FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
-
Upload
roberta-bentes-kowalski -
Category
Documents
-
view
232 -
download
0
Transcript of FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 1/29
Josep Fontana
his tor ia
anal ise
do
p
ss
do
e projeto
soc ia l
Ep{logo exclusivo a edi ao br s i le i r
a C : i 9 ; ; o
LLliZ
?onea
:
e vi
\ ~ c n i c a
re: nando l ;ovai
;
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 2/29
F
ont.10.1
i
l
.:lZa
ro.
Jo.sep.
1 1 t ~ 1 an:ili e
do p.1
1do
t :
projeto :-.oci:il
c N ~ p
Font:m.1 : 1r.1du (·;m Lu11
Ronca
ri
. -
B:iuru,
·p
EDL '
C.
1
998.
100p. : 21 cm. -
<Ci&nci.h
ou.11')
ISB:'\ 81-86259-T-6
I.
Hi
..
16
ria
- etodologi3
. 2.
1 i'>t i>ria
-
FiJOM>fi:i
. I Tilulo. IL Sl:rit.:.
V l{l\nf .blC J9S2. Eduon.11 Lnlll.t. '>A
l{,[l)nJl,htt. do: uadUl aU 1
1
.l'J \ J I c
CDD-901
T r o J ~ , ; roo/1:zada t fXlr11r tla 1• ' ~ ' '
r IWJ2
J
[ ) i r ~ ~ l t t U ' de
p J
caaio ( Ill l l l l ~ l l l l M / l ~ / l ( ~ I
/Jtlra
,,
Br
asilmlq111ntl
r /Ji /
E h f T t . J l l ~ ~ I .\/1Dl.5
//J
.1IJ£ [)()
~ . H 1 H A I Y J
UJ/l- l (:A<J
Rua
lnni l
Arm11uk1 /
fF)fJ
CEP r w + J fjrJ
- '* ' ' -
\ I
FtJnR
ffJ
/412
3 5· -111
· FlLX
.l JS
-21 )
edu
(;CflUK 1r
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 3/29
capitulo
·
o
ren scimento
a ilustra< ao
A te alguns :mos atras, era habitual rcferir-se
a
historiogra
fia escrita
pelos humanistas
italianos
em
t e r m o ~ meramcnte cultu
rais. Seu
merito
teria consistido
em
fazer da Hist6ria
um genero -
terario independente, ainda
que
eles se
contentassem em
imitar a
Salustio e a
Tito
Livio,e a seguir
as li<;6es de
Cicero.
Como
o
seu
pro
posito
era
o
de ensinar
moral
por
cxemplos , a exatidiio
do quc
nar
ravam resultava,
para
elcs,
como
coisa secundaria,
contanto que
a
li-
<;ao
a tirar fosse
correta.A maior
novidade teria sido a
de
deixar
de
entendcr o
curso
da hisroria
como
resultaclo
da a<;ao
da providen
cia,
para
ve-la
como 0
relato
de
ativi
dades humanas
inspiradas por
motivos
humanos
, c
ate
isso podia supor-sc
quc
o tinham apn::ndi
do
<le seus
modelos latinos, aos
que
recorriam
como mestres
da lin
gua
e do estilo.'
Esta interpreta<;ao tradicional tern cedido lugar a outra que
assinala a rela<;ao que existe entre as mudani;as culturais, a crise das
velhas formas
de
governo
e a ascensao ao
poder
de
novos
grupos
sociais.
No caso de
Floreni;a. especialmentc, tcm-se
podido
exami
nar como
as sucessivas crises da cidade,
entre
1402 e 1527. guar
<lam um estreito paralelismo
com
a forma<;ao
de
uma consciencia
politica
,
que
se expressaria atraves
de
novas formas
de
Hist6 ria,
de
Leonardo
3runi
a Guicciardini. Hans Baron, por
exemplo,
mosrrou
que os estlmulos que promoveram o aparecimcnto da historiogra
fia
florcntina
<lo
seculo
x
for:mt muito mais politicos
que
cultu
rais. Na passagem do seculo
XJV ao
XV v:lrias cida<les italianas. en
cabei;adas por Florcnc;a. travaram uma batalha vitoriosa contra a ti
rania e conseguiram salvar a liberdade rcpublic:tn:t. A
consciencia
do signiticado dessa luta foi uma fonte
de
esrimulos para o pcnsa
mento
e
cu
l
tura de
Floren<;a.
J\
sua importftncia
par:
a ilumina<;iio
da nova hist6ria seria dccisiva. Foi a dupla cxpcri(·ncia
<la
scculari-
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 4/29
capitulo 2
z ~ o da
po
lltica e da ascensao de uma c idad t:-t:stado rcpublicana
ao
lu
gar mais destacado da cena italiana, o
que causou
uma revolu
<;iio n
as
concepc;oes polltico-hist6 ri cas dos
l lor
entinos . Pela p rimei
r.t vez
explornr
-sc-iam os fatos da antiguidade para valori
za-
los po
litica mente, sem empenhar-se em buscar neles a ac;ao da prov
id
cn
c ia e o cumprimento da s pmfecias b iblica
s.
Essa
orit:
n ta<;ao poc.le-se
ver
nas obras de homens
como
Colucc io Salu tati I33 J4
06
ou
Po
gg
io
13racciol
ini
(1380- I 459),e r
es
ulrn clara na Laudatio Flo ren
t'inae Urbis de Leonardo Bruni (c. 1370 - 1444), onde , ao
pan
egiri
co do meio fisico e da culrura, acrescenta-se o do regime
polit
ico,
gras:as ao qual esra prudcmlss
ima cidade
tern tambem
ajusw<.la
s
to
e.las as suas part
cs, qu
e disso resulra uma suprema e concorc.le rept. 1-
blica . Dai
partiria
a nova
hi
st6 ria renasce
nri
s
ra
,
que
nfto ha
que
se
entender
como um
mero avanc;o c..:sti l lstico. Se Bruni emprega
nas
SUaS
Obr:tS
0
diSC l lrSO retoriCO, e par..t p oder
CX
p Or OS debates e ten
soes, e trazer a uz OS COllflitOS po litiCOS, C011VC CidO
tamb
em de
que
a eloquencia pubica e necessaria para a priiti<.:a da liberdade.
2
Nao seria s6 nos terrenos da politica e da
hi
storiografia que
se c.leixaria senrir a intluencia
dess
a mudan<;a. Foi
tamb
em por obra
c.laqueles pedantissimos investigaclores de antigas hist6rias , que
come<,;ou rea lmente a modificar-se a v isao d o mundo natural e a
abandonar-se a
fe
na fisica de Arist6telcs e na
cos
mologia
ck
Ptolo
meu. Ainda que, ante
ri
orment
e,
outros h omens te
nham ex
pressado
suas duvidas, foi a co
nqui
sta do sc::n t ido do antigo com o hist6ria, o
que permitiu anali
sa
r aquelas teorias
co
mo produto de alguns ho
men
s dete
rminad
os num contexto cu ltural dado, nao como reve
la
c;oes
eferuadas
por
boca
de Arist6tele
s ou
de Aver
roes, o
qu
e era
uma
condi
c;ao
necessaria para
poder
cr
iti
ca-las e colocar-se em
si
tua<;iio de supc..:ra-las.•
Que
isso acontccera
sob
retudo
<:'.m
Fl orenc;a, nao h a que es
tranhar.Se em
outms
cic.lades italianas dava-se o domlnio pol
itico da
burgues
ia
, em Florenc;a o quadro complicava-s<:'., como conseqi ien
cia de um
maior
desenvolvimento
econo
mico. A
conJlu
encia da ati
vidadc bandria e da
indt. 1stria
texti l havia enriqu
ecid
o a
muito
s e
reduzido os demais
a
condi<;ao de pr
oleta
rios. Nenhuma outra ci·
da<lc italiana
pod
eria cngenc.lrar
uma
variedade tal de condic;oes
so
ciais . 0 humanismo s
urgiu
ncsse mcio, nao no das
uni
versidades,
scnao no de a<l vogados e notarios, quc reuniam a dupla conc.lic;ao
de letra<.los e de partic ipames ati
vos
da v ida
publi
c
a.
Es tc
vl
nculo
:1
politica
tern muilo que
ver
com a
la i
c i7.a<;iio de suas concepc:;oes <.la
,.,
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 5/29
do renascimenlo
a
lustrac;ao
hist6ria. Os Bruni, Maquiavel ou Guicciardini , acosrumados
;l
rare
frts de regenc ia do Esrndo, analisam a historia
a
uz de s
uas prop
r ias
cxperiencias, que lhes permitcm confrontar
suas
recordac;ocs com
as
ac;oes
de outros homcns. Chanceler
es
da
republica, pesquisaram
nos arquivos, unjndo a paixao tlo presente avisao de um passado
comprc:cndit lo nas suas dimensoes proprias,
quc tmtar.u11
de captar
na sua rea lidatle .'
Tampouco
ha que
se
surpreender quc
seja
aqui, ncstes me
s.
mos anos,que s
ur
giram os fundamentos da critica historica.O reno
vado interesse pelos textos literiirios da amiguidade classica, que foi
um
dos
estimu
los esscnciais tlo nascimemo
da
arqueologia - o dese
jo de iden tificar os lugares citados nos textos classicos foi um dos
prime
ir
os m6veis que lt:varam
a
busca de moedas e inscri<;oes. e a
formac;ao das primciras cotcc;ocs cm Roma e Florenc;a -, ensinou
aos
humani
stas a buscar os manus
crit
os mais amigos, a comparar as di
versas versoes e, sobretudo,
a
ver o texto
num
marco historico,
para estabeleccr o va lor correto d
as
palavras e das frast:s . Dessa prii
tica,nao
s
haviam de s
air
melhores vt:rsocs das obr.1s
lit
erii
r i
as cHi
s
sicas
t
bons repcn
or
io
s das leis romanas, como tembem os prir.1ei
ros exercicios de critica hist6rica aplicada
aos
documentos. 0 mais
famoso destes foi a
denC111cia
da chamada Doac;ao tic Constantino ,
que prctendia qu
e o impcrador
ha
via dado ao papa Sil,·e:;tre e a
seus succssores a autoridade sobre noma e sobre toda a parte Oci
dcntal do lmperio. Ainda quc a suspcita de que sc trata,·a de w11a
fraudc havia s
ido
ja expos
ra
por di\·ersos auwres, foi o
hum
anista
Lorenzo
Va
lla
l
-W7-1457 ,
a servi
c;o
de Alfonso, o Magn:inimo, de
Napoles, e obrigado a defender o
seu
sobcrano contra as pretcnsoes
potiticas
do papado. qut:m fez uma crltica demolidor.1 tlo documcn
to e pos em
ev
idc·ncia os anacronismos,c::rros de linguagem e inc::xa
tid
oes de toda ordem que continha. S6 quc nao
ha
que contentar-:;e
com esta
dimensiio
filol6gica
de
sua critica, j:i qucValla th e dcu ram
bem
um conteud
o rcligioso - ha que recordar
-se
que cscre\'cu urnas
anotac;ocs aVulgata ,que fomm pubticadas
por
Erasmo. em l i t 6 - c,
sob
rcmdo
,
politi
co, ao reclamar o
dir
eito de suhlc\'ar-se contr.1 a
U
rania de alguns papas que de p:lsrores de ovelh:is. isto l-
,
de almas.
converteram-se em
ladr
6cs e mcrcen:irios .
Em 14.14 os Medicis consq:uiram nmtrolar o gowrno de
Ftoren<;a,
dominad
o por patricios que lhes era m favor:ivcis.e gtwt.·r
naram a cidadc durante sessema anos,s< m ah lir
fa
:1s
institui·
c;oes republic:inas,
num
longo pt:r
lodo
de prosperitl:ttle e
l l
orx:sd-
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 6/29
ca
pit
ul
o 2
men lo. 0 regime afu ndo u em
494
com a in vasao franct:sa, e esra
bdeceu-se
cntao
uma nov;1 cons tituic
_:fio
re public
ana
,
qu
c
c.l
ava
maior parcid pac;ao ascamadas medias c populart:s. Os anos dt:ssa
etapa republicana, que du rou de I
494
a 15 12, foram tempos
de
co
m
oc;ft
o ,
qm
.:
vir.un
a
pr
cga,·
ao
de Sa
vonarola
e
a s
ua
m o rl
c,
e regi
s
tr:.u-.im fortes
tt
:nsocs
sod
ais, agr.1vadas pda crisc: ccon t> rnica. De
I 2 a 1526, houw um novo periodo de governo dos Me
di
cis que
dari;1
lugar a
um
a segunda fil
se
re
publi
c
ana
, e n tre 1527 e I 550. Es
ses an
os
turbulc
nt
os vi
mm li
gurar cntre os
prota
g
oni
stas
da
vie.la po
litica florentina
os
homcns
qu
e
havcriam
de s
er
, nesse m
es
mo
tempo, renovador
cs
da c icnc ia h ist6 rica: Nico lau
Maquia
vd e Fran
ci
sco
Ciui
cciardini.
Co
ntc
mp
orf
111
eos
e
ami
go
s ,
aind
a
qu
e de ideias
po li
ticas e his16
ri
cas dara
1m
:n
te
di
C
rc
nciadas.
Nicolau
Ma
quiavd ( 1469- 1527) e ra filho de
um
humanis ta
e
recdx:u uma c<lucac;f10 ampla e bc m c uidada. Seus primciros ;mos
tie a
ti
vidade pan.:cem te r s ido declicados ao mundo dos negocios;
em 1
498
, <:nt rou
par
a o
s r
v ~ po llLico de Floren
c ;
a , e , ainda que
sua posi i;;ao soci
al
- perlcncia ao ramo empobrec ido dt uma boa fa
-
milia -
n
ao
lht· p
<.:
rmi ti
sse
o
ptar
pd
os ca
r
gos
< l e :
c
mbai
x
ad
o r ou de
govcrnador.quc dcsempenhou
se
u amigo Guicdardini , teve r
es
p on
sabilidades importantcs c kvou a cabo um tr.1halho
dipl
o m titico de
prim
ei
r:1
ordem. No terreno politico , ap o io u a rc
pttb li
ca co
ntm
a
aristocr:tcia, o que t'Xplica po rque os Me
dici
s o d eslit.ulr.1111 de seu
c
ar
go na chancdaria, cm I ) l 2 , e o o
bri
garam a cx ilar-sc. E
sses
anos
de 6cio politi
co pe rmilir.1111
-lhc lcv
ar
a caho to
da
a s ua o
br
a de hi
s
to
riador, te6rico
da
pnll
ti
ca c lite
ra to
-
0
prlnc ip
e,
os Disc
ursos
so
b re a prirnl ir:i d l-cada
<.l
e lito Liv
i<
>, Da a rl
<.:
da g ue rra , Histo
ria
s
llon:ntinas, A
mand
dgora , c tc. Rcc
up
c rm1 mais tan.le a
cs
lima dos
Medicis
e foi
protegitlo pdo c
ard
cal .Jttlio, quc ,
ao torn
a
r-
sc papa
com o nomc de Ckm cntc V
il
, chamou-o a Roma 1524
).
A rcstaura
c;ao
da rcpt1hlica em rlorcn c ;a d
cs
pcrtou nek a csp e
ran
<;
a de
qu
e
vc> lt
ar
ia
m a cham
a-
lo para o
sc
u v
clh
o posto
na scgunda
c
hance la
ria - cm sua ohra cscrita dos ttltimos anos, nao
ha
via abdicac.lo em
nc
nhum
mo
m<.:nl
o
de
suas id0
ia
s po liticas -, po rcm ,
na
s
ua
c idad
e,
nao tin ham conilan
<;a
nd ncm os ri
cos
,quc p ensavam quc
pr
c tcn
d
ia
arrchatar-lhcs os scus hens , ncm os po
brcs
, quc o consitle ravam
n m ~ da sua libn dadc, de modo quc,
um
vdh o c amargo Maquia
vd , quc
co
m<:c;ava a pagar a fama c
qui
voca<.la quc
th
e
ha
via dauo O
p rin<..:i pc, morrcu s<.:ntido com <:ssa rc jci<;ao.
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 7/29
do rnnascinll'lll.O a lu
slra<;aO
Maquiavd
tkfcntku
uma utiliza
<;ao
polit ica tla i ~ t r i a
com
o ll:rramcnta
imprc
scindivd para uma
artc :
rJc:ional de.: gov<:r·
na r. Enquanto
qu<:
no Dircito e na Mcdici na havia sc.: sbt<:matizado
o
con
h
cci
nwnto
do
pa ssado para aplica-
lo
na
pr;itka
"cm
tro
ca,
para ord<:nar
as r<:p(1
blkas
, mantcr
os <:Slados,
organi
za
r a
milkht
e
adminis1r:1r a gut·rr·.i, para julgar os sl'1
di1:0s
c aumcntar o
impfrio
nao sc <:ncontra princip
c :
n
em
r<:pt'.1bl ica
quc
rc.:corr.i
ao
c.:xemplo
dos antigos". Utilizai;:ao possivd, pdo fato de quc a naturt:7.a huma
na t<:m sido a mesma cm toe.las
as
(·pocas,
pc.:lo
quc c fiicil a quc.:m
examina
co
m di ligcncia
as
coisas passadas, prcvcn ir em toda repu
blica
as futuras e aplicar aquelcs rcmc
dio
s
quc
tern sido usados
pc.:
los antigos ou , nao achantlo-os, pensar em outros novos,
pd
a seme
Jhanc;a do
s acidcntcs". Porquc,aintla quc
os
humanistas ten h
am
pro
clamado s<:mpn: a utilidade pr:lt i
ca
da Histc)ria, nao tinham consc
gui<.lo USa-la
SiS
t<:mali
ca
mcntc, COl110 0 c.Jemonstrd 0
GIOS
pn
litiCO
quc r<:inava na ltiilia dcsdc a crise de 1494 Maq uiavel ambicionava
uma t:.'ipecie de
cor
po doutrinal politico, dabor:1tlo a
partir
da H
is
t6ria , quc: se par<:c<:ssc ao que tinham compilado os comentaristas
<.la
lei
civil.
Nada
hii ni
sto
qu
e possa r
c:tluzir
-sc
a uma
co
n
cc:pc;ao
ci
clica da
hi
sto ria, SenaO que
SC rcf
cre,
sO
brctud
O,
a lt'.
C<:ssi
dadc
ti
e
aprcndcr
co
m o pa
ssa
do para agir com acerto no
pr
eseme. Na dis
cus
sa
o
ac<:rca
de
Se 0
dccis
iv
O e a
fortuna OU
a
Virtu
· um
Lema
ha
bitual do humanismo ·, se inclinara pcla opiniao de que, por muito
qu<: influa o azar, o homem avisado lhe fara frcnte com mais possi
bilidadcs de CXilO do quc aquefc CJUC
S
abanc.Jona a cfe."
A
pr
ova d
es
tc realismo a tcm
os
cm
quL ,
quando abantlona o
terreno da teoriza
c;ao par<1
ocupar-se da polltica
co
ncreta · ou da
histor ia
concr
eta - entrega-se a uma
minu
ciosa analisc d
os
fatos. Em
0 principe
pr
oclamar.I: se
nd
o meu
intento
escrever algo util a
qu<:m o ouc;a, t<:m-mc
par
e
cido
mais convenicnte ir
a
verdadc
etcti·
va tla
coi
sa
no
lugar da imagina<;ao tlcla".Nas suas Historias Fln rcn
tina
s nos an
uncia qm
:
sc
u
pr
op
6s it
o e interprerar a
hi
storia de Flo
ren
<;
a,
lcvando cm
conta
as divisoes
int<:mas e
os conflitos
sociais
quc
sc
tcm protluzido
no
scu seio, no lugar
ti
c
limirar
-sc.
co
mo
rt
·m
feito a maior parte dos histnriadores, a narr.ir
as
gucrras quc os llo-
rentinos tcm sustt·ntatlo contra scus inimi£.
os
CAlcmos. Porquc s;io
prccisamentc as
divi
soes intestinas as quc podcm d:ir cxplic:t<;iio do
fracasso da r<:publica.
S6
quc es 1:1 an:llisc niio c
m1n
ca uma mcr:1 r:1-
c i o n a l i z a ~ · a o te6rica,
nt
•m se escuda na pn'.'.tcnsa ncu1r:1lic.l:1tk Jo
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 8/29
dni l l fk l
.4
1110
. M
aqul:ivd
111 11
o<
·
ull:td
jan1:iis :t l i
co
rwi<:
c,; fa
:s
quc
o
l11t-plrmn c
:
<fllt'
<
k
v:i111
:t fo:t.<.
·r a
apo
l
og ia do
'
'v
lv<:
rc
:
lil
K·rci .
ll t'
lll
/l
:t V C I (
Olf
lH T
( I d<·
IJ IHk l l : l l i
( (
' 11111
f)
llVO/I Cli
f l
' dc
s t·jo
de · vlvn llvre: jHll '( j l l< ' M ' vi·
por c
x
1w r ii
·11da quc ddadn nao
;
n1111 c.
·
111
ar.111
111111
w :1
de
<11111111111111«111
d e
riq11c
·:r.
a ,
:;
c·
11a11
qu:111d11
c
1
v<
0
a111
<
111
lll1
nd
;ul1· (.
..
),A
ra:r.:111
f:i ci l de c·
nrc.
·
1111l r
:
porqm · 11
il
o
c 11 llc.·111parrin1lar, 111a
:
o
l>c ·n1
c.
•
11
11111111 o Cflll' fa:r.
grand
l '
S
11
dd:t·
de
s. E,
1 1 1 <111
vlda, t
· o
oc.· ht·11r
·
om
um
na
o c
r
c.·:-.
1)(
.: i1 ad1
1mais quc
1111:-.
rcp11l>lica
s.
Que.·
aqud
<.
quc
I 11ha
111
avc.:rsao p
or
cssas
id
l:ias
rcpublka
nas
co
n
:-c.·i,:uis
s
nn
·rnwcncc.-r o
1111111<10 de qu
e t·ssc
l i
o mcm e
1 ~ 1
um
dC'll'
l l
S
l l
' da
c
·
qu<.·
S
'
ll'nh:r
idl'
nl
ill<.:a<.lo
u
adj
c :
I i
vo
maquia
vc.
:
lil'o
c.·o
nr C<lll
t.'<.'i l1 1s
q
uc..:
nim tt·
rn
n:rd:r a Vl'r
c:om
o scu
p<:n sa
mc.
·1111 >
dir
l ' to , d:rm
c : li
vre, < a go que c.kve fo zer-nos
rncditar
sobr<:
a mcnlira
dn
sahc.:r
:u
.:a
c.k
m
ic.:o
quc propic:ia t:ris l '
ngan
os.''
F r
u u s c o
<
uicd
ardini
( I
I H ~
I i'10), n:rsddo de boa fomilia ,
li>i
u111
advugado
de t-xito, at
{
que
s<: inc:orporou
po
l lti
ca,
cm
I c; I I ,
10 scr dc:-
ign:rdo cnrh:ri x:rdo r ant <. Fc:rnand
o,
o Ca1
c'il ico,
na
E
s
panha, onc.k o s
urprcl'nd
cu o rl '
gr
csso
dos Medicis
ao
pod
cr.
D u
1 1 l < .
o 1wvo rq.:im
l '
d
cscm
p
c.:nhou c:a
rgo
s de
co
ns
idcravd im
port:in<:ia,
co
mo
os c.k gove
rnador de
M
c'i
dc.:na
,
d<:
lkggio
< da Ro
magna.Tinh:r forn:r de.: bom
a d m i n i s d o r
e de saber opor-sc aos
ahusos da no
hrl'
:t.:r
, po
rcm
a c
ri
sc
de 15
27,
co
m a
volt
a rcpl'rhlica,
s
ignitk
ou p a r ~ •
de um
duro r
c.:vcs.
O
diado
pd os
florcntin
os, rcvc
qul' ddcndl'r
-
sc
de scr ladr:10
do dinhciro
p (1
blico,
saqucador de
no
ss
a tcrra , honlt'm de
od
iusa vida
pri
vada,
dcsc
joso
do
rccorno dos
Mt:dicis,
amantc da
tirania ( ...) ,
inimig
o da
lib
c rdadc
com
um
.
0 fr.:t-
casso o leva,
co
mo a
Tucididcs,
a
csc:
r
cvcr
a
hist6ria corno
uma
forma de
refletir
so
br
e a po l iti
c:
a
ou
,
melh
or, sobrc a sua pro
pria
sor
tt: . As <.liferc.:n
c;
as l 'ntrc Guicciar
c.lin
i e Maquiavel · de
qu
ern
foi
ami
go
e a quern teve
por colahorado
r - sao
consideraveis. Disco
rdavam,
para
comc.:c;ar
, na 6rica p
oli
ti
ca.
Ao republi
c
ani
s
mo
de
Maquiav
el
opoc-se a ambigi.iidadc
de
G
uicciardini, desconfotdo co
m rd
ac;ao
aos
qu
e
pr
edicam tao eficazmcnte a
lib c :
rdade , porcm tern como
ob
jc
tiv
o
rc..:al
scus
int
<:
resscs
parti
c
ulares
.
Nao
c
partidario
da
tira
nia, mas de
uma
lib
c:: r<.ladc
m
odcr.1da
,
que
em
o
que
os Me
dici
s
ti-
nham tenta
c.l
o estabdc.:cer.
Nao
eo futuro
da
s
liberdad
es, nern o fim
para
0 quaJ
foram c
ri
adas,
quc todos
govcrnem,
po
rqu
e nao devem
gov<:rnar a nao scr os
que
sao aptos a isso co m erec;am , mas a obser·
'
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 9/29
do renascimento a lusLrac;ao
vancia
<las
boas
Id
s c diL'l boas o r<lcns,
quc
sao mais scguras vivt:n
<lo
cm lihcrdade
do
q
uc S<Jb
J poder de um
ou
de poucos .
Ou
st:ja:
uma ap
ar
t:ncia <le democracia,
corn um cCJn trol<.:
olig:'1rqui
co
. Por
Lras dessa alilll<le
<:Sla
urn
rnt <lo
evidence
do pov<J
,
aprenc..li<lo
nas
corn<>c,:ijcs
da :.ua pr<Jpria
cic..la<lc:
Quern
<liz
um povo,
<liz vcrc..lac..ld
r.imentc
um animal
lou
co, chcio <le mil crros, c..lc mil confusot::., ( ...)
scm estabilidad<.: . '
PorC:m,
as
difcrcn
i,:as quc.:
mais nos
importam
sao
as
qut: sc rc
fe
rc.:m
a sua
c..li
s1 nta con
cc.:pc;ao da
hiM
6r
ia , cstrc.:itarncn tc rc.:laciona
d;L<; com sc.:us r<:src.:cL ivos principius politicos.
Diantc.:
de Maquiavcl ,
Guicdardini ncga-sc: a crc:r nas
intcrprc1:1c,:<1c.:s
gloh:1is
do
passado c
na
po
ssi
hilidade
de
usar-sc.:
o
conhecimcnto
da
sociedac..lc
,
adquiri
do
atrav<'.:s <ldas, para sc prc:<lizcr o
futuro
.
O Lema da
importancia
do contingent<.: reaparccc uma vcz OL1 ou tra, numa nt gativa a qual
qucr possibilic..ladc: de uma ci
C:ncia
politic:1: sobr<:valoriz:u;ao do p
a
pcl
fortuna
• nas
cois;LS
humanas,a fortuna km um enormc:
p -
dt:r,
porqut:
sc vi: quc a toda hora rccc:b
cm
grandissimos movimt:n
tos de aC.:Onlt:C imenlOS fortUillJS, C qu t: n
aO
el\ltl \0
pmkr
UOS ho-
01Cl1S prcveni-
lo
s ou cvita-los -, impos..,ib ilidadc da p r c v i ~ o · as coi
sas
futurJs
sao falazcs c
...
ubmctidas a tantos acidt:ntes .. - c, consc
quc.:ntcmcntc, rccusa de
q u ~ l q u t r
tratamcnto global dos
faLOs poli-
ticos.
c
um grande crro falar <las coiSiL > do mundo indisLintamcntc
c:
ahsolutamcntc: c: ,
por a..;sim clizc:r, por
n:grJ;
poryuc
qu:L-;e
t<xhL'\
rem dis
tinc;oc:s
e
cxcc<;-<)c,
, dac.Ja a
va
ric:dadt:
da:.
c i r c l J I N ~ l l l c i a s
que
nao sc pod<.:m avaliar com uma me
..rna
mnli<la . Assim,quando cri·
ti ca os Di
scu
rsus sobrc a primcira <lccac.Ja de l i to L.ivio ,de Mayuia
vcl, o faz opondo
as
dist
in
,(>cs
:u;
atirma<;fil'.s glohai.; <lcstc. Sua
ohra
hi
s
tc
)
ri
ca
m;lxima
. a
Hi
st«iria
<la
I tal ia,
rcpr
<:scnta uma
minu
·
c iosa dcscric;ao
do
s acontecimcntos
quc
tivcr.1111 lugar
<lcs<l
e a cri
sc de 1
propria
dt: quern tern uma
cw1cc.:p<,:ao rnit1da
c po,itivi:.
ta da
hi
s
toria
c
atribui
ao aca.,o, a
fatorc'
impn.
:vbiwb
c p
om
uab,
OS grandcs acontccim<.:ntos · 0
quc
euma forma de ju,
tifi
car ' '><.'US
pr
o
prio
s fracassos
-.
ate ao p
onto
de que uma narrJ<,:iio
hi
,toric...<i
M '-
mclhant
c
s<.:rvc
, antes Jc tuc..lo. para mo >tntr a quc: grJll<l<:
in >tah1li
dad
c, a
mancira
de um
mar
rt:volto
pclos
w n io ,, : jam 'uhml·tiJa..;
as
coisas humanas .
11
Porem
ocorrc
quc: cSS('
homcm
- cscritor
muito
inferior
t
Ma
quiavel
, quc nao fez ne
nhuma cont
ribuic;iio vaJio,a a teoria <la
historia - tc.:m si<lo clogia<lo dcsmcc..liJam<:ntl'. por t
o<lu..,
o
hi,1<1rta
·
<lores aca<lemicos contcmporitneos.
quc
o contr;1pikm :mprc MJ
·17
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 10/29
capftuJo 2
...
pcrigoso Maquiavc:I,
quc cafa
na tenta<;ao
de
pen
sa
r. Para GiJbert,
a Storia
d'I1alia e a primcira
grande
obra
da
hi
s
toriografia
moder
na ; Fueler elogia nele
a
ignorftncia
de
o
utro
s mo
tive
s
que
nao
foram JS
do c:go
ismu
C
da
{tSpera
e
impicdosa
anaJisc psicoJ
og
ica ,
porcm tambcm - e isso rcsulia fartamcnte signrnca1ivo - sua aver
sao as
rcgr.1s tc6rica
s ,
afcm de
s ~ i n r
uma c.listin<;ao
que
se tor
nara trac.licionaf, cntre um Maquiavel u16pico , islo
e,
revo
luciona
ri
o c um Guiccianlini n:afis1a , isto : respeitador da ore.fem estabe
lccida. Dai a aprt:senta-lo como modelo de um "oficio de historia
dor , entcndido como mcra narr.i<;ao fitcraria,
nao
ha mais do que
um passo. 0 pobrc (iuiccian.Jini nao
mercc
i
a,
seg
untment
e, ser des
linado a um
olkio
tao
tri
ste
como
o de
se
rvir
de
j u s t i f i c ~ o
a tan
ta mcdiocridadc. Lt:ndo-0 com cuidado
e
acil
ver
que a contraposi
<;iio extrema a Maquiavel niio
{:
sustentavcf, a
inda que
existam for
tes
difcrcnc,:as c:ntrc elcs. 0 quc s e p ~ r p r incipafmente, suas form
as
de conn·bcr a historia e que, como disse Vittorio de Caprariis,
Guicciardini nao vf: ou nao pode
vcr
que numa imaginada hist6ria
de Homa, Maquiavel vinha adivinhando uma hist6ria e
tem
a, e dela
d e d u ~ i
:
dinamica
da
livrc
luta
pofitica".'
0 saber hist6ri<.:o dos humanistas
florcntinos,
o miolo
de
pcnsarncnto vivo quc havia dcbaixo
de
suas fo rmulas, iria ser com
batitlo pda igrcja da Contra Hcforma,que condcnava seu car;iter lai
co, c pelas monaquias
do
absolutismo,
que
o rechac:;avam por ser r
e
pu
blicano.
Na lt
:llia, a hist6ria humanistica foi esvaziando-se de con
tc1ido c convcricndo-sc num
conjunto de
fc)rmulas. Os tratadistas
da
a rs
historica
acabam,
no
s fins
do scculo XVI, na trivialiuade ou
na
prcocupac,:ao cxdusiva
pclo
adorno literiirio; isso ea conseql1en
da
16gica tic tcr-
se
apn:scnlado como
preceito
, como
metodo
do
'cscr
cwr hist6rin),
e nao como
problcma
da historia".''
l lm ultimo momcnto de
sua
manitestac;fto deu-se
na
Franc;a,
na
scgunda
nH.:tadc do
scculo )(VI ,com os tt:tSricos da
hist6r
ia per
lcila . Essa corrcnlc partc de t i c n n e Pasquicr,
que
nao s6 pedc ave
rlficac;:1
criti<.:a
das
fi>ntcs,
como
cambc.'·m
cspcra
que
o
hi
storiador
chcgue a cs1alwk-cn regras,com
quc
cxplicara o cu rso
dos
estados
por dcrnons1 ra<;(1cs politi<.:as . nao
mcno
s palp:'iveis
que
as
da
ma
tcmiilica .
La
P
opt'linierc propunha
uma histo
ria
gcral,
que
abarca
ria
IOdos OS
aspcct
nS da
Vida
do flOl1ll l11 C
Lrataria
UC d:tr
a razao
dos
acon11
cirncn1os,
no
lugar dt· limi1:
1r-st·
a narrii-lo
s.
E o
ponto
mais
avan<_
·ado
dcSSl movimcnto sL·
cncon1ra, talvc:z,
em
Jean
Bodin
e
no
~ c
u
Mc1odo para uma
fiic il
comprL·cnsao da
hist6r
i a
(1566).
Bo-
I
18
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 11/29
do renascimento a ~ o
din
divide a historia e m trcs 01mpos:a natur:tl
.
quc t:sluda as
ca
u
sas
que
trabalham na natureza:
a
sagr.:
1d
a . que st: ocupa
< las
m:111i-
festac;oes divinas; e. finalmc::nte, a hist6ria human;1 , qui:
<:xpoc
as
ai;
oes
do ho m
em
nas socicd:uJes . Com
ss
sc limpa l> tern:no tlas
intromis
soes de
fil6sofos tla naturc7..:i e
de
tcl i logns. c sc fun damen
t:i :i c reni;a. expressa ja por Pasqui<:r, na possibilidaclc dt: construir
uma ciencia histc i
rica ca
paz
de
expli
ca
r rncionalme ntl' a asccns:10 t•
a queda dos
imp
eri
os
e das civilizac;ocs. Essa
co
rr< ntc nao cl1l'g:tci
a sobr
ev
i
ve
r durnnte o seculo
)(Y l l
,
pro
cur.i.r.io idl'ntiflc u seus
cu
l·
tuadores aos libertinos
,
para comb:uc-los
conj
u111 :u11 en1c l'm
n
omc::
do altar e do
tr
ono.
A
hi
sto
ri
ogr;tlfa fmnc
cs
a
do
sfru
lo
XV
II
vera, por exemplo, o triunfo do irracionalismo
te
o logico,c ulminado
no
Oiscurso
so
hr
e a hist6 ri:t universal (168
1)
de
flossuet.ontll' sc
faz tutlo cl epender diretamentc do tlcslgnio tli
vi
no.• Nao h (i lugar
nem para
uma
causalidade e m
tcrmos human
os, 111.:m sc
qul'r
pam
n
acaso. Toda a possibilidatle de uma Hist<)ria
que
analise racional
me
nt
e a evoluc;ao humana acaba assim neg:tda.
11
Em
Castela,
durJnte o
seculo
XVI,
dt·ram-se as cu ndi<;t>cs
quc
pud
e
mm conduzir
a uma ren
ovac;i'
10
co
mpleta
na
I
list
t>ria
.
0
dc:sco
brim
c
nto
da
America ro mpeu
os
vdh
os
csqul'mas do cosmos. Gon
zalo Fe rnandez de Oviedo (
1478-155
7) cscrcvia a
r(·s
pdtn
:
Tudo
isto
e
melhor re mete-lo as
ca
rtas de navega
c;ao
c
c o s m n g ~ n a
nova,
a qual, ign orada
por
Pto lo mcu e os antigos. sobrc nada disso fola
ram . Porem
nao
s6
os
mapas scriam ren
ov
ado
s.
Nessas terms ad1a·
vam-se animais e plantas ate entao dcsconhccidos, c ndas hahira
vi
1m
povos
tli
Je
re
nt
es,
co
m linguas,
cos
tumc.s e t
orm
as lie
org
aniza
c;ao
soci
al distintas, que o cronista prcocupava-sc cm dc.scrcvcr. Em
alg uns lugar
es
encontrJram grandcs civilizai;ocs, c ujas ohras sup<:
ravam as do
so
lo europeu
dos
conquistadores, povos que conserva
vam
mcm
6 ria de sua
hi
st6 ria e que tinham logrado estahclcccr um
ac.Iminivel
eq
uilibrio
com
a naturcza.
••
Os viajantes tinham
os
o lhns
i
•
De
us sus1
cm
dcsdc o
mais
allo
do
ccu
as
rc
:
dl
·
as
de
111dos
us
rd n
o,
;
lcm
wdos os cora<;iies em suas m:ios: t:into conr
cm
paixi ie ,, como Jlws i i ·
ta o frdo, c com isso move todo o gcncro humano. Qucr f.wt·r t'onqui\la·
do rt·s?
Faz
marc
har o cspanlO <lianrc
dt'lcs
c
in,pira cm
M:L homt·n,
un1
val
or
invencivcl. Q ucr fazcr
l
cgisl:rd
orcs?
thcs t·nvi:r
'<'LI
t:•p
ir11
11 de , ,rlw ·
doria c prc:visao .Q;icqucs-Bcnign1: l\ossut:t .
Di
scours u r JhiMnin: 11111\'l'r
s
dlc
, Garnicr-Flammarion. P.iris, 19<.6. p. 42 )
•• Bernal Oia7.
< Id
Castill
o. por
C.'<t:mp lo.
no
s dcixou
uma
admir:ncl
dc,
<:r
1
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 12/29
I
cap irulo 2
ahem: · p; in
tt
t · ounJos acent .b csplil.."';l<;tX- · ~
m l 1
n
lndusn(" ~ que C'Sl...
"
r t
•n ·m p.u: i
no.; c.. X>nc:tr t:u
,.-:tnh:t ' pe.
'o
:us n:lo
c:
s
qun."'Cm
Jt-
t t l J H l ~ do
'
w ~ que
conlwcer.un : "Quis
l . o n r ~ isco
porqlk'. Jkm de: que ~ o ~ h umens dt."St.'j.un siher sobn:- l )S cos.
n.smo
e os
w·
l
J
is
o
utms
. o'
que
.tlgum.1
c
z
se
~ m
a ,·e r
co
m
dcS e5teµ.m
aYt.'lJt-'):' Je
'<'US
c u u m ~
e .1
sruci.is, o
que gc:ra
ln
w n
te e
p r o ~ l n s o
em
scmdhJ.nlC"S CL-.os
·
0 inten.
·.
.e
pela
ev:m geli7.a
~ o
d
: Ulilios
obngou
. i
um pro
funJ
o escudo
d.1..
c
ulcur.15
q
ue se
prt'.'tendu do-uuir e com·eneu O \
m ~
ion:uios
c:
m pn:curso
re
s <.ta
antropolog.i:a modema.. • 0 m.lis
imporunte
de: ;;e nos.so po
nc
o
de
cio
d.t
a<.bdc
de T<'Tk
x:hU
tl:.ut
e
de
X'.U
imc:n.-..)
m ~ 1 d o
E
<lcpois
de
hem
e
t.-un'ldcr.l<l..t 1uJo
o qUt." tmh..uno:- ''-"'° · curn
.1011>:- J -er
a
gnndc.-
r n
9i e :i
mulwfio
ck
genie qu
l" h.l
'
u nt·l.t.
un_,,
cumpr:1ndu c:
ou
UO S
' c:ndcr>..k> .
qoc
.
mcnte
t> rumor r : u i umh iJ o ~ o n c p.1.LI\ r.L., quc:
ali u .... Q\ :1 l nub de uml ~ c entrr no
.,
hnm c so lJ.1Jo_,,
quc
tinh,m1
csuJo m mUIUS
p:ute.
do mundo c em C.m.,,
1:imin
o pla. e cm 10 Ja lt :i lia
e ROfD3. c
d.t..scr.un quc
prlc;:i Liu hem
LrJ.CJJ.i
t:
cum
c;into
ac
1rtn e 1ama
nho
e h u de
unu
gc:nte
rU•) tinh:un
\c-\o (
Ha co ri .. n : nJ:iJt:rJ ck la
conqu1 u1
de
u
\
uC'\.a E.
..p.iru
.
L4p1tulo
91>
U \ J n l
con1t:mpl.10<lu
um.1.
O<bdc: nufor
quc qw.JqU<T
unu
1.b
EunipJ
Jc
.,,c;u ll"mpo t:
; i J l i d : i d e
de
lJJb
iotc:rcimh
uh quc u-vi:lm . i op1uJ ·qu:mto ., ge nero ' de mcrc-.ido rias
quc
h i
m
wJa
So\.l E-.p.iru ·. numa c:;.cal:t qul" clificilmente p11<lia , ·c:r-sc:
cm ncnhum mcrcado
lOLc:rio r - n:io m1ntuno -
Jo
mUJ1do qut: pn.>ec<liam
os c o n q U L s t a d o ~ .\ao meno imcft::).-.:tnlc_,, rc.ultam a_-, o b:.c:r'
a
c;-ocs de
Cteza
de:
lc
un
...
ohn
: a (ofTll;J pd:i qual o:. in<l1gcn:b do Peru cnnseguiam
arr.w
ear co
lhdu
s de um:i ten-a l:io
dura
. aincb quc fo >Se
par.i
propor que
se n:com:c:flC') < rudo p:ira prodwir "trigo . ' inhos . C'Jrnes , Ii . t e
azeite.
_,,cm
dar-se cont.a
de:
quc:
1"'-.0
implica'-a
c::m romper
o del iodo
cquihbrio da
cco
oomia andin:I quc: John\ .
\l
urra n
os
dcx.TL-"\'c:u de mu<lo
ta
o
co
m ·inct:llle
~
o conirulc:
' en i
c il de: um maximo Lie p i .o
:>
ecolo gicos na cconom ia cl' >
soc:iedadn
a n J i n ~ in
Fo rmacio nc cconu micas y po h1icas <lei mundo
andino
. lmtirutr1 1.k btudio Pc:ruano:. , Lima . I
'F5.
pp .
59-
115). e
que
te
rn implicado forcar
;).. )
populacOc:·
imllgenas
a um sistc::ma a limL·n
tlci
o dis
unw . co m as g r3 \
'D
d11iculcbdc:s quc:: poderia acarretar (sob
re
es tc problc
nu . vtja
E
'I ~ n g e A.B. Brown.
Pal<:onutrition,
Academic Pn:
ss. NO\
<t
York.
19-
9. p . 3).
::JO
• Em scu
c:mpenho
por coohece r as
culturas
dos p o vos indlgc::n:is. com o
fun
de
faciliur a
:>ua
sujt:icao. h:l\·iam ck
se
r os Sa h
agun
c d c maG . :ilguns
do
e c u t : ~
do
s antmp6 1ogo:. m o<lc:rnos,
que fizcram
para o imperia
~ m o ca
pitalc.ta o que aquek5 para o da Espanha
absolu
tis ta .
Evans-Pri
l
ch.ard tern )U:.lentado,
<.,n
nO:>'>O :.Cculo . a ncccssidadc dos e ·
rndos dt:
an
trop1JJr,gi_a YXial p ara
domin
:tr politicamcnt<:'. a c o m
u n i d ~ d
v::iriar sua
cconomfa - "por t:'Xl·mplo, mudando >e ll si s1cma de posse:- da tc:rr:i, inuu·
zind<HI'> a
plantar
culti\'o<; de ex portac;-jo.
ou
s impl<:smcnte instituindo
mer
odo.,
e
uma
cconomia
moneci
ria
"-,
o u
con.seg
uir
s
ua
conversao ao
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 13/29
do renasciment o a ilus t.rac;ao
vi
sta
eque
ess:1ob
se
r
vac;:5.o
de muncl
os
n
ovas
, d
t
fo
rma
s de
o g ~ i n i
zac.;:io e
de
c ultur:1s di stimas, co
ntinha
a
se
rnente de p ro j
etos
glo
h:
Li
s. Os cronist:IS d:
is
lndias .
qu
e, na ex
pr
essiio de Hanke, come
m
pbr.1m :1
conqui
sta
co
mo
um
to
tl
o", pod
t:
riam te r sido
os
l
og6g
ra fos
de uma historiogr.tlia es
panh
o la renovatla .Por outro lado, a conqui
s-
1:1
m
e grandes transforma
c;:oes
a pr6pria
soc
ieclade espan
ho
la e
suscitou n:flcxoc:s renovad or.1s em muitos t
t::rr
enos.Po rq ut:: ,
se
o pa
t rt L:is Ca
sas
(c. I 47 1 1566) de
nun
ciava a destrui<;ao das
india
s, fre i
o
~ i ; de Mercat o (c . 1530-1576) o fazia com re lac;:ao aos horrores
da
escmvid
:io
ne
gra . a
qu
e
o
estudo d
os
"trat
os
e contr
atos
" o leva
va. coma ao pa<lre
A.z.pilcueta ( 14
93 -1
586)
o
da
s trocas, a pe r
ce
p
c;:oes
d1
e i
as
d t:
I
ucitlt:z
so
bre o t inhe
ir
o e
us
pr
ec;:os."
Essas p
oss
ib ibdades nao
se
c
umpriram
, entreta nto, na histo
riografia espa
nh
ola do seculo >..'VII ,que iria alime
ntar-s
e tla a rs
his
to ri ca mais
ressequida
. unica
part
e do
hum:in
js
mo c iv
il qu
e p ode
arraigar-
se na Espanha na
s difi
ce
is cont ic
oes
de uma
sociedad
e
as
se<liada inte rio rm e
nt
e pe la
lgr
eja e p e
la
monarquia. Maquiave l con
ve
rteu-se em
pura ret
o
ri
ca n
esse
se
u d
es
naruralizado su
cesso
r
qu
e
e Luis Cabrer.1 de Cordoba (1559- 1623),
qu
e rn . na sua De hi
sto
ria ,
p a
ra
entend
e rla
y escribirla ( 16 1 I) .
n
os diz que
as hjstorias
c.l
ao
notfcias
da
s coisas f<:i tas,
pd
o que
M
o
rcknam
as vindo
ur
as, e
assim para as cons
ulta
s sao urilissimas. 0 que olha a hist6 ria dos
temp
os
antigos ate
nt
am e
nte
c guan.la o que ensin :tm.
tem
luz para
as
cois:1s
futurJs
.
pois
um a mcsma mane ira
de munc.l
o e toe.la.
As
qu
e fo ram volram.a n
ti:
que debaixo de ouc ros nomcs, figur.is c:: co
res que
OS
sabios COllht:cem.
A fatali s
ta
e ntrega a
um
a
conc
ep
c;
ao clcli
ca co
ns
um
ou-se .
0
qu
e
um
dia foi p ensado como an e de gove rnar re
publi
c
ana
,
co
n
, ·erte u-se ao fim em ensiname
nt
o liter.irio - nem sequer moral -
para mo
narcas absolut
os.
Ond
e Maquiavel
se
ocupa de te
ma
s
co
ma
as
re lac;ocs e
ntr
e o princ ipe
e
multidao o u "a
ca
usa de que
c ristia
ni
smo. E
co
nclui: ·A
imp
orrancia da a
ntn
)po logia
social
par.1 a ad
mi
njsu-a¢.io
co
lonfal tern sido reconhecid:i. de modo ger:il. j:i
d
esd
e os prin
cipios
do
seculo .
0
Mi11ist
io de
Co
l i)ni;ii. e OS gm·e
rn
o - co loniais tern
mos1rado
um interesse
cn
:sceni
e pelos
csrm.los e in
·
es
1
g-J OCS
nes..
;e
ca
mp
o . ( E.E. Enm s-Prit
c:
hard,
Am ropo
l
og
ia social . Nue\
a i ~ i o
u e n
Aires, 19"'3. p. 124).
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 14/29
capitu1o 2
os povos aban<lonem o solo p:itrio e invadam
outro ,
Cabrera de
C6nloba discorre sobre matfri:ts tao tr:mscedentais par.1 o historia
dor como
o
bom som
da ora<;ao ou
"da antonomiisia e
do
epiteto ."'
A emdhante instrumental te6rico •
correspon
dia uma prati
ca
historiogr.ifica
c.legr:idac.la
ate
ext
rem
os
inconcebiveis.
A
Espanha
do seculo XVII viu f1orescer as fa1sas cronicas e p6s
em ci
rc ulac;ao
as
fabula<;oes
mais uispar.uadas,
que
nao so otendiam aos principios
elementares da critica,como ate aos
do senso
comum.Assim, para
dar s6
um
exemplo. frei Gregorio de Arg:1iz
se
atreve a
invenrar em
sua Poblaci
6n
eclesiastica
de
Espana. entre outras muitas maravi
lhas do mesmo teor.
as
cnrtas
que se
cruzaram enrre os
judeus c.le
Je
rusal
em e os de Toledo. com o
objetirn daqueles de consul tar
aos
que residiam na Espanh::i :icerca do que deveria fazer-se com
Je
sus
Cristo, sem que ninguem pare<;a ter-se
preocupado com
os muitos
meses que teri:un que trJnscorrer entre a prisao e a crucifixac;ao,
para ser possivel semelh:ime intercambio epist0l:ir.
Entretanto
, em
meados do seculo XIX,
um
Jivro de
texto
universit;irio espanhol
cominuara fazendo afirma<;oes tao
estupendas
como
esta:
A
hi
st6ria am ga compreende,
como se
disse,
todos
os t
empos
trans
corridos desde a criac;ao do mundo ate o
seculo
v c.Ia nossa era,que
formam um periodo <le quase 4.500 anos".' -
0
que se
sa1vou
da heraoc;a
dos humanistas foi
o
conjunto
de
metodos e de critica textual, e
0
tr.tbalho arqueol6gico.As querelas
i-
: D a i ~
surpresa
de sc lcr um espccialista espanhol: "Os tratadistas espa
nh6is
de
His16ria dumme os seculos >-. VI e XVU sao, em seu conjunto, su
pt:riorcs aos do rc:stO da Europa. Foi a Espanha, durante essa epoca, o pals
em quc mais livre e amplamente sc
mcditou
sohrc a prohlt:miiti<.:a geral da
historia"(Samiago Montero Diaz. "A doutrina < la Hist6ria nos tratadistas
do
J>Cculo de ouru·. intrnduc;ao a Luis Cabrera de Cordoba, De historia, para
entenderla y e5cribirla , lnMituto de Estudios Politicos, Madrid, 1948, p.
XV Disparau: de: aim ca libre,que implica
desconhecimento
da produc;ao
tcorica de outros paiscs nos seculos XVI e
XV
II -
que,
nada
menos,
sao os
seculos em que escrcverarn Maquiavcl, Bodin, Juhn Locke ou Pierre Bayle
·,a sobrevalorizac;ao d e s ~ c s
t r a t a d i s t a ~
locais -fox
Morcillo
e
Melchor
Cano
sao t u d ; t d o \ por Cotr<>m:o
ao
ado dos italianos in I traltalisti dell'
Ars
hbtorica· e niio s:10 mab intercss;rn1es
quc
o resto • e uma extrema rnio
pia
s<ibrc
c < m < l c ; i i 1 : ~
<le
"
lihcrdatk
cm
quc
se moveu a
vida
intelectual
~ p a n h o l a da cp<it:a.Claro quc o 1 : n ~ a i o
tic
Mo111cro Diaz,
quc
nao deixa de
iCr 1itil c•irno rcpertcirio de autorcs, foi cscrito em
plcna
euforia
do
irnpc-
rJ3J
.franqu1\rno (Vej;i, t:omo con1rapartitla, o quadro
quc.:
se descrcve cm
w i ~
(iii
Fcrnamkz,
l ~ u 1 o r 1 1 n a
social def
humanismo cs
paiiol, 1
500-
1800,Alharnhra, ~ d r i d 1981 , pp. lt2')-535).
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 15/29
do renascimento
a
lustrac; lio
religiosas agU<;aram o engenho c.los partic.larios
c.la
reforma e obriga
r:un a Igreja catolica a c.lepurar seus textos
da
carga de mitos que a
eks i;un se agregando,forc;ando uma atividade cujos bons cxemplos
sao
S
bolandistas •
OS
jesultas
quc
estabelcceriam
as
alas dos
San-
tos,
com
o
fim
de r<::ivindicar um nlideo de verdade hist6rica debai
xo
da canga das labulas · e os benedilinos maurinos. c em especial
Mabillon 1632-1707). que elaborou um corpo de metodos e regras
para o estudo dos documentos na sua e
re
diplomatica 1681, o
mesmo ano da publicac;ao do Discurso de
13ossuet).
Nao se 1.kvt:, cn
tret;mto, sobrevalorizar a importancia destes
avanc;os
metodol6gi
cos, e
mcnos
aincla apresema-los
como
o nascimcnto da historiogra
Jia modermL Uma coisa silo as ferramentas com quc o historiac.lor
atua sobre seus materiais e outra muito distinta a teoria que dcve
dar-lhe o piano geral de
suas
invesriga<;oes. No primeiro terreno, o
trJbalho dos bolandistas e maurinos tern sido fecundo; no segundo,
no que
corresponde mais propriamente
a
Hist6ria, nao trouxcram
nada. Mabillon e Dossuet nao so sao contempodneos. como tam
bem perfeitamente compativeis.
Ncm
pelos caminhos da a
s
historica do humanismo tardio,
nem pelos da critica
das
fontes transmitiu-se o impulso rcnovador
do
Renascimento, asfixiado pda intoler.1ncia
da
reac;:iio. lsso niio
quer dizer, entretanto,
qu<::
o caudal secara
por
complcto c quc a
Ilustrac;ao tivera que inventttr de novo o
projcto <..le
uma Hist6ria
como
instrumento de analise
da
socie<..lade. Nao ha uma evoluc;:ao
regul
ar
que
conduza de Maquiavel a Montesquieu pelo caminho da
historiografia; porem h:. t uma serie de correntes subterrancas que os
enlac;;am, e a intluencia
do
tlorentino no franccs · como cm lhcon
ou
nos pensadores
da
revoluc;ao inglesa
do sfrulo
XVll - e ineg:. tvel.
0 que acontece,e que as ideias sociais do republicanismo rcnasccn
tista e suas concepc;;oes historicas aparecem
entrecn11.:1das
com os
avanc;os em outros campos
< la
cicncia.
Nao se pod<::
emender o
cam
in
ho
que
vai de Maquiavel aVico,
por
exemplo,
se
nao
se
passa
po
r Gassendi, Galileu ou Descartes: ciencia
da
natureza e ciencia so-
cial avanc;am conjuntamente.
Porem, ao falar de ciencia da narureza'' convcm rccusar
s
te.rmos
com
que nos pinta habitualmcnte o scu desenvolvimcnto o
academicismo,
como
um
inintcrrupto
avan<;o
do erro
i1
Vl.'rd:itle
atraves de um continua acrescimo de conhccimcnws. Quando os
esplritos
cientificos
Jo renascimento
cornc<,:aram
a d<:molir a cos-
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 16/29
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 17/29
-
do renascimento a l
u.<;trac;-ao
Lista
de
Dt:scanc::s,
que
p
odc::
parecer uma respost.a.
n:
. ult.1\-a pen·
go
so. po
rqu
c po
dia deri\':l
facilmente
parl um r11
:11erialbtUO \ I C U
A nov:1 i ~ a o do cosmos foi construida apoiand
o-se no
s rcsultados
tk
duzent
os :mos de
~ n O \ ' : l < , 3 0
cie
nt
ifica
pclo
s im Cstigadon's in·
gkses
du
sec
ul
o
XVl l
. t:m cspeci
::tl
Ne
wton
,
que
nos ofcn:c:i.t
um
mund
o f isico que
refl
ctia a ordem da sociedatle hum :ma e ajuda\':l
a
r:1
c ionali1.1 r
es
ta
ultima
.• Como
dis.<;e Br ia
n
E.1s
l
ca
: Os < l ~ o f o s
m
cci
nicos e expcrimentais
se
aliar:tm cm sua maioria com os
gru·
p os
c.l
o
min
a
nt
es e
pri,
·ilcgiados, e
se
obrigaram a inter
prc
tar o
mundo nacur<tl
e suas descohe
r1:1
s de uma fom1a
quc
,
se
nan con
tribu]sse para refor<;
ar
o podcr de classe existenle. pd o mcnos n:io
minasse a su:1 Jegitimi<ladc .
10
Neste
contexto
compret'.nde-se mdhor a rcapari<;ao. na
gunda mcta<l e do sec
ul
o
: \
YU. daque
ks
aspcctos mais p r n ~ n : o s
<l o pensamento rl'nasc
enti
sta. que tin ham sido
tkixados
de l:ldo pc·
los ci
ce
ronian
os. hertl
eiros
da
ret<'irica humanis
ta
.
Essa
fus;ln de
<l
cs
cobrimentos novos e ide:tis
vdhos
t'.Xpress:t a c x i ~ e n c
i : t
lk c g 1 ~ 1 r
a nova ciencia da naturcza com uma nova e 'li\Te' ciencia do homcm
c
c.la
sociedad
e,
para c
nxertar
,cnfim, todas as nov:ts co
nqu
istas em \'i·
sties gerais capaze:> ti e jus
rifi
c:l-las e dcfcndl--la
s.
a
ss
cgurando sua afir·
ma
c;ao no tcrreno <.la
vida
civi l"
.
Esse Oi ,
precis;urn:
nte,
o
propl >s
ito
de Giambattista Vico
(1 668-17
..f..f)
na
s
ua
Ciencia nova ,
quc
os
ro
manticos e
1 ~ u 1 1
mal e Croce interprerou erradamcnt
c.
Vko so se
compreende quando
t . i n t e g 1 ~ 1 d o no curso da vida cicntffica da llalia
do
Su
l , no triinsito do seculo XVl l ao
XV
III. Emiio comprel·nucmns
' "O
mum.lo
natural ln t
ciro.
quc c<>n
>
istc.: nos
cc
us c.: n:i term. i g n i f k ; i u
mundn po li
tico intciro
, quc <.:011sis1c
nt>
S r o n n ~ c
no
puvo (. .. ). <b
n
11,
com o quc h f1ndcs, signifirnm os
tron
os c dignid:tdt·s c a q u c l c ~
que
1>s
gozam
;
a
term . com o quc
h(1
ncla.a
gcntc inferior
, e
as parll S ma
b
ha
h .. s
d:i tcrra . chamaclas Hades 011
lnfcrno
, a mais
haixa
c
misl'f:t vcl
pon;
: io d11
povo" ( tcxto de Newton
citado
in M.C. Jacoh, Thc ncwtonians anu
the
English
Revolution
, 1689· l
72
0,
llarwstcr
Prcss, 1 - f a s s o d : ~ 19 (1. p. I I)
.
C
omo
Margaret
C. J
acob
cxplic.:ou 1111111 li
vro
rccullc. o 11nivn:>n de New·
ton. o
n<k
as fon,:as espirituais <.:ontrolavam
:t
n:11urcza,
n1
mn o ~ d ~ l 1 1 ~
o
ligarcas
os
seus
est
ados ,
< :
o
rrcspondia
:1
ocictladc
n10n:
lrquk
:1
d:.1
nRl.1
·
1crr
i1
dos Hann
ov
n . Oiantc ucssa imagcm cosmolclgi
co
·politirn ,
o ~
r.1di ·
cais, qul· eonservavam a tr.1di(ao
da
magia natur.tl, u ~ t o a 1 1 1 a lk
um
pantd
s
mn
que, pclo caminho da
uivi ni z:
1< :
ao
da
n:
1111n:
l.1.
n
md111i
r 1:1 ;10
materialis
mo
atcu dc llo lhach (M.C. Jacuh .
·me
radin
il c n l i ~ h t e n m c n t
pantheists,
frccmasons
and n:publi
can
s. Allcn
and U
nwin
,
o
n d
1
98
1, pp. 2 1
·23
).
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 18/29
capirulo 2
scu anuncio de que { posslvel
o
n
v t
er a Hb turia nurna cii:ncia
cial mais prccisa , se
cab<:
aqui a c:xprcssao,
que
as tla nature-ix ·o
mundo
ivil
fui
fc iw ce
rtamente pel
os homen
s , peJo
qu
e
se de
ve e
podc cncomrnr os sc:us princlpius
dentro
das modifica<;Oc:s de
no
ssa
mt·
s
ma
mentc humana. Pelo que, quaJqucr
que
n:flita
sob
rc
is.so,
se
maraviJhar:i
1.k
quc todos os
liJ
6sofos
sc: tenham ocupad
o
se
riame
n
lc de conseguir a ciC:ncia do mundo naruraJ,
do
quaJ, omo foi feito
por
Deus, s6mente Elc: rem a ciencia,
cnquanto que sc csq
ueceram
de pensar sobre o mundo d s nai;oes,ou seja,o mundo ch·il ,do quaJ.
tcndo s ido fdto pclos homcns.
pod
criam
des
consc
guir
a ciC:>ncia .
Um Vico que, longc de cstar preso
num
mundo f
echad
o,
co
mo sere-
pc1c incansav
dm<::nt
e,
fo
rmula uma
pr
oposta
de
e1.:1pas
do d
ese
nvol·
vimcmo social, quc implica uma concepc;ao de progresso. tenta dar
uma explica<;iio raci
onal -em te
rmos
sociais · d
os
velhos mitos, e
e
capaz de prodamar a necessidade do casamcnto c
ntr
e a teoria e o
me1odo cririco: A
filo
sofia contempl:t a razao. de oncl e vem a cien
c
ia
do vcrdadeiro; a fi lologia obscrm a autoridade do arbltrio huma·
no, de o
ne.le
vem a consciencia do certo ( ...). Erraram po r igual, tan·
co os Jil6sofos quc
nii
o se preocuparam em certificar as suas razoes
com a auroridade dos
fiJ61ogos
, corno
os
6
1og
us
que nao se pr
eo
cuparam cm verificar as suas autoridades com a raziio dos fil6sofos .
Be
rn
entendido,que,
por
lil61ogos, ente
nd
e todos os gramaticos, hi
s
toriadores. crlticos que 1cnJ1am se oc
upad
o do
conh
ecimc
nto
d
as
linguas e dos fatos dos povos, seja nos aspectos inte rn os, como siio
os cos1umes e as leis, como no externo, como sao as g uerras, as pa
zes,as alian9as, as viagens e o
comfr
cio . '
Porem, a melhor demonstra<;iio de qual seja a correta com
preensao do pensamento
de
Vico,
nao
a encontraremos
num es
miu·
c amento dos seus textos -
quc
sao
tant
os e tao
co
mplexos
qu
e per
mitem que se
fac;am
as mais divcrsas montagens deles -, mas sim na
obse
rva <;ao
da tr.ijet6
ria
em
que
se
int
egra: de
onde vem
e para
onde conduz, quais siio as innuenc
ia
s
qu
e tern e
xer
c ido. E isto re·
sulta inequlvoco. Vico
pr
oce
de da tradi
<
iio c i
entlfica
mais avan<;ada
do seculo XVII italiano e seus continuadores sao os ilustr:1dos dose·
c
ul
o x quc tomaram dcle as linhas do m
ovime
n to hist6ri.co e
a teorizac;iio da participa
c;ao popular
'',
junto co
m
elementos
funda·
mcntais para a luta contra o feudalismo
·con
tra
a
barbaric da
dou
·
trina feud
al ,
para dizer com as
pr
6
pria
s
pa
lavr:is do
napolitano
·.
Nesse sentido · dir:I fladaloni ·, c 11mar
gc
m de
an
t
ec
ipa
c;oes ideali
s
t
llS,
o pensamento
de
Vic
o levava e m si a carga de c
urio
sidade cien·
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 19/29
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 20/29
notas
Gimro,
em
pp. 249-250), e J
K
Hyde, Society and Politics in Me-
dicv:il Italy. ll1e Evolution of the Civi l Life 1000-1350,Macmil-
lan
, Londres, 1973.A valom<;fio do pensamento
politico
< le
Dante
pron:de de
Antonio
Gramsci,
II
Risorgimento ,
EiJ1a
udi,Torino,
19
49, p.7.
29 Subre o problcma da caracter
iza<;ao
das revolU<;oes protobur
guesas , ver o volume e
ditado
por Manfred Kossok, Studien zur
vcrgleichenden Revolutionsgeschichte, 1500-1 9 17, Akadcmie·
Verlag, 13crlim, 1974
(em
espc::c ial a co
ntri
bu i
<,;iio
de Gerhard
Urc:ndler,
Zur Problematik des frlihbl'1rgcrrlichen Revolutioons
zyklus , pp. 29-52); Manfred Kossok, Ober
Typ
uml Typologie
b('1rgcrlicher Revolutionc::n'', em
E.
Engelberg y
W
Kiittler
,
eds
.•
Probkme <.ler geschidllwissenschaft lichen Erkennimis. Akade-
mie Verlag, Berlim, 1977,
pp.
59-71, e, do mes
mo
autor, Verglei·
chende Revolutionageschichte dc::r Neuzeiit: Forschun
gsproble-
me und Kontrroversen , en Zeitssch rift f i i r Geschichtswis
senschft, A.'XVI ( 1978), cad. I , pp . 5-34.
Uma
excelente tentativa
de
dar coma
da
comp
os
i<;ao social
de
alguns ckstes movimentos,
e dos motivos
que
conduzcm
a semelhantes alianc;as, temos no
capitulo V
l l l
, The Allies of the Rebels ,do li
vro
< le Hilton cita<lo:
Bond Mc::n Made f ree
(p
p . 186-213). Uma mostra de como a ob-
jetividade academica
se comporta, quando
advt:m alguma
forma
de
ameac;a
t
ordem estabelecida, t
emos
en McGinn. Visions of
the End, que justifica a cruel execw;ao de Frei Dolcino com oar
gumcnto de quc,
se
tivcsse vencido, teria
k to
o mesmo a seus
inimigos (p. 227),
ou
se tr..1nquiliza, ao
comprovar
que o
d1ama·
do Revolucionario
do
alto Reno afortunadamente nao encon-
trou seg uidores (
pp.
271 -272).
cap
itu
lo
2 - do renascimento
a
ilustrac;ao
I.
Felix Gilbert ,Machiavelli e Gu
icciardini.
Pensiero po
litico
e sto-
riogra fia a Fi renzc:
ncl
Cinquecento, Einaudi ,
Turin
1970 (cita-
<;ao texn1al da p. 175). 0 grande livro do conjun
to so
b re o tema
c
sc
m dt.'.1vida, o de ruch Cochran
e,
Histo
rian
s and Historio-
~ r p h y
in
t
he Italian
Renai
ssa
nce,
C
hica
go
University P
ress,
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 21/29
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 22/29
notas
nist ? , em Past and Pres
ent
,
nv .36
(
ahril
1
967)
,
pp
. 2 1-37. Uma
:iprcc: ia<iio do conjunw da
oh
ra de
Bar
on en Wallace
K.
Fergu
. .o
n, lk naissan ce S
tudie
s,
pp
. -12 l
:
The
ln t
erpretatioon of
llali:m Humanism:
Th
c: Contr ibution o Hans Baronn .Foi usac laa
1
:1
du
c;f
10 italiana de
Le
onardo B
ru
ni
, Pan
eg
i r i
co
d e
lla
cilt
a
di
Fi
·
rcnze. Nuova Italia, f loren c;a. 1
974 (c
it: <;ao r
c:x
tu
al da p. 83).
Sob rc a: teorias
po
l it icas dos humanistas italianos: Benjamin G.
Ko hl )' Honald G. Wi
ll.
I l le Earthly Re
public: Italian
Humanists
on Government and Society, Manchester Universi
ty Press,
Man
chester, 1978. Claud io
Va
rese,
Sco
ri a e
po
l i t ic a
nella pr
osa del
quatt rocc:ntu , Einaud i,Turin, 1
96
1, e Mark Phillips, Mac
hi
avelli,
Guicciardini, and the Trad iti on o Ve
rn
acular Histo ri
og
raphy in
Flon:nce , American His
to
rical R
ev
iew,
84
( 1979) , n l , pp. 86·
I05, coin<:idem ao assinalarem e impor tanc ia da tmdic:;ao hist6ri
ca
florcn1ina que conduz aos humanistas maio res . Sobrc a ever
llU;ao polltica de Fl
ore
n c;a n
c:sses
;mos, us
am
os,
sobr
etuc.lo, Brian
Pullan,A
l l i
story
of
a
rl
y Re naissan
ce Italy.
From
th
e Mid-Th ir
tee nth t the Mid-F
iftee
nth Cen tu r
y,A
l len Lane, Lo
ndr
es, 1973,e
Ge
ne llruckc:r,
·
nw Civic
Wo rld
o f E
arl
y Re
nai
ssance Florence,
Princ
c:Lon
U
niver
s
i t
y Press,
Prince
ton
, 1
977
.
Tamb
em to i empre
gad o para a
redac;
ao clc:ste par
:lg
rafo: Nancy S. Struever,1l1e Lan
guage of His
tor
y
in the
Renaissan
ce.
Reth o ric
and
Histor ical
Consc iousness
in
Floren t ine
Humani
sm ,
Prin
ceton U
ni
versiLy
Press, Princeton, 1970.
3 Eugenio Garin ,
l.'um
a
nesi
mo i
ta
l ian o. Fi l
oso
fi a e vita
ci
vi
le
nel
Rinasc imento, Laterza, 13a ri , 1
97
0 '
(c
ita<;fto
<l
a p . 16).
4. 1
kn i
s lla
y,
P
rolllo
stori
co
<lei
Rina
sc
im
c
nto
italian
o,S
anso
ni
,
Fl
o-
n :ncia, 1970 (citac;ao das pp . l 04-l 05).Sobre o contcxto social da
cuh
ur
a flon:ntina do Renascimento: F. Anta l, El mundo tl orenti·
no y su amhien te s
ocia
l , Guadarrama, Madri , 1963 ; Lauro Marti·
ncs, ·n
1c:
Soc ia l Wo rl d of the
Flor
enr ine Humanists, 13
90
-1460.
Princeton Univers
it
y Press, Princeton , 1963; Josef Macek ,
II
Ri
nas
c ime
nto
italiano, Ed i tori
Riuniti
,Roma, L972;
Laur
o Martin
es
,
Power and I
mag
i n
at
i
on
. Ci
ty
-Sta
tes
in Re
nai
ssan
ce
Italy.
A. A.
Knopf
, Nova Yo rk , 1979. So
hre:
a impo rtfmcia de esc
riv
aos, juizes
e ad vngados
no
primc: i
ro
humanismo:j . K. Hyd e. So
ci
ety an<l Po
litics
in
Medieval Italy, l1
1e
Evolu t ion o f th e Civi l Life,
10
00-
1350,Macmi llan, Londrc:s, 1973, pp . l 66-168, e Stru
ev
er,1l
1e
Lan
guage of History in the Renaissa
nc
e, p . 102. E
ug
enio Garin ,Mo-
y<:
n Agl ct Renaissa
nce
, G
allim
a
rd
, Paris, 1
96
9 c i t a ~ a o
c
a p.
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 23/29
1 .
1. Rudol f l teifk r, History of C lassica l Sch o larship , 1300-1850, Cla
rendon Press,O x ford , I
97
6 . Robe
rt
o Weiss, e Renai
ss
ance Dis·
mvc ry
o f
Classic
al
A
ntiquit
y, Brasi l Blac
kwd l
, O x
ford
, 19
73
.
Pe·
1
cr
Bu
rk
e, 'I l le Henaiss
an
ce Sense o f
th
e Pa st , & ward Arnold ,
l.om
ln:s, 1
969
,
pp
. 55-59. G iuseppe Saitta , 11 pensicro icalian o
nd l'umancs imo < nd
rina
scim e nto . I. 1
umanesim o. Sansoni ,
Florencia, 196 1, pp . 199 ·269 . Giovanni Napoli , Lo renzo
Va
ll a. Fi·
los
ofi
a e rel ig i ioon e nellt1man t .s im o
i taliano
, Edizzione de Sto·
r ia c Lc
l t
er
at
ura , Ho ma , I 97 1.
E.
Co
chran
e,
Hi
storians
and
Hist<>
riogra
ph
y
in
t h e I tal ian Re
nai
ssan ce,
pp
. 147
-1
49.j.M . Lev
in
e,
lkg
inald
P
ccoc
k
and
Lo renzo Valla on the Do nati on
of Co
ns
ta
ntine ", en Studi es
in
teh Renaissance , XX ( 1973).
pp
. 118-143 .
Alan
Hyder, '
I l le
K in gd o m o f Naples
under Alf
o nso the Magna·
ni mo us, Cla rendo n Press, O x
fo
rd , 1976. p. 222.
As
anota</>es So -
hre
o
NovoT
<::sta
mento foram e
ditada
s por
Ale
ssa ndro P
<
rosa: Lo
n:nzo
Valla, Co
l lation Nov
i Tcsrament i , Sanso
ni
, Flo rencia, 1970.
Sohre as relac;t
ie
s entre humanism o , crit ica tex tual e rd
i.
irma da
lgrc ja ,
P I. Kri
stelk:r,
La
t radizione
cla
ssica
nel
pcnsi
<
ro
del
Ri·
nascimento , La N
uo
va Italia , Floren c;a. 1975. pp. 92-97 ,e W K . Fe
r
guson
et
al. , '
11H
::
Renaissanc e, Harper and Row , Nova York , 1962,
pp. 77-96.
D.
Canlimori , Eretici i taliani <lei
Cinqu
eccnto , Sanso
ni ,
fl orc
rn ;
a,
19783 .
6. Dale Kent. 11le Rise o f
th
e M
c:
dic i.
fa
c tio n in Flo
n:n
c< :, 1426·
1434, Ox
ford
U
nive
rsi ty
Pr
ess, O x
ford
, 1978.
Georg
e Po
tting
er.
·
nl
e
Co
urt o f Lh e Mt'dici. Croom Hdm , Londn s, 1978. J R Hale,
Fl orence
and
the M edici. '11le Patte
rn
o f Control, Thamcs and
Hudson , Londr< :s 1977, e"War
and
Public Opinion in Renaissance
Italy'', cm E. EJacob ,
Italian
Renaissance S
tudi
es, Faber, Londres,
1960, pp . 94-122. L E
Marks
, The Financial
Oligarch
y
in
Florence
undcr Lore
nzo
,
ibid.
, pp . 123- 147, e
Nicola
i Rubinste
in
, Po
lit
ics
and Constitutio n
in
Flo re
nce at th
e End of
the
Fifteenth Cc nlllry ,
ibid., pp. 148-
183.
Eric Cochrane, Florence in the Fo rgo
tt
en Ccn·
t
uri
es , I ') 26-1 8 00 , C
hi
cago Univ
<:
rs
it
y Press. Chicago, 1975.
7.A
hibliogr
.1fia sobre Maquiavel evastlss ima mas niio se podc di
ze
r
que sc ja s
ati
sfatoria. Em sua base St'gue a vdha h iogr.1tla de Pa s
quale Villari ,aparecida o riginalmentt' t'm 1877-188 2.
c :
os cs
tud
ns
de Fede
ric
o Chabod - reunidos no primc.:iro
volumt'
dc su
as
o
hr.1
s co
mo
Sc
ri t t i
su
Machi
av
d l i
, Einaudi,Turin , 1964 . Nestas
paginas
fo
i usada c
omo guia fundam
e
ntal
a nova edii;iio amplia·
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 24/29
not.as
Ja do
Jibro
de Hobcrto Ri<lo J1, Vita di
Nicco
l o
Machiavc:lli
, San
'°;,Florcni;a. l 97ff trndo sicJo rt.fc rida a maior parte:: <.las noti·
c i a ~
biugralic1:.. Complcmentarmentc , foram utili;r.ados divcrsos
1 r a b : 1 l h 1 1 ~ tntrt os quai
s:
Fdix Gilbcrt, vl achiavelli e Guiccianli·
n 1 quc contcm um cs tudo bibliogr{1fico nas pp. 265-273 e 279·
.2XO;o l'Olumc colet
ivo
Machiavelli ,
n V
ccntcnario dc:lla na
s
cita, 1 a 3 ~ i m i l i a n o Boni.
13o
lonha, 197
;
J. G.
A.
Pocock, The Ma·
chiavdlian ,\foment. Flort ntine Political ·n1ought and the
Atl:intit:
lkpubli
ca n Tradition, Princeton University Press, Prin·
ccwn. I \PS ( c : ~
p c c i a l m c n t e pp
. 156-2 1
8)
;Giuse::ppe Saitta, II Pen
siero italianu ncllumam
:s
imu t nel
rinascimento
, I l l :
II
rinas
cimc:nto, a n ~ o Florenc.;a , 196 l .pp.3754 I 3;
GiuseppeToffanin
,
~ l a c h i a n : c ii
r a t i t i
s
o ,
Guida, N:ipoks.
1972;
Hc:rbc:rt Uutttrfit ld,
Maquiavelo
y cl artc
de
gobernar,
I utmul, llucnos Airt:s, 1965. Sohn: a oposic.;ao
a
aristocr.icia:Al·
fre<ln
Hona<lco
, The Ro tl of
thc Gmndi
in
the
Political World
of i\lachiavclli ,
c:m
Studit:s
in the:
Rcnai
ss
ance,
XV
I
1969)
pp.
9·
30
.
8.N. citaciits de Maqui:tvtl prc:scmcs
nt
stc panigr-Jfo procedem de
Dbcorsi sopr.1 a prima <.lcca
diTito Livio ,e
m I I
Princip
e
e Ois
corsi. fc::ltrinelli,Milan. 1
97
1: I protmio ;I 31 c I 25 (nesta cdi<;ao ,
pp. 12
4-
125.
22.2
c 98- 1O respccti va
mcntc)
. Sobre o uso pollti·
rn da hht6ria cm Maquiavd, Myron
Gi
lmore, 111e Renaissance
Con
ce
ption of the ~ ~ o n
of
History ,
en
W H
.Wc
rkmeiskr, org.,
Facets
of
the.:
Rtnai
ss
an
ce,
Harper
and Row,
Nova
York,
1963 pp.
73- 101. Sobrc as pautas cidicas cm scu pcnsamento hist{irico,
ain
da
que rc.:conhcccndo que
os
ohjetivos de
Maquiavcl
en1m de:
um rdormador polit ico ,G.W.Trompf,'lhe Idea of
Hi
storical Re·
cu rrcnce in Wt:stcrn ' l11ought , Univusity of Ca
lifornia
Press, Bcr
kdcy, 1979.
pp
. 25 1-274.
9
(h i n t o ~
citad
os
no pari'tgrnlo sao: II Principe , cap. 15 cm
II
Prin
cipe:
t Discorsi. p . 65; ls
torie
fiorentinc
, Feltr
inclli,
Milao,
1962, p. 69.
IJi
scorsi . 2 (p.
280).
Sohre
as
Jstorie, Ridolfi,Vita
di Niccoli1 Machiavdli,
pp
. 305-322, que
tambcm
escrcvcu belas
p : i ~ i n a s so
hrc:
sua injusw fama pi1stuma (pp. 393·398. II prolcta
~ a r w .
Ill. Fdix (,ilht:rt,
Maquiavdli
c c;uicciardini, pp. 78-9 I ; ). G. A. Po
c1K.k, 'l11
c:
Machiavel lian
Moment,
pp
. I 14-155 y 2 19·
27
; G. Sail·
ta
ll
llina,eimcn10, pp.
4
15
-149;
a intr<x.lrn
;a
o
de Vittorio de
Capra·
rii'
fomcc'l(;11
< uicciardini ,<>perc, Ricciardi , Mil{m-Napolcs, .1953
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 25/29
1101as
(c:tlic;iio tic: dom.h: foram tomatlas to<las
as
cita<;Oes de sua. obrJ.S).
c:
fubini
,
Lc: quanro
redazioni
dei Ricordi
de\
Guic..-cian.lini
.
Contrihuto a
ll
o studio ddla formaziune <.Id linguaggio e dc:Uo stik:
guiccia
rdiniano
, em S
tudi
sulla lettc:r.n ur.i <.lei Rinasc imcnto,
la
:-.l
uo
va
It
a
lia,
Flon
::
n
c;
a, 197 1,
pp.
126-1
77
As
citac;<>es
deste primci
m paragrafo procedem de .
Accusatoria
Opt..-rc:,
pp. 61-02):-Rkor·
tli , 65 (p. 111);
ibid
., 109 (p.
11
9) y 140 (p. 126).
11.A
s citac;o<.:s provem de: Ricordi , 30, 23 e 6 (pp. 104. 102 e 98,
rc:spt:ctivamente), <las ..Consideraciones en tomo a los Discursos
tlel
M:iquiavdo sobre la Primerc1
decada de Tito Livio-
(pp. 330-
} ll c de Sto ria d ' ltalia
,
I , l (p.
373).
1
2.
Gilbert,
Machiavell
i e
Guicc
i
ardini
,
p. 255
; Eduard
Fu
e
ter
, Sto
ria dd la sto riogra fia modern a, Ricciardi, Milao, 1970, p . 98 (o
l llliO de
Fueler
por
tud
o 0 que se refere a a71iO vai tao lunge que
exclui ck sua hist6ria
homens
como Bodin , Vic.:o e Marx): Mark
Phil lips,Francesco
Guicciard in i
:TI1e Histori an 's Cr.tft, Manches
lc:r University Press,
Manchester
, 1977; Ruggiero Romano, L1 sto
riogra tia italiana
oggi,
Espresso Strumenti, s. I. , 1978,
pp.
22-23.
Pocock <lfl mostr..1.s de maior sensatez quan<lo a
ss
inala que o me·
nor
peso <lo te6rico Guicciardini
e
um
inc.lice, nao so de s
ua
maior preoc
upa
c;ao pelo r eal e pratico, seniio tambcm <le scu
rnnservado
ri
smo aristocratico
c
Machiavt:llian
Moment
, p.
219). Em s<.:n
tido contra
rio, E.
Coc
hrJne, Historians and Hist
o
riography in
th
e Italian Renaissance.
1.t (;irolamo
Co
troneo, I trattatis
ti dell
Ars historica , Giannini,
N:ipoles, 1971 (cita<;ao da
p.4
7 1
).Ac
rescenta: a verdaJeira e prO
pria
mctodologia,
sc)
podia
comec;ar
ali
onde
;1cabava a a
rs
hi
sl o
ri
ca' . E.
Cochrane, Historians and Historiography, pp. 479-4'87.
14 .Gl·orgc Huppert. l : idee de l 'histoire parfaite, Flammarion,Paris,
1973. outeiller, Un historien du XV siccle: Etienne P:1squicr ,
<
m Bibliothcq ue d '
Humanism
e et Re
nai
ssance, VI (1 945),
pp
.
35
7·
392; G. Cardascia, Machiavel et Jean Bodin , em id . Il l
( 1943). pp. 1
29
-
16
7 , em que se assinala a consider:u; iio entre os
c
logios a Maquiavc:I
como
hi
stor
iador c a sua comknac;ao como
:llt:u,etc., e seu prop<lsito de
escrever
um tr:ttado politico :111lima·
quiavC:lico - mas, pam situar
as
coisas em seu ponto, convC:m re ·
cordar que Bodin acrcditava na cxistl:ncia real d: shrnxas l mos
tmva-se parci<lario d e que fossem
mortas
, l Xtrcmos quc 11a1)
sc
encont rnrao no
.
malvado e at
cu
Florentino. H. Wl·hcr,
l
fl ilisation
ct critique de I.a
Polirique
<.J Ari
stotc
dans L1 R
cpubl iquc
<lc
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 26/29
11 11tax
Jt
.
111
Iii 1d111 .
11
1
H I
{.
lh 1ga r.
nr
g
..
<
l a
~ : - . i t
a
I I
1 II
u
cn
'
on
u n ~
1
u.1n
< 11 11 111\
\ I>I) l 'l
tl
O 1
..,
00 ,<:
amhridµc n w r ~ l t y l'rl
· ,<:a
111
.
111
1dg1 . 1
•ni. pp ~ O ' i ~ ~
I
- \ 1 1 . 1 ~ '
''
Il
l'
l ' f I 111
1
1
;1 :-ao dl·
<1rn
r1.;
1l11 fr rnand l Z
di· <>v
inlfl
,
lk l.1
1 1 1 1 1 h 1nri
:1 lk l
a:-
Ind
ia:;, S
u111111
a, Madri , I
J
12
p.
17
' ·'
p.
-
r
nu111tr.11n ~ 1 · n · ~ , ; 1 1 1 1 1 o h ~ v O ~ o h r r
a' hirr:tr·
qt11:1 Ill
i
.1 i'
d
11
11
1dio' d
1:
T1:rn1 F
irml
-.
l
l l l
qu
l'
:-1
· 1omparJ
; i um
do'
l \lr.1111
a
c a v : d h
d r o ~
o u
11d
:ilµo, ,
,1
·
pac1do
' da grn1
1· rn
-
11111111
) 1· di' 1l
va
r u
~
<:il
w1:.
1 d1: Val·a ,
a 1 1 f 1 ~
g
o : - .
r ap.
X
XV
1
1
rrn11.1
,.\1
nirn
, 1
1)
77, p . I
J.
1). i\ d
1: llankl'
dl'
La llb1ori
:11k la
l ill.1 1111pl l i
:1I d1·
1
11
1
0M
. l ln
iw
rsi
dad M:t
)'Or
d1:
S
a11
Mar
co, ,
I
1111.1
. I
)(1(1
, p
2 ~ . 1 h
c
m. 11·orin
11 0
da
1
1·1
111<
1111
ia , Marjorii·
<
r
in
lh
11
d1111
11 11
. '
ll11· Sd 11 1o
l o l
Sa
la
mam
:a, l 'i
i
i-
1(10
5, Cl:trl'ndon
l
1
r1
·
,1hl11nl. I
J. .
e
E:
1
l
y
fa
·
rnwm
il' '1110ughl in S
pa
in ,
11
77·
1
10.
<
1·11rg1· 1 lk n and l lnwin . Lo ndr1·s. 1978 (ha
1rad11
C, :
10
1·m
1,p.111
hol.
El p1
•
11,.
1111i
l·
nw 1
l·11
nu mi1·0
l.' l l
Es paiia , I
t77
- I7·i0,
<
n1k:1. l
l.
ir
rcl11 11
a. l
J
H2): l'i1•
rr1
· Vilar,
L
o
~
primi1ivo
11 i·,pa11
ob
dt l
1w1N
lll il lll<>
o n o
i c o <
uan
1i1a1
ivis
1110 .
y hullonbmu
•••
< 111
<r
('d
111
k
111
11
y
d t ~ : 1 r n l o
A
rid
. llarc
dona
, I
1
>7
·1 .
pp
. I
(
1
(•2
:1
lt
r hl'il' l'I lk rn
ar
d <
a
i
i
l.'
r,
<
)r
l'I
n11>1111
a
i1
·
l'lll'
Z Mart inn
dl'
i\1pi lr u1•1:1
Et
·11
1111mit
·:1.
~ b .
I97H, al(· m do:.
v a l i o s
o ~
t r : t h a l h o ~
J Vi l.1r i c1111t
k
11
ac.;ao
do 1r:
i lk o
tk S ~ O ~ n q ~ r o 1 m ~
n u ~
dl'
:-1e
rcad
1>.
Suma de
11
: 11 os
y m ~
o s , l·di
C,'i\11 tl1·
Nirnl;is
:-:
1mha
1l
h11
rnoz,
l11
slilltto dl'
Es
1udios
Fisc
all's, Mallri ,
19
77. 1.
pp
22 i·l .W
(
nrn
il
o
~ 1 t p l t i o r
a
l'l
lk
:i10
d a
Edil<JJ:t
Nal'ional ,
19
75
).
A
lt
llilo d1· '
im
pll':. int rmlu
c.;f
10 ;1copiosa bihliog1:
11ia l a ~ 1 a s i a n a
c
n
l l l
1·
n1
1
~ ll
a1ai
l11n
)'A. Saini
1.11
,
El
padr1: I.as
a s a ~ y la dr
k n ~ a dl' In:. i n d i o ~
/ \ r i d
ll:
trn·lona
, I
1
>7
6.
16. 1.uis
C a h
1k ( .ordoha, lk hi storia . par:t l n<1:11dc rla y
l Si.:
ri ·
hirl:1. lns
1i111
to di'
~ ' l u d
o
s
l'olttico s. Madri, 1948 , p.
11.
N:io sur·
pn·1·n1kra q
111-. d1
·
p11i
s de n1fr1
111ar
cssa hist<'
>ria
1i'10
pnlanll
. o
.tutor da Hcpuhlica litc
r:t ri
a zo
mhas
sc
da
vailla1k
do
s hisloria·
1lc ll '
c
1·
111
r r o g
a
r
~
l
a si
1111
·
:.1
110s a ll'l>ria
l.
' a pr:itica da politica·
l'
111
1,
jng
.1,s1·
11
:1c
tr:t
a
pouca
c
onli
:
mc.;a quc nll'n
:ciam (D.
Saa
·
vnlr:t
1'
:1
:
mlo, lkp1'1
hli
ca
l i l n ~ t ri
a,Anaya ,Salamanca, 1
1
)(17 .p.
82
).
17.
Fr:1y
<
r1·gnri
o di' A q ~ :
z
l'ohlac i
<'>n
n ·ll'si:is1
ca
d1· Esp:ui a, Mt·
dri
,
l(i(17
-I
<169.
1.
p:
uw 2
, pp
. 9 1-
95
.
Sobn
:
i\rgaiz
1·
os
d1
·mais
cn1-
n b a ~ J o ~ c
(
;o
doy
n 1
Ilis
wria critka
d1·
los
f:tbos croni
t:•llll S
,i\l:nar.
Ma
dri. 198 l (r1·produ
c.;:i
o
da
l'llit,:;
111
d 1:
18(18)
.
<)
tc
x-
10 c:i11do l'. Joaqu111 Fnlnico d e.;
Hi
vl'r:t (calcllr.llil.'o
pmprkt
ii·
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 27/29
rio
tl ;1 1J j ,1ori:1 na t JniVl'r,iJadc:
lk
Valladolid), Cur ' c:knwntal
de h
i,
111ri a,
Aparid
10 , Vallad111id , IH1
1
,
t, p . XIII .
(' 1hr
t
'
1 vro\
di' 11
· x1,, l ' 11
l '
ll ina111c:111t1 da
111,toria na bpanha
tlo <
:l'uJ11 XIX.
,
\l.11111l
·I Mol t'
no
Al
on,o
, Ifi,loriogra lia
r11ma111
ita
t·:.
p :
inol
a,
I 111vt·r-id.1d lk' Sl'vili ;1, Sl·v il11a , I1J7
1
J,
pp
.
Ltl i
-L i .
IH 1i111 'n'''a111 111uit11
p11t1l
'O c.-.'c:' 111att·ri:1i, t·,1ritam1·ntt: in,tnmu:n·
t:1h
p ~ 11 qul'
:1qui no:. 1Jt11pa . l'lll'tt·r intit11la o
ap11ul11
d
c:
dil.:a
do :1l
.
l'' Ji11111 c
11
~
fundad1
l n
de
la l 1 i , t o r i o g r ~ l 1 a 1·rudita
1111,
.
dn11;1
(Sloria ddla :.toriogra
lia
nmdc:rn
a.
pp
..
' J 1
~ i L 1
)
Para
lh'll)'Z Ila )' (Ann:ili,.,h
and lfi,.,torian,
, Mc: rlwc:n . Lomlr<.:\, 1977 ,
pp
1
55
-1
>H)
a hbt11ri11gr.11ia
do
'l
T Ulo XVII
parn
:
< :
r
c:
duzir
_.,
l'
a
r u d i u 1 l ' :K·aha l:1111(·11ta11do
quc pro
l'
l'dimt
·
nw .. dl'
fn to
c1)..
pi.1111odl'rnO' 1111:.
&t
·nham
ldro pl'rdl'r
a :1gucll·:t.a d:i 11h\ n
v;
1<;ao
dirl·ta
dl' l'lllao
:
Ch
vdh11
.. m t
·
..
rrl':.
de ,,,,,.,
, ;, ma1fri:r , u
ip
i
ando
larg; crcu1i <::
l '
, c..lt·.-.cnh:111do 'do.-.
l'
moed:
L
par:i
' '
gra
vador, t·x l·r·
ci:1111 11111:1
intl'n,.,idad<.:
dt· oh,C'r
v;11;
ao
e l·r:1m i11 ...pir.1do'
por
um
1111pl lo p 1 1 ~ 1
:1
. rl'fk·
xao
di ..niminat1i ria
qrn
· 01 :u11w. e m peris.:o de
1wrdl'r (p. 168) .
No.-. pa rec:<.: quc
, difcrt11tcmen1c
dt
·
...i:1 , ,h, tr
va·
' :
10
prn1111
al , o h i ~ t o r i a d o r
ganhou
urna <.:apal'id:1de
c.k
manej11
dt.:
lontn
rnuiro
maior
,
podcndo dedil'ar ...
ua rdlexi'ro a
um
tipo
c.k
pr('<ll'upa<, ao 1ec)rica -
'ocial
-
quc.: lll ITl
M:mprt·
e,tavam
an al·
c 111t't' dos vdho., crnditos.
19. par.lgr.lli> rl'prt'l>t'llta uma p l ' r i g o ' i ~ , . , i m a conde1N1<,:iio de
i d
~
u g n i d a ~
por
uma
:-.nic
dt·
est
udo'
. Em l
ugar
muilO
d e
~ L a
rndo
por
llrian 1::1,.,ka, Wi1d1
hu111
ing,
Magic
;ind ll' Nl'w Philo
:-oph)•.An Introduction to J
k h
:lll'S
o tht·
Sc:ienlili<.: J
kvolution
,
l·i'ill-17 50 . l lan·t·,.,tc.:r l rc.: ..s,
su
...-.cx , 1980 (<.:itado litl'rJI da p .
25;\J,
t 11 . C a c o h ~
'll1e lla
dil'a
l
Englightc:nml'nl
, l a n t h d
~ t ~
F r e l ' m a : - . 0 1 1 ~ :111d Hqrnhl
ican.-., Allen
and
l/nwin
, L o n d r e ~ 1981 .
pp
.
29
-6
L All-111
d i s ' > o , A l l i m ~ o
l n g q ~ n o ,
F
ilosofia c:
rdigion
c
nd
l'inqut'l'l'lllO
italiano,
S:111
...
oni,
Flnrl'll(:t, 1977: Fr.111ce
Y a t
c ~ .
(;i1mlano Bruno l
l;i
lr.1dizionc ennetica. l;llc.:na. B:tri, 1969. l'
'fhl' Hosicru<.:ian Enfightcnm<.:111, Houtl<.:dge
and
Keg:in / ~ 1 1 1 1 . Lo n·
drt·
:-
, 1972 ;
Hobert
S.
Kinsman
, org .
·111l·
Darker
Vision
of the
Re
naissa11cl'. IJniv<.:rs
it
y of Califi1rnia
l rc:.-.
s,
lkrkdl ') ,
197-1, l' e ~ p e
cialml'nle). (; , Burke.''lil'rmt·tbm
as
a Rcnai.ss:rnce wnrld Wil'\v
· .
pp.
95
-117; Eugenio (;arin, Da Campandl;1 a Vico , <:Ill Dal Ri ·
na,.,cimento all
'
lll11111i11bm
o ,
Studi
c
ricercllt'
,
i ~ l r i L i , c h i
~ ~
1970,
pp
. 79-1 17
(a
carta
de
Campandf;1 a Gdiko na p.8;\ ); N. 11.t ·
dafoni
, lhmmaso
Campanella
, Fdtrindli , Mfl :in , 19(15 (H'r,
por
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 28/29
1
\1
'
111pl11
, p 7 <. l11 h 11>pl
wr
11111 ,
>
tr 1.:1ac.. N(·w 1
1>n
:111<1 ~ ~ 1
1 lc rr · 1·111 < l1.111gi· .111d < 1111 1i11t111 y in 'ic ·v1·111tT1lll1
C.
c·
n111r
y /:o
1 1 1 d
W1 111dc11ldd :111d Nie 111,1111 , IJ
111dn
·.,, 1
1
) 7'1, J
1p.
2'5 I·277 iM
/,111111
' l 'lw
N1·w 11111i .111 .., :111d 111 1.· l .11glhlt Hcv1>l111i11n , 16H .J
I '
.
II
,
11 :111
n
11
·1
1
1
11 ·..
,
11
,,....,rn
h
. ,
I
J
7
(1
;
1< 11
l
wr
1
E.
",d 111lkld,
t\'k
1 1t.111i " 11 .111d M:111 ·11 :
t11
...111 Hri11 .,11 N a111 r:d h i l 1 1
~
1 J p l l
y
in un
1
g1 111 H
c"'
11
. I
nm
c11111
I
I11 ivc r.
,
;1y e : . ~ /lri iH cl
<
, I )711 ;
l 1
·1cr
I I 11·11111 ,
/111111
I
>t-c
· Tiie Wo rld of :
111
l lizalH·tltian Magu.,, Hou
rlnlgi · .ind 1\1 g.111
l .1111
, l.
w1
dr" · · I 'J7
l 11111:1
h i < 1 g i 1 1 i : t de Nt·w t1111
1·1111111 1 11·1111
I
t 11 . I< 11
I
11
n I S
Wc-.
1 :i IJ
,
Ncvn a1 lki-1.
A
/li11gra ph
y
nl
h .
1.11 Nnv r11 11 ,
C
:1111hridge I l11i vn :-. i1y l rt·i.i. , Ca111bridge, 1
980
.
. O N1111
l.1
l1.1tl:
tl1>11i
, /111 nid 11 zlo1w :t (,
.
fl
.
Vico, Fcltri
ndli
, Milao,
I ><ii Ch tn. 111 .. 1 i
1.1tl
m
...
:111 d:t n o l
dt
por
<:rii.
t
oli>lini
dc
< 1 .1111h. 111 b
t.1 Vieu
,
<>pe
n: fi111 . o fid 1<.-, com 11111
l'i>
tudo prdimin:ir
<11 · N 111tl.1l1111i . 'i:111 -.c
111i
,
1:1,
1rt·
1H
,;:t ,
I
1
J7
I . <
1> t<.·x ros ciradw. nc\tc
p:1r.1gr. tl11 n 1 1 1 1 1 1 1 1 ..,,. Ila
p.
·
l (i f ( "Scg1111da
<
icn(·ia Nueva",ck
17 11 , l, :-.c1.
in11c
1n 1:1 ), c p . ·H1.Snh rl a l xist (·
nda dc:
l''i(jllcma :-.
1·vo l111 ivo:-. ntt Viu1,
vcr
:t
g 1 d : i : 1 1 1
( f l i t
val das
1>dvas as d a d t
l'
a.,
:H .11 lntt ia.., <p . i 17) , CHI a rcin v
ind
ic
a<
;fto do
i n t e r
e ~ ~ t pda
h1 ..
1
11rf
:1
... g
1 t l a
cncp 1
1n10
pn
·
111i1c:
c .
..1udar
o
c1> tad
o
< la
:. f r t m i l i a ~
cp re .
..,cg11
ttdo l '1111cord:
1111
111d
os os
pc>l 11 icos, originamm
w.
povos
t·
:t..,
nd:1cft'
..,
" (p . 15H). J\lb rx
v: tlo
r izou a capacidatk
de:
Vko
para
rd.1c i1
111
.1r :ts
i11 ...
i 1 1 t i ~ o c s j11rrdicas c as c tapas da l V o
u ~
o sodal,
..,11p1111d11
q11
l· p:cr:1 l ':1da
l lapa
houvl um lipo de govc:rno, dt le·
gisl:
11;:
10
, l·tl'. Ver ramhl-m D.
Co
nsoli , Da ll '
An
adia all llluminis·
1110, < :1ppdli , llolonli:t ,
I
<J7 2.
7.
VJ7
.
.
I
ll.1d.tl11ni
. I
nr
md11zionc: a
<
.
11
.Vico , p .
·
f06
.
Em su:i
i n t r o d u
~ · i i o
a
Opnl· lilo:-.olicllc,
o proprio
B
adalnni
dir
:I quc
os argumcn tos
tk:
Vico
i 1 1 ~
1 1 1 1
111 iliz:1dos por Filangicri c C c novcsi na luta conlr:t a
kgi:-.l:11;ail
l(
:11d:tl p.
I I ).
Adn11ais, A.
Momigliano
, "Vico's "Scitnza
N11ova
":
Homan " lll'stio n i" and Ho man "Eroi "" , l tn Essays in An ·
c ic1ll
and
Modern
11
i
:-.
1
oriogr:t
ph
y, Ba
s
il Bla
ckwc.:11
, Oxford,
1
1
>7
7 pp . 2 7 ( 1 c o j:i c itado c nsa io de:
Carin
"Da Campan
tll:t
:1Vi
ce>'
'. (
;o
staria
lk
c
ond
u i r a
ss
in:tl:
tnd
o q u
< :
as c
itac
J
>cS
que
fa
·
znnos de s
ua:-. obras
n
c..·s
tas p:lg
inas
n:io d u z
c
p
or
compklll
as
11111 11
ipl:1s
d1
i\ '
id:1s q
uc o c::1p it ulo tc m a rcspt:i to de Eugenio
< 1 in
.
: I()(;
7/23/2019 FONTANA, Josep - Do Renascimento à Ilustração
http://slidepdf.com/reader/full/fontana-josep-do-renascimento-a-ilustracao 29/29
capflulo 3 - a ilustra<;ao
lmmanud
Kant
, "
lk: intw
o
nung
c.kr
f r
.igc:
:
\X'a.,
ht
Aufk arung?
em Kant
''
g<.:s;
1mrn<:
lt<.: '>chrift
c:n, V
II
, Wa
lt
er de (,ru}t<:r.
H< r-
lin/L(
: irzig,
J925
,
pp
. 55-42. IJma vbao <la gi:nc'><: <.k'>te kma .
dc-s
dt: JJr,r.Jdo ate Kane, : n c o n t r n ~ em Franco c n t u ~ a r e e au
<k",
<.:m
Eur<>pe dc:s lumicr<.: >. Rc chcrchc > sur k X\'l ll" :.icde.
\1outon, l'ari'i , J
971 ,
pp .
55-47.
N a t:volu<;:ao quc o tc:m a
1 f r c
ao
ngr
d•> ,t;cu lo XVIII V<.:nturi acrc:dita
vc:
r
mudanc;:as quc:
con
duzcm
o r.tc:i<malismo
c:
lihc:rtini'>mo dos
i < c c : n t o
ate a
Rc:
vo
fw
.:ao franc<.:'a <Franco Venturi , Uwria c:
riforma
nc:ll ' illuminis
mo, E
inaudi
,
Turin
,
J97
, p .
18 .
2. Prtscindirc:i
aqui
,
por
comrl<::to,
d
int<.:rprcta
c;ocs
cul turili
stas
t m UM >. ()c 11;1da me serve: um tratamcnto como o de: Ca.<.sirer,
qut:
rnluz
o pcnsamcnto il ustrado a
pouco
m:iis do quc a con
flu
i:ncia da anitlisc cartniana c: da sintcsc: fllos6fica tic: Leibniz -
isto c, a
um
;1ssun10
pur.unc:ntc:
livre
sco, quc: podc
sc
r
dc:sc:nvol
vido muito hem nos aposcntos de um cast<.:lo. sem sair par.Io ex
terior
-
(Erne '>
Cass
irt r
,
Filosofia
<.Jc la llu >traci
c .
>n , Fontlo tic
Cultura fa:on< i mica, MC::xi<.:o , I 95 , p. 52). Nern usa
rc:i as
t:locu
br:u;
iies
curopc.:lstas de
um
Paul
H;1zarc.J
,
quc
acaba perguntando
sc o que ~ i g n i f i c a v a a Europa no scculo XVIII , c rcspondcntlo
co
m afirma<.;f
Jcs
do mais r:tcista c crivial dos c
uropon
:mrismos -
quando
c.kvnia
tc:r
cntc:ndido
quc
,
par:1
90'Y.,
dos europc:us do
sC:
culo XVI II ,
camponc
s<.:s suhm<::tidos ao f ~ u d a l i s m o isso tit: "E
u
ropa" 11 i10 t inha significado algum, supondo que conhect:Sst"m
su;1 cxisti:ncia - (Paul I l azard , I.a crisc
<.le
la conscience euro
p
c n n c Pari
s, 1935, c I.a
pcnsl:c
curopcenne au XVIII" siccle:
tk Mon
tc:squicu ;, l.cssing. Paris, 9
46).
Sequt:r a conccp\ao tit"
Peter Gay, p a ~ qucm a ilustrac:,flo c uma ampla, informal c dcsor
ganiz:tda coalisao
de
crlc icos da cultur.t, ccticos
t rn
rnateria
<.le
re
ligi:-10 c.·
rcformadorcs polic
icos
<::
que
,quan<.lo assinala como
limi
tcs cronol<)gicos do movimcnto os
a110s
<.le 1689 e
1789 ,
nao o
foz porquc o rclaciom: com as revolu<.;oes
inglc
sa e frnnccsa, mas
porqu<.: sc
rr:lla
do anode nascimcnro de Montesquieu - qlll: tic
via r:m.:r il
ustn1<.;ao j: i
no
tempo cm quc
eng:Hinhava - c
da mor
te de I lolhach (Peter Gay,
111<::
Enlightcnment:An
lntnprctation
,
Nova orque, pp. im