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Este Manual foi realizado por: Mattia Donadel;Eliana Caramelli; Cristian Carraretto; Alessandro De Pol; Alessandra Vivona; Valentina Zanfini; Daniele Bandoni; Francesco Grazzi; Marco Bianchi; Francesca Sandonà. Comune di Bologna Settore Ambiente e Verde Urbano Tradução Aurora Narciso Design gráfico, ilustração e layout de: Gabriele Soave Dezembro de 2007 www.echoaction.net Adaptação Pedro Oliveira João Barroso Helena Costa

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Este Manual foi realizado por:

Mattia Donadel;Eliana Caramelli;Cristian Carraretto; Alessandro De Pol;Alessandra Vivona; Valentina Zanfini;Daniele Bandoni; Francesco Grazzi;Marco Bianchi; Francesca Sandonà.

Comune di BolognaSettore Ambiente e

Verde Urbano

TraduçãoAurora Narciso

Design gráfico, ilustração e layout de:Gabriele SoaveDezembro de 2007 www.echoaction.net

AdaptaçãoPedro OliveiraJoão BarrosoHelena Costa

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AvisoA responsabilidade dos conteúdos desta publicação é exclusiva dos seus autores. Nãorepresenta a opinião da Comunidade Europeia. Os autores e a Comissão Europeia nãosão responsáveis pelo uso que possa ser feito das informações aqui contidas.

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1PREFÁCIO

PREFÁCIO

Oprojecto ECHO ACTION visou sensibilizar e envolver, a uma escala europeia, duas mil famí-lias num processo activo de alterar os seus estilos de vida e padrões de consumo energéti-

cos, abarcando o domínio das tecnologias de elevada eficiência, o aumento na utilização deenergias renováveis e de soluções alternativas para a mobilidade pessoal.

O principal objectivo foi envolver de forma voluntária e participativa cidadãos e parceiros económi-cos na criação de planos energéticos locais através da implementação de acções de sensibiliza-ção dirigidas à redução dos consumos de energia, ao aumento de fontes renováveis de energia eao seu uso mais eficiente.

O projecto está organizado em dois eixos de actuação, por um lado envolve cidadãos e famílias,os consumidores finais de modo a optimizar a procura; por outro, abarca produtores, distribuido-res, fornecedores de serviços, de tecnologias energéticas e actores financeiros que possam res-ponder às exigências do uso racional de energia (energia e poupança), às exigências de sistemasde energia renovável e às exigências de esquemas financeiros específicos.

Durante o desenrolar deste projecto, indicou-se às famílias participantes, soluções concretas.Estas soluções abrangeram quer sistemas técnicos disponíveis no mercado local quer os esque-mas financeiros que visem a poupança energética e a produção própria de energia, especifica-mente para o uso privado de energia (aquecimento e electricidade) e para a mobilidade pessoal.

COMO FUNCIONOU?

As famílias foram divididas em grupos locais com base em condições específicas, escolhidaspor todas as cidades participantes (pessoas que vivem no mesmo edifício de apartamentos,

região ou aldeia; grupos de colegas de trabalho, etc.) de acordo com as necessidades locais ecom os níveis de envolvimento esperados.Este projecto previu três níveis de acção:

► 1° nível: revisão crítica de comportamentos e reorientação dos consumos► 2° nível: melhorias de baixo custo, fáceis de concretizar► 3° nível: melhorias substanciais na habitação, na mobilidade pessoal ou na realização de ac-

ções de interesse comum.

Todas as acções realizadas contribuíram para os objectivos do projecto, mas terão igualmente,valor como exemplo a seguir para toda a sociedade.

O PROJECTO ECHO ACTION“ENERGY-CONSCIOUS HOUSEHOLDS IN ACTION”

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PREFÁCIO2

QUAIS OS PRINCIPAISRESULTADOS

Os principais resultadosserão

► Implementar as acçõesde primeiro e segundonível (reorientação decomportamentos emelhorias de baixocusto);

► A realização de inter-venções substanciaisde terceiro nível, empelo menos 10% dasfamílias envolvidas noprojecto, em cada ci-dade participante, pre-vendo-se atingir umtotal de poupança deenergia de 600 MWhpor ano, de 625 tone-ladas equivalentes depetróleo por ano e de1 500 toneladas deCO2 evitadas por ano;

► Acriação de redes lo-cais de agentes comer-ciais especializados(fornecedores, distri-buidores e instaladoresde tecnologia URE &ER), facilmente acessí-veis às famílias partici-pantes através das“Páginas Amarelas”;

► A criação de, pelomenos, dez grupos deaquisição para nego-ciar melhor os preçosde mercado de tecno-logias específicas;

► O desenvolvimento deuma rede sólida de, nomínimo, quarentacidades como cidades“observadoras”.

CIDADES ENVOLVIDASNO PROJECTO?

Bulgária, Bourgas

Alemanha, Berlim

Itália, Bolonha

Itália, Capannori

Itália, Veneza

Lituânia, Kaunas

Portugal, Sintra

Suécia, Karlstad

Grã-Bretanha, Londres

O MANUAL

Este manual pretende serum guia para os vários

temas relacionados com aenergia. Questões como a efi-ciência energética, energiasrenováveis, a utilização deenergias nas habitações, amobilidade serão aqui aborda-das. Serão dados tambémconselhos e sugestões parauma correcta e racional utiliza-ção de energia nas nossascasas e na mobilidade.A primeira parte deste manualé dedicada às medidas debaixo custo que podem ser im-plementadas facilmente comvista a redução dos consumose consequentemente dos cus-tos com a energia.Na segunda parte do manual,apresentam-se soluções comcustos mais elevados em quese identifica algumas soluçõestécnicas existentes no mer-cado, intervenções específicase alguns materiais.

Para mais informações con-sulte os siteswww.echoaction.net ewww.ames.pt

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INTRODUÇÃO 3

INTRODUÇÃO

OS RECURSOS DE ENERGIAESTÃO A ESGOTAR-SE

Os nossos estilos de vida e hábitos basei-am-se no uso de fontes de energia primá-

rias, definidas como não renováveis oucombustíveis fósseis (carvão, petróleo, gásnatural).A utilização de combustíveis fósseis, de acordocom os nossos níveis de produção, vai esgotar--se em poucas décadas.A factura energética dos combustíveis temvindo a sofrer um crescimento significativo, namedida em que, para além de acompanhar oaumento do consumo, é dependente de facto-res exógenos, nomeadamente aqueles queprovocam as variações dos preços das maté-rias-primas. Desde 1998 que o preço do barrilde petróleo não pára de crescer.

O consumo dos recursos, o aumento dos cus-tos de extracção e o facto de as fontes estarem

localizadas em países geo-politicamente instá-veis provoca um forte aumento do preço do pe-tróleo (cerca de 140 dólares por barril emJunho de 2008).

A estes factores devemos também juntar o pro-blema das emissões dos gases com efeito deestufa (GEE). A utilização de combustíveis fós-seis é uma das principais causas de emissõespara a atmosfera de dióxido de carbono (CO2),que é o mais significativo dos GEE.

Com a ratificação do Protocolo de Quioto(acordo internacional para redução de GEE,que estará em vigor no período de 2008 a2012), a União Europeia comprometeu-se auma redução de emissões de 8%, relativa-mente aos valores de 1990 (ano base). Noacordo de partilha de responsabilidades entreos vários Estados-Membros, ficou estabelecidoque Portugal poderia aumentar as suas emis-

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INTRODUÇÃO4

sões até 27% (relativamente ao ano base) du-rante o período de cumprimento do Protocolo.

De acordo com os últimos dados, Portugal teveum incremento de emissões de aproximadamente40% (comparativamente às emissões de 1990), oque ultrapassa significativamente o limiar que foiimposto, implicando um esforço acrescido na re-dução da intensidade carbónica da economia por-tuguesa.

Esta questão é urgente e não pode esperar poruma solução.

A SITUAÇÃO NO PAÍS

P ortugal é um país com escassos recursosenergéticos próprios, nomeadamente aque-

les que asseguram a generalidade das necessida-des energética da maioria dos paísesdesenvolvidos (como petróleo, carvão e gás).

Tal situação de escassez conduz a uma elevadadependência energética do exterior (84,1% em2006), sendo o país fortemente dependente dasimportações de fontes primárias de origem fóssil,e com uma contribuição das energias hídrica(muito dependente da condições climatéricas), eó-lica, solar e geotérmica, biogás e de biomassa,que importa aumentar.

O consumo de energia em Portugal tem mantidoum crescimento elevado ao longo dos últimosanos, relacionado não só com o progresso econó-mico e social que se tem verificado nas últimasdécadas, mas também com a elevada ineficiênciaenergética devida ao grande crescimento de con-sumos no sector doméstico, serviços e transpor-tes.

As mais altas taxas de consumo têm sido verifica-das sobretudo nos edifícios e transportes, por ra-zões que se ligam directamente com o tipo decomportamento dos cidadãos, bem como à ausên-

cia de políticas coerentes sobre ordenamento doterritório e energia.

Os edifícios são responsáveis por mais de 60%de toda a energia eléctrica disponibilizada ao con-sumo.

Assim sendo, se a electricidade é um problema deemissões de CO2, os edifícios devem ser parte dasua solução.

É necessário alterar hábitos e padrões de con-sumo, com instrumentos e medidas que incenti-vem os cidadãos a melhores opções energéticase ambientais.

COMUNIDADES ENERGETICAMENTESUSTENTÁVEIS

A promoção de comunidades energetica-mente sustentáveis (onde as autoridades lo-

cais, os agentes económicos e os cidadãoscolaboram activamente para a implementação deserviços energéticos altamente descentralizados,promovendo o uso de energias renováveis e aaplicação de medidas de eficiência energética emcada uso final) não é apenas numa questão am-biental, mas visa também uma maior equidade nadistribuição e segurança no acesso aos recursos.

Consequentemente, é necessário agir aos níveisda política e da economia para promover:

A poupança de energia, entendida como reduçãode consumos a partir dos nossos hábitos e dasnossas aquisições, bem como a Eficiência Ener-gética obtida pela adopção de tecnologias e siste-mas que permitam um uso optimizado das fontesde energia.

Sistemas de energias renováveis, uma soluçãonecessária para evitar a exaustão das fontes dis-poníveis, mas justificada também com a integra-ção de acções de poupança de energia.

Note-se que o crescimento médio de eficiênciaenergética, quer na produção quer no uso final, eda redução do consumo, individual e colectivo, re-presenta em si mesmo uma preciosa fonte deenergia. Para além disso, representa um pré-re-quisito para um desenvolvimento adequado de re-cursos renováveis, que actualmente são maiscaros que os fósseis.

Consumo de energia primária em Portugal (%)

Petróleo 55,2Carvão 12,8Gás Natural 13,9Energias Renováveis 18,1

Total 100Dados de 2006 – Fonte DGEG

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR 5

PARA COMEÇAR….

UNIDADES DE ENERGIA E OS SEUS MÚLTIPLOS

Unidade de Base x 1 000 x 1 000 000 x 1 000 000 000

1 Joule (J) 1 QuiloJoule (kJ) 1 MegaJoule (MJ) 1 GigaJoule (GJ)

1 caloria (cal) 1 Quilocal (kcal) 1 Megacal (Mcal) 1 Gigacal (Gcal)

1 Watthora (Wh) 1 QuiloWatthora (kWh) 1 MegaWatthora (MWh) 1 GigaWatthora (GWh)

Para o Sistema Internacional (SI), a unidadede energia é o Joule (J), quando falamos

em energia eléctrica a unidade é o Quilowatt-hora (kWh).

O Joule é uma pequena quantidade, por issousamos frequentemente os seus múltiplos, taiscomo o Megajoule (MJ), um milhão de joules(106), e o Gigajoule (GJ), um bilião de joules(109).

Uma outra unidade para a energia é a caloria(cal) que é definida como a quantidade de calornecessária para aumentar de 14,5 a 15,5ºC amassa de uma grama de água que se encontre

no nível médio da água do mar.Quando avaliamos uma grande quantidade deenergia, tal como o consumo eléctrico de umaindústria ou de uma grande cidade ou região,usamos o tep, isto é, a quantidade equivalentede energia produzida pela queima de mil quilosde petróleo.

Um tep é o mesmo que 42 GJ e que 11,63MWh.

Cada tipo de combustível tem o seu próprio“poder calorífico”, isto é, a quantidade de ener-gia produzida pela queima de um quilogramaou um metro cúbico desse mesmo combustível.

ALGUMAS EQUIVALENCIAS

Amedida para a potência eléctrica é o Watt(W) e os seus múltiplos comuns são o qui-

lowatt (1 kW = 1 000 W), o Megawatt(1 MW = 1 000 000 W).

Um Watt é o mesmo que 1 (kcal/h) *1,163,assim, por exemplo, uma caldeira a vapor de25 000 kcal/h é uma caldeira de 29 kW deenergia (25 000 kcal/h x 1,163 = 29 000 W).

1 kJ = 0,24 kcal = 0,000278 kWhcorresponde à energia contida

em 0,06 g de açúcaro

1 kcal = 4186.8 J = 0,00116 kWhcorresponde à energia contida

em 8 g de petróleo.

1 kWh = 3,6 MJ = 860 kcalcorresponde à energia contida

em 8 g de petróleo.

1 tep = 41,9 GJ = 11 628 kWh = 10 000 Mcalcorresponde ao consumo anual de2-3 famílias da Europa ocidental.

MEDIR A QUANTIDADE DE ENERGIA E POTÊNCIA

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6 CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR

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Tipo deCombustível

Poder Calorífico(MJ/ Kg)

FACTOR DE EMISSÃO DEGASES DE EFEITO DEESTUFA (KGCO2E/GJ)

Metano 50 54,9

Gasóleo 42,3 74

GPL 46 046 63

Lenha 11,6 0

Querosene 43,8 71,8

A ENERGIA CONTIDANOS COMBUSTÍVEISE AS EMISSÕES DE CO2

Amaior parte da energia que usamosprovém de combustíveis fósseis, por

exemplo, o petróleo e os seus derivados, ocarvão, o gás natural. Todos estes combustí-veis são ricos em carbono. Durante a fase decombustão, o carbono combina-se com o oxi-génio formando o CO2, um dos principaisresponsáveis do chamado “efeito estufa”.

Todos os combustíveis caracterizam-se peloseu poder calorífico, a quantidade de calorque se obteria pela queima completa de 1 kgou 1 m3 do mesmo. Como exemplo, a partirde 1 kg de gasóleo obtém-se 42,3 MJ; de 1kg de metano obtém-se 50 MJ. Na tabela se-guinte encontram-se alguns dados sobre aenergia calorífica dos combustíveis mais co-muns.

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Numa habitação, a energia é usada paramúltiplas actividades: a energia é transfor-

mada a partir de vários dispositivos de modo asatisfazer todas as nossas exigências. Os equi-pamentos não são mais do que electrodomésti-cos, a caldeira para aquecer no Inverno e parauso de águas quentes, as lâmpadas, etc.

Sempre que utilizamos energia transformando--a, por exemplo, da corrente eléctrica em ilumi-nação, de gás em aquecimento, nesta transfor-mação uma parte da energia perde-se semqualquer possibilidade de recuperação (per-das). Trata-se de um fenómeno físico impossí-vel de evitar, é como uma espécie de taxa quesomos obrigados a pagar à natureza.

Dentro de determinados limites, melhorando astecnologias dos equipamentos, podemos toda-via, reduzir esta taxa e obter maiores benefí-cios, isto é aumentar o desempenho. Amelhoria do desempenho significa lidar com oconceito de eficiência, ou seja a relação entre aenergia efectivamente usada e o valor energé-tico exigido. Uma das causas do enorme con-sumo energético deve-se seguramente ao usode tecnologias ineficientes na produção, distri-buição e uso final de energia.

Um outro aspecto fundamental é a poupançade energia, consequentemente a atenção dis-pensada por todos ao uso de energia e recur-sos, um exemplo disso é deixar a torneiraaberta enquanto se lava os dentes, acção queenvolve um desperdício desnecessário de águae de gás; neste caso, um simples gesto da mãoreduz os consumos sem comprometer o bem--estar.

Para usar uma metáfora simpática, a nossacasa pode ser representada por um baldeesburacado em que temos de garantir um de-

terminado nível de água. Para atingir este ob-jectivo é possível seguir duas vias:

1. Abrir a torneira e continuar a encher o baldepara compensar as perdas de água pelosburacos;

2. Preferir agir sobre o balde, tapando todos osburacos e em seguida abrir a torneira demodo a compensar a perda reduzida deágua.

Obviamente a segunda opção é a mais cor-recta, pois a primeira alimenta o desperdício eo consumo energético desnecessário.

Nas nossas habitações, a água representa todaa energia que utilizamos (térmica, eléctrica,mecânica, etc.), os buracos são todos os des-perdícios energéticos que acontecem atravésda envolvente (paredes, coberturas, janelas) oucausadas pelo uso de sistemas pouco eficien-tes ou, também, devido a comportamentos dedesperdício.

Deste modo, para fechar os “buracos” do nosso“balde” devemos poupar energia, prestandomais atenção aos nossos gestos diários, à me-lhoria da eficiência tecnológica da habitaçãoonde vivemos, aos electrodomésticos, às pare-des e cobertura, ao sistema de aquecimento,etc. A poupança e a eficiência energética cons-tituem as chaves para reduzir o impacto nomeio ambiente, mas também nas contas apagar.

Tornarmo-nos conscientes de quanto é consu-mido constitui um passo importante para mudar-mos os nossos hábitos. As tabelas que seseguem apresentam alguns dados úteis como re-ferências em termos de recursos e de despesas.

CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR 7

1

Quando falamos de energia nas nossas habitações referimo-nos à soma da energia usada parao aquecimento/arrefecimento e consumo eléctrico. A área residencial e comercial representa

30% dos consumos nacionais de muitos países e é responsável pela emissão de aproximada-mente 18% de CO2.

ENERGIA EM CASA

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR8

1

CONSUMO ELÉCTRICO E CUSTO MÉDIO MENSAL DE ALGUNS ELECTRODOMÉSTICOS, SEGUNDO O ESTUDODA ADENE “EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EQUIPAMENTOS E SISTEMAS ELÉCTRICOS NO SECTOR RESIDENCIAL”.

Tipo de electrodoméstico Consumo kWh/ano Euros/ano (*)

FRIGORÍFICO 380 43,4

CONGELADOR 625 71,4

MÁQUINA DE LAVAR LOUÇA 396 45,3

MÁQUINA DE LAVAR ROUPA 240 27,4

FORNO ELÉCTRICO 306 34,9

COMPUTADOR 200 22,8

AUDIOVISUAL 335 38,3

ILUMINAÇÃO 500 57,1

(*) CUSTO MÉDIO kWh: € 0,1143 – TARIFA SIMPLES DA EDP PARA CLIENTES FINAIS EM 2008

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR 9

1

O CONSUMO ENERGÉTICO (EM LITROS DE PETRÓLEO) E CONSUMO DE ÁGUAPARA PRODUZIR A ÁGUA QUENTE SANITÁRIA POR PESSOA E POR ANO

Litros de petróleo Litro de água

Duche 320 25 000

Casa de banho 620 50 000

Torneira tradicional 240 44 000

Torneira com redutor de fluxo 150 23 400

Máquina de lavar roupa tradicional 55 4 700

Máquina de lavar roupa de baixoconsumo 40 2 600

Máquina de lavar louça tradicional 250 7 300

Máquina de lavar louça compoupança energética 160 3 650

EXEMPLOS DE QUANTIDADE DE EMISSÕES DE CO2 NUM ANO, EM CONDIÇÕES STANDARD DE UTILIZAÇÃO

Exemplos Emissões de CO2 por ano

Edifício de dimensão média bem isolado 2 500 Kg CO2 por apartamento

O mesmo edifício sem isolamento 4 200 kg

Termoacumulador ligado durante 6 horas 1 000 kg

Termoacumulador sempre ligado 2 100 kg

Sistema de aquecimento a 18°C 2 900 kg

Sistema de aquecimento a 22°C 3 600 kg

Lâmpada fluorescente 210 kg

Lâmpada incandescente 360 kg

Máquina de lavar louça com programaçãode poupança energética a 30°C 250 kg

Máquina de lavar louça com programaçãonormal a 90°C 360 kg

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O FRIGORÍFICO

► Não colocar o frigorífico perto de fontes de calor (janelas, fornos).► O frigorífico deve estar afastado pelo menos 5 cm da parede para pro-

mover o arejamento do condensador.► Limpar a grelha traseira pelo menos 1 vez por ano.► Verificar periodicamente o estado da borracha da vedação das portas.► Descongelar periodicamente o equipamento.► Arrumar os alimentos de um modo organizado deixando espaço junto às paredes.► Nunca introduzir alimentos quentes dentro do frigorífico/congelador.► A temperatura ideal de conservação dos alimentos no frigorífico é de 3 a 5º C e no

congelador de -3 a -18ºC.► Deve fechar sempre bem a porta do frigorífico e evitar aberturas desnecessárias e prolon-

gadas.► Quando se ausentar por períodos prolongados desligar ou regular o termóstato para o

mínimo.

MÁQUINA DE LAVAR E SECAR ROUPA

► Utilizar sempre a máquina com a carga recomendada.► Se lavar pouca roupa, usar a função “meia carga”, mas atenção

duas “meias cargas” não consomem menos energia que uma cargacompleta.

► Preferir programas com temperaturas mais baixas (30 a 40ºC).► Prescindir da função de pré-lavagem.► Se tiver que usar a máquina de secar roupa, preferir as máquinas

que usam sensor de humidade ou temporizador.

CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR10

1

Tal como dissemos anteriormente, existem comportamentos adequados que conduzem a umaredução significativa dos consumos, utilizando a energia de uma forma mais eficiente. Conse-

quentemente, podemos melhorar a eficiência sem adquirir novos equipamentos, mas apenasprestando atenção a pequenos gestos..

► Para começar, é bom registar num caderno todas as semanas ou meses os consumos de gás,electricidade e água. Ter consciência dos consumos ajuda a modificar o estilo de vida.

ENERGIA ELÉCTRICA

Para todos os equipamentos eléctricos, deve:► Desligá-lo sempre se não está a utilizá-lo;► Desligar também, o modo de standby sempre que não o use o equipamento durante um

período de uma hora.

COMO POUPAR ENERGIA A CUSTO ZERO

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR 11

1

► Colocar a máquina de secar roupa num local arejado.► Colocar a roupa bem torcida no secador.► Maiores velocidades de centrifugação, secam mais rapidamente a roupa► Privilegie a secagem da roupa no estendal – secagem a custo zero

MÁQUINA DE LAVAR LOIÇA

► Utilizar sempre a máquina com a carga completa.► Evitar a pré-lavagem quando a seguir se vai realizar uma lavagem.► Passar a loiça por água fria antes de a colocar na máquina.► Utilizar programas mais curtos e com temperaturas mais baixas.► Eliminar o programa de secagem por ar quente, principalmente no

Verão.

FORNOS E FOGÕES

► Evitar abrir o forno quando este se encontra em funcionamento.► Desligar sempre o forno um pouco antes do cozinhado estar pronto, apro-

veitando deste modo o calor residual.► Verificar se a porta do forno se encontra bem vedada.► Nos fogões a gás deve utilizar uma intensidade de chama adequada.► Verificar se o fogão está a realizar uma boa combustão, chama uniforme,

de cor azul e que se propaga por todos os orifícios.► Os bicos devem estar sempre bem regulados e não devem estar obstruí-

dos, evitando uma má combustão.► O utilizar um fogão eléctrico, a placa eléctrica não deve ser maior que a base da panela

ou tacho.► Mantenha a tampa da panela/tacho enquanto cozinha.► O uso de recipientes de cerâmica ou vidro permite baixar a temperatura necessária ao

cozinhado, estes materiais retêm melhor o calor.► Utilize panelas/tachos com fundos difusores.► Utilize frequentemente a panela de pressão.

SISTEMA DE ILUMINAÇÃO

► Ao mobilar a casa deve-se avaliar a disposição e a quantidade de pontos de luz relativa-mente à sua utilização em cada divisão. Para iluminar correctamente uma divisão, utilizelâmpadas com potência adequada às necessidades do local e tipo de utilização.

► Sempre que possível, privilegie a iluminação natural.► Pinte a habitação com cores claras, ajuda a reflectir a luz.► Não esqueça de apagar a iluminação nas divisões que não estão a ser

utilizadas.► De manhã, abra as cortinas em vez de ligar a iluminação.► Limpe periodicamente as lâmpadas.► Adquira candeeiros que permitam uma boa iluminação por forma a evitar

a utilização de lâmpadas com uma maior potência.

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ENERGIA TÉRMICA

► Para aquecer a habitação no Inverno, aproveite os dias de sol, abrindo osestores e persianas e fechando-os durante a noite para evitar perdas decalor

► Cortinados mais espessos junto às janelas ajudam a manter a casa maisquente

► Programe o tempo de aquecimento dos equipamentos.► Não ligue e desligue repetidamente o sistema de aquecimento.► Regule o termóstato para uma temperatura mais baixa: uma boa tempera-

tura pode ser 17-18°C, que pode proporcionar uma temperatura confortá-vel; durante a noite os 16°C são suficientes.

► Mantenha os equipamentos de aquecimento das divisões que não estão aser utilizadas desligados, fechando as portas para evitar desperdícios.

► Não mantenha as janelas abertas durante muito tempo nos dias frios: sehouver demasiado calor, adapte o termóstato em vez de abrir as janelas.

► Para fazer circular o ar, é melhor abrir as janelas durante 5-10 minutos,ao invés de manter as mesmas parcialmente abertas durante longos pe-ríodos, se possível efectuar esta operação durante as horas mais quentesdo dia.

ARREFECIMENTO NO VERÃO

► Lembre-se que as cores claras reflectem o calor e que as escuras o absorvem.► Feche as cortinas e os estores durante o dia para bloquear a entrada da luz solar, espe-

cialmente nas janelas viradas para sul ou para oeste► Não deixe portas e janelas abertas quando o equipamento de frio estiver a funcionar;► Abra as janelas à noite para deixar entrar o ar fresco.► Apague as luzes que não são necessárias.

CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR12

1

TV, COMPUTADOR E OUTROS EQUIPAMENTOS COM BATERIA

► No seu PC, defina uma opção de “poupança de energia”.► Desligue o monitor quando faz pausas superiores a 15 minutos.► Desligue o computador se não o utilizar durante pelo menos uma

hora, a ideia de que ligar e desligar o computador frequentementepode danificá-lo é falsa.

► Não esqueça de retirar da tomada os dispositivos de recarga (porexemplo o carregador de telemóvel) logo que a cargaesteja completa. Na realidade, mesmo que as baterias nãoestejam ligadas, o transformador continua a trabalhardesnecessariamente e a desperdiçar energia.

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR 13

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Se já temos um comportamento adequado e a preocupação de reduzir os desperdícios, então opasso seguinte é tentar melhorar a eficiência da nossa habitação actuando sobre a sua estru-

tura, sistemas e equipamentos.As intervenções estruturais, geralmente, exigem o investimento de elevadas quantias, tal comoexplicaremos posteriormente. Todavia, é possível adoptar dispositivos técnicos simples e inteli-gentes para conter os custos. Estas acções de baixo custo, são facilmente reembolsadas num pe-ríodo de tempo relativamente curto através da energia que é poupada.

INTERVENÇÕES AO NÍVEL DOS EQUIPAMENTOS ELÉCTRICOS

ELECTRODOMÉSTICOS► No momento da aquisição de qualquer electrodoméstico, escolha os modelos de alta efi-

ciência (classe A ou superior). Estes equipamentos podem ter um preço inicial mais ele-vado mas o que vai poupar ao longo do tempo de vida dos equipamentos paga, numcurto período de tempo, o investimento inicial;

► Para as máquinas de lavar, é melhor adquirir as que utilizam menos água e, consequen-temente, menos energia para o seu aquecimento. Para além disso, se a máquina estiverpreparada com um sistema de entrada de água quente, é possível fornecer água quentede forma mais eficiente, em vez do vulgar dispositivo eléctrico.

► Os modelos com lavagem e secagem são confortáveis, mas consomem muita energia.Em relação às máquinas de lavar loiça, estas recomendações também se aplicam.

► Para os fornos, a função de auto-ventilação é aconselhável porque favorece uma distri-buição uniforme do calor.

► No caso dos frigoríficos, deve-se estimar cuidadosamente a capacidade do mesmo emrelação às necessidades da família: os de 100-150 litros são bons para uma pessoa, osde 220-280 litros para 2 pessoas, os de 300 litros e capacidade superior são adequadospara mais de 4 pessoas.

► Para os equipamentos de ar condicionado, se não existirem exigências específicas (apresença de idosos ou de crianças na família, por exemplo), é melhor evitar a sua instala-ção; de qualquer modo, é importante adquirir modelos de alta eficiência.

► Evitar a instalação de equipamentos eléctricos para aquecimento de água ou então, uti-lizá-los se estritamente necessário. Os equipamentos eléctricos deste tipo apresentamconsumos muito elevados.

ACÇÕES DE BAIXO CUSTO PARA POUPAR ENERGIA

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR14

1

ILUMINAÇÃO► Troque as lâmpadas incandescentes pelas de baixo consumo. Este tipo de lâmpadas

duram muito mais tempo e apresentam uma maior eficiência luminosa. Com efeito, trans-formam em luz 20% da electricidade consumida comparativamente com os 4% das lâm-padas de filamentos tradicionais.

► Nas divisões da habitação com menor utilização ou no jardim, podem ser instalados sen-sores de presença que apenas são accionados quando revelam a presença de alguém.

OUTROS EQUIPAMENTOS► Nas zonas da habitação em que existam pequenos electrodomésticos em grande nú-

mero, é boa prática instalar uma extensão de várias tomadas com interruptor. Este sis-tema permite, com um único gesto, desligar durante a noite ou quando ninguém está emcasa todos os equipamentos de uma só vez, evitando desta forma os consumos standbye fantasma.

► As pilhas recarregáveis são mais convenientes do que as descartáveis.► Entre as pilhas descartáveis, é preferível utilizar as alcalinas que garantem melhor de-

sempenho.

INTERVENÇÕES AO NÍVEL TÉRMICO

► Isolar a caixa dos estores e instalar painéis isolantes e reflectores de calor atrás dos ra-diadores.

► Colocar isolamento térmico nas paredes pelo exterior ou interior.► Calafetar portas e janelas.► Utilizar toldos para o ensombramento.► Aplicar películas reflectoras nos envidraçados.► Isolar as paredes com caixa-de-ar: quando as paredes apresentam caixa-de-ar, é possí-

vel preenchê-las com material isolante (por exemplo, argila expandida). É uma forma fácile económica para reduzir os consumos térmicos.

► Isolar sótãos e águas-furtadas: a cobertura é um dos elementos da habitação através doqual há mais desperdício de energia; em muitos casos, sem se agir na cobertura, massimplesmente aplicando no pavimento do sótão painéis de isolamento térmico ou outrosmateriais, pode obter-se uma razoável poupança de energia.

► Instalar válvulas termostáticas nos radiadores.► Equipar a habitação com termóstatos para programar o aquecimento ambiente.► Em caso da existência de sistema de aquecimento central, deve-se instalar um sistema

de contagem para cada utilizador.

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR 15

1

EXEMPLO 1 – SUBSTITUIÇÃO DAS LÂMPADAS TRADICIONAIS PELAS DE BAIXOCONSUMO

O custo de uma lâmpada de baixo consumo é compensado em aproximadamente um ano.

LÂMPADAS DEINCANDESCENTE

LÂMPADAS DE BAIXOCONSUMO POUPANÇA

Potência emWatt

Quilowatt usadosem 15 000 horas(12 anos) - kWh

Potênciacorrespondentedas lâmpadas debaixo consumo

Quilowatt usadosem 15 000 horas(12 anos) - kWh

kWh economiza-dos em 15 000

horas

Dinheiro poupado(custo médio de

0,1143 € por kWh)

100 1 500 20 300 1 200 102,87 €

75 1 125 15 225 900 102,87 €

60 900 11 165 735 84,01 €

Dados da Osram e da Greenpeace.(1 500 horas é a duração máxima de uma lâmpada de baixo consumo)

POUPANÇAS ALCANÇÁVEIS E CUSTOSDE ALGUMAS INTERVENÇÕES

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CAPITULO 1 - PARA COMEÇAR16

1

EXEMPLO 2 – APLICAÇÃO DE PAINÉISREFLECTORES ATRÁS DOS AQUECEDORES

O custo de um painel reflector para umradiador com a dimensão de 100x70 cm é

de aproximadamente 10 €. Considerámos asseguintes hipóteses para um apartamento:

► Superfície: 50 m2;► Sistema de aquecimento: único com

gás natural e emissão de calor atravésde 5 radiadores 100x70cm;

► Consumo médio por ano por m2 : 120kWh/m2/ano;

► Consumo anual estimado:120x50 = 6 000 kWh;

► Quantidade de gás natural:6000:10,76 = 557,62 m3 ;

► Despesas anuais estimadas:557,62*0,6041 = 337 €

Ao instalar-se painéis reflectores entre a parede e os aquecedores, é possível obter uma econo-mia de aproximadamente 5-10%, consequentemente, em termos económicos, significa 17-34 €/ano. Considerando que o custo do trabalho para 5 radiadores é de cerca 50 €, em pouco mais deum ano, a despesa é reembolsada através da poupança alcançada.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 17

ENERGIA TÉRMICA 2

O revestimento de um edifício consiste na aplicação, na totalidade, de componentes exterioresque delimitam o mesmo: paredes verticais, coberturas, pavimentos, portas exteriores e jane-

las. Todos estes elementos são muito importantes porque as trocas térmicas entre as zonas inte-riores e exteriores acontecem através destes elementos. Por esta razão, é necessário agir sobreestes componentes para melhorar a eficiência energética do edifício.

Nos edifícios, o calor flui através das paredes ou fendas entre paredes e portas de doismodos diferentes:

1. O calor flui através das paredes, movendo-se da superfície em contacto com a zona detemperatura mais elevada para a zona de temperatura mais baixa. A quantidade de fluxotérmico depende dos materiais que compõem as paredes (a ordem dos materiais tambémé importante) e da sua capacidade de transferência do calor.

2 . Transferência de calor através de fendas.O ar quente move-se na direcção das zonas mais frias através de fendas existentes entreas paredes, janelas e portas ou através de outras aberturas, tais como as chaminés.

REVESTIMENTO DO EDIFÍCIO

ventilação

FIGURA – Superfície e elementos de construção que causam perdas térmicas num Edifício

paredes exteriores

cobertura

perdas das caldeiras

cozinha

janela

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA18

2

ISOLAMENTO DAS PAREDES E DA COBERTURA

M elhorar o isolamento das paredes e da cobertura é uma excelente solução para pouparenergia no aquecimento e no arrefecimento do edifício através da redução das suas perdas

térmicas. Os materiais isolantes reduzem a transferência de calor, aumentando a eficiência ener-gética do edifício.

ISOLAMENTO DAS PAREDES

P ode aplicar-se isolamento quer do lado in-terior quer do lado exterior das paredes

ou, se for possível, na caixa-de-ar das paredes.

ISOLAMENTO INTERIOR

O isolamento interior é uma solução parti-cularmente aplicada durante obras de

reestruturação.

O isolamento interior é efectuado através daaplicação de painéis pré-moldados, que contêmuma camada isolante e são aplicados por cola-gem à parede ou colocados numa estruturaaplicada para o efeito.

Valores típicos (moradia ou apartamento)Poupança anual €270 - €340Custo desde €50/m2

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ISOLAMENTO INTE-RIOR:

✓ É muito menos dispendioso do que oisolamento exterior.

✓ Pode ser realizado pelos adeptos dabricolage ou por pessoas não profis-sionais.

✓ Não são necessárias alterações àestrutura exterior do edifício.

✓ É fácil de colocar (não são necessá-rios andaimes nem escadas)

✓ A temperatura interior pode ser alte-rada rapidamente devido à baixa inér-cia térmica das divisões.

✕ As pontes térmicas permanecem.✕ É difícil fixar artigos pesados nas paredes.✕ A área das divisões torna-se mais re-

duzida.✕ É necessário alterar a posição das

molduras das portas e das janelas,bem como dos interruptores e toma-das eléctricas.

✕ Pode haver condensação entre a pa-rede e o painel isolante se esta tarefanão for devidamente executada.

pavimento

Reboco

Tijolo

Caixa-de-ar

Barreira Contra o Vapor

Isolamento

Parede exterior

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 19

2

ISOLAMENTO EXTERIOR(OU REVESTIMENTO)

O isolamento exterior pode ser efectuado emedifícios novos ou já existentes.

O trabalho consiste na aplicação, na face exte-rior das paredes, de um painel isolante cobertopor uma superfície de gesso ou calcário refor-çado por uma estrutura metálica.

A espessura do material isolante deve serescolhida tendo em consideração as condiçõesclimáticas e aplicando-se as leis específicas, noque diz respeito à energia, vigentes no país emquestão. Para Portugal, a legislação aplicável éo decreto-lei 80/2007.

Valores típicos (vivenda)Poupança anual €300-€400Custo* desde €2500Tempo de reembolso 6-7 anos

*O custo é insignificante, se a reformulação da fachadado edifício já estiver programada e considerando o

tempo de vida do edifício de 50 anos.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ISOLAMENTO EXTE-RIOR:

✓ Grande redução dos custos com oaquecimento e com o arrefecimento.

✓ Eliminação das pontes térmicas e dosfenómenos de condensação.

✓ Um elevado nível de isolamento podeser aplicado sem comprometer as di-mensões das divisões.

✓ A inércia térmica aumenta, por isso oedifício permanece quente mesmo al-gumas horas após os sistemas deaquecimento terem sido desligados.

✕ É indispensável o emprego de traba-lhadores profissionais.

✕ Há uma alteração radical na estruturado edifício – é preciso licença da au-tarquia, sendo impossível de realizarem edifícios históricos.

✕ O sistema de escoamento de águastem de ser alterado.

✕ O tempo de aquecimento das paredesé lento.

Cola

finitura

Argamassa

Rede

Tela

Parede Externa

Isolamento

Acabamento

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA20

2

ISOLAMENTO DAS CAIXAS-DE-AR

S empre que é possível, a inserção de iso-lamento nas caixas-de-ar é uma técnica

amplamente difundida. Logo que o isolamentotérmico é colocado no interior das paredes, fi-cará praticamente inacessível. Por esta razão,é indispensável escolher um produto com bomdesempenho no que diz respeito à duração eaos comportamentos térmicos a longoprazo.

É possível preencher as cavidadesdas paredes com um painel deisolamento (poliestireno expandidoou extrudido) ou argila expandida.Outros tipos de parede necessitam deuma análise mais detalhada para se forne-cer uma possibilidade de intervenção eficaz.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 21

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ISOLAMENTO DE PAVIMENTOS E TECTOSPARA ZONAS NÃO AQUECIDAS

O pavimento de uma divisão aquecida emcontacto com uma divisão inferior não

aquecida (por exemplo uma cave ou garagem)perde uma grande quantidade de calor. Apli-cando um bom isolamento na superfície inferiordo soalho evitará a condensação e evitará atroca de calor entre espaços.

O isolamento, devido à sua baixa condutividadetérmica, que consiste na capacidade de ummaterial transferir o calor, torna a temperaturada superfície muito próxima da temperaturaambiente na divisão, evitando a perda de calore melhorando o conforto. O isolamento tambémfornece uma boa resistência à difusão de vapo-res, impedindo os fenómenos de condensaçãoe limitando a propagação de ruídos.

Tijolo Exterior

Tela Drenante

Pavimento

Soalho

Isolamento

Tijolo Furado

Betão

Isolamento

Isolamento

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA22

2

ISOLAMENTO DA COBERTURA

Uma cobertura tecnicamente funcional, devedesempenhar de uma forma eficaz e dura-

doura a função de proteger a habitação doefeito dos agentes ambientais exteriores e ga-rantir o conforto da habitação.

A cobertura é o elemento mais sensível aocalor numa habitação, por isso torna-se perti-nente isolá-lo convenientemente, sendoimprescindível efectuar esta acção quando esti-ver pensada alguma intervenção neste ele-mento.

Os tipos de coberturas mais comuns são:

► A cobertura plana► A cobertura inclinada com sótão não

habitável► A cobertura inclinada com sótão

habitável

O isolamento de uma cobertura plana constitui

uma intervenção delicada que necessita deatenção quanto a uma impermeabilização rigo-rosa e à pavimentação da superfície superior(se a cobertura for acessível).

No caso de uma cobertura inclinada com sótãonão habitável, é conveniente colocar o isola-mento no pavimento do sótão. Trata-se de umaintervenção económica e simples, isto é, é pos-sível colocar placas isolantes de 8-10 cm deespessura.

Numa cobertura inclinada com sótão habitável,o isolamento deve ser colocado em paralelo àinclinação na parte inferior da cobertura. É pos-sível fixar painéis na cobertura interior, pres-tando atenção à posição da barreira de vaporpara evitar a condensação.O isolamento de uma cobertura pode determi-nar uma redução de custos com o aquecimentode cerca de 20%.

Telha

Telha Plana

Separador

Impermeabilizante

Redeanti-insecto

Painel Isolante

Betonilha

Cume VentiladoRede Anti-Insectos

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 23

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COBERTURAS VERDES OU AJARDINADAS

A cobertura verde proporciona uma oportuni-dade para estabelecer o equilíbrio nas rela-

ções entre os espaços verdes e as áreasconstruídas. É uma tecnologia natural que ex-plora a cobertura dos edifícios permitindo aosmesmos, benefícios térmicos nos espaços ad-jacentes.As coberturas dos edifícios quando revestidascom material vegetal, promovem um conjuntovasto de funções, contribuindo significativa-mente para a melhoria do clima urbano, o au-mento da área de zona verde/habitante, ainstalação de áreas privadas ou públicas de so-cialização e recreio, melhor isolamento térmicoe acústico dos edifícios e prologam a vidas dosmateriais utilizados na impermeabilização e iso-lamento.Quando se implementam jardins nas cobertu-ras dos edifícios, está-se a promover a reduçãodo consumo energético, a preservação dos re-cursos naturais (solo, fauna, flora, combustíveis

fósseis), a redução da produção de resíduos(prolonga a vida dos materiais havendo um nú-mero menor de desperdícios), a melhoria dosistema de drenagem de águas pluviais e acontribuir para o verde contínuo em espaço ur-bano.As coberturas verdes são classificadas se-gundo duas categorias, as coberturas verdesintensivas e as coberturas verdes extensivas.Estas duas categorias diferem entre si nãopelas suas características técnicas mas simpelos objectivos que se esperam implementarou alcançar.

A cobertura verde extensiva emprega uma ve-getação já com um grande grau de desenvolvi-mento, com boas características deauto-regeneração e que requerem pouca ma-nutenção. O sistema é projectado de modo queo abastecimento de água e de elementos nutri-tivos seja feito, tanto quanto possível, atravésde processos naturais, apenas após o segundo

Vegetação

Anti-raiz (protecçãomecânica)

Solo

Acumulação denutrientes)

Elemento drenante(acumulação de água)

Tela Filtrante

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA24

2

ano de vida, requerendo uma manutenção depelo menos duas vezes por ano.A espessura total do sistema é inferior a 150mm.O custo de investimento e de manutenção sãoreduzidos e por isso pode ser aplicado numagrande área da cobertura sendo, tambémpossível, reaproveitar materiais inertes como ocascalho.Dado o seu peso total, este tipo de coberturasverdes podem também ser implementadas emcoberturas inclinadas.As coberturas verdes intensivas podem terespessuras até 500 mm e por isso permitem ocrescimento de vegetação mais rica e maisalta. Este tipo de coberturas já exige umamanutenção mais frequente e exige tambémum sistema de irrigação. Os custos deinvestimento e de manutenção são maiores epodem ser implementados apenas emcoberturas em terraço (inclinação máxima de3%).

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 25

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As portas e as janelas apresentam componen-tes térmicos fracos e devem ser instaladas

com algum cuidado e critério. Se tivermos muitasjanelas numa divisão, haverá um arrefecimentoexcessivo no Inverno e um sobreaquecimento noVerão e se não estiverem bem isoladas, serãoresponsáveis por uma grande quantidade detransmissão de calor.

As janelas de elevada eficiência, se forem devida-mente instaladas, são uma excelente forma dereduzir os custos associados com o aquecimentoe o arrefecimento e melhoram significativamenteo conforto térmico da habitação.

Apesar do tempo de retorno do investimento dasubstituição de janelas e portas não ser muito re-duzido, a colocação deste equipamento é bas-tante fácil não causando grandes incómodos aosresidentes da habitação.

JANELAS NOVAS

Os principais componentes das janelas são ovidro e o caixilho. As janelas de vidro simples

são muito baratas, mas apresentam fraca eficiênciaenergética. Os critérios de poupança energética in-dicam como as melhores janelas, as janelas devidro duplo ou triplo com caixilhos de PVC ou demadeira, ainda que os caixilhos de madeira neces-sitem de maior manutenção, especialmente se asjanelas estiverem expostas a Sul.O tempo de reembolso de investimento neste tipode janelas é de cerca de 5-6 anos.A mudança das janelas deve ser realizada por umprofissional qualificado para reduzir as falhas devi-das a uma má instalação.Aalteração de janelas de edifícios históricos podeestar sujeita a licença das autoridades competentes.

TIPOS DE JANELAS DE ELEVADAEFICIÊNCIA:Vidro duplo e triploO principio do vidro duplo ou triplo, permite obterum melhor isolamento e consiste em encerrarentre dois/três vidros uma câmara de ar de modoa limitar as trocas térmicas por convecção e apro-veitar a baixa condutividade térmica do ar.O número de vidros, a sua espessura e a espes-sura do espaço entre eles afecta bastante a ca-pacidade de isolamento. A típica janela de vidroduplo apresenta os seguintes valores (vidro-ar-vidro): 4-6-4 mm ou 6-8-6 mm.Quanto mais espessos forem os vidros, menor éa transmissão de calor.

Vidros de baixa emissividadeDe modo a melhorar o isolamento térmico, é ne-cessário diminuir as transferências térmicas porradiação que pode ser efectuadoo utilizando umvidro com película de baixa emissividade.

Vidro com preenchimento de gásPara reduzir as transferências de calor por condu-ção e convecção, pode-se substituir o ar que seencontra entre os vidros por um gás mais pesadocomo o árgon, o cripton ou o xénon. Estes gasestransmitem muito menos calor do que o ar.

Caixilhos com corte térmicoO comportamento térmico de uma janela de-pende por sua vez das características do vidro,da caixilharia e do material de junção entre estesdois componentes. A escolha deste material é de-terminante para o comportamento térmico doconjunto. Em regra geral são utilizados perfis in-tercalares metálicos (mesmo em janelas de PVC)devido às suas performances mecânicas, apesardos inconvenientes de estes criarem pontes tér-micas importantes à volta do vidro. A utilização demateriais plásticos rígidos permite reduzir as pon-tes térmicas, melhorando em cerca de 10% o iso-lamento da janela e reduzindoconsideralvelmente os riscos de condensação.

Dispositivos isolantes entre os caixilhos eas paredesO uso de borracha como isolante permite o pre-enchimento dos espaços vazios, reduzindo aperda de calor e a passagem do ar.

Substituição de portasPara portas que tenham envidraçados, as reco-mendações acima descritas também se apli-cam neste caso. Quanto à parte opaca, existemportas que contêm isolamento que reduz emmuito as perdas térmicas.

PORTAS E JANELAS

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA26

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ESTUFAS SOLARES

A estufa solar é uma área fechada, separadado exterior por paredes transparentes, que

podem, em alguns casos, abrir-se. A coberturapode ser transparente ou opaca, dependendoda latitude ou das necessidades térmicas.A estufa combina as características do ganhotérmico directo com as das paredes usadascomo dispositivos de armazenamento de calor.Com efeito, é directamente aquecida pelosraios solares, que funcionam como um sistemade aquecimento directo e em seguida transfereo calor para as paredes próximas que se tor-nam um sistema de acumulação de calor. A ra-diação solar é absorvida pelas paredes,transformada em calor e parcialmente transfe-rida para o edifício.A estufa deve estar orientada na direcção Sulpara receber o máximo ganho térmico duranteo Inverno. Deve ser ventilada e coberta noVerão para evitar o sobreaquecimento de modoa que possibilite a troca do ar quente do interiorpelo ar mais fresco do exterior.

A estufa também é designada por “jardim de In-verno”, contendo plantas que contribuem parao aumento da qualidade do ar e para a regula-ção da humidade interior. É útil escolher plan-tas de folha caduca de modo a aumentar aradiação durante o Inverno e a sombra duranteo Verão e assim reduzir o sobreaquecimento.A cobertura da estufa é a componente mais de-licada: as superfícies horizontais recebemmuita radiação solar durante a estação quentee por isso devem ser cobertas e, se possível,ter a possibilidade de serem abertas.Para garantir um bom comportamento térmicopara este sistema é aconselhável aplicar vidrosduplos, enquanto a cobertura deve ser cons-truída com vidro muito resistente.A estrutura pode ser constituída por vários ma-teriais, tal como acontece para as janelas. Parareduzir as perdas térmicas e a condensação éaconselhável usar estruturas com cortetérmico.

Verão-Dia

Inverno Noite

Inverno-Dia

Verão-noite

Ar QuenteCalor

Calor

Ar Frio

Sol

Calor

Sol

Ar Quente

Ar Frio

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 27

2

SISTEMAS DE AQUECIMENTO

TIPOS DE SISTEMAS

Um sistema de aquecimento é constituído por três componentes principais: o sistema que pro-duz o calor, os sistemas de dissipação (radiadores, ventiladores, pavimento radiante) e o sis-

tema de regulação. Cada um destes constituintes tem o seu peso na eficiência média e nosconsumos energéticos.

Sistemas de aquecimento podem ser divididos em três tipologias diferentes:

1. Sistemas de aquecimento central que utilizam caldeiras de água quente e emissores decalor (habitualmente radiadores ou convectores).;

2. Outros sistemas de aquecimento central, tais como aquecimento por ar quente;3. Aquecedores individuais (termoacumuladores eléctricos, radiadores a óleo).

Se vai adquirir um sistema de aquecimento ou substituir o antigo é aconselhável pensar em mudarpara um que use um combustível económico e amigo do ambiente. Outros factores importantesque deve ter em conta são:

► A eficiência do sistema de aquecimento;► A quantidade de calor que a habitação necessita para manter-se com temperaturas con-

fortáveis (que serão maiores nas habitações mais amplas e mal isoladas);► A existência de um sistema automático de regulação;► As actividades realizadas no interior do edifício.

Sistemas de aquecimento central com caldeira

Existem três tipos principais de aquecimento central com caldeira:1. Sistemas com caldeira e com acumulação de águas quentes sanitárias;2. Sistemas com caldeira de aquecimento instantâneo de águas sanitárias e aquecimento

ambiente;3. Sistemas com caldeira e termoacumulador.

As caldeiras com acumulação de água são normalmente usadas em habitações grandes; as cal-deiras com aquecimento instantâneo e aquecimento ambiente são geralmente usadas em habita-ções pequenas ou apartamentos grandes porque ocupam pouco espaço. As caldeiras funcionampredominantemente a gás natural, gasóleo ou gás de petróleo liquefeito (GPL). Algumas caldeiraseléctricas encontram-se disponíveis no mercado mas não são recomendadas pelo seu elevadoconsumo energético. O mercado também oferece caldeiras a biomassa que sendo mais caras, po-derão ser uma opção bastante interessante economicamente quando da disponibilidade deste tipode combustível.

As caldeiras existentes no mercado são:

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA28

2

A) CALDEIRAS CONVENCIONAIS DETEMPERATURA CONSTANTE

Este tipo de caldeira está ultrapassada e oseu problema é a temperatura constante da

água, regulada geralmente para valores eleva-dos (70-80°C). Uma válvula misturadora inse-rida no circuito hidráulico mantém atemperatura da água elevada dentro da cal-deira para evitar problemas de condensação. Atemperatura elevada é responsável pela grandeperda de energia nas tubagens e aumenta odesperdício de energia quando a caldeira édesligada. Este tipo de caldeira tem muitos ci-clos “ligado/desligado”, aumentando as perdasdevido à carga câmara de combustão. O con-junto destes factores, diminuem a eficiênciamédia, mesmo que as caldeiras apresentemuma boa eficiência de combustão.

B) CALDEIRA DE TEMPERATURA VARIÁVEL

As caldeiras de temperatura variável permi-tem valores elevados de eficiência média

graças ao estabelecimento de uma temperaturaregulável, de acordo com as necessidadesenergéticas.Deste modo, mesmo funcionando com cargasparciais, a caldeira funciona segundo uma efi-ciência nominal, sem produzir mais calor doque o pretendido, aumentando a eficiência glo-bal. Temperaturas baixas significam menos dis-sipação do calor nas tubagens e aumento daeficiência de emissão dos radiadores. Geral-mente, as caldeiras apresentam um queimadormodulante, com uma regulação contínua na re-lação ar-combustível.

C) CALDEIRA DE CONDENSAÇÃO

As caldeiras de condensação distinguem-sedas tradicionais pela sua capacidade de re-

cuperarem calor dos produtos de combustão apartir do calor sensível (energia térmica recupe-rável pelo arrefecimento dos gases de combu-stão sem mudança de fase) do vapor de água edo calor latente (ou de condensação – energia li-bertada pela passagem do vapor de água conti-dos nos gases de combustão a estado líquido).

O calor recuperado é reutilizado na caldeirapara o processo de aquecimento, obtendo-seassim uma redução das perdas. Este tipo decaldeiras são sempre mais eficientes que astradicionais.

Poupanças consideráveis são conseguidasquando se substituem caldeiras com mais de15 anos. Uma nova caldeira com regulador detemperatura adequado, pode reduzir o custo docombustível em 20-25%.

As principais características de uma caldeira decondensação são:

► São adequadas para a grande maioriadas habitações (moradias ou aparta-mentos);

► É o tipo de caldeira mais eficiente;► A eficiência continua elevada mesmo

quando opera a baixo nível, como é ocaso no Verão em que o consumo deágua quente é menor;

► É frequente aparecerem pequenas nu-vens de vapor de água produzidaspelos gases de combustão – indicandoque a caldeira está a funcionar deforma eficiente.

As caldeiras de condensação estão geralmenteassociadas a radiadores ou a um sistema depavimento radiante.

Os radiadores têm as seguintes vantagens:

► São uma solução económica;► Têm uma fácil manutenção;► A sua regulação é fácil e eficiente.

O pavimento ou parede radiante é:

► Esteticamente agradável;► Necessitam de pouca manutenção;

TIPO DE CALDEIRAS

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 29

2

► Proporciona um aquecimento contínuo;► Pode haver dificuldades na manuten-

ção, se ocorrerem problemas.

As caldeiras de condensação apresentam ummelhor desempenho se funcionarem numagama de temperatura entre os 25°C e os 40°C.Assim, a aplicação mais eficaz é a caldeira decondensação com um sistema de baixa tempe-ratura como pavimento/parede radiante. Se qui-ser utilizar os radiadores convencionais épreferível utilizar uma caldeira com temperaturavariável

D) CALDEIRAS A BIOMASSA

O termo biomassa define um variado con-junto de matéria orgânica, de origem vege-

tal ou animal, ou ainda de resíduos resultantesda transformação natural ou artificial dessa ma-téria, susceptíveis de serem aproveitados parafins energéticos.

As emissões de CO2 provenientes da queimade biomassa para a produção de energia sãoconsideradas neutras, porque durante o ciclode vida dos resíduos florestais, estes absorvemo CO2 da atmosfera na mesma proporção queé libertado no processo de combustão.

De qualquer forma, se analisarmos o ciclo deprodução de biomassa para combustão, cons-trução e manutenção da caldeira etc., podemosconstatar que a caldeira a biomassa não estáisenta de emissões, mas de qualquer modo, aemissão de dióxido de carbono é mais baixa doque nos sistemas em que são usados combu-stíveis fósseis.

As caldeiras a biomassa sólida podem dividir--se em três grupos, tendo em conta o estadodo combustível utilizado:

► Caldeiras a lenha;► Caldeiras a estilha;► Caldeiras a briquetes.

A caldeira a lenha deve ser alimentada com

combustível uma ou duas vezes por dia. Osmelhores modelos produzem baixa quantidadede cinza e permitem uma combustão completados pedaços de madeira. A forma particulardeste tipo de caldeira exige um termoacumula-dor para obedecer às necessidades de aqueci-mento dos utilizadores.

As caldeiras a estilha são as mais versáteis,apesar de ser mais complicado a obtenção daestilha e o seu nível de humidade ser bastanteelevado, comprometendo a eficiência da com-bustão. Este tipo de caldeiras são automáticassendo necessário um silo para armazenar ocombustível.

As caldeiras a briquetes são cómodas e auto-máticas no entanto, são um pouco mais dispen-diosas. Os briquetes são pequenos cilindrosfeitos de madeira moída e compactada. O nívelde humidade é baixo e a forma permite o seuarmazenamento em pequenos espaços. As bri-quetes possuem um maior poder calorífico emrelação à estilha. Para além disso, devido a ummelhor controlo da combustão é necessáriauma menor manutenção.

Em qualquer caso, para reduzir as emissõesprovocadas pelo transporte, as caldeiras a bio-massa são mais indicadas nas áreas rurais,uma vez que a matéria-prima está próxima dolocal de consumo.

E) BOMBAS DE CALOR

Estes sistemas apresentam custos de funciona-mento semelhantes aos da caldeira de conden-sação a gás.

► A sua instalação é cara, mas é eficazquando o gás não está disponível;

► É muito eficaz para habitações em quehaja uma grande exigência de energiatérmica – consequentemente, medidaspara melhorar a eficiência energética dahabitação devem ser implementadas;

► Os custos de manutenção são tambémmais baixos do que os sistemas con-

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA30

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vencionais a gás.► As bombas de calor podem igualmente

ser usadas para arrefecimento epodem fornecer a água quente para ahabitação.

Oprincípio de funcionamento de uma bomba decalor baseia-se numa máquina frigorífica ali-mentada a energia eléctrica. Este tipo de equi-pamentos transfere o calor de um ambiente atemperatura mais baixa para um ambiente atemperatura mais elevada.

O COP (“Coefficient of Performance” ou Coefi-ciente de Desempenho) representa o rácioentre a energia térmica (calor ou frio) fornecidapor uma bomba de calor (ou um equipamentode refrigeração) e a energia eléctrica consu-mida pelo sistema. Quanto maior for o COP,mais eficiente será o sistema.

As bombas de calor podem alcançar um coefi-ciente de desempenho de três ou mais. Isto si-gnifica que para obter 3 kWh de energiatérmica, o compressor consome 1 kWh deenergia eléctrica.

Os equipamentos mais eficientes para climati-zar um espaço, são as bombas de calor, já quea reversibilidade lhe dá uma flexibilidade de uti-lização sazonal com elevado rendimento. Den-tro deste tipo de equipamentos, escolhasempre o que tiver um COP mais elevado, jáque quanto maior for o COP, mais eficienteserá o sistema.

As bombas de calor fornecem mais energia doque aquela que consomem, através da extrac-ção do calor do meio em que está instalada.

Dependendo das fontes de calor, os sistemasdesignam-se por:

► água-água, em que o calor é transferidopara a água a partir de outra fonte deágua aquecida (i.e. um rio, um poço);

► água-ar, em que o ar é aquecido pelaextracção do calor da água;

► ar-ar, em que o ar é aquecido através

da extracção do calor do ar;► ar-água, em que a água é aquecida

extraindo o calor do ar;► terra-água, em que a água é aquecida

pela extracção do calor do solo;► terra-ar, em que o ar é aquecido atra-

vés da extracção do calor do solo

BOMBA DE CALOR GEOTÉRMICA

Abomba de calor geotérmica é uma bombade calor que usa como fonte o calor pre-

sente na terra em profundidade.

O princípio de funcionamento baseia-se nofacto de que, enquanto o ar e a superfície daterra têm, durante as estações do ano, umagrande variação de temperatura, a terra a partirdos três metros de profundidade e a água doslençóis freáticos ou dos poços, apresentam va-riações mínimas e, consequentemente, nosmeses de Verão são mais frescas e, no In-verno, são mais quentes.

Esta diferença de temperatura é exploradausando sondas geotérmicas, que descem verti-calmente no solo ou deslizam numa superfíciehorizontal a poucos metros abaixo no nível daterra, de forma a captar o calor e a passá-lopara a bomba.

A bomba, alimentada a energia eléctrica, utilizao calor para aquecer (ou no Verão, para refres-car) a água ou o ar.

Os COP das bombas de calor geotérmicas sãogeralmente muito elevados e permitem uma no-tável poupança energética. Habitualmente ofuncionameno de uma bomba de calor geotér-mica permite poupar de 50% a 75% relativa-mente ao aquecimento a GPL.

As desvantagens de um sistema deste tipo são,principalmente:

► elevados custos de instalação (masque são reembolsados num períodorelativamente curto);

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 31

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► necessidade de trabalhos de perfura-ção

► oportunidade de ligar à bomba de calora sistemas de emissão térmica a“baixa temperatura” (não radiadores,mas pavimentos e paredes radiantesou ventiloconvectores);

► necessidade de verificar se o subsoloou as águas subterrâneas estão interli-gadas;

► necessidade de uma análise preliminardo solo para se ter noção dos custosde perfuração.

As vantagens, para além da poupançaenergética, são:

► nenhum impacto visual;► menor manutenção em comparação

com uma caldeira tradicional (não énecessária a manutenção anual, con-trolo de fumos, etc.);

► ausência de chaminé;► reversibilidade da bomba (a bomba de

calor pode aquecer água ou ar no In-verno e no Verão arrefecer o ar).

Os sistemas mais comuns para aproveitar ocalor do subsolo com bombas de calor são: assondas geotérmicas, captação e re-injecção daágua nos poços e as serpentinas no terreno.

AS SONDAS GEOTÉRMICAS:

A profundidade a que chegam as sondasgeotérmicas vai dos 50 aos 350 metros,

em função do tipo de terreno e da potência decaptação da sonda. É importante analisar o ter-reno antes de perfurar; deste modo, pode-secalcular os custos de perfuração e a quanti-dade de energia necessária para a captação.As sondas actuam em tubos de diâmetro relati-vamente pequeno (o diâmetro total de umasonda, que compreende os dois tubos de ida ede volta) de menos de 30 centímetros.

Sistemas para captar águas subterrâneas:

Uma forma eficiente de tirar partido de umafonte geotérmica é usar o calor (ou o frio) con-tido na água de um lençol freático ou de umpoço. Os custos de instalação são bastante re-duzidos (no caso de um poço, nem sequer énecessária a perfuração) e como fluido térmicopode-se usar directamente a água captada.É igualmente verdade que, para encontrar umlençol freático, é possível que os custos subamdevido à perfuração geotérmica, mesmo que omesmo seja encontrado a profundidades redu-zidas de vinte ou trinta metros, visto que sãonecessários estudos preliminares.

SERPENTINAS

Trata-se da forma absolutamente mais eco-nómica de usar a geotermia. As serpentinas

são constituídas por uma série de tubos dispos-tos numa superfície horizontal a poucos metrosde profundidade.

F) SISTEMAS DE AR QUENTE

Para além dos sistemas em que é a águaquente que distribui o calor para o interior

do edifício, existem sistemas que tiram partidodo ar, que com condutas fixas, transportam ocalor para o interior de todas as divisões, ga-rantindo também a ventilação necessária aoconforto termo-higrométrico.

A fonte de energia para estes sistemas podeser o gás natural, GPL, ou o gasóleo para oaquecimento, existindo alguns modelos que uti-lizam a energia eléctrica.

Para os sistemas a gasóleo, os gases de combu-stão aquecem directamente um distribuidor decalor fornecendo energia térmica ao ar.

Aqueles que operam a electricidade acumulamo calor de noite, que posteriormente cedem du-rante o seu funcionamento, desfrutando dasvantagens do tarifário bi-horário.

G) AQUECEDORES COMUNS

Um apartamento pequeno e bem isoladopode não necessitar de um sistema de

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aquecimento central: um ou dois aquecedoreseficientes podem ser adequados. Os aquece-dores de ambiente podem também proporcio-nar calor adicional, complementando o sistemade aquecimento principal.

Para ajudar a controlar o nível de aquecimentoem áreas diferentes (isto é, a sala de estar ou oquarto de dormir), os aquecedores devem serprogramados para o tempo e para a tempera-tura pretendidos.

Aquecedores a gás natural, directamente apli-cados na parede:

► Aquecedores convectores de parede.► Geralmente requerem uma chaminé

adequada, por isso são aplicadosnuma parede exterior.

► Pode-se instalar um sistema completoem cada divisão.

► São muito eficientes para um aquece-dor de ambiente – normalmente apre-sentam uma eficiência de 70%.

Convectores radiantes

► Fornecem calor radiante e convectivo.► Apresentam um efeito de fogo decora-

tivo. Produzem muito pouco calor e oseu uso é principalmente decorativo

► O efeito de fogo é parcialmente insta-lado dentro da lareira e as chamas sãogeralmente abertas. São habitual-mente 40 a 70% eficientes, depen-dendo do modelo.

Aquecedores a gás

► Apresentam elevados custos de fun-cionamento.

► Apresentam um elevado risco de con-densação através da produção devapor de água (cerca de 1kg de águapor quilograma de gás líquido).

Aquecedores eléctricos

► São 100% eficientes, mas com custosmuito elevados quando funcionamcom um tarifário normal.

► Os aquecedores a óleo devem funcio-nar com tarifários económicos de ener-gia eléctrica, sempre que possível.

► Os acumuladores de calor eléctricostêm custos muito elevados, mas tor-nam-se um equipamento interessantequando associados à tarifa bi-horária.Com esta opção, este tipo de equipa-mentos consumem energia eléctricadurante a noite, no período econó-mico, e dissipam a energia térmica du-rante o dia.

Lareiras e fogões a lenha

► É necessária uma área de armazena-mento para a lenha.

► Devem-se usar nas lareiras recupera-dores de calor que controlam a com-bustão através da regulação de ar.

► Equipamentos de combustíveis múlti-plos podem funcionar com antracite,carvão vegetal, lenha ou carvão sinté-tico e briquetes.

► Queimar madeira a partir de uma fontesustentável produz emissões de CO2mais baixas.

► Os fogões a lenha podem incluir umacaldeira para proporcionar aqueci-mento e água quente.

► As lareiras abertas requerem a instala-ção de dispositivos de controlo daquantidade de ar que é retirado da di-visão, o que melhorará a sua eficiência(as menos eficientes).

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Aquecedores (radiadores ou convectores)

Os equipamentos radiantes têm a função deemitir para a atmosfera o calor produzido nacaldeira e transmitido através da rede de distri-buição (rede hidráulica que liga a caldeira aosradiadores), trocando calor com o ar.O aquecedor é a parte final do sistema e variaentre os radiadores ou convectores com ele-mentos verticais (em ferro fundido, em aço ouliga de alumínio) às placas radiantes.

Os radiadores em ferro fundido caracteri-zam-se por uma durabilidade quase ilimi-

tada e são particularmente bons em divisõesque apresentam um uso contínuo do sistemade aquecimento, visto que aquecem lenta-mente, mas mantêm o calor durante muitotempo (têm uma elevada inércia térmica). Osradiadores de aço estão disponíveis em mode-los simpáticos, do ponto de vista estético, e têmuma óptima produção térmica, contudo, estãosujeitos a perigo de corrosão, o que limita a suadurabilidade. Finalmente, os radiadores de alu-mínio caracterizam-se por uma boa resistênciaà corrosão mas, devido a um peso menor e auma baixa inércia térmica aquecem rapida-mente e deixam igualmente de aquecer logoque o sistema é desligado.Pelo contrário, as placas radiantes não sãoconstituídas por elementos modulares, mas porum único bloco, em aço ou por vezes em ferrofundido. Distinguem-se por uma massa menor,uma menor quantidade de água e por uma fácilmanutenção (limpeza). Este último pormenortorna-os particularmente bons para o uso emlocais que exigem a máxima limpeza, tais comoescolas, tribunais, hospitais.

O posicionamento correcto dos radiadoresnuma divisão é fundamental para se ter um

bom rendimento térmico do sistema de aqueci-mento e consequentemente para incrementar apoupança energética.É uma boa prática colocar os aquecedores sobas janelas ou junto às paredes exteriores, demodo a contrariar o efeito das correntes frias epara reduzir a diferença de temperatura entre otecto e o pavimento. Por razões estéticas, osradiadores são frequentemente cobertos compeças de mobiliário ou colocados em reentrân-cias da parede, equipadas com um painel fron-tal para fechar; isto produz uma diminuição dopoder calorífico devido à limitação da circula-ção do ar e reduz de igual forma a acessibili-dade, quando se pretende efectuar a suamanutenção.Se o radiador for colocado numa parede exte-rior (por exemplo, debaixo de uma janela) ébom inserir, entre a parede e o radiador, um

SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE CALOR

Os sistemas de produção e distribuição de calor são usualmente classificados pelas seguintestipologias:

► Aquecedores (designados também por radiadores ou convectores) e placas radiantes;► Termoconvectores e ventiloconvectores;► Painéis radiantes: no pavimento (muito usados), na parede, no tecto.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA34

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painel de material isolante, que pode ser adqui-rido nos estabelecimentos comerciais e apre-senta uma superfície reflectora específica como propósito de dirigir o calor para o interior.

Antes de ligar o sistema, é boa prática fazeruma manutenção cuidadosa dos elementos

de aquecimento, eliminando o ar que se encon-tra no seu interior através do purgador. É im-portante verificar a emissão térmica de todosos radiadores, de modo a obter um sistemacom um bom rendimento. É, consequente-mente, importante instalar válvulas termostáti-cas, que permitem uma melhor regulação datemperatura ambiente. Estas válvulas, instala-das nos radiadores, estão equipadas com inter-ruptor termoestático que controla o caudal deágua quente em função da temperatura do ar,obtendo, deste modo, um bom controlo da tem-peratura em todas as divisões.

TERMOVENTILADORES

Os termoventiladores emitem calor ou frio,através de uma serpentina e um ventilador

no seu interior, fazendo recircular o ar, evitandoa formação de zonas não tratadas. Os mais re-centes termoventiladores têm um filtro que blo-queia a sujidade, limpando o ar e prevenindo ainalação de impurezas.São normalmente usados no ar condicionadono Verão e no Inverno, considerando o custo li-mitado, a versatilidade, o baixo peso e a boaregulação da potência térmica distribuída peloequipamento.Para o Verão é suficiente a instalação de umpequeno e eficiente sistema de refrigeração de

água, tal como, por exemplo, uma bomba decalor.O sistema de refrigeração produz a água friaque alimenta a serpentina, arrefecendo destaforma o ar e removendo a humidade, pelaacção do ventilador.A regulação manual do equipamento é levada acabo pelo utilizador alterando a velocidade doventilador, enquanto o controlo automático érealizado por um termóstato que liga e desligao ventilador. O ventilador que existe no interiordo equipamento é ruidoso e o seu ruído au-menta à medida que o caudal de ar tambémaumenta.

O uso de termoventiladores é indicado paraescritórios e não para habitações devido

às propriedades descritas acima. Em qualquercaso, para evitar tais desvantagens é bom usaros termoventiladores equipados com ventilado-res axiais. Para além das oportunidades de re-gulação, uma outra possibilidade deprogramação do equipamento consiste no em-prego de uma válvula de 3 vias que interceptao caudal de água regulado pela temperatura.Os termoventiladores podem ser instalados emmodelos verticais, no pavimento, e modelos ho-rizontais, no tecto; a escolha prende-se com anecessidade de evitar que as pessoas fiquemem posições demasiado expostas ao caudal dear e de se obter uma distribuição uniforme datemperatura.

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PAINÉIS RADIANTES

UOs painéis radiantes são compostos porsuperfícies de aquecimento que contêm

tubos em que flúi água quente ou fria, podendoser instalados no pavimento, na parede ou notecto. Os materiais usados para os paíneis sãoo aço, o cobre e, mais frequentemente, o plás-tico.A temperatura da água que entra no sistema éde aproximadamente 45°C. Para os sistemasinstalados no pavimento (pavimento radiante),o valor limite é de 25-28°C. A regulação inde-pendente de cada circuito permite fixar umatemperatura diferente em cada divisão.Outra vantagem dos painéis radiantes é a ca-pacidade de dar a sensação de se estar numambiente com 22-23°C, enquanto, na verdade,o termómetro marca 20°C. Para além disso,apresenta uma importante função de isola-mento acústico, que permite absorver os ruídos

entre os apartamentos. Uma outra vantagemde operar a baixa temperatura, é o facto de sepoder conjugar perfeitamente com as caldeirasde condensação e os colectores solares.

PAVIMENTO RADIANTE

O sistema de painéis radiantes mais difun-dido é certamente o de pavimento (pavi-

mento radiante). Este tipo de pavimentoapresenta diversas vantagens:

► Melhora o conforto térmico, reduzindoos consumos;

► Aquece e arrefece sem movimentar oar;

► Aumenta a superfície utilizável das di-visões com um correspondente au-mento do valor económico dahabitação (não se desperdiça espaçopara instalar os radiadores);

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► Aquece com menor consumo de ener-gia;

► Dá liberdade para mobilar (as mobíliaspodem ser colocadas em qualquerlocal);

► É polivalente (pode ser usado no In-verno e no Verão, se o sistema tam-bém possuir um dispositivo dearrefecimento);

► Não levanta poeiras porque não fazcircular o ar, visto que funciona porefeito de irradiação. Evitando assim, atípica movimentação do ar provocadapelos sistemas de ar condicionado e apintura periódica das manchas criadaspelos radiadores;

► Se usado para arrefecimento, con-some menos energia eléctrica do queum “split” normal.

Orecomendável o uso deste sistema aco-plado a uma caldeira de condensação.

Muitas pessoas possuem recordações negati-vas desta tecnologia, porque foi usada em mui-tos apartamentos de luxo nos anos 60-70 comalimentação de água quente (60-70 graus emvez dos actualmente recomendados 28-29)proveniente dos sistemas centrais de aqueci-mento, sem controlo rigoroso da temperatura.O calor excessivo do pavimento provocavadores nas pernas (e varizes), levantamento dopó e consequente sensação de mal-estar. Hojeem dia, o sistema tem um controlo eficiente datemperatura da água de modo a reverter a si-tuação e a fornecer um dos sistemas de aque-cimento mais confortáveis disponíveis nomercado.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 37

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Por contabilização entende-se a mediçãodo consumo da energia térmica, de modo

directo ou indirecto, somando a quantidade deenergia emitida pelos equipamentos de aqueci-mento individuais.A regulação de um sistema térmico representaa totalidade das operações que são necessá-rias para obter e manter o conforto no interiorda habitação, controlando a temperatura am-biente mediante a temperatura exterior. Conse-quentemente, através de um sistema deregulação é possível controlar todas as opera-ções do sistema. Nalguns sistemas é tambémpossível regular o funcionamento da caldeiracom base na temperatura exterior.Os equipamentos de aquecimento deverão ser

dotados de umsistema de con-trolo autónomocom termóstato,que permita in-terromper o for-necimento deenergia quandoa temperaturano local atinge atemperatura pré--seleccionada.Para além dotermóstato, osistema de con-

trolo deverá também ser dotado de um relógio,permitindo assim programar os períodos do diaem que se pretende que o sistema de aqueci-mento funcione.Os melhores sistemas são aqueles que estãoconcebidos para dividir a habitação em zonas,por exemplo, dois termóstatos para as zonasmais frequentadas durante o dia e durante anoite. Quem não possuir este tipo de sistema,pode instalar válvulas termostáticas em todosos radiadores, que regulam a entrada de águaquente em função da temperatura do ar na divi-são.

PARA AS PESSOAS QUEVIVEM EMCONDOMÍNIO OU APARTA-MENTO

Para os sistemas de aqueci-mento central aplicados em

condomínios, é importante quea regulação térmica dos aparta-mentos esteja sempre asso-ciada à contagem de caloremitido, para reduzir perdas de-vidas ao uso indevido do sistema por pessoasque não pagam directamente pelos seus maushábitos.O sistema centralizado é muito mais eficiente eseguro do que um independente. Para alémdisso, o sistema centralizado caracteriza-se poruma eficiência mais elevada do gerador decalor, que aumenta à medida que aumenta apotência da caldeira, e por custos de manuten-ção inferiores, que são divididos entre váriosutilizadores.A grande desvantagem era a dificuldade degestão individual do sistema. Esse problema foiultrapassado através da regulação de uma con-tabilização separada da energia, o que permitea todos a programação da temperatura dese-jada e o pagamento da energia consumida.

O QUE É MELHOR, O SISTEMA AUTÓ-NOMO OU O CENTRALIZADO?

As exigências cada vez maiores das famíliasde poderem gerir individualmente o seu sis-

tema de aquecimento levaram a uma grande di-fusão de sistemas autónomos, fazendoesquecer todas as vantagens oferecidas pelatecnologia do sistema central.Tal como já foi demonstrado, hoje em dia, a au-tonomia, a eficiência e a segurança podemcoexistir num sistema centralizado, utilizando aregulação térmica e os contadores de energia.A contabilização separada realize-se facilmentequer em sistemas de aquecimento por zonas(em que é instalado um contador em cadaapartamento), quer em sistemas formados porcolunas modulares que alimentam os

CONTABILIZAÇÃO E CONTROLO TÉRMICO

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA38

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radiadores de vários apartamentos na mesmaposição vertical (instalação de contadores paracada equipamento de aquecimento).

Em todo o caso é sempre aconselhável seguiras seguintes sugestões:

1. Seleccionar a temperatura mais baixapossível na caldeira;

2. Aquecer as divisões do aparta-mento/moradia de modo autónomo ede acordo com o uso dado a cada divi-são;

3. Aquecer só quando é realmente ne-cessário;

4. Não aquecer o apartamento/moradia auma temperatura superior a 20ºC,visto ser esta a temperatura conside-rada ideal.

REGULAÇÃO DOS SISTEMAS DEAQUECIMENTO

Os sistemas de regulação do aquecimentocontrolam todo o sistema de aquecimento

no que diz respeito à temperatura interior dese-jada em função da temperatura exterior.Quando a caldeira existente é recente, é con-veniente investir num sistema de regulação de

elevada eficiência.

Quando a caldeira já não é recente, a insta-lação deste tipo de sistemas de regulação

poderá ser efectuada em qualquer altura,sendo o momento mais adequado quando acaldeira for substituída ou forem efectuados ou-tros trabalhos no sistema de aquecimento.

Poupança anual: 100-120 €Custo de instalação: cerca de 150€Tempo de recuperação do investimento:

cerca de 1,5 anos

Um bom sistema de regulação deve incluir:► Um programador capaz de gerir sepa-

radamente o aquecimento e a produ-ção de água quente;

► Termóstatos para diversas divisões daapartamento/moradia;

► Válvulas motorizadas para satisfazeras necessidades de aquecimento

Válvulas termostáticasAs válvulas termostáticas são aplicadas nos ra-diadores e permitem a variação da temperaturaambiente, reduzindo o caudal da água quentepara o radiador à medida que o termóstato

esquema de um sistemapor zonas ( distribuição ho-rizontal )

esquema de um sistemapor zonas ( distribuição

vertical )

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 39

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atinge a temperatura programada.Possibilitam também a definição de temperatu-ras mais baixas em divisões que são menosfrequentadas, de modo a poupar energia (apoupança poderá corresponder a cerca de20%).

Termóstato da temperatura ambienteEste tipo de termóstato apresenta as seguintescaracterísticas:

► Desliga a caldeira e/ou a bomba decalor quando a temperatura atingiu onível desejado;

► Está geralmente situado na sala ou naentrada, a cerca de 1,5m acima donível do pavimento;

► Este tipo de termóstato pode ser com-binado com um programador numúnico dispositivo designado “termós-tato programável”;

► Não deve ser instalado na proximidadede radiadores, num local arejado ousoalheiro ou em divisões com aqueci-mento suplementar (por exemplo, ter-moventiladores).

Programadores ou temporizador► O programador permite programar os

períodos de tempo em que aqueci-mento e água quente são necessários;

► Os temporizadores incluem um relógiofácil de programar, permitindo o aque-cimento dos espaços e da água aomesmo tempo ou aquecer apenas aágua e não ligar o aquecimento;

► Os programadores digitais são preferí-veis, pois normalmente permitem umaprogramação de sete dias, quer paraaquecer o ambiente quer a água.

Regulação por zonasA regulação por zonas é efectuada através deuma válvula motorizada que controla o caudal

de água quente para mais do que uma divisãodo apartamento/moradia. É particularmente efi-caz em edifícios de grandes dimensões com di-visões sujeitas a exposição solar variada.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA40

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O consumo de água quente sanitária pode serresponsável por uma grande percentagem do

uso total de energia, especialmente numa habitaçãomoderna e bem isolada.Existem várias formas de se obter água quente.Asmais comuns são:

► Depósito de água quente que é indirecta-mente aquecido por uma caldeira ou sis-tema de aquecimento com caldeira;

► Uma caldeira a quatro tubos que aquecedirectamente a água;

► Termoacumulador eléctrico;► Sistema solar.

Em geral os sistemas queutilizam a energia eléc-

trica para o aquecimento deágua não são bons querecológica quer economica-mente. Por exemplo, para oaquecimento de 100 litros deágua a 60ºC (o suficientepara um duche de 10 minu-tos) são necessários 1kWhse o aquecimento for a gás, 5 kWh se for aqueci-mento eléctrico e 8 kWh se o aquecimento for eléc-trico e o depósito não estiver bem isolado.Os depósitos de água quente perdem energia com opassar do tempo (a água vai arrefecendo) o queleva a um funcionamento intermitente do sistema deaquecimento de modo a manter a temperatura numvalor constante, este funcionamento intermitente éaltamente dispendioso e por isso é fundamental queo depósito de água quente esteja bem isolado, parareduzir ao mínimo as perdas.

Poupança anual: aproximadamente €30Custo de instalação: a partir de €15Tempo de recuperação do investimento:cerca de 6 mesesDeve ter-se em conta que:

► Isolar este tipo de depósito é uma medidaprioritária.

► Estes equipamentos podem ser isoladosem qualquer altura.

► Adicionar um isolamento ao depósito éuma medida eficaz. Um isolamento apli-cado a um depósito que não possui isola-mento pode poupar o dobro do seu própriocusto no primeiro ano.

► Qualquer isolamento com menos de80mm de espessura deve ser actualizado.

Existe no mercado uma grande variedade de iso-lamentos de diferentes tamanhos. Estes podem

ser aplicados com cintas para se ajustarem à voltado depósito, o que diminuirá ainda mais as perdasde calor.Um bom isolamento do depósito também serve umoutro objectivo que consiste em reduzir a possibili-dade de sobreaquecimento no Verão.Quando necessitar de substituir uma peça defei-tuosa, por exemplo, um depósito de água quentecom um rotura, deve aproveitar a oportunidade parasubstituí-lo por outro de elevado desempenho. Umdepósito de elevado desempenho deverá apresen-tar as seguintes características:

► Ter 50-80mm de isolamento aplicado emfábrica.

► Incorporar uma serpentina de elevada efi-ciência que forneça um aquecimento maisrápido da água.

► Melhorar a eficiência periódica total do sis-tema de aquecimento.

Quando se substitui o sistema de aquecimento,deve ter-se em conta que trocá-lo por uma caldeiracombinada (com depósito) elimina a necessidade deinstalar um novo depósito de água quente.

Quando se substitui um sistema de produção deágua quente sanitária é oportuno instalar tambémum sistema electrónico de controlo. Um sistema decontrolo básico permite reduzir o consumo de ener-gia e pode ter:

► Um sistema de programação que permitecontrolar o tempo de funcionamento e atemperatura da água;

► Um termóstato instalado no depósito quesuspenda o fornecimento de energia quandoa água atinge uma determinada temperatura(recomenda-se cerca de 60º C);

► Uma bomba de alimentação que permita aoptimização da eficiência da permuta tér-mica.

Para além de isolar a tubagem principal, vale tam-bém a pena considerar o isolamento da tubagem se-cundária, entre o cilindro e as torneiras. Depósitos etubagens instalados no sótão devem ser sempre iso-lados, para evitar o congelamento e o risco de re-bentamento.

ÁGUA QUENTE

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 41

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EQUIPAMENTOS

A solução mais comum nos equipamentosde ar condicionado é a modalidade tipo

“split”. Embora esta escolha possa parecer amais simples, é efectivamente a menos efi-ciente e inteligente, visto que devemos sempreter presente que o custo de um equipamentodeste tipo é calculado através da soma docusto de aquisição mais o consumo energéticoque ele vai representar.Por esta razão, a aquisição de um sistema“split” pode ser mais económica no curto prazo,mas a longo prazo sairá muito dispendiosa. Se,por alguma razão não existirem alternativas,então deve-se adquirir um equipamento de efi-ciência elevada (apesar de ser mais caro) ecom uma potência superior à necessária, demodo a evitar o seu funcionamento constantena potência máxima, visto que esse funciona-mento leva a um maior consumo de energia.Também é fundamental escolher um equipa-mento equipado com inversor, um dispositivo

que modula a potência(e consequentementeo consumo) de acordocom a necessidade dearrefecimento.Existem dois tipos deequipamentos de arcondicionado: “split”interior com compres-sor exterior ou portátil.

“SPLIT” INTERIOR COMCOMPRESSOR EXTERIOR

E ste é um tipo de equi-pamento dividido em

duas unidades, uma ex-terna com o compressor eoutra interna onde sepodem encontrar o condensador e o evapora-dor. Quando se trata de áreas muito grandes,existe a possibilidade ligar várias unidades in-ternas a apenas uma externa (“multisplit”).

AR CONDICIONADO PORTÁTIL

Este tipo de equipamento é constituído porapenas um elemento, sobre rodas, que tem

no seu interior o compressor, o condensador eo evaporador. Normalmente, este tipo de equi-pamentos é muito ruidoso, mas já existem dis-poníveis no mercado equipamentos maissilenciosos.Apesar de portáteis, estes equipamentos ne-cessitam de ter uma janela perto do seu localde utilização, de modo a ser possível colocar otubo de expulsão de ar quente. Outra desvanta-gem é o seu baixo rendimento, aliás, este tipode equipamentos são a pior opção para arrefe-cer a sua habitação. A sua única vantagem é ofacto de serem portáteis.

ARREFECIMENTO NO VERÃO

Em geral, os equipamentos de ar condicionado consomem muita energia, consequentemente, énecessário usá-los com moderação. Antes de se instalar um sistema de ar condicionado é

bom estudar a possibilidade de melhorar o isolamento térmico para reduzir a transferência decalor do exterior para o interior. Até porque, uma divisão bem isolada pode não necessitar de arcondicionado.Muitas pessoas compram ou usam equipamentos de ar condicionado sem compreenderem a suaconcepção, os seus componentes e os seus princípios de funcionamento. Um dimensionamento,selecção, instalação e manutenção adequadas, para além de um uso correcto são fundamentaispara um funcionamento eficiente e para a redução geral dos custos.Um equipamento de ar condicionado é semelhante a um grande frigorífico que refresca o seuapartamento/moradia.Se o seu apartamento/moradia já possui uma caldeira, mas nenhum equipamento de ar condicio-nado, este tipo de sistema é o mais económico quanto à sua instalação.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA42

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BOMBAS DE CALOR

Este tipo de equipamento pode ser utilizadoapenas para o aquecimento, mas também

permite proceder ao arrefecimento, visto tratar-se de um equipamento reversível. Para conhe-cer melhor este tipo de equipamentos deveráconsultar o capítulo deste manual dedicado aeles.

ARREFECIMENTO SOLAR

Por arrefecimento solar entende-se a utiliza-ção da tecnologia de aquecimento solar

(ver capítulo dedicado à Energia Térmica) coma adição de dispositivos chamados absorvedo-res ou adsorsores (muito caros actualmente) demodo a produzir frio a partir da utilização deágua quente. Podemos considerar que é osonho de qualquer pessoa, ser capaz de arre-fecer a sua habitação no Verão, utilizando ocalor emitido pelo Sol. Infelizmente, essa tecno-logia ainda não está suficientemente madura elogo ainda não é vantajosa economicamente(para mais informações sobre esta tecnologia,poderá consultar a brochura Climatização Solardisponível para download em: http://ames.lin-kare.pt//site/pagina.asp?nome=climasol&sec-tion=24).

REGULAÇÃO DOS SISTEMAS DE ARCONDICIONADOExistem, principalmente, dois tipos de sistemasde regulação que funcionam nos equipamentoscom base num sensor de temperatura:

►Aprimeira possibilidade é a menos dispen-diosa, mas a mais cara em termos de po-tência eléctrica e energética: o sistemafunciona na potência máxima e desliga-sequando a temperatura está abaixo da de-termina pelo utilizador. Quando a tempera-tura é de um ou dois graus acima datemperatura programada, ele liga-se nova-mente, baixando a temperatura, e assimsucessivamente. Este é o sistema habituale precisa de uma elevada potência parafuncionar, para além de ser pouco efi-ciente.

► Asegunda possibilidade é mais cara, mas

não necessita de elevada potência e reduzo consumo de energia. O sistema de arre-fecimento está equipado com dispositivoinversor electrónico que modula a veloci-dade de arrefecimento, diminuindo a en-trada de energia e mantendo atemperatura constante. Este sistema tam-bém tem a vantagem de reduzir o caudalde ar frio a partir da máquina, aumentandoo conforto

MANUTENÇÃO DOSEQUIPAMENTOS DE ARCONDICIONADO EXISTENTES

Os equipamentos mais antigospodem ainda ser capazes de

oferecer anos de uso com relativa efi-ciência. Todavia, fazer durar o velhoequipamento de ar condicionado re-quer uma adequada operação demanutenção.

Problemas comunsUm dos problemas mais comuns é omanuseamento indevido. Se o seu equipa-mento de ar condicionado estiver ligado, certifi-que-se de que fechou todas as janelas eportas. Outros problemas comuns resultam deinstalação defeituosa, mau procedimento dofornecedor e manutenção inadequada.Uma instalação indevida do equipamento de arcondicionado pode resultar em fugas na tuba-gem e caudal de ar reduzido. Muitas vezes, acarga de líquido refrigerador (a quantidade quecircula no sistema) não corresponde às especi-ficações do fabricante. Se isto acontecer, o de-sempenho e a eficiência da unidade ficarádiminuída.Os técnicos de instalação não detectam fre-quentemente problemas de carga ou até agra-vam os problemas já existentes, adicionandolíquido a um sistema que já está completa-mente cheio.Se o seu equipamento de ar condicionado fa-lhar, normalmente, deve-se a uma das seguin-tes razões:

► Fuga do líquido refrigerador: se o seu equi-pamento de ar condicionado apresentar

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 43

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uma carga de líquido refrigerante baixa,pode dever-se a instalação inadequada oua fuga. Se houver fuga, simplesmente adi-cionar mais líquido não é solução. Um téc-nico especializado poderá corrigir a fuga,testar a reparação e recarregar o sistemacom a quantidade correcta de líquido refri-gerador. Recorde-se de que o desem-penho e a eficiência do seu equipamentode ar condicionado são elevados quando acarga do líquido refrigerador corresponderexactamente às especificações do fabri-cante;

► Manutenção inadequada: se permitir queos filtros e as serpentinas do equipamentode ar condicionado fiquem sujos, o equipa-mento não funcionará devidamente e ocompressor ou os ventiladores vão, muitoprovavelmente, danificar-se precocemente;

► Falha do controlo eléctrico: os controlosdos ventiladores e do compressor podemdesgastar-se, especialmente quando oequipamento for ligado e desligado fre-quentemente. Uma vez que o desgastedas correias e cabos e dos terminais tam-bém representa um problema em muitossistemas, as conexões e contactos devemser verificados durante uma visita de umprofissional qualificado.

Manutenção regularOs filtros, serpentinas e aletas do equipamentode ar condicionado exigem uma manutençãoregular para que a unidade funcione correcta eeficientemente ao longo dos seus anos de ser-viço. Negligenciar a manutenção necessáriagarante o declínio do desempenho do equipa-mento ao mesmo tempo que aumenta o con-sumo de energia.

Isolar as tubagensUm enorme desperdício de energia acontecequando o ar frio se perde através da tubagemde alimentação ou quando existe uma fuga dear quente na tubagem de retorno. Estudos re-centes indicam que 10% a 30% do ar condicio-nado num sistema médio perde-se nastubagens. Para que o equipamento de ar condi-cionado seja eficiente, a tubagem deve ser her-mética.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA44

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VENTILAÇÃO NATURAL E MECÂNICA

A construção de uma habitação moderna éhoje em dia muito diferente do que era à

uns anos atrás. A utilização de isolamento tér-mico de qualidade nas paredes do edifício e agarantia de manutenção são duas grandes con-quistas da tecnologia que nos garantem umambiente mais confortável nas nossas habita-ções, bem como, uma gestão menos onerosado conforto interior.A vida num ambiente completamente isoladopode revelar-se uma surpresa, devido ao acu-mular de odores e vapores provenientes danossa presença, para além de provocar umacumular de poluentes como por exemplo oCO2. Uma das soluções para evitar estes efei-

tos nocivos passa por abrir regularmente as ja-nelas, de modo a provocar a renovação do arinterior. Contudo esta não é a melhor solução,uma vez que não se adapta ao ritmo de vidaactual e acarreta alguns inconvenientes e des-perdício de energia, como sejam:

► Entrada de insectos;► Entrada de polén durante a Primavera;► Entrada de folhas no Outono;► Entrada de ar gélido no Inverno;► Entrada de ar quente no Verão.

Assim, a presença de um sistema automáticoque possibilite a renovação de ar e permita oseu controlo total é a melhor solução.

VENTILAÇÃO

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA 45

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Concluindo, todas as habitações requerem ven-tilação pelas seguintes razões:

► Por razões de saúde e conforto doshabitantes.

► Para garantir o funcionamento seguroe eficiente dos dispositivos decombustão (por exemplo, caldeiras agás) que extraem o ar de combustãodo interior da habitação.

► Para controlar a condensação atravésda remoção do vapor de água.

► Para eliminar outros poluentes e odores..

VENTILAÇÃO MECÂNICA

O isolamento térmico da envolvente de umedifício é uma qualidade essencial, bem

como, uma condição prévia indispensável paraimplementar um bom plano de ventilação. Aventilação mecânica controlada (VMC) é umsistema integrado de ventilação que permite aentrada de ar novo na habitação através de dis-positivos colocados nos quartos e salas, sendoque, as grelhas de extracção estão colocadasnos locais mais “poluídos”, ou seja na casa debanho e na cozinha. A transferência do ar novoentre os quartos, a sala, a cozinha e casa debanho ocorre através do espaço existente entreas portas e o pavimento (cerca de 0,5cm). Paracriar este caudal de ar, um sistema de ventilaçãoutiliza um pequeno ventilador.

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CAPITULO 2 - ENERGIA TÉRMICA46

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Um sistema de ventilação mecânica mais com-pleto possui a capacidade de efectuar a recu-peração de calor. E este deve ser o princípioorientador para este tipo de tecnologia. Assim,em vez de deixar que o calor presente nassalas seja perdido através de janelas abertas,nos edifícios bem isolados e que disponham deum sistema de ventilação mecânica completo,cerca de 80% do calor pode ser mantido no in-terior do edifício. Ao utilizar um sistema de ven-tilação mecânica o consumo de energia é cercade cinco vezes inferior quando comparado como sistema de ventilação natural (abertura de ja-nelas).O sistema de ventilação mecânica inicia o seuprocesso com a aspiração de ar do exterior dahabitação e a sua filtragem (para retirar poeirase pólen) através de um microfiltro, depois o arexterior passa através de um permutador decalor, sendo pré-aquecido. Para este pré-aque-cimento é utilizado o calor presente no ar queestá a ser retirado do interior da habitação(aproveitando-se cerca de 80% desse calor).Por fim, depois de aquecido, o ar é insufladonas divisões da habitação através de grelhasexistentes na parede ou no pavimento. Poroutro lado, o ar interior é aspirado da cozinha ecasa de banho e conduzido para o exterior,passando primeiro pelo permutador de calor.

Quando se decide instalar um sistema de venti-lação mecânica é necessário considerar os se-guintes pressupostos:

► As lareiras e fogões necessitam de umsistema de alimentação de ar autó-nomo;

► O ar extraído da cozinha deverá pas-sar primeiro por um filtro de carvão ac-tivado e só depois ser enviado para opermutador de calor antes de serlibertado para o exterior

Para problemas de condensação, consultarwww.ames.pt

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CAPITULO 3 - ENERGIA ELÉCTRICA 47

ENERGIA ELÉCTRICA 3

Os electrodomésticos eficientes necessitam de menos energia e, consequentemente, o seufuncionamento é menos dispendioso. Existem provas claras de que os equipamentos domés-

ticos que utilizam a energia de forma mais eficiente nem sempre são mais caros do que equipa-mentos equivalentes muito menos eficientes. Quando se compra um electrodoméstico, deve-severificar a sua etiqueta energética.

ETIQUETAS ENERGÉTICAS

Em 1995, a União Europeia introduziu umesquema de etiquetas obrigatório para os

equipamentos de uso doméstico, que inclui fri-goríficos, arcas congeladoras e combinados.Este esquema foi alargado, desde então, àsmáquinas de secar e de lavar roupa, de lavarloiça, lâmpadas, fornos eléctricos e equipamen-tos de ar condicionado. As etiquetas são colo-cadas sobre estes produtos, que sãoapresentados em lojas ou exposições, parapermitir que os consumidores comparem assuas eficiências.As etiquetas energéticas mostram a estimativados consumos (com base em resultados detestes) de energia, que vão de A a G, em que Aé o mais eficiente (para equipamentos de frio,A++ é o mais eficiente). Um equipamento clas-

sificado com A usará aproximadamente metadeda energia gasta por um equipamento com aclassificação G.Todavia, a quantidade de energia eléctricagasta dependerá da forma como o electrodo-méstico é usado e o local em que está situado.Por exemplo, um equipamento de frio (um frigo-rífico) que está colocado na proximidade de umaquecedor ou forno gastará mais energia doque um que se encontre situado num espaçomais fresco, por isso a disposição da cozinha éimportante, no que se refere à eficiência ener-gética.Actualmente, algumas etiquetas também forne-cem informações sobre outros aspectos do de-sempenho do electrodoméstico, por exemplo, odesempenho da lavagem, o gasto de água porciclo, as rotações (no caso das máquinas delavar roupa), o ruído, etc.

ELECTRODOMÉSTICOS E ILUMINAÇÃO

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CAPITULO 3 - ENERGIA ELÉCTRICA48

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ELECTRODOMÉSTICOS

ARCAS CONGELADORAS E FRIGORÍFICOS

As arcas congeladoras e frigoríficos consomem cerca de um sexto de toda a electricidade dahabitação, muito mais do que qualquer outro electrodoméstico.

CONSELHOS DE AQUISIÇÃO

► Escolha um modelo de classe A++ ou A+;► Escolha um frigorífico de dimensões apropriadas para as suas necessidades. Quanto

maior o equipamento, maior o seu consumo. Outro factor que aumenta o consumo doequipamento é utilizá-lo acima da capacidade máxima;

► As arcas congeladoras horizontais são, habitualmente, mais eficientes do que as verti-cais. Apresentam um isolamento melhor e o ar frio não sai quando se abre a porta;

► Os frigoríficos com função de descongelação automática podem consumir 40% a 50%mais energia eléctrica do que os modelos isentos dessa funcionalidade.

RECOMENDAÇÕES QUANTO À MANUTENÇÃO

► Uma limpeza semestral do condensador e das serpentinas pode melhorar a eficiência doequipamento até 30%. Tenha especial atenção para não danificar as serpentinas;

► As portas devem fechar hermeticamente. Para as testar, feche a porta sobre uma folhade papel e tente puxá-la. Se deslizar facilmente, é necessário substituir a borracha daporta, para evitar que o ar frio saia, ou considere a compra de uma nova unidade;

► Coloque o frigorífico numa posição afastada de uma potencial fonte de calor e a uma dis-tância mínima de 5 cm da parede, de modo a permitir o correcto funcionamento do con-densador;

► Mantenha a temperatura interior do frigorífico entre os 3°C e 5°C. A temperatura de con-gelação deve ser programada entre os -18°C e os -3°C;

► Desligue arcas e frigoríficos que não estejam a ser usados, para evitar um gasto de ener-gia desnecessário;

► O consumo energético dos frigoríficos que já têm entre 10 a 20 anos pode chegar a mais60%, comparativamente a um modelo recente.

EQUIPAMENTOS COM AS CLASSIFICAÇÕES A/A+ POUPANÇA MÉDIA ANUAL (/ANO)

Frigorífico combinado (A+) até €36

Arca congeladora horizontal (A+) € 27,00

Arca congeladora vertical (A+) € 27,00

Frigorífico (A+) € 18,00

Máquina de lavar roupa (A) € 9,00

Máquina de lavar loiça (A) € 18,00

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CAPITULO 3 - ENERGIA ELÉCTRICA 49

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FORNOS E FOGÕES DE COZINHA

Actualmente não se atribui uma classificação energética a fornos e fogões de cozinha (à excepçãodos fornos eléctricos). Todavia, existem aspectos a considerar na aquisição e funcionamento de um

forno que podem conduzir a uma redução da factura energética (gás ou electricidade).

CONSELHOS A TER EM CONTA NA COMPRA:► Se possível escolha um forno ou um fogão a gás. A maior desvantagem à utilização de gás é o

potencial risco para a saúde, que advêm dos subprodutos da combustão, mas um sistema deventilação adequado minimizará este risco;

► Os fornos com função de auto-limpeza apresentam um isolamento melhor do que os outrosmodelos, por isso, são mais eficientes quando usados devidamente;

► Os fogões de cozinha que contêm vitrocerâmica, halogéneo ou elementos de indução sãomais eficientes do que aqueles que contêm resistências eléctricas. São, também, mais fáceisde limpar e permitem um maior controlo da temperatura;

► Considere a instalação de uma chaminé para o fogão, em que a distância entre os mesmosseja reduzida, para eliminar ruídos e fornecer ventilação adequada;

► Escolha um modelo que apresente exaustor de fumos e vapores e não um que faça a recircu-lação do ar dentro da habitação. Se a instalação de uma chaminé não for possível, considere,um forno com ventilação directa, se seleccionar um equipamento a gás.

.RECOMENDAÇÕES QUANTO À MANUTENÇÃO

► Os equipamentos com função de auto-limpeza gastam maiores quantidades de energia ereduzem a poupança de energia total do modelo. Utilize esta função apenas quando fornecessário, não mais do que uma vez por mês e logo após ter usado o forno, de modo aminimizar o consumo de energia desse processo;

► Muitos fogões de cozinha oferecem sistemas de ignição sem piloto, como queimador selado.É importante manter o dispositivo de ignição limpo, para fornecer uma ignição sem falhas.

MÁQUINAS DE LAVAR LOIÇA

Em geral, as máquinas de lavar loiça constituem uma forma melhor e mais eficiente de lavar aloiça do que a lavagem à mão. Os modelos eficientes gastam em média 18 litros de água por

carga, sendo que para a mesma quantidade de loiça lavada à mão, nunca se gastará menos de26 litros de água. O aquecimento da água é responsável por mais de 80% da energia utilizadapelas máquinas de lavar loiça, pelo que se devem escolher temperaturas de lavagem mais baixas.

CONSELHOS A TER EM CONTA NA COMPRA

► Escolha um modelo com uma resistência de aquecimento mais potente, que tenha a capacidadede elevar rapidamente a temperatura da água até aos 60°C. Isto permitirá uma poupança adicionalde energia através da programação se a temperatura seleccionado for de 40°C;

► Procure uma máquina de lavar loiça que forneça o número de ciclos suficientes correspondentesaos diferentes graus de sujidade da loiça. Isto minimizará a utilização excessiva de água e energia;

► Escolha uma máquina que possua um método de secagem por circulação de ar ou secagem du-rante a noite.Asecagem por calor seca rapidamente a loiça, mas às custas de um aumento daenergia utilizada. O aquecimento da água e do ar são os dois processos que mais energia conso-mem numa máquina de lavar loiça.

MÁQUINAS DE LAVAR E SECAR ROUPA

Invista com sensatez nestes ou noutros equipamentos de maiores dimensões, visto que frequen-temente apresentam um período de vida útil superior aos 15 anos.

O potencial de poupança de energia e de recursos de um modelo eficiente pode fornecer um reembolso an-tecipado e poupança nos custos ao longo de todo o seu período de funcionamento.

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CAPITULO 3 - ENERGIA ELÉCTRICA50

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O aquecimento da água e a função de enxaguamento são responsáveis por 90% do total de energia consu-mida num ciclo. O motor gasta apenas os restantes 10%.Amaioria das máquinas de lavar roupa convencio-nais gasta 60 a 120 litros de água por ciclo completo.Aescolha de um equipamento mais eficiente poderáreduzir os consumos de energia e água em mais de 40%.

CONSELHOS A TER EM CONTA NA COMPRA

► Seleccione sempre um modelo de classe A;► As máquinas mais eficientes apresentam um eixo horizontal (nas quais se introduz as

roupas pela frente). Este tipo de máquina gasta cerca de um terço quando comparadacom uma máquina de eixo vertical (alimentação superior). Estes modelos também nãoapresentam pás, o que quer dizer que são mais delicados com as roupas. Também acentrifugação é mais rápida, o que resulta em menos tempo de secagem e custos.

RECOMENDAÇÕES QUANTO À MANUTENÇÃO► Use programas de água fria tanto quanto possível. Os detergentes modernos estão con-

cebidos para a água fria. Isto reduz a energia gasta a aquecer a água;► Verifique periodicamente as mangueiras e os filtros, as linhas de entrada de água e as

linhas de drenagem, para evitar possíveis depósitos de metais ou sedimentos.

MÁQUINAS DE SECAR ROUPA► Este tipo de equipamento é muito pouco eficiente, consumindo uma grande quantidade

de energia. Assim sendo, sempre que possível utilize o sol e o vento para secar a suaroupa, visto que são ambos gratuitos e renováveis.

OS CONSUMOS FANTASMAS E STAND-BY

Quando desligamos um equipamento pensamos que estamos a poupar energia, o que desconhecemosé que muitos equipamentos, apesar de desligados continuam a consumir energia.A isto chama-se con-

sumo fantasma.Um equipamento que tenha dispositivos como controlo remoto, relógio, temporizador, memória, microproces-sador ou ligação instantânea muito provavelmente continuará a gastar energia mesmo quando é desligado.Os televisores e leitores de VHS ou DVD contribuem em muito para as cargas fantasma.Aelectricidade éutilizada para manter o controlo remoto e as características de ligação instantânea e para manter os filamen-tos quentes 24 horas por dia.

COMO RESOLVER A QUESTÃO DAS CARGAS FANTASMA:► Se possível, escolha um electrodoméstico com relógio ou temporizador integrados. Enquanto

os mostradores apenas consomem cerca de 0,5 Watt, o fornecimento de energia no equipa-mento converte 220 Volt de corrente alternada em corrente directa de baixa voltagem para orelógio ou temporizador. Isto é muito pouco eficiente e consome 100 a 200 Wh por dia. É aenergia suficiente para pôr a funcionar uma lâmpada fluorescente compacta continuamentedurante 10 horas;

► Evite deixar os equipamentos com pequenos transformadores nas tomadas eléctricas quandonão estão a ser utilizados. Para além disso, considere a compra de um equipamento comtodas as funcionalidades, tal como um telefone com atendedor de chamadas e mostrador in-corporados. Isto reduzirá o número de pequenos transformadores ligados;

► Retirar o dispositivo da tomada ou usar uma extensão com interruptor que permita desli-gar todos os equipamentos quando não estão a ser utilizados é uma forma de evitar car-gas fantasma.

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CAPITULO 3 - ENERGIA ELÉCTRICA 51

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A iluminação é responsável por 5-10% do gasto total de energia numa habitação média ecusta 50€ a 150€ por ano em energia eléctrica. Talvez isto não pareça um grande montante,

mas cada vez mais pessoas estão a descobrir a vasta gama de benefícios que advêm do uso deum tipo de iluminação eficiente.

Aprincipal diferença entre uma lâmpada incandescente e uma fluorescente é a forma como aluz é gerada:

► Nas lâmpadas incandescentes, a luz é gerada devido ao aquecimento de um filamento detungsténio a uma temperatura de 2 500°C.

► A lâmpada fluorescente, explora as interacções entre electrões e um gás em particulaque se encontram dentro da lâmpada, com emissão de fotões convertidos em luz visível,levando à irradiação de um revestimento de fósforo existente no interior do tubo de vidro.Esta tecnologia fornece uma produção de luz muito eficiente de cerca de 70lm/W, en-quanto as lâmpadas incandescentes convencionais produzem apenas 6-20lm/W.

LÂMPADAS: TIPOS E CARACTERÍSTICAS

Lâm

pada

sflu

ores

cent

esco

mpa

ctas

(CFL

) As CFL emitem a mesma quantidade de luz que uma lâmpada incandescente, mas usam menos 75 porcento da energia e duram 10 vezes mais tempo (mais de 10 000 horas, ou cerca de cinco anos).► Podem substituir directamente as lâmpadas incandescentes ou de halogéneo. Embora sejam maiscaras, a poupança energética compensa o custo adicional em cerca de um ano, quando usadas emmais de três horas por dia.► As CFL modernas proporcionam o brilho característico das lâmpadas de incandescência, tornando-asadequadas para qualquer aplicação na habitação.

Lâm

pada

sflu

ores

cent

estu

bula

res

As lâmpadas fluorescentes tubulares são muito eficientes, mas por vezes não são adequadas para apli-cações específicas devido ao seu comprimento.► São frequentemente usadas em equipamentos que fazem parte das características arquitectónicas,por exemplo, acima ou abaixo de armários ou em dosséis, cornijas ou molduras.► Este tipo de lâmpada é ideal para espaços em que é necessária luz brilhante, tais como cozinhas,lavandarias e oficinas.► As lâmpadas fluorescentes T-8 (2,54cm de diâmetro) ou T-5 (1,58cm de diâmetro) com balastros elec-trónicos são mais eficientes do que as antigas T-12 (3,81cm de diâmetro). As lâmpadas fluorescentesmodernas, tais como as CFL também apresentam uma cor mais quente do que os modelos maisantigos.► Deve-se considerar a aplicação deste tipo de lâmpada quando se fazem renovações na habitação.São facilmente instaladas por um electricista.

Lâm

pada

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halo

géne

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Este tipo de lâmpadas são incandescente, mas o químico chamado “halogéneo” é introduzido na lâm-pada para minimizar o desgaste do filamento. Tem o efeito de aumentar a vida útil até às 3 000 horas oucerca de dois anos.► As lâmpadas de halogéneo estão disponíveis numa vasta variedade de formas e tamanhos e sãoideais para usos em que a luz focada seja necessária numa pequena área, tal como para desempenharuma tarefa, criar destaque ou acentuar algum espaço.► Este tipo de lâmpada funciona a elevadas temperaturas, por isso devem ser instaladas longe de corti-nas ou outros materiais inflamáveis.Sendo uma lâmpada incandescente, a sua eficiência energética é muito reduzida, produzindo mais calordo que luz.

ILUMINAÇÃO DOMÉSTICA

continua ►

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CAPITULO 3 - ENERGIA ELÉCTRICA52

3

POUPANÇA ECONÓMICA E ENERGÉTICA

Se substituir uma lâmpada incandescente de 75W (0,75€) por uma CFL de 15W (5,00€), consi-derando o custo de energia de 0,1143€/kWh e uma duração de 1 000 horas para as lâmpadas

incandescentes convencionais e 10 000 horas para as CFL, pode-se poupar:

CONSELHOS PARA POUPAR ENERGIA E DINHEIRO NA ILUMINAÇÃOAPROVEITE A LUZ NATURAL DO SOL:

► Reposicione a mobília de modo a maximizar a utilidade da luz natural para ler, cozinharou efectuar outras tarefas.

► Pinte as paredes em tons claros.

REDUZA AS LUZES DE FUNDO E CONCENTRE-SE MAIS NA ILUMINAÇÃO DA TAREFA:► Concentre a luz onde ela é necessária, mantendo as luzes do tecto desligadas e usando

candeeiros de pé ou de mesa.

MUDE PARA LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS.

USE COM SENSATEZ AS LÂMPADAS INCANDESCENTES:► Num equipamento que permita a colocação de várias lâmpadas, use uma única com uma

potência maior, desde que seja seguro para o equipamento;► Adquira lâmpadas mais eficientes, que gastem 5-13% menos energia.

Utilização dalâmpada

[horas/dia]

Poupança apóso 1º ano

Poupança apóso 3º ano

Poupança após o10º ano

EnergiakWh € Energia

kWh € EnergiakWh €

2 40,15 4,59 120,45 13,77 401,50 45,89

4 80,30 9,18 240,90 27,54 803,00 91,78

6 120,45 13,77 361,45 41,30 1.204,50 137,67

8 160,60 18,36 481,80 55,07 1.606,00 183,57

Lâm

pada

sin

cand

esce

ntes

As lâmpadas incandescentes são as tradicionais lâmpadas que temos vindo a usar desde há anos.► São baratas, mas muito pouco eficientes (apenas 4–6 por cento da energia eléctrica usada no bolbo éconvertida em luz visível; a restante energia perde-se em forma de calor).► Têm um período de duração muito curto (750–1 000 horas, ou cerca de meio ano com um funciona-mento normal).► Algumas lâmpadas incandescentes são comercializadas como lâmpadas de longa duração ou como debaixo consumo, mas alcançam estas características através da produção de menos lúmens (débito de luz).São muito ineficientes em comparação com as lâmpadas fluorescentes compactas.

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE 53

MOBILIDADE 4

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

De acordo com as estatísticas, Portugalocupa a vigésima terceira posição, no que

diz respeito ao número de veículos em circula-ção no Mundo, com 4,26 milhões de veículos.Existe um automóvel por cada 2,3 habitantes,incluindo bebés e pessoas que não conduzem,assim na prática, cerca de dois carros por famí-lia. Se todas as famílias do mundo tivessemdois automóveis e os usassem como nós, todoo ecossistema já estaria comprometido.Oitenta por cento do tráfego é privado. No en-tanto, dois terços das pessoas que vivem emcidades declaram sofrer com o tráfego. Umaquantidade semelhante declara estar preocu-pada com a poluição do ar. Temos também demencionar que 80% dos bens são transporta-dos em camiões.A quota de energia final consumida pelo sectordos transportes no total de energia final consu-

mida em Portugal no ano de 2005 foi de 35,4%.Visto que os transportes dependem quase ex-clusivamente dos produtos petrolíferos (gaso-lina e gasóleo), são também um dos maioresresponsáveis para a libertação para a atmos-fera dos diversos poluentes responsáveis peloaumento do efeito de estufa, e consequente-mente pelas alterações climáticas.As alterações tecnológicas que têm sido imple-mentadas nos veículos não são capazes, por sisó, de resolver os problemas energéticos (dimi-nuir drasticamente os consumos de combustí-veis) e os problemas ambientais (diminuirsignificativamente as emissões de GEE). Defacto, o aumento da eficiência dos veículos nãoconsegue equilibrar a crescente procura dosmesmos e o aumento da sua cilindrada/potên-cia média.

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE54

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE 55

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Meio detransporte

Km/litro(média)

A

KmB

Consumo emlitros

C=B:A

Coeficiente deemissão CO2

D

Quantidade deCO2

E=CxD

Carro a gasolina 2,6 kg/l

Carro a gasóleo 2,6 kg/l

Carro a GPL 1,5 kg/l

Autocarro 10 0,06 kg/l

Bicicleta 0,001 kg/l

CALCULE A QUANTIDADE DE CO2 QUE PRODUZ DEVIDO AO TRANSPORTE QUE UTILIZAUSE ESTA TABELA E SIGA AS INSTRUÇÕES

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE56

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SEIS BOAS RAZÕES PARA VIAJAR SEM A UTILIZAÇÃODO AUTOMÓVEL

1. ACIDENTES

Na Europa, todos os anos, acontecem cercade dois milhões de acidentes rodoviários;

no mundo (segundo dados da OMS) as vítimasmortais ascendem a aproximadamente ummilhão por ano.

2. RISCOS PARA A SAÚDE

As doenças e a tensão psicológica consti-tuem os principais efeitos do tráfego sobre

a saúde. Cerca de 80% da poluição atmosfé-rica deve-se ao tráfego de veículos, bem comoaos engarrafamentos e ruído.Os riscos para a saúde devidos à poluição sãomais elevados para as crianças e para os ido-sos: de acordo com a OMS, o risco de desen-volver leucemia é três vezes mais elevado paraas crianças que vivem em áreas de grandedensidade de tráfego automóvel do que paracrianças que habitem em zonas rurais.

3. DANOS AMBIENTAIS:

Os veículos libertam gases para a atmosferaque contêm muitas substâncias tóxicas ca-

pazes de alterar as funções orgânicas dosseres vivos (quer das plantas quer animais), depoluir o ar, a água e o solo, causando fenóme-nos acumulados e toxicidade nas cadeias ali-mentares.O uso de combustíveis fósseis para os trans-portes é uma das principais causas do efeito deestufa. Os transportes rodoviários produzem:30% de emissões de dióxido de carbono, 72%de monóxido de carbono e 52% de óxidos denitrogénio.O impacto ambiental dos transportes tambémse deve à extracção, transporte e refinamentode petróleo, à extracção de ferro e outras maté-rias-primas para a produção de automóveis; àsuperfície retirada aos ecossistemas para viasde acesso (30 000 ha na Europa durante o pe-ríodo de 1990-98), para tratamento de resíduosdurante o ciclo de vida do automóvel (óleos delubrificação, filtros, etc.).

4. CUSTOS EXTERNOS

A perda económica num País como Portugaldevido ao efeito de estufa, à poluição, aos

acidentes, ao ruído e engarrafamentos podeascender a várias dezenas de milhares demilhões de euros por ano.

5. DESPESAS DE MANUTENÇÃO

O custo dos combustíveis e da manutençãoé de cerca de 4 000 euros por ano.

6. ESTRADAS SUPERLOTADAS NASÁREAS URBANAS

A bicicleta e o metro são mais rápidos doque o automóvel, especialmente nas gran-

des cidades. A velocidade média para um carroem Lisboa é inferior 10 km/h. Sendo assim, seconsiderarmos também o tempo que se gasta aprocurar estacionamento, a velocidade é aindamenor. Nas grandes cidades (com mais de 500000 habitantes) um automobilista gasta cercade 117 horas por ano em viagens urbanas.

STRESS

Ruido

Trafego

Engarrafamento

Danos Ambientais

Custos

Danos para

a saúde

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE 57

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POLUENTE PATOLOGIA RELACIONADA

Monóxido de Carbono (CO)Bloqueia a hemoglobina, provocando efeitos tó-xicos no sistema cardiovascular, lesões nosolhos e dores de cabeça

Óxidos de Azoto (NOx) Alterações pulmonares, irritações, redução dasdefesas imunológicas

Ozono (O3) Afecções respiratórias, dores de cabeça, irrita-ções oculares

Hidrocarbonetos aromáticos (PAHs) Dificuldades respiratórias, asma, insuficiênciacardíaca, cancro

Chumbo tetraetílico Atraso no desenvolvimento intelectual dascrianças, cancro

Partículas (PM10) Irritações das vias respiratórias e dos olhos, veí-culo para outros agentes tóxicos, cancro

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE58

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Para solucionar os problemas com o tráfego,muitas autarquias implementam medidas

temporárias que não permitem uma verdadeiraresolução do problema (isto é, a limitação do trá-fego). Todas as acções, ainda que importantes,não são o suficiente, se os cidadãos não muda-rem o seu estilo de vida, reduzindo o uso do au-tomóvel próprio, usando diferentes formas dedeslocação, tais como as seguintes:

► Andar a pé ou de bicicleta: andar a pé ou debicicleta durante apenas meia hora seria o bas-tante para reduzir em 50% os riscos provocadospelo excesso de peso e para evitar muitas doen-ças. Quarenta por cento das viagens urbanas re-presentam menos de 4km, uma distância quepode ser facilmente percorrida com o uso da bici-cleta.

► Andar de autocarro ou de metro: em quasetodas as cidades existe uma rede de transportesde massas que compreende autocarro, eléctricoe metro. A frequência do serviço está ajustadanas horas de ponta, mas com organização épossível viajar a praticamente qualquer hora dodia.O problema com os horários deve-se à intensi-dade do trânsito, mas o mesmo problema acon-tece com o uso do automóvel. Apesar do custo

dos bilhetes poder parecer ele-vado, se considerarmos os custosde funcionamento de um automó-vel, verificamos que é muito maisbarato usar um transporte públicocolectivo. A utilização de transpor-tes colectivos reduz o stress, os riscos de aci-dente e proporciona mais tempo livre para ler,estudar ou praticar outras actividades.

► Andar de comboio: o comboio é o meio detransporte mais rápido e seguro para as viagensde média duração, por exemplo entre as cidadese as aldeias próximas. É confortável: é possíveller, dormir e transporta-nos directamente para ocentro da cidade.

► A partilha de automóvel alugado (“car-sha-ring”): é um serviço baseado no uso colectivodo mesmo carro fornecido por uma empresaespecífica, onde cada utilizador paga um preçofixo por ano e um preço dependente das vezesque utiliza o serviço. Para além disso, as pes-soas que utilizam este sistema exploram auto-móveis menos poluentes e têm algunsbenefícios, tais como o uso de estacionamentoespecial e o acesso a zonas de tráfego limitado.Partilhar o carro permite a redução da emissãode gases de efeito de estufa e, ao mesmo

ALTERNATIVAS AO VEÍCULO PRIVADO

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE 59

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tempo, permite uma poupança monetária signifi-cativa.Os factores de sucesso desta medida que tem opropósito de atrair um grande número de pes-soas (quer individualmente quer em empresasou instituições públicas) incluem os seguintesaspectos:►Conveniência! Proporcionam um elevado níveldo serviço dada a simplicidade com que se faz areserva, o rápido acesso a automóveis de ele-vada qualidade e à disponibilidade de carrosperto da zona de residência.►Economia! Traz vantagens económicas, vistoque é mais barato do que ter um carro próprio,tem um sistema de tarifas diferenciadas quepode atrair clientes que não utilizam muito estemeio de transporte, bem como condutores maisfrequentes, o que conduz a descontos.►Confiança! É altamente fiável devido ao apoioprestado pela organização e ao uso de carrosnovos, amigos do ambiente, que apresentam umbom funcionamento e segurança.

► Uso partilhado do automóvel (“car-poo-ling”): enquanto estamos presos numa fila detrânsito é muito fácil observar que quase todosos carros têm apenas uma pessoa a bordo. Utili-zar o carro em grupo é uma forma de colocar emcontacto pessoas que fazem o mesmo percursoindividualmente. Este sistema é eficaz entre pes-soas que trabalham na mesma empresa ou entrepais que levam os filhos à mesma escola. A par-tilha do carro reduz o número de automóveis emcirculação, com uma grande vantagem para oambiente. Acordar uma divisão justa dos gastosé também uma maneira de reduzir as despesas.Este sistema deve ser usado/considerado como

complemento para outras soluções de trans-porte. Não se trata, definitivamente, de vender ocarro e andar à boleia o resto da vida nem desubstituir o automóvel todos os dias da semana.A melhor solução é encontrar uma (ou duas)pessoa com quem partilhar uma viagem um diana semana, tornar isso num hábito e deixar queas coisas aconteçam ao seu próprio ritmo. As em-presas deviam, consequentemente, encorajar osseus funcionários a “partilhar um carro um dia porsemana”.Estes são os motivos para a partilha do automóvel:

►Locais de trabalho semelhantes – destinos se-melhantes, rede de informações semelhante ede pessoas conhecidas;►Horas de trabalho regulares e semelhantes;►Um percurso longo, pelo menos 20km de ida;►Pequena perda de tempo, em comparaçãocom o facto de se fazer a viagem sozinho;►Maus transportes públicos – poucas alternati-vas ao carro;►Possibilidades de estacionamento reduzidas ecaras.

► Usar sistemas de parqueamento:Um sistema de parqueamento compreendeuma rede de parques de estacionamentoconstruídos em áreas suburbanas, junto avias importantes ou estradas principais emque as pessoas que viajam para o centro dacidade podem estacionar e aceder a diferen-tes meios de transporte, quer sejam trans-portes públicos, bicicletas ou outros. Estetipo de estacionamento é fundamental parapermitir mudar de sistema de transporte, evi-tando o congestionamento do trânsito.

O Pedibus é o modo mais saudável, se-guro, divertido e ecológico para chegar à

escola. Consiste num “autocarro humano”onde as crianças são os “passageiros” e osadultos são o “condutor” e o “revisor”.O Pedibus foi originalmente criado na Dina-

marca e é muito usual nos países nórdicos enos Estados Unidos, estando neste momentoa se espalhar por outros Países.A Internet é uma boa fonte de ideias, informa-ção e documentação sobre todas as que-stões relacionadas com esta temática.

E PARA AS CRIANÇAS? EXPERIMENTA O PEDIBUS!!!

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE60

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E xistem pessoas que, por várias razões,não podem ou não querem renunciar ao

automóvel privado.Mas, as pessoas que usam este tipo de trans-porte diariamente e que fazem dezenas de mil-har de quilómetros por ano podem fazer algopara reduzir o peso que representa o seu estilode vida para a atmosfera, para a saúde colec-tiva e para as suas próprias carteiras:

► escolher um automóvel com motor de cilin-drada média a pequena: possuir um carrogrande, com um motor potente, super-despor-tivo, não significa que se seja melhor, maisforte ou mais importante do que os outros... umcarro com um motor potente consome dezvezes mais do que um que apresente dimen-sões mais pequenas, custe menos em termosde manutenção, de imposto de circulação e deseguros;

► estar atento ao consumo de combustível:pelo mesmo preço, é bom comparar os quiló-metros percorridos para cada litro de combustí-vel porque consumos menores significammaiores poupanças e menos poluição;

► verificar o equipamento de emergência: ac-tualmente, mesmo nos modelos mais comunsexistem tecnologias instaladas para aumentar asegurança activa e passiva do automóvel, mastambém na mesma categoria existem automó-veis que estão equipados com melhores tecno-logias;

► verificar os dispositivos de redução do im-pacto ambiental que vão desde o controlo dasemissões ao tipo de materiais usados na cons-trução. Algumas leis europeias impõem a adap-tação progressiva aos parâmetros prédefenidos (para as emissões de CO2). Algunsmodelos “novos” apresentam motores e tecno-logia relativamente antigas, que não estãoadaptados aos limites normativos que serãoaplicados num futuro próximo. No momento da

compra é conveniente ter em conta essesaspectos;

► escolher criteriosamente o tipo de combustí-vel com base nas necessidades reais: even-tuais variações sucessivas são, de facto,possíveis apenas nos motores a gasolina e quepodem também funcionar com GPL ou metano.É do domínio público que estes combustíveissão muito diferentes em relação ao seu custo eàs emissões que produzem em resultado dacombustão.

PARA UMA BOA MANUTENÇÃO► manter o carro em perfeitas condições dá--lhe eficiência, segurança para os utilizadores elimita o impacto ambiental. É uma atitude cor-recta proceder regularmente às revisões e ins-pecções periódicas obrigatórias;

► ter em atenção a correcta remoção dos des-perdícios: óleo do motor, dos travões ou dacaixa de velocidades; os pneus devem ser le-vados para centros especializados de recolhade resíduos perigosos. Queimar, abandonar oudispersar na atmosfera estas substâncias pro-voca danos graves ao ambiente. Noscentros de recolha são usadas parareciclagem;

► substituir o catalisador quando asua funcionalidade estiver esgotada;

► se possível, montar pneus regene-rados, provenientes de processos de recicla-gem. Os danos ambientais são limitados e aqualidade é boa.

CONDUZIR COM SEGURANÇA, POU-PANDO DINHEIRO

Frequentemente, as pessoas tendem a con-duzir de forma nervosa e a privilegiar a ve-

locidade. Tem sido amplamente demonstradoque, em média e em viagens curtas, a condu-ção rápida permite ganhar apenas alguns minu-tos, com um aumento do consumo da ordem

MAIOR ATENÇÃO NA AQUISIÇÃO DO AUTOMÓVEL

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE 61

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dos 25-30%, com grandes impactos ambientaise um aumento do risco de acidentes. Algumassugestões para uma condução menos dispen-diosa, mais segura e menos poluente podempassar por:

► adoptar um estilo de condução mais descon-traído possibilita poupar entre 5 a 25% de com-bustível – em geral, os consumos, as emissõese o ruído aumentam mais do que proporcional-mente ao aumento da velocidade;

►usar o acelerador de uma forma suave e pro-gressiva e tentar manter uma velocidade cons-tante. Manter uma velocidade baixa: ir até 125km/h em vez de 110 km/h envolve um aumentode consumo de 20%;

► ao usar a caixa de velocidades, deve evitar-se o uso do motor em regime elevado de rota-ções;

►se possível, usar as mudanças mais altas;

► deslocar-se a uma velocidade baixa, em vezde permanecer parado;

► desligar o motor quando o carro permanecerem pausa durante um longo período de tempo(isto é, nas passagens de nível, nos semáforos,no estacionamento temporário);

► desligar todos os dispositivos eléctricosquando não forem realmente indispensáveis(isto é, ar condicionado, descongelamento,luzes, luzes de nevoeiro);

► viajar com as janelas abertas e porta-baga-gens cheio aumentam o consumo em 2% na ci-dade e até 20% em estrada;► manter sempre os pneus com a pressão cor-recta.

PARA OS AMANTES DAS MOTORIZADAS

Em geral, também para as pessoas queusam motorizadas aplicam-se as mes-mas

regras que para os proprietários de automó-veis, no que respeita à manuten-ção e ao estilo de condução.Devem ser acres-centadas algu-mas referências particularesquanto às scooters:

► no momento de aquisição, é conveniente

escolher motores de quatro tempos em vez dedois tempos; os motores de dois tempos sãomuito mais poluidores;

► é também possível encontrar no mercadomodelos eléctricos ou a GPL.

PARA VIAGENS LONGAS

Nos últimos anos, as viagens aéreas debaixo custo tiveram um grande aumento,

quer para passageiros quer para bens. Com adifusão dos voos de último minuto e de com-panhias de aviação que oferecem voos debaixo custo, é prática habitual voar não só emviagens transcontinentais como também emviagens de algumas centenas de quilómetros.Do ponto de vista ambiental, o tráfego aéreoconstitui uma das fon-tes mais poluentes.Um avião queima,para uma viagem dedistância media, al-guns milhares de litrosde combustível, emi-tindo uma quantidade enorme de gases deefeito estufa (CO e CO2) e NOx, que, intera-gindo com a radiação solar, produzem, na partemais baixa da atmosfera, ozono e outras subs-tâncias perigosas e nos níveis mais elevadosda atmosfera os aviões contribuem para a des-truição da camada de ozono.À mesma velocidade e ocupação do transporte,um avião produz uma poluição dez vezes maiselevada do que um comboio. Por estas razõesé melhor evitar o uso das viagens aéreas quevão dos 500 aos 2 000 km e utilizar o comboio:é geralmente mais barato, menos poluente e éigual em termos de tempo, se considerarmos aviagem de e para o aeroporto, o tempo para ocheck in e para recolher as bagagens.

Para viagens de comboio em todo o mundovisite o sítio: http:/www.seat61.com

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE62

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VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS VÁRIOS TIPOSDE COMBUSTÍVEIS

GASOLINA: A gasolina é o combustível mais usado.Com a introdução da gasolina sem chumbo e desistemas catalisadores, as emissões reduziramsignificativamente. Os veículos com catalisadoresque usam gasolina sem chumbo reduzem as emis-sões de CO (60-80%), NOx (30- 80%), formaldeído(90%) e de IPA (80-95%). É importante registar que osistemas de catalisadores são eficazes apenasquando aquecidos e são necessários vários minu-tos (cerca de dez) antes de começarem a funcionare em viagens de poucos quilómetros, é provávelque nem funcionem.

DIESEL: O uso deste combustível produz gases sul-furosos, principais responsáveis pelas chuvas e po-eiras ácidas (PM10). É importante referir que osúltimos modelos de motores a diesel (ECO3 e ECO4)oferecem realmente bons desempenhos, baixosconsumos e emissões muito reduzidas. Existemigualmente algumas tipologias diesel ainda menospoluentes, que são:

- “blue diesel”: é um diesel com baixo teor deenxofre;

- “white diesel”: é uma emulsão de gasóleo, aditivose água desmineralizada. É produzido pela GECAM eestá actualmente disponível apenas para grandesconsumidores. Permite a redução da emissão departículas (até 50%) e de NOx (até 30%). Pode serutilizado em vez do gasóleo comum (e pode sermisturado no mesmo) sem alteração do motor.

- biodiesel: é obtido através de um tratamento quí-mico dos óleos vegetais. Uma grande parte destetipo de combustível é usada no aquecimentodoméstico. O biodiesel não emite substâncias sul-furosas e produz menos partículas, IPA, CO e CO2,porém, produz mais formaldeído. Um obstáculo àdifusão do biodiesel é a necessidade da exploraçãode uma grande quantidade de terreno para a suaprodução: actualmente, para obter uma tonelada debiodiesel, é necessário trabalhar cerca de 10 000 m2

de terreno. Este combustível pode criar problemasaos componentes de alguns motores (p.ex. algu-mas borrachas).

GPL: O GPL é um gás derivado da refinação do pe-tróleo e da extracção do gás natural. Apresentaquantidades praticamente nulas de chumbo e deenxofre, produz 10-20% menos NOx, 40% menosIPA, 50-80% menos CO. Em termos económicos eambientais, o GPL é uma boa alternativa à gasolina.

METANO: O metano é um gás natural amplamentepresente na natureza e pode ser usado como com-bustível sem necessidade de refinação. Em compa-ração com os outros tipos de combustível,apresenta um impacto ambiental mínimo. Não emitepartículas ou enxofre, bem como as quantidades deNOx, CO e de CO2 são muito baixas (para o CO2 –22%, em relação à gasolina, 30% em relação ao die-sel e 12% em relação ao GPL). As vantagens do me-tano, em comparação com o GPL, o metano tem asvantagens de ser mais barato, mais seguro e menospoluente. As desvantagens são: custos mais eleva-dos de instalação do sistema, as garrafas pesammais e são mais difíceis de transportar, não existempontos de reabastecimento e o tempo para omesmo é maior.

ELECTRICIDADE E HIDROGÉNIO: Os veículos eléc-tricos não apresentam emissões no que diz res-peito ao seu uso. As emissões são transferidaspara as centrais termoeléctricas. As limitações dosveículos eléctricos são a baixa autonomia e o ele-vado custo. No futuro, as baterias usadas podemrevelar-se um problema quanto à sua eliminação.Os automóveis a hidrogénio ainda não são acessí-veis, a não ser a nível experimental.

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE 63

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EXPERIMENTE DURANTE UMA SEMANA!!!

A lterar os hábitos de mobilidade é uma das tarefas mais difíceis para as pessoas, pois as ideiase os estilos de vida que privilegiam o uso do automóvel privado estão muito enraizados em

todos. Existe uma forma de mudar esta perspectiva com o registo de todas as deslocações reali-zadas de automóvel durante uma semana. Com esses dados será mais fácil compreender que ouso do automóvel não é tão compensador como pensamos.

A tabela seguinte pode constituir uma ferramenta útil.

Dia Meio deTransporte Tempo Km Custo

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CAPITULO 4 - MOBILIDADE64

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Meio de transporte Total de km Tempo total Custo total

Automóvel privado

Motorizada / Scooter

Bicicleta

A pé

Autocarro

Comboio

Outro

Em seguida, adicione:

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CAPITULO 5 - ENERGIA SOLAR 65

ENERGIA SOLAR 5

ÁGUA AQUECIDA COM A ENERGIASOLAR

Os colectores solares são equipamentos quepermitem o aquecimento de água (que

pode ser utilizada para banhos, aquecimentoambiente ou de piscinas) recorrendo á energiafornecida pelo Sol. Os sistemas captam a ener-gia do Sol para aquecer o ar ou um fluido quedepois transfere essa temperatura, directa ouindirectamente para a habitação, para a águaou para a piscina.Este tipo de aquecimento, por vezes designadosistema doméstico de água quente solar, podeser um bom investimento para si e para a suafamília. É eficaz, em termos de custos, e temmuitas aplicações ao longo da sua vida útil.Embora o sistema de água quente solar sejamais caro inicialmente do que os sistemas deáguas quentes tradicionais, a energia que usa– a solar – é gratuita.As tecnologias de aquecimento solares podemser utilizadas em qualquer clima. Para aprovei-tar a energia solar, geralmente, é preciso teruma área não sombreada virada o quadranteSul, como por exemplo, uma cobertura.O tipo de sistema que se escolhe, incluindo otipo de colector e se a circulação é forçada ounatural, depende de vários factores, incluindo:o local, o clima em que se vive, a instalação e aforma como se quer usar o sistema de aqueci-mento solar.

SISTEMAS DE CIRCULAÇÃO FORÇADA

Um sistema de circulação forçada é formadopor um colector solar (ou campo de colec-

tores) e por um depósito de água quente si-tuado no interior do edifício, sendo que acirculação entre os colectores e o depósito é

efectuada através de uma bomba de circulação.O calor é transportado dos colectores para odepósito e a sua transferência para a água sa-nitária é efectuada através de um permutadorde calor. No período do Verão, o sistema solaré suficiente para satisfazer todas as necessida-des de energia para o aquecimento de água,mas no Inverno, ou nos dias de pouca radiaçãosolar, será necessário existir um apoio.O apoio poderá ser dado pelo sistema já exis-tente de aquecimento de água, por umacaldeira ou através de uma resistência eléctricano interior do depósito de água quente. O apoiosó é utilizado quando o termóstato detectar quea temperatura no interior do depósito é inferiorà temperatura pretendida para a água.

SISTEMAS DE CIRCULAÇÃO NATURAL

Neste tipo de sistemas, o depósito encontra--se num plano superior ao dos colectores,

levando a que a circulação entre eles funcionepor termo-sifão, o que elimina a necessidadede uma bomba de circulação. O fluído é aque-cido no colector e como o seu peso é inferiorao do fluído mais frio que se encontra dentro dodepósito, existe uma diferença de densidades,que leva a um movimento natural de circulação.A transferência de calor entre o fluído e a águaque se pretende aquecer dá-se recorrendo aum permutador de calor. Neste tipo de siste-mas, o apoio normalmente é garantido por umaresistência eléctrica colocada no interior do de-pósito.

A energia solar é uma fonte renovável de energia, que é amiga do ambiente. Ao contrário dos com-bustíveis fósseis, a energia solar está disponível em qualquer lugar do planeta, sendo uma fonte

de energia gratuita e imune à subida dos preços dos combustíveis.O Sol potencia recursos naturais na terra, tais como o vento, os caudais de água e o crescimento dasplantas. O Homem aprendeu a usar estes recursos naturais para as suas necessidades energéticas,por exemplo, fazendo fogo para cozinhar os alimentos e aquecimento, navegar através do oceanos,gerar electricidade pela força hidroeléctrica. No entanto, o Sol é também uma fonte fiável de aqueci-mento e de luz que, por vezes, tomamos como garantida. Ao longo de gerações usou-se o vidro e ou-tros materiais e estruturas para capturar e aumentar a energia do Sol e estes sistemas foramgradualmente evoluindo no sentido de formar a base de técnicas amadurecidas que são utilizadas ac-tualmente para aproveitar a energia solar.

A ENERGIA SOLAR

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CAPITULO 5 - ENERGIA SOLAR66

CAMPOS DE APLICAÇÃOOs sistemas de aquecimento de água comenergia solar disponíveis no mercado actual-mente são uma tecnologia já madura.O maior campo de aplicação dos sistemas so-lares térmicos no sector doméstico é o aqueci-mento da água sanitária, onde a poupança deenergia ronda os 80% e o aquecimento am-biente, onde a poupança de energia pode che-gar aos 40%.A energia necessária para a preparação deágua quente numa habitação é de cerca de1 000kWh por pessoa por ano. Assim, se utili-zar colectores solares de elevada eficiência,para uma família até 4 pessoas, um sistema decirculação natural com uma área de colectoresde 2m2 é suficiente, se a família tiver entre 5 e7 pessoas deverá optar por um sistema de cir-culação natural com uma área de colectores de4m2. Quando o campo de colectores é maior,ou quando se pretende também utilizar o sis-tema solar para o aquecimento ambiente, épreferível recorrer a um sistema de circulaçãoforçada [face ao Sistema Nacional de Certifica-ção Energética e da Qualidade do Ar Interior

nos Edifícios (SCE, Decreto-Lei n.º 78/2006 de04 de Abril) deverá ser considerado 1m2/pes-soa para um colector de referência].Ao optar por utilizar os colectores solares parao aquecimento ambiente, é necessário ter emconta que o Inverno (altura em que vai utilizar oaquecimento central) é a altura do ano commenor radiação solar disponível, pelo que éfundamental que a habitação esteja bem iso-lada (reduzindo assim as necessidades deaquecimento), de modo a poder tirar o máximopartido dos colectores solares. Como referên-cia, tenha em atenção que necessitará de 1,5 a3m2 de colector solar por cada kW de potêncianominal de aquecimento.Outro campo de aplicação dos sistemas deaquecimento de água através da energia solarsão os condomínios. Poderá ser criado um sis-tema de produção de água quente sanitáriacentral, com posterior distribuição por todas asfracções. Neste caso é necessário dispor deuma maior área de cobertura virada a sul etambém de um espaço para a acumulação deágua quente.

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CAPITULO 5 - ENERGIA SOLAR 67

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SISTEMA DE CIRCULAÇÃO NATURAL (EXEMPLOPARA UMA FAMÍLIA DE 2 A 4 PESSOAS)Área de colectores: 2m2

Volume do depósito: 190 LCusto do sistema: cerca de 2 300€

SISTEMA DE AQUECIMENTO DE ÁGUA SANITÁRIA DEGRANDES DIMENSÕESÁrea de colectores: 0,8 a 1,2m2 porutilizador;Volume do depósito: 50 a 60L/m2;

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE AQS

Aqui ficam alguns exemplos de dimensionamento (os dados apresentados são meramenteindicativos, devendo ser confirmados caso a caso):

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CAPITULO 5 - ENERGIA SOLAR68

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SISTEMAS FOTOVOLTAICOSINTRODUÇÃO

Os sistemas fotovoltaicos oferecem aos consu-midores a capacidade de gerar electricidade

de forma limpa, silenciosa e fiável. Este tipo de sis-tema é constituído por células fotovoltaicas, dispo-sitivos que convertem a energia dos raios solaresdirectamente em electricidade. O termo “fotovol-taico” tem origem no prefixo “foto”, que significa luz,e “voltaico”, que se refere à produção de electrici-dade. Deste modo, o processo fotovoltaico consisteem “produzir electricidade directamente a partir daluz solar”.Os sistemas fotovoltaicos são frequentemente desi-gnados por PV. Para algumas aplicações em quepequenas quantidades de electricidade são neces-sárias, como por exemplo luz de emergência,geralmente justifica-se os custos dos sistemas PV,mesmo quando a rede eléctrica não se encontraafastada. Quando as aplicações requerem maioresquantidades de electricidade e estão afastadas daslinhas de corrente eléctrica já existentes, os siste-mas fotovoltaicos podem, em muitos casos, ofere-cer a opção menos dispendiosa e mais viável.

COMO FUNCIONAM?

As células fotovoltaicas convertem directamentea luz do Sol em electricidade, sem criar qual-

quer tipo de poluição no ar ou na água. Estas célu-las são constituídas por, pelo menos, duascamadas de material semiconductor. Uma camadapossui uma carga positiva, a outra, uma carga ne-gativa.Quando a luz entra na célula, alguns fotões são ab-sorvidos pelos átomos semicondutores, libertandoelectrões a partir da camada de células negativas.Estes electrões atravessam um circuito externo,voltando novamente para a camada positiva, e éeste caudal de electrões que produz corrente eléc-trica.Para aumentar a sua utilidade, dúzias de células foto-voltaicas individuais são interligadas numa caixa se-lada e à prova de água chamada módulo. Quandodois módulos são ligados em série, a sua voltagemduplica, embora a corrente se mantenha constante.Quando dois módulos são ligados paralelamente, asua corrente duplica, mas a voltagem mantém-seconstante. Para alcançar a voltagem e a corrente de-sejadas, os módulos são ligados em séries e em pa-ralelo para formar um campo fotovoltaico.A flexibilidade do sistema modular fotovoltaico per-mite aos projectistas a criação de sistemas deenergia solar que podem satisfazer uma grande va-riedade de necessidades eléctricas, independente-mente de serem grandes ou pequenas.A instalação também necessita de um inversor decorrente contínua em corrente alterna. O inversor éum dispositivo capaz de transformar a correntecontínua produzida nos painéis fotovoltaicos em

corrente alterna, que é o tipo de corrente que utili-zamos nas nossas habitações.

A REDE: LIGADAOUNÃO?

Alguns proprietários de habitações estão a optarpelos sistemas fotovoltaicos por serem uma

energia limpa e fiável, embora seja frequentementemais cara do que a energia disponível a partir daempresa de electricidade.Estes proprietários podem complementar as suasnecessidades energéticas com electricidade da suaempresa fornecedora de electricidade local,quando o seu sistema fotovoltaico não estiver a for-necer energia suficiente (à noite e em dias nubla-dos) e podem exportar o excesso de electricidadepara a empresa fornecedora de electricidade,quando o sistema fotovoltaico estiver a gerar maisenergia do que a necessária.Para locais afastados das linhas de rede eléctrica,os sistemas fotovoltaicos podem ser usados paraabastecer bombas de água, vedações eléctricas oumesmo toda a habitação. Embora os sistemas PVexijam um investimento substancial, em certas con-dições são mais baratos do que pagar os custosassociados à ligação à rede pública.

O EQUIPAMENTO CORRECTOUm sistema fotovoltaico ligado à corrente públicaexigirá um inversor de corrente contínua para cor-rente alterna. Este dispositivo converterá a correntecontínua produzida pela estrutura fotovoltaica emcorrente alterna, normalmente exigida para cargascomo as dos rádios, televisores e frigoríficos. Os in-versores interactivos da rede pública contêm dispo-sitivos de segurança instalados, impostos pela redeeléctrica nacional.Para armazenar electricidade a partir do sistema fo-tovoltaico, são necessárias baterias. As mais ade-quadas para estes sistemas são designadas“secundárias” ou “de circuito profundo”.Para além disso, os sistemas PV exigem ligaçõescorrectas, interruptores e fusíveis de segurança,dispositivos de controlo para evitar a sobrecarga oucarga insuficiente das baterias, diodos para permitirque a cor-rente passena direcçãocorrecta emecanismosde terra paraproteger con-tra a quedade relâmpa-gos.

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CAPITULO 5 - ENERGIA SOLAR 69

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ESPECIFICAÇÕES PARA UM SISTEMAFOTOVOLTAICO DE POTÊNCIA IGUAL A 3,68KWP

Tipos de módulos: Os módulos mais co-muns são os de silício policristalino. Existemtambém os módulos de silício amorfo (neces-sitam de uma maior área para obter a mesmaenergia) ou silício monocristalino (necessitamde menor área para obter a mesma energia).

Área ocupada: Para uma potência de3,68kWp será necessária uma área de cercade 30m2.

Inclinação e orientação: A inclinação óp-tima são os 35º, mas como se aconselha ainstalação dos módulos na cobertura, os 20ºsão normalmente a inclinação conseguida.Em termos de orientação, Sul é sempre o ca-minho a seguir.

Custo do sistema: O custo de instalação,chave na mão, é de cerca de 22 300€ + IVA.Nota: as instalações fotovoltaicas têm um IVAde 12%.

Produtividade: Com as opções especifica-das, a produtividade esperada é de5 300kWh por ano.

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CAPITULO 5 - ENERGIA SOLAR70

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AMicroprodução é a produção de electricidade por intermédiode instalações de pequena potência.

Recentemente foi criado o Programa Renováveis na Hora (DL363/2007 de 2 de Novembro) com o objectivo de promover a micro-produção de energia eléctrica utilizando fontes renováveis de ener-gia, tendo sido criado o regime remuneratório bonificado. Esteregime beneficia a produção de energia eléctrica através de siste-mas solares fotovoltaicos pois estes sistemas apresentam uma taxaremuneratória de 100% à tarifa de referência.Com este Programa os cidadãos poderão transformar-se de umaforma simples e fácil em pequenos produtores de electricidade con-tribuindo para o cumprimento dos objectivos nacionais de energiasrenováveis, para a redução dos gases com efeito de estufa e para aredução da nossa dependência energética externa.

REQUISITOS DAUNIDADE PRODUÇÃO► Podem ser produtores de electricidade por intermédio de unida-des de microprodução todas as entidades que disponham de umcontrato de compra de electricidade em baixa tensão;►Aunidade de microprodução deve ser integrada no local da instala-ção eléctrica de utilização;►Para ter acesso ao regime bonificado a potência máxima de liga-ção só poderá ser de 3,68 kW e terá que existir pelo menos 2 m2 deárea de colectores solares térmicos na mesma instalação;►A potência a injectar na rede não pode ser superior a 50% da po-tência contratada da instalação de consumo.

REQUISITOS DAUNIDADE PRODUÇÃOAremuneração no regime bonificado contempla os seguintes pontos:► Para cada produtor em regime bonificado é definida uma tarifaúnica de referência aplicável à energia produzida no ano da instala-ção e nos cinco anos civis seguintes;► Nos primeiros 10 MW de potência de ligação registados a nívelnacional, a tarifa de referência é de 0,65 €/kWh► Por cada 10 MW adicionais de potência de ligação registada a nívelnacional, a tarifa única aplicável é sucessivamente reduzida de 5%► Após o período de 5 anos previsto no ponto anterior e durante o pe-ríodo adicional de 10 anos, aplica-se à instalação de microprodução,anualmente, a tarifa única correspondente à que seja aplicável, no dia1 de Janeiro desse ano, às novas instalações que sejam equivalentes;► Após o período previsto no número anterior, aplica-se à instalaçãode microprodução o regime geral previsto no artigo anterior.

Prevê-se a variação do valor de referência, segundo o exemplo aseguir apresentado:

REQUISITOS DAUNIDADE PRODUÇÃO► Todas as entidades instaladoras que pretendam exercer a suaactividade de instalação de unidades de microprodução, devem pro-ceder ao seu registo no Sistema de Registo de Microprodução(SRM) mediante o preenchimento de um formulário electrónico aaprovar por despacho do director-geral de Energia e Geologia;► O registo é aceite a título provisório, até ao pagamento da taxaaplicável, através de terminal de Multibanco ou de sistema de home-banking no prazo máximo de cinco dias úteis no valor de 250 €;► Após o registo provisório, o requerente tem 120 dias para instalar aunidade de microprodução e requerer o certificado de exploraçãoatravés do SRM, mediante o preenchimento de formulário electrónico;► O certificado de exploração é emitido na sequência de inspecção,que deve ser efectuada nos 20 dias subsequentes ao pedido, se-guindo-se o envio do contrato de compra e venda de energia noprazo de 5 dias úteis (Nota: taxa de reinspecção de 150€);► A celebração do contrato e ligação da instalação pelo operador derede é realizada em 10 dias após a sua notificação.

REQUISITOS DAUNIDADE PRODUÇÃOO Despacho do Director Geral de Energia e Geologia determina a su-spensão de novos registos no Sistema de Registos da Microprodu-ção, pelo período de um mês logo que sejam atingidos os 2 MW depotência de pré-registos das novas instalações de microprodução.

REQUISITOS DAUNIDADE PRODUÇÃOSistema Fotovoltaico 25 000 € (c/IVA)Sistema Solar Térmico Kit Solar 190 l, funcionamentocom termosifão 2 576 € (c/ IVA)Total 27 576 € (c/ IVA)

REQUISITOS DAUNIDADE PRODUÇÃODados Económicos:► Remuneração anual até ao 5º ano 4 299,21 €/ano► Remuneração do 6º ao 15ªº ano 3 061,9 €/ano► Prevista a partir do 16ºano 1 185,7 €/ano

TIR – 11,64%VAL – 43 239,27 € (taxa de desconto de 5%)Retorno Previsto do Investimento – 6,7 anos

RENOVÁVEIS NA HORA – NOVAOPORTUNIDADE PARA A MICROPRODUÇÃO

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CAPITULO 6 - FINANCIAMENTO 71

FINANCIAMENTO 6

Não existe uma definição unívoca de bancaética. Geralmente, a expressão banca ética

refere-se a dois tipos de aplicação financeira di-ferentes:

► A microfinança (especialmente o mi-crocrédito) dada aos grupos populacio-nais mais vulneráveis. Um exemploque se difundiu muito nos Países deTerceiro Mundo e que já está a chegaraos Países Desenvolvidos;

► O investimento ético, a saber, a gestãodos fluxos financeiros utilizando instru-mentos como fundos mútuos paraapoiar organizações que trabalham nodomínio do ambiente, desenvolvi-mento sustentável, serviços sociais,cultura e cooperação internacional.

A atenção à ética nas operações bancárias im-plica um outro objectivo destes bancos, garantirao cliente a máxima transparência sobre os in-vestimentos feitos e como será utilizado o lucrogerado:

►Excluir investimentos em áreas que,por muito retorno que dêem, não estãoem sintonia com uma visão “ética” dodinheiro (p.ex. fundos de investimentoque incluem acções de empresas en-volvidas na produção ou venda dearmas, empresas poluidoras, etc.);

► Fornecer directamente ao cliente aoportunidade de escolher as áreasonde aplicar o lucro obtido (p.ex. aárea sócio-educativa, a protecção doterritório, a protecção do ambiente,etc.).

BANCOS ÉTICOS

UUm banco ético é um banco normal que,no entanto, opera no mercado financeiro

com critérios éticos relacionados com o finan-ciamento. Um banco ético fornece aos seusclientes os serviços bancários normais, mas noâmbito da selecção de investimentos e aplica-ção de lucros, tem um critério especial.Além disso, tal como os “bancos dos pobres”,um banco ético opera com o microcrédito, for-necendo à população especialmente necessi-tada, empréstimos com taxas de juro muitobaixas.Por exemplo em Itália, o desenvolvimento deum sistema bancário deste tipo passou pelacriação de pequenos grupos de Autogestão

A BANCA ÉTICA

A Banca Ética representa já uma alternativa real ao sistema financeiro tradicional. É uma bancaque tem como referência a pessoa e não o capital, a ideia e não o património, a justa remune-

ração e não a especulação.Representa uma ideia ambiciosa, com um objectivo também ambicioso: eliminar um bloqueio dosistema bancário, dando crédito a pessoas que tenham um projecto economicamente viável e so-cialmente importante, mas que são consideradas pelas instituições financeiras tradicionais como“não financiáveis”, não dignos de confiança ou incapazes de garantir o retorno devido a não teremactivos como garantia.

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CAPITULO 6 - FINANCIAMENTO72

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Mútua, conhecidos como MAG. Estes gruposcontribuíram para o desenvolvimento do micro-crédito, e para o nascimento de pontos de co-mercialização de produtos provenientes dePaíses em Vias de Desenvolvimento.Actualmente este tipode mercado está empleno desenvolvi-mento, e até mesmoalguns bancos tradicio-nais oferecem investi-mentos “éticos”,devolvendo um apartedos lucros obtidos ainiciativas de benefi-cência.

Concluindo, a banca ética orienta-se pelos se-guintes padrões:1. Acredita que o crédito, em todas as suas

formas é um direito de todos os seres hu-manos.Não descriminar no acesso ao crédito combase em razões de género, etnia ou religiãonem com base no património, garantindoassim o acesso aos pobres e marginaliza-dos. Financia actividades de promoção hu-mana, social e ambiental recorrendo a umaavaliação dupla, em termos de vitalidadeeconómica e utilidade social.

2. Considera a eficiência uma responsabili-dade ética.A taxa de juro, neste contexto, é uma me-dida de eficiência na utilização das poupan-ças. Uma medida de compromisso desalvaguardar os recursos disponibilizadospelos clientes e colocá-lo ao serviço de pro-jectos viáveis.

3. Não considera legítimo o enriquecimentobaseado exclusivamente na posse e trocade dinheiro.Não é uma forma de caridade: é economica-mente viável e pretende ser socialmente útil.Ter responsabilidade na utilização das pou-panças dos clientes e sendo capaz de pro-duzir valor, cria uma parceria duradoura comos seus clientes.

4. É transparente.O intermediário financeiro tem o dever éticode tratar como confidenciais as informaçõesdos seus clientes, mas o relacionamentotransparente com eles exige que seja dado aconhecer todo o processo dos negócios fi-nanceiros efectuados e todas as decisõesde emprego das suas poupanças.

5. Prevê a participação dos seus decisorese dos seus clientes na tomada de deci-sões importantes.Nos formulários estão incluídos mecanismosde indicação de preferência na atribuição defundos (podendo o cliente escolher o tipo deprojectos a ser apoiado pelas suas poupan-ças). Para além disso, os clientes são cha-mados a pronunciarem-se na tomada dedecisões consideradas importantes, promo-vendo-se assim a democracia económica.

6. Tem como padrões de referência na to-mada de decisões a responsabilidade so-cial e ambiental.Localiza campos de utilização e áreas prefe-renciais, utilizando no histórico económicocritérios de decisão baseados no desenvolvi-mento humano e responsabilidade social eambiental. Exclui à partida actividades eco-nómicas que impeçam o desenvolvimentohumano e contribuam para violar os direitosdo Homem, tais como a produção e comér-cio de armas, a produção gravemente lesivado meio ambiente e da saúde, actividadesque tenham por base a exploração de tra-balho infantil ou a repressão de liberdadescivis.

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CAPITULO 6 - FINANCIAMENTO 73

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No sector ambiental, a banca é um instru-mento estratégico para o desenvolvimento

de iniciativas individuais ou colectivas de res-ponsabilidade energética, graças aos instru-mentos financeiros que disponibiliza.

Esquematicamente, um banco pode envolver-se em duas áreas:

► Projectos de sustentabilidade;► Produtos financeiros para a sustentabi-

lidade.

Por projectos de sustentabilidade entende-seos projectos em que a instituição financeira ofe-rece o seu know-how e experiência para o de-senvolvimento de iniciativas locais deresponsabilidade ambiental. As possibilidadessão variadas e vão desde objectivos de comu-nicação, empresariais, sociais, etc. Algunsexemplos podem ser a de criar sinergias entreas redes ligadas às questões ambientais, acriação de parcerias e o desenvolvimento doespírito empresarial no sector da energia, etc.Por produtos financeiros para a sustentabili-dade entende-se o financiamento com taxas dejuro reais e adaptadas a pessoas, empresas einstituições públicas que pretendam implemen-tar medidas de eficiência energética ou instalar

sistemas de aproveitamento de energias reno-váveis.

O desafio para as instituições financeiras nosector da energia, especialmente para as insti-tuições éticas, é a de não abordarem as partesinteressadas com o intuito de “vender” um pro-duto financeiro, mas sim, o estudar produtos eprojectos que visam a sustentabilidade das co-munidades locais, procurando não apenas odecréscimo no uso de energia, mas promo-vendo também os aspectos ambientais, sociaise organizacionais que estão por detrás do de-senvolvimento de uma pessoa e de uma comu-nidade.

Assim, ao apreciar um projecto de investimentono sector da energia, um banco deve analisartrês aspectos:

1. Sustentabilidade e viabilidade econó-mica e técnica da iniciativa;

2. A minimização dos impactesambientais;

3. Maximização da coesão social doterritório.

O FINANCIAMENTO DE PROJECTOS DE ENERGIA

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CAPITULO 6 - FINANCIAMENTO74

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Um grupo de aquisição (GA) é um grupode pessoas que decidem unir-se para ad-

quirir produtos de uso diário (alimentos, de-tergentes, etc.) em conjunto. Um GAbaseia-se em ideias éticas, tais como a im-portância das relações entre as pessoas, dasolidariedade, do respeito por culturas dife-rentes e pelo ambiente.A organização de um GA é bastante simples:todo o grupo escolhe um produto e um produ-tor, bem como uma pessoa que fica encarre-gue de recolher instruções e de comprarbens que serão distribuídos entre os mem-bros do GA. Cada um paga a sua própria en-comenda, de acordo com a prática escolhidapelo grupo (em dinheiro ou cartão de crédito).Os critérios usados para escolher produtos eprodutores são rigorosos. O grupo decide oque comprar e a quem comprar, com baseem princípios ambientais e éticos: o respeitopela natureza e pelos trabalhadores (produ-tos orgânicos e comercialização justa oubens com garantia) e pela produção local, de

modo a que o impacto sobre o ambiente de-vido ao transporte seja reduzido.O que é realmente importante é a relaçãoentre os membros do grupo e os produtores:conhecer quem produz e observar a formacomo trabalha é a melhor garantia para terum bom produto. Esta é a razão pela qual osmembros de um GA costumam visitar os pro-dutores.Uma nova fronteira para os GA pode ser omercado energético, graças à atenção que osseus membros prestam às questões ambien-tais. Podem agir de duas formas: como umgrupo de pessoas que procura em conjuntoenergias renováveis para as suas habitações,o que significa fazer pressão sobre o mer-cado para obter melhores preços e condiçõesde pagamento; ou criando estruturas (fábri-cas de produção de energia a biomassa, desistemas fotovoltaicos ou solares, a partilhado automóvel, etc.) que sejam partilhadasentre os membros do GA e que sirvam demodelo ou como exemplo.

GRUPOS DE AQUISIÇÃO

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CAPITULO 6 - FINANCIAMENTO 75

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NOTAS

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CAPITULO 6 - FINANCIAMENTO76

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NOTAS

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GLOSSÁRIO 77

GLOSSÁRIO

AACUMULAÇÃO: Depósito geralmente localizado na cave que armazena a água aquecidapelos colectores solares ou pela caldeira;

BBARRIL: Unidade padrão para medir o volume de petróleo e derivados. Um barril de crudepesa cerca de 136kg.

BIOMASSA: Acumulação de energia, a partir da radiação solar sob a forma de massa vege-tal, através do processo de fotossíntese. Graças a este processo, o material vegetal é a formamais sofisticada da natureza para a acumulação de energia solar. São considerados biomassatodos os produtos de culturas agrícolas e florestais, a transformação de resíduos agrícolas, re-síduos de alimentos, algas e, indirectamente, todos os produtos orgânicos derivados de ani-mais e seres humanos, tais como os contidos nos resíduos sólidos urbanos. A energia dabiomassa é utilizada directamente como energia térmica através do processo de combustãoou gasificação.

CCALOR: Energia que é transmitida por um corpo mais quente para um mais frio, transfor-mando-se em energia dentro do corpo receptor.

CALORIA: Unidade de medida da quantidade de calor e energia. A caloria é a quantidade decalor que se deve fornecer a uma grama de água destilada, à pressão atmosférica, para au-mentar a sua temperatura em 1ºC.

COGERAÇÃO: Produção combinada e simultânea de energia eléctrica e térmica.

CONDUTIVIDADE TÉRMICA : Propriedade de todos os materiais que lhes permite transmitirenergia térmica por condução entre as diversas faces exteriores.

CONTADOR DE CALORIAS : Equipamento que permite contabilizar a quantidade de calorrealmente utilizada. Este sistema permite que num condomínio, cada condómino pague ape-nas o calor que utiliza.

CALDEIRA MODULAR : Sistema composto por mais de um queimador que funcionam emparalelo para a produção de calor. Se o primeiro queimador não cobrir as necessidades, entra

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GLOSSÁRIO78

em funcionamento o segundo e assim por diante.

CALDEIRA DE TEMPERATURA VARIÁVEL: O seu funcionamento é caracterizado por umatemperatura variável, em função das necessidades de calor, permitindo atingir o seu pico deperformance nas estações médias.

CALDEIRA DE CONDENSAÇÃO: este tipo de caldeira permite recuperar o calor contido nosgases de combustão, fazendo um pré-aquecimento da água apresentando um rendimentomuito elevado.

CORTE TÉRMICO: separação através de isolamento térmico que evita o contacto entre ascaixilharias interiores e exteriores de uma janela.

EESTILHA: A estilha consiste em pedaços pequenos de madeira, resultantes da redução deum tronco feita por uma estilhadora;

EFEITO DE ESTUFA: O Efeito de Estufa é a forma que a Terra tem para manter constante atemperatura propícia à vida que herdou. Mesmo sendo a atmosfera altamente transparenteperante a luz solar cerca de 35% da radiação que recebemos é reflectida de novo para oespaço, ficando os outros 65% retidos na Terra. Isto deve-se principalmente ao efeito sobre osraios infravermelhos de gases como o Dióxido de Carbono, Metano, Óxidos de Azoto e Ozonopresentes na atmosfera, que vão reter esta radiação na Terra, permitindo-nos assistir ao efeitocalorífico dos mesmos. Se a quantidade de gases com efeito de estufa se tornar demasiadoelevada, provocará um aquecimento global com consequências catastróficas: derretimentodos glaciares, desertificação, dessalinização dos oceanos, etc.;

FFRACÇÃO SOLAR (%) : Percentagem da energia anual utilizada para aquecer a água que éproveniente do aproveitamento da energia solar face á energia total necessária.

FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEL : Considera-se como fonte de energia renovável todasas fontes para as quais a taxa de consumo seja inferior à sua taxa de regeneração. As ener-gias renováveis são: sol, vento, água, marés, ondas e biomassa.

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GLOSSÁRIO 79

GGASES DE EFEITO DE ESTUFA : Os gases presentes na atmosfera que reflectem a radiaçãoinfravermelha proveniente da Terra, novamente para a Terra, permitindo a manutenção deuma temperatura adequada para a vida. Os gases com efeito de estufa são o metano (CH4),o dióxido de carbono (CO2), o vapor de água (H2O), o dióxido de azoto (NO), o ozono (O3),os clorofluorcarbonatos (CFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).

GNL: Gás Natural Liquefeito, obtido à pressão atmosférica, arrefecendo o gás natural a-160ºC. Sob esta forma o seu transporte marítimo é fácil, recorrendo a navios tanque.GPL: Gás de Petróleo Liquefeito, que resulta da mistura de fracções de petróleo, e através deuma pequena compressão passa do estado gasoso ao estado líquido.

HHIDROCARBONETOS: Compostos orgânicos constituídos apenas por carbono e hidrogénio.Todos os hidrocarbonetos apresentam uma propriedade comum de oxidar facilmente liber-tando calor. Entre os hidrocarbonetos extraídos geologicamente encontra-se o petróleo,o carvão e o gás natural. A combustão destes compostos provoca a emissão de CO2, contri-buindo para o efeito de estufa e para a formação do ozono troposférico.

IISOLANTE: Material caracterizado por um baixo coeficiente de condutividade térmica e, con-sequentemente, com pouca capacidade de transferir calor.

P“PELLETS”: Combustível para caldeiras a biomassa. É obtido submetendo a serradura a altapressão, de modo a formar aglomerados de dimensões reduzidas. Não é utilizado nenhumtipo de cola para manter o material compactado. As “pellets” têm cerca de 1 a 3cm de compri-mento e 5 a 8mm de diâmetro.

PONTE TÉRMICA: Descontinuidade construtiva ou material que constitui um modo preferen-cial de perdas de calor. Podem ser consideradas pontes térmicas certos pilares e talões deviga, etc.

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GLOSSÁRIO80

POTÊNCIA TÉRMICA ÚTIL: quantidade de calor transferido, numa unidade de tempo, para ofluido que circula através da rede de distribuição do sistema de aquecimento.

PODER CALORÍFICO: é a quantidade de calor produzido pela combustão de uma unidadecompleta de combustível em determinadas condições, mantendo constante a pressão.

RRADIAÇÃO INFRAVERMELHA: a radiação solar é composta por uma parte visível (a luz) epor outra não visível, mas que por ser “quente” se sente, a chamada radiação infravermelha.

SSOLAR TÉRMICO : Tecnologia que permite, através da utilização de colectores solares, acaptação da energia solar para o aquecimento de água quente sanitária ou para a integraçãono aquecimento ambiente da habitação.

TTEP: Tonelada Equivalente de Petróleo. Unidade de medida que expressa a energia térmicaobtida a partir da combustão de um combustível que não seja petróleo, comparando-o com opetróleo.

VVÁLVULA TERMOSTÁTICA: É uma válvula equipada com um manípulo que permite selec-cionar a temperatura que se pretende na divisão. O seu funcionamento consiste em controlaro caudal de água quente que passa, de forma a controlar a temperatura e a garantir uma tem-peratura pré-definida pelo utilizador.

VASO DE EXPANSÃO: a sua presença é importante nos sistemas de aquecimento a água ea sua função consiste em absorver a dilatação da água devida ao aumento de temperatura.

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GLOSSARIO 81

QQUEIMADOR: Elemento interior dos equipamentos de combustão que é responsável pelaprodução de chama.