«Pouquíssimos políticos estão convencidos dos benefícios da cooperação transfrontei-riça.» Solução proposta: «Mais anima-ção orientada para as autoridades locais, sublinhando os benefícios da cooperação transfronteiriça para as respetivas comu-nidades locais.»

«Criar um evento político transfronteiriço anual.»

«O estabelecimento e a manutenção de contactos são facilitados sobretudo pelas

organizações da sociedade civil. Seria bom contar também com o apoio dos níveis superiores.»

DISPARIDADES ECONÓMICASPor ordem de frequência, as, disparidades económicas representam o quinto obs-táculo mais indicado, sendo considerado importante por 29 % dos inquiridos e refe-rido por cerca de 15 % em resposta às per-guntas abertas.

Obstáculos

As disparidades económicas são frequentemente descritas como uma questão com duas

vertentes – ou seja, constituem ao mesmo tempo um obstáculo e uma oportunidade (pelo menos para determinados grupos específicos). Quando identificadas como um obstáculo, um dos aspetos mencionados com maior frequên-cia diz respeito às diferenças no mercado de trabalho e nas remunerações que tendem a atrair pessoas num lado da fronteira, criando um fluxo unidirecional. Em certa medida, isto pode ser benéfico no que diz respeito à redu-ção da taxa de desemprego, mas também

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 4: Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

comporta um grande risco de colocar o outro lado da fronteira em desvantagem, tornando-o menos atrativo e drenando os seus recursos humanos. Esta diferença pode assumir uma relevância ainda maior pelas diferentes políti-cas fiscais e sistemas de tributação, que criam também um desequilíbrio significativo ao nível fiscal local.

Na perspetiva dos consumidores, a outra grande questão levantada é o facto de alguns bens e serviços serem mais dispen-diosos num dos lados da fronteira, dissua-dindo os residentes no outro lado a viaja-rem para o país vizinho. Estas disparidades económicas são conducentes a fluxos assimétricos entre as regiões fronteiriças e são descritas como levando a uma queda do comércio no lado mais dispendioso da fronteira. Os níveis diferentes de impostos e IVA são também indicados como um componente de tais disparidades econó-micas. Quanto à aquisição de bens e servi-ços, as moedas diferentes dificultam os intercâmbios económicos transfronteiri-ços ou criam incerteza devido às variações das taxas de câmbio.

Outro aspeto mencionado é o facto de as estruturas económicas distintas em qual-quer um dos lados da fronteira limitarem

as oportunidades de cooperação económica e reduzirem os interesses partilha-dos entre regiões vizinhas na coope-ração devido aos diferentes desafios e prioridades.

«O custo de vida mais elevado na Gré-cia em comparação com a Bulgária não permite visitas frequentes ou prolongadas a esse país.»

«O Luxemburgo tem uma vantagem com-petitiva desleal sobre a França, já que os encargos dos empregadores e os encargos de segurança social são desproporcionais […] Como resultado, o emprego está a escassear ao longo de todo o lado francês da fron-teira, com as empresas transfronteiriças a optarem sistematicamente por se estabe-lecerem no Luxemburgo.»

«Não é fácil encontrar municípios ou regiões que enfrentem os mesmos desafios.»

Potenciais soluções

Uma característica distin-tiva entre estes comentários é o número particularmente

elevado de casos (aproximadamente um em cada quatro) em que não é sugerida qualquer solução correspondente — por vezes indicado meramente por um «não sei» ou «?». Os inquiridos afirmam fre-quentemente que é um problema difícil de resolver, pelo menos a curto prazo, e/ou que a situação está lentamente a nivelar-se.

Contudo, é possível identificar algumas cate-gorias abrangentes de soluções:

Ɔ Desenvolver (em conjunto) o lado da fronteira que oferece menos oportunidades, remunerações mais baixas, etc. Isto abrange uma variedade de medidas, como a melhor coordenação entre os sistemas de ensino e as necessidades de recursos humanos, bem como o maior enfoque nas áreas locais de especialização. Em particular, a política de coesão e o Interreg são considerados por alguns como tendo potencial para alcançar a convergência a longo prazo.

Ɔ Agir a nível das políticas nacionais, especialmente das políticas fiscais que criam incentivos para a desloca-ção de empresas e pessoas, e a nível dos impostos. Em alguns casos, os inquiridos

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pedem uma maior harmonização. São também apresentadas sugestões no sen-tido de tornar obrigatória para as autorida-des a realização de avaliações de impacto transfronteiriças sobre as consequências económicas da introdução de alterações nos sistemas de tributação ou IVA.

Ɔ Criar sistemas compensatórios ou corretivos quando não for possí-vel evitar as discrepâncias, como um sistema de compensação fiscal que seja simultaneamente nacional e transfronteiriço.

«De momento, é muito difícil encontrar soluções para este obstáculo. A tributação pode facilitar a situação.»

«Seria inútil tentar lutar contra a atração económica da Suíça. Seria melhor para a França identificar os setores promissores e aumentar os níveis de qualificações pro-fissionais. Para o efeito, a implementação de uma estratégia para o desenvolvimento do ensino superior na região francesa de Genebra (a área em torno da Grande Genebra) proporcionaria também uma resposta mais eficaz às necessidades das

empresas locais e contribuiria para suster a perda de mão-de-obra.

«Criar um sistema de compensação fis-cal com base no número de trabalhadores transfronteiriços ou até mesmo nos seus rendimentos.»

DIFERENÇAS SOCIOCULTURAIS/ FALTA DE CONFIANÇA

As diferenças socioculturais e a falta de confiança foram os dois obstáculos que os inquiridos selecionaram com menor frequên-cia, atingindo 19 % e 11 % respetivamente.

Obstáculos

Em resposta às perguntas aber-tas, as diferenças socioculturais foram debatidas cerca de duas

vezes mais do que a falta de confiança. Os comentários partilham muitas seme-lhanças e são também, por vezes, asso-ciados entre si pelos inquiridos dentro das suas próprias categorias, por exem-plo, «mentalidade», que convida a uma análise comum.

Em termos gerais, a falta de compreen-são dos diferentes contextos socioculturais é apresentada como um fator que está estreitamente relacionado com a falta de confiança em relação aos vizinhos. É tam-bém descrito por vezes como uma mera falta de interesse. A falta de familiari-zação com a cultura e sociedade vizinhas é referida a todos os níveis. Em alguns casos, a falta de confiança é referida diretamente como tendo sido herdada ao longo da his-tória, o que implica que levará tempo a recriar ou reconstruir.

Potenciais soluções

A maior parte das soluções sugeridas envolve o desen-volvimento de diferentes

tipos de intercâmbios e projetos inter-culturais/educacionais de diversas for-mas e tamanhos, por exemplo, projetos interpares de menor dimensão, bem como projetos culturais mais abrangentes desde cedo para permitir uma cooperação mais profunda, sistémica e a mais longo prazo. A língua é também identificada como outro fator fundamental para melhorar a confiança e ajudar a atenuar as diferen-ças socioculturais. Além disso, são recomen-

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 4: Descrição dos obstáculos e das soluções propostas

dados projetos para todas as idades e a todos os níveis, inclusive para os políticos e adminis-trações públicas. O Erasmus/Erasmus+ é indi-cado como um programa concreto que é já um facilitador neste domínio, mas que poderia ser melhor utilizado para resolver este problema. Alguns inquiridos vão mais longe e sugerem a criação de uma identidade transfronteiriça comum através do ensino da história ou cul-tura comum, por exemplo.

Os inquiridos salientam ainda o papel dos meios de comunicação na promoção da cultura vizinha: o interesse e a curiosidade podem ser facilitados através do desenvol-vimento de meios de comunicação trans-fronteiriços ou da melhoria da cobertura das questões transfronteiriças por esses meios de comunicação. São também recomenda-das campanhas de informação geral.

Por último, ambos os obstáculos são tam-bém descritos por alguns inquiridos como sendo mais morosos e difíceis de resolver, embora, uma vez resolvidos, facilitas-sem a criação de soluções também nou-tras áreas, já que levariam a uma coopera-ção mais ativa.

«Criar ocasiões para conhecer os vizi-nhos em todos os domínios: escolas (inter-câmbios), trabalho (formação profis-sional conjunta, mercado de trabalho conjunto), lazer e vida privada (celebra-ções públicas).»

«Promover a atividade económica e o investimento nas áreas fronteiriças, bem como prestar maior atenção aos meios de comunicação locais que escrevem sobre a atualidade na área vizinha do outro lado da fronteira.»

«Mais incentivo à aprendizagem de lín-guas; mais projetos escolares e excursões ao outro país.»

«Empresas transfronteiriças de radiodifu-são televisiva (como a ARTE DE-FR).»

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Em associação com as várias perguntas sobre os obstáculos fronteiriços, foi tam-bém pedido aos inquiridos que dessem a sua opinião sobre a fronteira na sua região e a evolução da cooperação transfronteiriça ao longo da última década.

Como mostrado na figura 6, dois em cada três inquiridos consideram a fronteira como uma oportunidade, enquanto o outro terço está dividido, sobretudo entre vê-la como um obstáculo (14 %) e considerar que a fron-teira não tem qualquer importância (13 %).

Quando questionados sobre o desenvolvi-mento da cooperação transfronteiriça na região ao longo da última década, a figura 7 mostra que dois terços dos inquiridos acham que melhorou, ao passo que um em cada cinco pensam que não melhorou. Quase um quarto dos inquiridos afirmou não saber.

Em seguida, foi pedido aos inquiridos que expli-cassem as suas escolhas. As principais melho-rias indicadas foram:

CAPÍTULO 5 Opiniões sobre

a cooperação transfronteiriça

66%

14%

13%

5% 2% Não sei

Outro

Como algo sem importância

Como um obstáculo

Como uma oportunidade

Figura 6: Como vê a fronteira na sua região?

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 5: Opiniões sobre a cooperação transfronteiriça

Ɔ A perceção de um maior interesse e conhecimento das vantagens e da neces-sidade de cooperar, incluindo, por exemplo, um maior acesso aos dados transfronteiri-ços, laços mais estreitos entre as comuni-dades fronteiriças, bem como mais apoio político à cooperação.

Ɔ As competências gerais em torno da coo-peração transfronteiriça, especialmente no que diz respeito à coordenação, ges-tão/questões operacionais e, em alguns casos, integração dos objetivos políticos transfronteiriços nos assuntos «regulares»/domésticos. Há também mais cooperação entre as autoridades públicas, acordos e intercâmbios de ideias e experiências, in-cluindo visitas de estudo, intercâmbios de dados, formações transfronteiriças e projetos conjuntos.

Ɔ Mais eventos transfronteiriços e comuni-cação sobre a cooperação transfronteiri-ça, bem como mais visibilidade em torno dos projetos e programas. Houve também um aumento dos conhecimentos sobre as oportunidades de projetos transfron-teiriços, juntamente com um desenvolvi-mento substancial desses projetos numa variedade de áreas. Além disso, os parcei-ros adquiriram experiência na cooperação transfronteiriça e alargaram o âmbito das atividades.

Ɔ Mais possibilidades de financiamento e maior conhecimento das oportunidades de financiamento para iniciativas transfronteiriças, incluindo financiamento da UE, em que o Interreg em particular é mencionado frequentemente como um iniciador e facilitador específico da cooperação nas regiões fronteiriças.

Figura 7: Durante a última década, a cooperação transfronteiras melhorou na sua região?

66%

12%

22% Sim

Não

Não sei

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Em geral, o Interreg é frequentemente men-cionado como tendo sido uma força posi-tiva na cooperação transfronteiriça em toda a Europa. Além disso, em vários casos, o contexto nacional é considerado como tendo tido uma influência importante nas condições para a cooperação transfron-teiriça. Por exemplo, a adesão ao espaço Schengen e/ou a adesão à UE são descritas por alguns inquiridos como marcos impor-tantes que melhoraram significativamente as condições prévias para a cooperação transfronteiriça.

Por outro lado, são ainda necessárias melho-rias nas seguintes áreas:

Ɔ O nível de interesse na cooperação transfronteiriça é descrito, em alguns casos, como relativamente desigual entre os parceiros. São efetuados alguns comentários sobre a sustentabilidade da cooperação transfronteiriça, na medida em que são criadas ligações que depois não são mantidas a longo prazo através, por exemplo, de estruturas de cooperação permanentes ou ineficazes e inadequadas.

Ɔ São também tecidas críticas sobre o financiamento, na medida em que os procedimentos de candidatura são por vezes complicados e o financiamento para os projetos de cooperação está limitado aos programas da UE.

A crise económica é descrita, em geral, como tendo constituído um contexto negativo para a cooperação transfronteiriça. Em alguns casos, é mencionada como tendo resultado em atitudes «introspetivas». São também levantadas algumas preocupações sobre a «estagnação» ou até mesmo a diminuição do interesse na cooperação transfronteiriça. Além disso, alguns comentários específicos referiam a necessidade de maiores esforços de cooperação no setor empresarial, no sen-tido de concretizar o mercado único.

«Melhor análise sobre os problemas, ques-tões e necessidades transfronteiriços con-juntos. Melhor coordenação dos objetivos políticos a nível da UE, nacional e regio-nal (governação a vários níveis). Melhor integração das metas da política regional transfronteiriça.»

«Sem dúvida alguma, o alargamento e a diversificação do Interreg ao longo dos seus 25 anos de atividade melhoraram amplamente a cooperação transfronteiriça na maior parte das fronteiras europeias, apesar de ainda haver muito a fazer em todas elas.»

«O município não manteve nem promo-veu as ligações internacionais que tinha criado anteriormente.»

«A cooperação está limitada à implemen-tação de programas da UE que exigem um

foco temático. É difícil obter investimen-tos em infraestruturas de grande dimen-são, uma vez que as decisões sobre essa matéria exigiriam financiamentos da UE. Contudo, as prioridades políticas tendem a centrar-se nas áreas mais urbanas e de maior densidade populacional.»

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Este resumo dos resultados da consulta pública realizada pela DG REGIO mostra que, apesar da contribuição do Interreg para o desenvolvimento da cooperação transfronteiriça na UE, muitos obstácu-los nas regiões fronteiriças estão fora do seu alcance direto e colocam uma série de desafios distintos. Estes são, por vezes, pluridimensionais, o que significa que, por exemplo, a definição e origem de um obs-táculo diferem em natureza — por exemplo, em alguns casos, os sistemas inadequados de transportes transfronteiriços (enquadra-dos na categoria do acesso físico difícil) são

explicados como tendo origem numa falta de harmonização das normas técnicas (ao abrigo dos obstáculos jurídicos e adminis-trativos). Não obstante, vários obstáculos são referidos repetidamente — é evidente que os obstáculos jurídicos e administrati-vos são mencionados com maior frequência, independentemente do contexto ou do perfil dos inquiridos.

Contudo, os inquiridos apresenta-ram várias soluções para estes obs-táculos, indicando que, a longo prazo, deverão existir maiores oportunidades para superar ou, pelo menos, atenuar a maior parte dos obstáculos. Por con-seguinte, a «Cross-Border Review» irá agora centrar-se na análise, em maior profundi-dade, do grande grupo de obstáculos jurí-dicos e administrativos. As posições, ideias e sugestões apresentadas em resposta a esta consulta pública serão tidas em conta, juntamente com outros materiais reu-nidos durante o processo. O resultado final serão recomendações concretas sobre o que poderá ser feito para superar os obstáculos ainda existentes, apresentadas sob a forma

de um «documento de reflexão» previsto para 2017.

Esta consulta pública revela ainda que as barreiras linguísticas e o acesso físico difícil são também menciona-dos frequentemente como obstáculos. A grande importância dos entraves ao acesso físico neste inquérito confirma que o trabalho sobre a mobilidade transfron-teiriça é essencial nas regiões fronteiriças e que os planos, políticas e prioridades deve-rão ser melhor adaptados às necessidades específicas destas regiões. O mesmo pode ser dito acerca das barreiras linguísticas, que constituem um tema recorrente e transver-sal. As respostas sugerem que muitos dos obstáculos enfrentados pelas regiões fron-teiriças têm frequentemente origem numa falta de compreensão das línguas vizinhas, dificultando o acesso a informações, bem como num conhecimento sociocultural geral inadequado da sociedade vizinha. Isto recor-da-nos o facto de que as interações não acontecem num vácuo linguístico, sendo sim baseadas nos intercâmbios pessoais que poderiam ser facilitados por línguas seme-

CAPÍTULO 6 Conclusões

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Superar obstáculos nas regiões fronteiriças | CAPÍTULO 6: Conclusões

lhantes em natureza ou pela aprendizagem de línguas. Estes dois temas preponde-rantes podem ser considerados con-dições prévias básicas para o desen-volvimento das regiões fronteiriças. O facto de serem debatidos extensiva-mente nas contribuições para esta con-sulta pública sugere que não devem ser negligenciados e que a cooperação nes-tes domínios deve ser salvaguardada e promovida.

Por outro lado, a menção relativamente rara da falta de confiança como obstáculo nas regiões fronteiriças é animadora no sentido em que indica que há uma boa base para as regiões fronteiriças continuarem a efe-tuar progressos em matéria de cooperação. É especialmente encorajador o facto de a confiança, bem como as diferenças socio-culturais e as barreiras linguísticas, cons-tituírem um problema ainda menor para aqueles que atravessam a fronteira com maior frequência. Sugere que a maior intera-ção com o lado vizinho da fronteira anda de mãos dadas com uma melhor compreensão. E, mesmo que seja difícil dizer o que vem pri-

meiro, incentiva a promoção dos intercâm-bios o máximo possível. Isto é também sus-tentado pela solução muitas vezes proposta para uma perceção de falta de confiança e diferenças socioculturais, que consiste na participação em projetos de intercâmbio cul-tural e linguístico.

A consulta revela também um grupo relati-vamente grande de inquiridos que entendem a falta de interesse das autoridades públicas em colaborar como um obstáculo fronteiriço em si mesmo. Apesar de poder ser ape-nas uma perceção e não a realidade, deverá funcionar como uma chamad a de atenção em termos dos esforços de comunicação efetuados pelas autorida-des públicas envolvidas na cooperação transfronteiriça. Há também necessidade de um maior diálogo entre os diversos níveis da administração pública, já que muitas res-postas indicam uma perceção de discrepân-cia entre as prioridades das comunidades fronteiriças e as dos níveis superiores da administração pública.

Possivelmente, as respostas a esta consulta não serão surpreendentes para aqueles que estão envolvidos na cooperação trans-fronteiriça — a maior parte dos obstáculos indicados são já bem conhecidos e um vasto grupo de intervenientes está já a envidar diariamente esforços generalizados para tentar solucioná-los. Mas, se forem bem utilizados, estes resultados podem propor-cionar um ponto de partida construtivo para o relançamento do debate sobre como agir no futuro.

Podemos também vê-los como sendo animadores para o trabalho futuro. O grande número de obstáculos men-cionados e as soluções propostas cor-respondentes mostram que existe uma enorme vontade de melhorar e inten-sificar a cooperação transfronteiriça em toda a Europa. Por conseguinte, a DG REGIO gostaria de terminar este relatório de síntese agradecendo a todos os que partici-param pelo seu contributo valioso para este exercício.

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SAIBA MAIS

NOTAS DE RODAPÉ

(1) Para mais informações sobre a exposição itine-

rante dos quadros superiores, visite: http://ec.eu-

ropa.eu/regional_policy/pt/policy/cooperation/

european-territorial/cross-border/review/#1

(2) REGIO-CONSULTATION-BORDER-OBSTACLES@

ec.europa.eu

(3) Entre os 38 inquiridos que selecionaram «outro»

como país de residência, ou que não responderam:

- seis são organizações pan-europeias, pelo que

lhes foi pedido para não responderem;

- 24 indicaram o nome de um país da UE, ou uma

região ou cidade situada num país da UE na caixa

de resposta aberta: 4 DE, 4 FR, 4 RO, 2 NL, 2 PL, 2

UK, 1 GR, 1 LV, 1 FI, 1 HU, 1 LT, 1 PT

- cinco são provenientes de fora da UE: dois da

antiga República jugoslava da Macedónia, um

dos Estados Unidos da América, um da Bósnia-

Herzegovina e um da Geórgia

- três deram o nome de uma região/programa

transfronteiriço: 1 ES/PT, 1 IE/UK, 1 FR/CH.

(4) Isto pode ser comparado com os resultados do

Eurobarómetro Flash n.º 422, em que 47 % dos

residentes entrevistados nas regiões fronteiriças

nunca viajaram para o outro lado da fronteira.

Para mais informações, consulte: http://ec.europa.

eu/regional_policy/pt/policy/cooperation/

european-territorial/cross-border/#5

(5) Em comparação, o Eurobarómetro Flash n.º 422

mostrou que 31 % das pessoas que vivem nas

regiões fronteiriças da UE têm conhecimento das

atividades de cooperação transfronteiriça financiadas

pela UE. Isto pode ser explicado pelo facto de os

inquiridos da consulta pública terem contribuído

numa base voluntária, enquanto a metodologia

do Eurobarómetro envolveu a entrevista de uma

amostra selecionada aleatoriamente de residentes

nas regiões fronteiriças. Nesta consulta pública, 19 %

dos inquiridos afirmaram que não tinham ouvido falar

da Cooperação Territorial Europeia ou do Interreg.

(6) Esta pergunta só era aplicável aos indivíduos

(cidadãos e trabalhadores por conta própria) e às

empresas.

(7) O Eurobarómetro Flash n.º 422 mostra também

níveis elevados de obstáculos jurídicos e

administrativos declarados pelos residentes

nas regiões fronteiriças onde a mobilidade

transfronteiriça é elevada.

(8) Esta pergunta só era aplicável aos indivíduos e às

empresas. As razões para atravessar a fronteira

não eram mutuamente exclusivas; os inquiridos

podiam selecionar mais do que uma.

(9) Todas as citações nesta brochura foram traduzidas

para este efeito, independentemente da língua

original da resposta.

Ligações úteis:

The Cross-Border Review: http://ec.europa.eu/regional_policy/pt/policy/cooperation/euro-pean-territorial/cross-border/review/#1

Interreg: http://ec.europa.eu/regio-nal_policy/pt/policy/cooperation/european-territorial/

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• mais do que um exemplar/cartazes/mapas: nas representações da União Europeia (http://ec.europa.eu/represent_pt.htm); nas delegações em países fora da UE (http://eeas.europa.eu/delegations/index_pt.htm); contactando a rede Europe Direct service (http://europa.eu/europedirect/index_pt.htm) or ou pelo telefone 00 800 6 7 8 9 10 11 (gratuito em toda a UE) (*).

(*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a maior parte das chamadas, embora alguns operadores, cab-

ines telefónicas ou hotéis as possam cobrar).

Publicações pagas:

• via EU Bookshop (https://bookshop.europa.eu).

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ISBN 978-92-79-57370-5doi:10.2776/092859

KN-04-16-266-PT-N