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Capítulo 3 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos Daniel Pena Pereira Lima Deleon Martins Wagner Nunes Rodrigues Marcelo Antonio Tomaz José Francisco Teixeira do Amaral

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36 Recuperação de Áreas Degradadas

A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

Capítulo 3

A Sustentabilidade Ambiental com o

Biodiesel: Perspectivas e Impactos

Daniel Pena Pereira

Lima Deleon Martins

Wagner Nunes Rodrigues

Marcelo Antonio Tomaz

José Francisco Teixeira do Amaral

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37 Recuperação de Áreas Degradadas

1. INTRODUÇÃO

O homem vem ao longo dos séculos praticando uma cultura de uso predatório dos recursos

naturais visando o seu crescimento econômico, sem, contudo, levar em consideração que as

gerações futuras também dependerão desses recursos para sua sobrevivência.

A implantação e a manutenção de sistemas de produção agrícola, derivados dos “modelos

industriais de desenvolvimento”, utilizando-se o emprego de tecnologias nem sempre compatíveis

com os aspectos sociais, ecológicos, ambientais e culturais têm provocado desequilíbrios sócio-

ambientais profundos, comprometendo a sobrevivência das próximas gerações.

O esgotamento de tais modelos agrícolas tem levado a novos enfoques e desafios para a

prática de uso e manejo de agroecossistemas, visando a manutenção, a recuperação e o crescimento

econômico do homem, interagindo-o com os princípios de sobrevivência de todas as espécies.

O desenvolvimento sustentável, tão abordado nos dias de hoje, não está encontrando tantos

adeptos para colocá-lo em prática em face de sua complexidade e resistência do modelo econômico,

apesar de reconhecê-lo como fundamental para a sobrevivência de futuras gerações. A reversão

dessa situação envolve planejamento de ações a partir dos conhecimentos gerados pelos próprios

moradores locais, que contemple o crescimento econômico com sustentabilidade e respeito à

natureza.

Visando demonstrar as possibilidades de se colocar em prática tais ações, este trabalho

contemplará conceitos e definições relacionadas aos temas Desenvolvimento Sustentável e

Biodiesel, interagindo e mostrando que é necessária a proposição de práticas e inovações a fim de

preservar, conservar e recuperar os agroecossistemas, além de se estabelecer princípios de uso

adequado dos recursos naturais.

2. AQUECIMENTO GLOBAL

Segundo IPCC (2001), as concentrações de gases atmosféricos do efeito estufa aumentaram

no século XX em consequência das atividades humanas, de acordo com os estudos recentes do

painel climático da ONU, Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).

Quase todos os gases do efeito estufa alcançaram seus níveis gravados mais elevados nos anos

1990 e continuam a aumentar (Figura 1). O dióxido de carbono atmosférico e o metano variaram

substancialmente durante ciclos glacial-interglacial nos 420.000 anos passados, mas mesmo o maior

destes valores primitivos é muito menor do que suas concentrações atmosféricas atuais.

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Figura 1 - Indicadores da influência humana nos principais gases da atmosfera durante o período

industrial.

O CO2 e CH4, respectivamente, são os mais importantesgases do efeito estufa, causados pela

atividade humana. Dos anos 1750 a2000, a concentração do CO2 aumentada por 31±4%, e ade

CH4levantaram-se por 151±25%. Estas taxas de aumento são improcedentes. A queima do

combustível fóssil liberou-se na média 5,4 Gt C/ano (gigatoneladas de carbono) durante os anos

1980, aumentando a 6,3 Gt C/ano na década subsequente. Aproximadamente três quartos do

aumento no CO2 atmosférico durante os anos 1990 foram causados pela queima de combustíveis

fósseis. Com a mudança do uso da terra, o desmatamento é responsável pelo resto.

De acordo com Labeckas&Slavinskas (2006), a poluição ambiental do ar aumentou

drasticamente durante as últimas décadas por causa do número crescente de trens pesados, tratores

poderosos, modernas máquinas agrícolas e carros pessoais. A comissão de política europeia de

papel prediz que, pelo ano 2012, as emissões do CO2 do transporte se terão levantado a

aproximadamente 1.500 milhões toneladas anualmente, com principal responsabilidade sobre o

transporte rodoviário, que gera 84% das emissões de CO2 relacionadas ao transporte.

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39 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

Assim, no último século, as atividades humanas tiveram um papel cada vez mais importante

na mudança ambiental global. Os impactos humanos no ambiente aumentaram enormemente,

enquanto a população do mundo cresceu e a escala de atividades humanas tais como a indústria, a

agricultura, e a extração de recursos naturais aumentaram. As emissões industriais na atmosfera

podem influenciar o clima. As mudanças no uso de terra, como derrubar florestas para a produção

agrícola, podem quebrar ecossistemas naturais e afetar a química da atmosfera. As atividades

humanas afetam o ambiente, a vida e a sociedade humana; é afetada em muitas maneiras

importantes por mudanças no sistema ambiental global. Outro fator é o deslocamento na circulação

e na temperatura do oceano, que podem afetaro derretimento do gelo polar, elevando os níveis do

oceano.

A mudança ambiental global é um dos desafios maiores na face da humanidade de hoje.

Aqueles que promovem política e decisões para nossa sociedade necessitam de ferramentas aptas

para ajudar-lhes a enfrentar este desafio. Ferramentas que devem ser embasadasna compreensão do

comportamento do sistema global que define o ambiente de nosso planeta e as opções que estão

disponíveis para responder às mudanças neste sistema complexo (INTER AMERICAM

INSTITUTE FOR GLOBAL CHANGE RESEARCH, 2007).

Recentemente, discussões são permanentes na mídia. Desde o protocolo de Quebec, Canadá

(1988) e a conferência internacional Rio 92, no Rio de Janeiro, as propostas de controle ambiental

das emissões globais tem sido frequentemente ratificadas (DANTAS, 2003).

3. EFEITO ESTUFA E PROTOCOLO DE KIOTO

Conforme descrito por Aracruz Celulose S.A. (2007), o efeito estufa é um fenômeno natural

da atmosfera terrestre pelo qual o calor das irradiações solares é parcialmente retido. Não fosse

assim, o calor do sol se dissiparia no espaço e tornaria a Terra inabitável para a maioria das

espécies. No entanto, nos últimos anos observou-se uma perigosa intensificação desse fenômeno,

devido ao aumento da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera causada pelas atividades

humanas. Cientistas apontam que a temperatura média global aumentou entre 0,3ºC e 0,6ºC desde o

final do século XIX e de 0,2ºC a 0,3ºC nos últimos quarenta anos. Projeções do IPCC estimam uma

variação de cerca de 2ºC até 2100, que poderá alterar o equilíbrio do sistema climático e trazer

sérias consequências para a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas do planeta.

O debate internacional sobre mudanças climáticas acarretadas pela influência humana tem se

intensificado desde 1988, com a criação do IPCC. Dois anos depois, o IPCC divulgou seu primeiro

relatório, confirmando a ameaça das mudanças climáticas e recomendando um tratado global para

discussão do problema. Em 1992, no Rio de Janeiro, durante a Conferência Eco 92, foi realizada a

chamada Cúpula da Terra, quando 175 países assinaram a Convenção sobre Mudanças Climáticas,

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com o objetivo comum de reduzir a níveis seguros as concentrações de gases de efeito estufa na

atmosfera.

O Protocolo de Kioto, adotado em 1997 como um componente da Convenção Marco sobre

Mudanças Climáticas, continha, pela primeira vez, um acordo vinculante que obrigava os países

industrializados a reduzir suas emissões de GEE em 5,2% entre 2008 e 2012, em relação aos níveis

verificados em 1990. As negociações em torno do Protocolo se estenderam até 2004, quando a

Rússia ratificou o documento. Para entrar em vigor - passando a ser um Tratado - era necessária a

aprovação de um número de países que representasse pelo menos 55% das emissões mundiais de

carbono. O Tratado de Kioto entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005.

Com o Protocolo de Kioto, cria-se um mercado mundial de crédito de carbono. Os países que

não conseguirem reduzir suas emissões de GEE poderão comprar créditos dos países que

contribuem para retirar esses gases da atmosfera em quantidade maior do que emitem. O Protocolo

de Kioto abrange seis gases de efeito estufa produzidos por atividades humanas: dióxido de

carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e

hexafluoreto de enxofre (SF6).

Controle (2007) relatou que o IPCC emitiu seu primeiro relatório em fevereiro de 2007,

dizendo que pelo menos 90% da culpa pelo aquecimento podem ser atribuídos aos humanos. O

segundo, em abril, advertiu para o perigo de mais secas, fome, ondas de calor e elevação dos níveis

do mar. Ambientalistas alertam que acabou o tempo de contestação dos governos.

O relatório calcula que a estabilização das emissões nocivas custará entre 0,2% a 3% do

produto interno bruto mundial até 2030, dependendo da rigidez dos cortes. Afirma que as

temperaturas subirão entre 2 e 2,4°C acima dos níveis pré-industriais, mesmo com as medidas dos

cortes. A União Europeia deixa claro que a elevação de dois graus pode significar mudanças

perigosas para o sistema climático.

Teixeira Júnior (2006) alerta que o clima do planeta Terra nunca registrou alterações tão

dramáticas quanto agora. O aumento de dois graus centígrados pode afetar um sexto da população

do planeta. A emissão dos gases do efeito estufa continua crescendo, apesar do Protocolo de Kioto e

dos limites impostos aos países ricos. China e Índia continuam queimando carvão para empurrar sua

economia adiante.

O Brasil vive a situação ambígua de ser o país das hidrelétricas e do etanol, mas também de

ser visto como vilão do desmatamento na Amazônia. Para estabilizar os níveis de CO2 na atmosfera

a níveis seguros amanhã, o trabalho precisa começar hoje. Cada vez mais, consumidores, políticos e

investidores acreditam que essa é uma tarefa que também cabe às empresas.

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4. POLUIÇÃO DO AR

Definição de poluição é a emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos em quantidade

superior à capacidade de absorção do meio ambiente. Esse desequilíbrio interfere na vida dos

animais e vegetais e nos mecanismos de proteção do planeta.

Existem diversos tipos de poluição, tais como: poluição atmosférica, aquática, sonora,

luminosa, visual. Destes, a poluição atmosférica ou poluição do ar está constantemente na mídia

devido aos problemas do aquecimento global.

A poluição do ar não é um problema recente. A própria natureza tem na sua constituição

fenômenos geológicos que são grandes fontes de poluentes. São exemplos, as erupções vulcânicas e

os incêndios florestais. A participação humana no processo de poluição do ar se iniciou quando o

homem aprendeu a utilizar o fogo e, desde então, só cresceu.

Na antiguidade, a poluição atmosférica era relacionada à fumaça. Era uma poluição,

basicamente de fumaça, vinda de pessoas queimando madeira ou carvão para se aquecerem. O uso

do carvão como combustível cresceu desde a idade média até os séculos XV e XVI, na Inglaterra.

Atingiu níveis alarmantes, até surgirem os primeiros sinais de baixa qualidade do ar londrina. O

número de mortes era alto, crescente e atribuído ao famoso fogo de poluição. Em 1952 morreram

quatro mil pessoas, sendo assim, necessárias medidas e leis drásticas para resolver o problema.

No Brasil, crianças nasciam com problemas na formação do cérebro, em Cubatão. A alocação

de recursos e a mobilização da sociedade foram imprescindíveis para o controle das emissões.

Instalação de filtros e outras medidas de controle de efluentes e emissões reduziram o impacto da

poluição no município de Cubatão, SP (Dantas, 2003).

Poluentes atmosféricos são substâncias transportadas pelo ar (sólidos, líquidos ou gases) que

ocorrem na atmosfera terrestre em altas concentrações o suficiente para comprometer a saúde de

pessoas e animais, danificar plantas e estruturas e contaminar o ambiente.

As principais atividades humanas que produzem poluição do ar estão relacionadas às

atividades industriais, à produção de energia, aos transportes, às cidades e residências e às

atividades agropecuárias. Na tabela 1, estão relacionadas às principais fontes de poluição do ar e os

principais poluentes emitidos.

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Tabela 1 –Principaisfontes de poluição do ar e seus principais poluentes

Fonte: Dantas, 2003

5. MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A popularidade crescente de combustíveis renováveis apoia-se na intenção de criar novas

oportunidades para uma agricultura multifuncional e sustentável no desenvolvimento rural em

mercados orientados de produção de óleos vegetais não alimentares. O uso total dos

biocombustíveis, como a energia limpa e renovável no transporte em estradas, linhas de ferro,

ônibus da cidade e os setores agrícola e florestal, com um respeito especial aos parques nacionais,

são a única maneira lidar com os desafios novos de problemas ambientais. Assim, preserva-se a

diversidade da natureza e protege-se a saúde dos povos e a vida selvagem também (LABECKAS &

SLAVINSKAS, 2006).

A tendência de redução de emissões está difundida nos setores de negócios. Na Inglaterra, o

CarbonDisclosure Project objetiva ver o que as maiores empresas de capital aberto do mundo estão

fazendo para reduzir emissões de CO2: quantas toneladas de CO2 emitem e como anda sua matriz

energética. Empresas como a Wal Mart e a GE determinaram metas de economia de energia e de

vendas de equipamentos que não agridam o meio ambiente. Os bancos ABN Amro Real e Bradesco

adotaram o conceito neutro em carbono. Analisaram o impacto de suas atividades, calculando o

montante de gases emitidos anualmente. Juntos, os dois bancos produzem 80 mil toneladas de CO2

por ano (TEIXEIRA JÚNIOR, 2006).

ATIVIDADES POLUENTES

Queima de carvão Cinzas, óxidos de enxofre, nitrogênio.

Queima de óleo combustível Monóxido de carbono, óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio.

Refinarias Hidrocarbonetos, óxidos de enxofre, monóxido de carbono.

Indústria de aço Poeiras, fumaça, fuligem, óxidos de metais e gases orgânicos e

inorgânicos.

Indústria química Óxido de enxofre, ácido sulfúrico.

Indústria de fertilizantes Material particulado e gás fluorídrico.

Indústria de celulose Material particulado e óxidos de enxofre

Indústria de plástico Resinas gasosas.

Transportes Dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio, compostos orgânicos voláteis

e material particulado.

Agropecuárias Dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio, metano, óxido nitroso e

material particulado.

Residências Monóxido de carbono

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No Brasil, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) testa o desempenho de duas locomotivas

movidas com mistura de 20% de biodiesel ao diesel convencional (COMPANHIA VALE DO RIO

DOCE, 2005). A Aracruz Celulose acompanha atentamente as discussões globais sobre mudanças

climáticas e está consciente da importância do controle das concentrações de gases de efeito estufa

na atmosfera como forma de prevenir os efeitos adversos dessa concentração e garantir o equilíbrio

climático do planeta.

A Aracruz aderiu à Bolsa de Carbono de Chicago (CCX) em 2005 e foi a primeira empresa

latino-americana a assumir metas de redução de emissões de GEE. As metas assumidas pela

Empresa na CCX estabelecem uma redução de 1% das emissões de 2003, 2% das emissões de 2004,

3% das emissões de 2005 e 4% das emissões de 2006 em relação à linha de base.As estimativas de

estoques de carbono nas áreas de plantios e de reservas nativas da Aracruz podem ser visualizadas

na Tabela 2.

Tabela 2 –Estimativade estoques de carbono nas áreas de plantio e de reservas nativas da Aracruz

Celulose

Estimativa do estoque de carbono em reservas nativas – dezembro 2006

Ecossistema Biomassa (t/ha) Área (ha) Total de C (t) % Total C

Estágio avançado¹ 384 12.400 2.383.280 46,0

Estágio médio¹ 92 24.200 1.110.780 21,5

Estágio inicial¹ 13 46.400 296.960 5,7

Várzeas 15 6.100 45.750 0,9

Restinga 40 5.100 102.000 2,0

Mussununga 47 14.500 340.025 6,6

Brejo 135 13.300 896.420 17,3

Total 122.000 5.175.215 100,0

¹Área de reserva de Mata Atlântica

Fonte: Aracruz Celulose S.A., 2007.

Nos últimos anos, diversas iniciativas da empresa vêm contribuindo para esse objetivo. Uma

delas foi a implantação do modal de transporte marítimo de madeira, que possibilitou a redução, na

rodovia BR 101, de aproximadamente cem viagens diárias de caminhões - que levam madeira dos

plantios até a Unidade Barra do Riacho, no Espírito Santo (ARACRUZ CELULOSE S.A., 2007).

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6. MEDIDAS SUGERIDAS PELO IPCC

Para mitigar todo o efeito maléfico do aquecimento global, Controle (2007) divulgou as

medidas sugeridas pelo IPCC. A utilização do chamado preço do carbono seria uma das principais

opções para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa. Quanto mais alto for esse preço, mais

interessará aos usuários de energias fósseis recorrerem a tecnologias e modos de consumo mais

sábios; e mais rápida e abundante será a redução das emissões. Todos os setores possuem potencial

significativo de redução de emissões até 2030, segundo o IPCC:

1. Reduzir o uso das energias fósseis (petróleo, gás, carvão). Diminuir as subvenções às

energias fósseis e impor uma taxa-carbono. Tecnologia ainda experimental, a captura e

armazenamento de CO2consiste em captar as emissões de CO2 das grandes instalações industriais e

armazená-las sob a terra, em poços de petróleo antigos ou cavernas. Isso oferece um potencial

significativo dentro de vinte anos.

2. Incentivar as energias renováveis. Incentivar e favorecer o desenvolvimento eólico, solar,

geotérmico e outras energias limpas com subvenções, obrigações regulamentares ou tarifas

impostas. Isso permitirá que as energias renováveis sejam competitivas em relação às fósseis. A um

preço de carbono situado entre vinte e cem dólares a tonelada, as energias renováveis poderão

representar de 30% a 35% do abastecimento de eletricidade até 2030.

3. Reduzir a poluição dos transportes. Reforçar as restrições de emissão de CO2 para os

veículos, incentivar os transportes públicos e os meios de transportes não motorizados, aumentar os

impostos de compra de automóveis e combustíveis. A um preço de 25 dólares a tonelada de CO2, os

biocombustíveis representariam uma parte do mercado de 10%.

4. Edifícios mais ecológicos. Os edifícios são um dos maiores emissores de CO2. Normas de

construção mais severas, moradias melhor isoladas, sistemas de calefação e ar condicionado mais

sábios permitiriam importantes economias energéticas. Cerca de 30% das emissões de CO2 devido

ao setor da construção poderia ser evitado dessa maneira, até 2020, com um maior benefício,

levando em conta a diminuição dos custos de calefação/eletricidade.

5. Reduzir as emissões da indústria. Subvenções, incentivos fiscais, certificados de emissões

de CO2 e mercados de permissões, como o mercado europeu de carbono iniciado pelo Protocolo de

Kioto, contribuem para reduzir as emissões industriais.

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6. Agricultura e florestas. Incentivos financeiros permitiriam modificar as práticas agrícolas e

preservar as florestas. A vegetação absorve o CO2 na fase de crescimento, depois o armazena,

enquanto que o desmatamento volta a mandar quantidades importantes de CO2 para a atmosfera.

Em seu relatório mais recente, o IPCC (2007) diz que uma grande variedade de políticas

nacionais e de instrumentos está disponível aos governos para criar os incentivos para mitigar as

mudanças climáticas. Sua aplicabilidade depende das circunstâncias nacionais e de uma

compreensão de suas interações, mas a experiência da execução em vários países e setores mostra

que há vantagens e desvantagens para cada instrumento.

7. COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS

De acordo com as medidas sugeridas pelo IPCC, a ampla utilização dos biocombustíveis traz

alívio para o planeta, como uma atitude ambientalmente mais amigável. Dentro deste aspecto,

muitos estudos estão sendo feitos para viabilizar a sua implementação.

Cem anos atrás, o óleo vegetal foi testado por Rudolf Diesel como o combustível para seu

motor. Com o advento do petróleo barato, frações apropriadas do óleo cru foram refinadas para

servir como combustível. Nos anos 1930 e 1940, os óleos vegetais foram usados como combustível

diesel, mas somente em situações da emergência. Recentemente, por causa dos aumentos em preços

de óleo cru, dos recursos limitados do óleo fóssil e dos interesses ambientais houve um foco

renovado nos óleos vegetais e nas gorduras animais para produzir biodiesel. O uso continuado e

crescente do petróleo intensifica a poluição de ar local e amplia os problemas do aquecimento

global causado por CO2.

Em um caso particular, a emissão dos gases em ambientes fechados de minas subterrâneas, o

combustível de biodiesel tem o potencial reduzir o nível dos poluentes e o nível de elementos

carcinogênicos potenciais ou prováveis (MA & HANNA, 1999).

Segundo Miragaya (2005), consideram-se como biocombustíveis os produtos originados da

biomassa usados na produção de energia, os quais podem se sólidos: lenha e carvão vegetal; gasoso:

biogás; e líquidos: alcoóis (etanol produzido de cana-de-açúcar e metanol, de madeira), óleos e

gorduras de origem vegetal ou animal e o biodiesel. O uso de biocombustíveis apresenta várias

justificativas econômicas, sociais e ambientais, conforme as regiões de sua fabricação e emprego.

Dentre as vantagens ambientais do uso de biocombustíveis líquidos destaca-se a diminuição das

emissões, pelos veículos automotores, de gases e/ou partículas prejudiciais à saúde humana ou ao

meio ambiente, como o monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de enxofre e nitrogênio e

de gases do chamado efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono.

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A Embrapa Agroindústria de Alimentos, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (Embrapa), sediada no estado do Rio de Janeiro, está desenvolvendo estudos para a

produção do etanol a partir de enzimas extraídas do bagaço da cana-de-açúcar e de outros resíduos

agrícolas e florestais, como madeiras. Para viabilizar a produção dos microorganismos que

produzem essas enzimas, a Embrapa está lançando também um grande projeto de florestas

plantadas energéticas. Será estudado o aproveitamento dos resíduos de florestas de eucaliptos e

pinhos para a produção de biocombustíveis (AGÊNCIA BRASIL, 2007).

Embora a maioria da população urbana associe combustível apenas ao abastecimento de

veículos, ônibus e caminhões, essa questão é muito mais ampla e complexa. Implica no

abastecimento de tratores e máquinas agrícolas, navegação aérea, marítima e fluvial, funcionamento

de motores estacionários, tanto na geração de energia elétrica, como no funcionamento de muitas

máquinas de beneficiamento de produtos nas comunidades do interior sem acesso à energia elétrica.

Também, na substituição da lenha e carvão mineral ou vegetal no fogão doméstico (SATURNINOet

al., 2005).

7.1. Biodiesel

O biodiesel é um combustível diesel alternativo, feito das fontes biológicas renováveis tais

como os óleos vegetais e as gorduras animais. É biodegradável e não tóxico, tem perfis baixos da

emissão e, assim, é ambientalmente benéfico (MA & HANNA, 1999).

O biodiesel é um combustível constituído de uma mistura de ésteres metílicos ou etílicos de

ácidos graxos, obtidos da reação química de transesterificação de qualquer triglicerídeo (óleos

vegetais, óleos/gorduras animais, reaproveitamento de óleos usados em frituras e de rejeitos da

extração e purificação de diversos óleos) com um álcool de cadeia curta, metanol ou etanol. Há

registros da utilização do combustível de óleos vegetais ou de seus ésteres, conhecidos como

biodiesel, desde a montagem dos primeiros protótipos de motores de ignição por compressão por

Rudolf Diesel, no final do século XIX (MIRAGAYA, 2005).

Labeckas&Slavinskas (2006) ressalta que a aplicação do óleo puro de canola, como uma

alternativa barata e conveniente nos motores diesel convencionais, foi mal promovida por causa de

alguns problemas técnicos relacionados à densidade elevada, viscosidade, filtração deficitária e

volatilidade baixa. Na Europa, um dos combustíveis renováveis mais populares é o éster metílico de

canola (RME – biodiesel de canola) porque seu uso em motores diesel contribui a uma redução da

poluição de ar ambiental. Na Áustria e na Alemanha, o biodiesel puro é usado extensamente, visto

que na França, Itália, Espanha, Suécia, República Tcheca e outros países europeus até 25-30%

misturas RME-Diesel do combustível convencional são populares.

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Para solucionar os inconvenientes do uso direto de óleos vegetais nos motores diesel, estudos

iniciados na Bélgica em 1940 visaram a transesterificação. Foi feita produção em escala semi-

industrial da mistura de ésteres etílicos com o óleo de dendê, para utilização direta em motores

diesel. O processo industrial não apresentou dificuldades técnicas, sendo muito baixo o consumo

energético para sua obtenção (MARTINS, 1981). De diversos métodos disponíveis para produzir o

biodiesel, a transesterificação de óleos naturais e as gorduras é atualmente o método escolhido. A

finalidade do processo é abaixar a viscosidade do óleo ou da gordura (Ma& Hanna, 1999).

A transesterificação melhora as propriedades técnicas do RME de modo que se encontre com

as exigências ser usado nos motores diesel modernos.

A vantagem principal relacionada ao uso de biodiesel de canola nos motores diesel é o índice

de oxigênio elevado dos ácidos graxos. Assim, causa uma combustão mais completa e origina

emissões mais baixas de espécies prejudiciais, tais como material particulado e a fumaça. Como

outros combustíveis renováveis, RME são biodegradáveis, não-tóxicos e livres de enxofre e,

consequentemente, nenhum sulfato é formado e as emissões do material particulado podem ser

reduzidas em até 24%. Adição de biodiesel de canola ao combustível diesel também melhora as

propriedades lubrificantes das misturas de combustível quando comparadas ao combustível diesel

convencional de baixo teor de enxofre (LABECKAS & SLAVINSKAS, 2006).

Nabiet al. (2006) testaram o efeito da mistura de biodiesel de Nim ao diesel em motores

diesel, comparando os resultados com a performance do combustível diesel convencional. A

emissão de fumaça e de monóxido de carbono foi reduzida em 4%, enquanto que a emissão de NOx

foi aumentada em 5%. As reduções no CO2 e nas emissões de fumaça e o aumento na emissão de

NOx com misturas diesel-biodiesel de óleo de Nim podem ser associados com o índice de oxigênio

no combustível.

Segundo Labeckas&Slavinskas (2006) e Carrarettoet al. (2004), as características da emissão

dos motores diesel que operam em RME e das suas misturas com combustível diesel foram

relatadas nos vários papéis de pesquisa. Em muitas investigações, as reduções em monóxido de

carbono, hidrocarbonetos (HC) e emissões de fumaça e material particulado, junto com um NOx

mais elevado, nas exaustões foram determinadas. Testes conduzidos em motor diesel operado com

mistura de 20% biodiesel de soja com combustível diesel provou que o índice de fumaça, os CO e

os HC estiveram diminuídos de 8% a 63%, 2% a 29% e 3% a 60%, respectivamente, enquanto que

as emissões de NOx aumentaram de 0,5% a 18% (LABECKAS & SLAVINSKAS, 2006).

Carrarettoet al. (2004) observaram que a média de redução em CO e HC, com uso de

biodiesel a 30% em mistura, foi de 13,5% e 3% respectivamente. Grande contribuição foi o teor de

oxigênio presente no biodiesel. Os valores de NOx, ao contrário, tiveram um aumento de 9%, sendo

de acordo com os muitos resultados na literatura.

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Desenvolvimento Sustentável

Atualidades em

48 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

As oleaginosas são representadas por diversas famílias botânicas. As regiões tropicais do

planeta possuem condições privilegiadas de adaptação e com bons rendimentos para essas plantas.

Além do óleo como principal importância econômica, as plantas oleaginosas reúnem uma ampla

diversidade no seu aproveitamento. Estes benefícios estão listados na Tabela 3.

Tabela 3 -Benefícios do uso do óleo vegetal para o campo e para o Brasil

Fonte: Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, 2005.

7.2. Programa do Governo Federal e legislação

O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) é um programa

interministerial do Governo Federal que objetiva a implementação de forma sustentável, tanto

técnica, como economicamente, a produção e uso do biodiesel. É forte o enfoque na inclusão social

e no desenvolvimento regional, via geração de emprego e renda (GOVERNO FEDERAL, 2007).

Para tanto, o Governo Federal instituiu a Lei nº. 11.097, de 13 de janeiro de 2005, que dispõe

sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira. Com a Lei, é estabelecida a

obrigatoriedade da adição de um percentual mínimo de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao

consumidor, em qualquer parte do território nacional. Esse percentual obrigatório será de 5% oito

anos após a publicação da referida lei (ou seja, em 2013), havendo um percentual obrigatório

intermediário de 2% três anos após a publicação da mesma, a partir de 2007 (BRASIL, 2005).

Para estimular ainda mais esse processo, o Governo Federal lançou o Selo Combustível

Social, um conjunto de medidas específicas visando estimular a inclusão social da agricultura, nessa

importante cadeia produtiva. Além das vantagens econômicas e ambientais, há o aspecto social, de

fundamental importância, sobretudo em se considerando a possibilidade de conciliar sinergicamente

todas essas potencialidades.

No campo No país como um todo

Auto-suficiência energética Mecanização rural

Conservação do solo Mecanização e mobilização local e nacional

Desenvolvimento da infra-estrutura rural Substituição do diesel fóssil

Diversificação de atividades Economia de divisas

Fixação do homem no campo Menor dependência de hidroeletricidade

Incremento de produção Menor dependência de sistemas de distribuição de

eletricidade

Melhoria das condições de vida no campo Desenvolvimento industrial

Prosperidade Desenvolvimento da infra-estrutura rural

Renda rural maior e mais segura Vantagens ecológicas

Suprimento com alimentícios Valorização do solo

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Atualidades em

49 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

O cultivo de matérias-primas e a produção industrial de biodiesel, ou seja, a cadeia produtiva

do biodiesel tem grande potencial de geração de empregos, promovendo, dessa forma, a inclusão

social, especialmente quando se considera o amplo potencial produtivo da agricultura familiar. No

Semi-Árido brasileiro e na região Norte, a inclusão social é ainda mais premente.

No Semi-Árido, por exemplo, a renda anual líquida de uma família a partir do cultivo de

cinco hectares com mamona e uma produção média entre setecentos e 1,2 mil quilos por hectare,

pode variar entre R$ 2,5 mil e R$ 3,5 mil. Além disso, a área pode ser consorciada com outras

culturas, como o feijão e o milho (GOVERNO FEDERAL, 2007).

7.3. Limites sócio-ambientais

A demanda mundial de energia cresce em ritmo acelerado, agravando o problema do

aquecimento global. Sem revisão dos modelos de consumo, sobretudo no setor de transporte,

ausência de políticas e programas definidos condena a sociedade a reproduzir erros ambientais e

sociais do passado.

À medida que cresce a preocupação com os impactos do aquecimento global, as discussões

sobre mudança da matriz energética mundial ganham força. Nesse cenário, os combustíveis à base

de biomassa (biocombustíveis) assumem a liderança.

Antes da popularização do fenômeno do aquecimento global, a maior preocupação em relação

à dependência de energia, em especial a derivada de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás),

devia-se ao esgotamento dessas fontes energéticas. Segundo alguns estudos, no nível atual de

consumo global de combustíveis fósseis, as reservas de petróleo aguentariam mais quarenta anos, as

de gás natural, sessenta e as de carvão 220 anos.

De um lado, os altos preços do petróleo; do outro, os impactos ambientais da queima desse

combustível; no meio, a crescente demanda global de energia. Para sustentar uma matriz energética

menos nociva ao meio ambiente e economicamente mais viável, o Brasil tem, como outras nações,

investido no biodiesel – consideradouma das formas mais eficazes de minimizar a emissão de

poluentes na atmosfera. Um dos motivos para a aposta no biodiesel é a gama de matérias-primas

que pode ser utilizada, como soja, mamona, dendê, babaçu, girassol, algodão, amendoim, canola ou

colza, maracujá, abacate, oiticica, linhaça e tomate. Também podem ser usadas gorduras animais e

residuais.

O cenário das mudanças climáticas e o Protocolo de Kioto fizeram o setor sucroalcooleiro

enxergar grandes oportunidades de colocação de seu produto no mercado, surgindo com isso

algumas implicações: aumento do consumo de água e de agrotóxicos, expansão da fronteira

agrícola, contaminação de lençóis subterrâneos e o desmatamento e a eliminação de fragmentos

florestais.

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50 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

Se por um lado os biocombustíveis ajudam a resolver o problema das mudanças climáticas,

por outro eles tendem a agravar problemas ambientais locais. A soja e a cana-de-açúcar podem

sobrepor outras culturas e empurrá-las em direção à região amazônica. Isso pode fragilizar o

compromisso de aumentar a inclusão social, gerar emprego, atender e resolver questões do campo.

A maioria dos cidadãos brasileiros desconhece a dimensão social e ambiental da expansão do

mercado de biocombustíveis. Sem essas informações e revisão dos níveis de consumo, o erro da

abundância poderá se repetir, mesmo diante de tantos esforços para mudar a matriz energética

(VICTOR, 2006).

7.4. Fomento para grandes empresas

Nas últimas décadas, o fomento florestal ganhou forma tecnológica e opção de diversificação

de produção acessível ao produtor. A exemplo disso, esse tipo de modelo poderia se ajustar

facilmente no setor de energia, facilitando a mudança da matriz energética do Brasil. O biodiesel

para abastecer grandes indústrias como a Aracruz Celulose e a Samarco poderia também possuir

uma base semelhante.

De acordo com o diagnóstico ambiental feito por Floresta (2004), da população residente na

área de influência do Programa de Fomento Florestal da Aracruz Celulose, 66,5% habitam na zona

urbana e 33,5% habita na zona rural. Fica evidente a necessidade de programas que incentive a

fixação da população na área rural, sendo o Programa de Fomento uma importante ferramenta para

atingir esse objetivo. Outro fator a ser considerado é a faixa etária daquela população: 33% da

população concentram-se na faixa etária de zero a 14 anos e 44% na faixa etária de 14 a 39 anos, o

que evidencia o perfil jovem e de grande potencial produtivo da população.

Alguns dos objetivos específicos do Programa de Fomento Florestal implantado pela Aracruz

Celulose S.A.:

- criação de alternativa de renda para os pequenos e médios proprietários rurais;

- permitir a geração de impostos, favorecendo a arrecadação dos municípios envolvidos com o

Programa de Fomento;

- promover a geração de empregos, direta e indiretamente reduzindo o êxodo rural; e

- promover a educação preservacionista, através dos contatos realizados pelo corpo técnico da

Aracruz e cultura proporcionada pela implantação de reflorestamentos.

No período de 1990-1998, a estrutura fundiária das propriedades que participavam do

Programa de Fomento Florestal implantado pela Aracruz Celulose S.A. mostrou 75% das

propriedades com área menos de dez hectares e 25% com área entre dez e cem hectares. Isso mostra

que a grande maioria é pequenos produtores.

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Atualidades em

51 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

Outro modelo de fomento no Brasil, a produção de fumo, também mostra eficiência no

sistema, pois 100% do abastecimento da indústria de fumo no sul do Brasil advêm de áreas de

pequenos produtores.

Conforme relatado por Souza Cruz (2007), pioneirismo e parceria com os produtores de fumo,

além de um moderno complexo de processamento, trouxeram destaque mundial para a Souza Cruz

na produção do fumo em folha. Para obter a sua matéria-prima, a Souza Cruz atua de maneira

integrada com cerca de 45 mil famílias de agricultores, principalmente nos três estados da região

Sul do Brasil, em um sistema pioneiro de parceria que funciona desde 1918. A empresa fornece

insumos e presta orientação aos produtores em todas as fases da cultura de produção do fumo, além

de garantir a compra de toda a produção.

Os produtores típicos são minifundiários com propriedades que têm, em média, vinte hectares

de extensão, dos quais apenas 10%, ou seja, dois hectares são empregados na produção de fumo,

durante cerca de quatro meses ao ano. Em geral, uma colheita rende aproximadamente dois mil

quilos de fumo por hectare. No restante da propriedade o fumicultor diversifica, produzindo outras

culturas e criando animais – especialmente aves, suínos e bovinos.

A alta produtividade e estabilidade do mercado, onde os preços mínimos são estabelecidos

antes da safra, fazem desta a principal atividade econômica das pequenas propriedades espalhadas

por quase setecentos municípios, nos três estados da região Sul. Grande parte do interesse dos

agricultores na produção vem do fato de que o fumo é, no Brasil, um dos poucos produtos agrícolas

que, devido ao sistema integrado de produção, têm a venda de toda a produção garantida e

apresenta altos níveis de sustentabilidade.

No Brasil, a Souza Cruz emprega, na época da safra, cerca de nove mil pessoas e sua cadeia

produtiva, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, gera cerca de 240 mil empregos e é

responsável por mais de quatro bilhões de reais em arrecadação de impostos e taxas por ano.

Este estudo da Fundação Getúlio Vargas, sobre a contribuição econômica da Souza Cruz ao

desenvolvimento do Brasil, mostra ainda que:

- A Souza Cruz está em 87% dos municípios produtores de fumo da região sul.

- Mais de 22% da safra de fumo de 2003/2004 foram comprados pela Souza Cruz.

- Em 2004, as compras da companhia geraram uma renda média de mais de 17 mil reais por

agricultor.

- O faturamento bruto das vendas da cadeia produtiva da Souza Cruz superou 7,5 bilhões de

reais em 2004.

- A produtividade do colaborador da Souza Cruz é 23 vezes maior que a média brasileira.

- As despesas sociais da companhia somaram 1,1 bilhão de reais em 2004.

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Desenvolvimento Sustentável

Atualidades em

52 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

- O total de impostos e contribuições da cadeia produtiva da Souza Cruz ultrapassa quatro

bilhões de reais por ano.

8. CENÁRIOS DE REDUÇÃO DA POLUIÇÃO COM USO DE BIODIESEL

Tendo em vista, o sucesso potencial na modalidade de fomento, torna-se possível

abastecimento de biodiesel para a Samarco e Aracruz Celulose. Os cenários de redução da poluição

do ar, com a implementação do uso do biodiesel, podem ser vistos na Tabela 4.

Tabela 4 –Cenáriosesperados de redução da poluição do ar, com a implementação do uso do biodiesel, para

as empresas Samarco e Aracruz Celulose no ano base de 2005, com as misturas B10, B20, B30 e B50

Combustível Emissão total

(ton CO2 ano-1

)

Redução na emissão1

(ton CO2 ano-1

)

B0 Óleo Diesel 139.283 0

B10 Biodiesel 10% 125.355 -13.928

B20 Biodiesel 20% 111.426 -27.857

B30 Biodiesel 30% 97.498 -41.785

B50 Biodiesel 50% 69.642 -69.642

1Protocolo de cálculo adotado por GreenhouseGasProtocolInitiative, 2004.

Do montante total do consumo de 50.726,44 m3 de óleo diesel, a Samarco e Aracruz Celulose

geraram de 139.283,10 ton CO2, em 2005. Assim, com a implementação da mistura de 20% de

biodiesel ao diesel convencional, essas empresas reduziriam a emissão dos gases nas seguintes

proporções:

- índice de fumaça: 63%;

- hidrocarbonetos: 60%; e

- monóxido de carbono: 29%.

A contribuição na redução da poluição seria de 27.856 ton CO2 a menos, com o uso de B20; à

mistura de 30%, a redução da poluição seria de 41.784 ton CO2 anuais, de acordo com o protocolo

de cálculo adotado por GreenhouseGasProtocolInitiative (2004). Utilizando a cultura do pinhão-

manso, Jatrophacurcas L., como cultura de biomassa e com produtividade considerada de 1.589 kg

de óleo por hectare, seria necessário o cultivo de aproximadamente 3.200 ha, para substituir 10% do

diesel fóssil, em volume, para o consumo dessas duas empresas. Dentro do Estado do Espírito

Santo, representaria o uso de apenas 2,2% da área produtiva não utilizada. Isso mostra o benefício

de não afetar áreas produtivas de alimentos ou carne.

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53 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

Para metas mais arrojadas, de substituir 50% do diesel fóssil consumidos pelas duas

empresas, seriam necessários 15.960 ha, aproximadamente, de cultivo em pinhão manso com

finalidade energética. O uso dessa área no Estado do Espírito Santo ocuparia aproximadamente 11%

da área produtiva não utilizada.

Outrossim, se toda a área produtiva não utilizada fosse convertida em áreas de cultivo de

biomassa, com a cultura do pinhão-manso, representaria uma oferta de 230.148 m3 de biodiesel,

produzidos em 144.838 ha. A produção de energia, então, abasteceria 31% de toda a demanda de

óleo diesel no Estado do Espírito Santo, no ano de 2005. Outra grande fatia de produção de

biomassa seria o melhor aproveitamento de áreas com pastagens degradadas, que ocupam parcela

substancial na área do Estado, com 39,4% de ocupação.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso inadequado dos recursos da terra e a inobservância das leis vigentes ao longo de várias

décadas, passando por diversas gerações, são visíveis e prevalece em algumas situações ate os dias

de hoje, com consequências danosas ao equilíbrio ambiental e ao ecossistema local, com reflexos

diretos na atividade econômica das propriedades.

A ausência de um plano de ordenamento territorial fundamentado para o desenvolvimento

sustentável tem contribuído para a manutenção do atual estágio socioeconômico e biofísico,

convergindo para um status de descapitalização no meio rural e indução do êxodo para as cidades.

Assim, a implementação do biodiesel favorece a fixação do homem no campo, o aumento de

renda do produtor rural, o aproveitamento de terras degradadas, a redução da poluição do ar e,

finalmente, garantir que as gerações futuras possam usufruir melhor dos recursos naturais.

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Desenvolvimento Sustentável

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54 A Sustentabilidade Ambiental com o Biodiesel: Perspectivas e Impactos

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