GLOBALIZACIÓN - BECK

8/6/2019 GLOBALIZACIÓN - BECK

http://slidepdf.com/reader/full/globalizacion-beck 1/78

DE RAZÓN PRÁCTICA

Directores

Javier Pradera / Fernando Savater

N.º 145Septiembre 2004

Precio 8€

FERNANDO PEREGRÍNEl pensamiento ecológico

ULRICH BECK El metajuego de la política cosmopolita

FRANCISCOLAPORTALas dos vías

para la reforma dela Constitución

BELÉN BARREIROEl triunfo de la abstención en la Unión Europea

ALMODÓVARLa ‘infame turba’

VICENTE MOLINA FOIX

J. A. LASCURAÍN¿Que les corten la cabeza?



S U M A R I On ú m e r o 145 s e p t i e m b r e

EL METAJUEGO

ULRICH BECK 4 DE LA POLÍTICA COSMOPOLITA

LAS DOS VÍAS PARAFRANCISCO LAPORTA 14 LA REFORMA DE LA CONSTITUCIÓN

FERNANDO PEREGRÍN 24 EL PENSAMIENTO ECOLÓGICO

JUAN ANTONIO LASCURAÍN 34 ¿QUE LES CORTEN LA CABEZA?

ESTADO Y NACIÓNIGNACIO SOTELO 42 EN UN MUNDO GLOBAL

ENTRE ÁFRICA Y NORTEAMÉRICAPEP SUBIRÓS 48 Globalización, espacio público, ‘apartheid’

Semblanza Vicente Molina Foix 54 Almodóvar y la ‘infame turba’

Política El triunfo de la abstención Belén Barreiro 58 en la Unión Europea

Ensayo Por un multiculturalismo Frans van den Broek 63 marxista-lennonista

Historia Enrique Moradiellos 68 1939: Victoria absoluta y derrota total

Ética Mercè Rius 74 El futuro de la naturaleza humana

Casa de citas Arquitectura y habitabilidad Felipe Colavidas 79 en Rafael Sánchez Ferlosio

Caricaturas

LOREDANO

QUICO GAZETLU (Madrid, 1953) obtuvosu licenciatura en la Escuela de Bellas

Artes de San Fernando y fue profesor enel Centro Español de Nuevas Profesionesde Madrid. Sus pinturas y dibujos, de

suelta y vigorosa pincelada, recrean unaamplia variedad de motivos clásicos:desnudos, hojas y flores, bodegones,

retratos y paisajes. Destaca su compo-sición Las cuatro estaciones que puedecontemplarse en la parroquia de NuestraSeñora de Ermitagaña, en Navarra.

Pedro Almodóvar

Dirección JAVIER PRADERA FERNANDO SAVATER

EditaPROMOTORA GENERALDE REVISTAS, SA

Director general ALFONSO ESTÉVEZ

Director adjunto JOSÉ MANUEL SOBRINO

Coordinación editorialNURIA CLAVER

DiseñoMARICHU BUITRAGO

DE RAZÓN PRÁCTICA

Paa có d uccy aaad dg a:

Progresa. Fuencarral, 6; 4ª. planta. 28004Madrid. Tel. 915 38 61 04 Fax 915 22 22

Correo electrónico: [email protected]: www.clav.ga.

Correspondencia: PROGRESA.FUENCARRAL, 6; 2ª PLANTA. 28004 MADRID.TELÉFONO 915 38 61 04. FAX 915 22 22 91.

Publicidad: GDM. GRAN VÍA, 32; 7ª.28013 MADRID. TELÉFONO 915 36 55 00.

Impresión: VÍA GRÁFICA.ISSN: 1130-3689Depósito Legal: M. 10.162/1990.

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EL METAJUEGO

DE LA POLÍTICA COSMOPOLITA ULRICH BECK

Nueva Teoría Crítica

con intención cosmopolita

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j, , , ú , z j í j í( , - ); , ó , ó . E ó í, , , - í -

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á, , - ó í, organizacio-nes fi ífi - ú -, fi . E z -

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, j - z ó -ó J M J O ó ó ó. Sú lógica de las consecuencias, ó í á á z ó j á . Ej í j á -í á. E , lógica de laadecuación í -

, - (M/O,1989; K, 1999)

L í j ó ó , lógica del cambio de reglas, : - --- ú ó - á j. L ó z -. L

z í; á z- ( j, ó) á - j “ ” ó í2.

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4 CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA ■Nº 145

1F H P ó j í í í í : “A á í j” (1931, á. 104; 22). C j, P í -ó ú (- “ j”[á. 38]). P P, j ú é ó.E á j , fi – R M– ó ó ú . P ó í: “E ó -ó í í [...]

2 E á í , “j”, á é , “-zó ” (B/G/L, 1996; B,1993; B/B, 2001). L ó ú , á P M- z í z - . P , j

. L í . L z í - fi í ( , , )” (P, 1931, á. 188). E j, ó , j . S , P j í, í. P z -, j j í : “D fi j z ó, , ,fi é , jfi j ” (á. 99). A “ a priori í” z í, “ í ” (á. 142,1931) z á j j, j í á j á P S M.



5

Great ransformation (P, 1944). LE ú ó j ó í ( - j ).C j fl,

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El antiguo juego ya no es posible

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Nº 145 ■CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA

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EL METAJUEGO DE LA POLÍTICA COSMOPOLITA

6

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da-pérdida ganan-cia-ganancia fi E, , ó, í í. H : , ó ó ( mirada cosmopolita) z ó j j í. H í ó - ó (-

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El contrapoder de la sociedad civil globalP ú

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j “” “j” -ú dialéctica del amo y el esclavo. E - – j– í z j.E ú -z: j j -

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Aá, z (lock-out), - . E é á z á z . P- j A 2001.

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CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA ■Nº 145



ULRICH BECK

7

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La transformación del Estado

Nú fió í . L - j , -ó ; ó ó - E í ó ó í z. E

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ganancia-gananciafi í -

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4 N ó - ó . Y , á , ó , , P T M M [E - é] (1975), fló Có í í. P M (1986), ; ó é á . D , í - ó. E - ó j , é é ó . M- ó á- í. H,

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8

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H -ó E: zó -é é. L z-ó j j E ; - “ zó E-” (K-D W, 1999). Aí, j-, z Ozó M- C (OMC) E

-í , j, . Qzá í ó í E, OAN, OMC,.; zó é á ó E- E . E ú -zó é.

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í í . N í “E (-) ” (S R, 2001): jj z-ó. L j , ó , - -, OMC, z -

(ONG), ., jfi – z – - . L OMC j , ífi , , í - . H ú “ -” “”, , ; é z

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Grupos terroristas

como nuevos actores globales

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E, í . L “ONG ”. O ONG : z-, z, , - . M, j, G Aí I- ú - E, ONG . Efi, , -

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ULRICH BECK

9

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E, - , ? P- ó E ó - , zó : “-” E E, - E.

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Aí, , ,í é í ó,z , , ó é- . Y é ó j . L ó ó -. S ífi í

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í: í jé é , . H- - j ; -zó z, í , fi í . P , í “”, z . Aí, -

zó í fi , - í j - í é.

El poder político

de percibir los riesgos de la civilización

Aí , - -. S , - B moment of deci-

sion sistemaestatal cosmopolita. Má z ( í ó z ) E jé ú; - ú. L é fi “ -”. E U ó í é – – ff, fi, jz ,

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E U. E , W -: E “ ó”.

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5 E í E U BC. É ó E.




10

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Q : ó riesgos globales de la civilización fl í j - , í -ó -. L ( ) ó -. P ó -

ó ó -á í - í fi zó: riesgos económicos globales z z-ó; riesgos ecológicos de la civilización, , z. “G-” , , - zó á z fi: ó E -

ó fi - j. L fi – , j, á ñ 1997-1998– - ó -z; , , fi “”. E , z ó , í z global,

individual local , (¡ - !) -ó . E zó zó .

¿Quiénes son los “jugadores”?

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( zó).Cambio de paradigma de la legitimidad

L , j, -, z : ¿é é - j? L ó

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ULRICH BECK

11Nº 145 ■CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA

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Aí z j z é . E - ó cosmopolitismo au-téntico cosmopolitismo inauténtico. P - , , í , - -

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7 F, 1806-1807, á. 28; ú C,1990, á. 420. E , “” F j ó z- . E 1806 , D P G-, fi: “C j é é . P fi ú ó é é ” (á. 229). E -, , , –¡ó!– - ó . é ó: “¿Cá ? E , E; é , E ” (á. 212). P ó ó A, -z á .




12

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. E, - E . L ó, ó. L , , G M -zó -á. D j í fi- , inmanentes,

ó. C ó “-” ó ó.

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j ( ó) . E í Ya-no

Aún-no, - í , “” “”, “ ” (H H,2000). P “-” “í” “”. Aí , - j ( ). “E” fi -ó ó í á z -

ó , E . E ,“” , j,

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E , í j ó j, , -ó é á -

, , - , -ó fi fií. N ó j í; j- z ó ó - (fl, -, j), , ó , - - E. L ó - -: ¿é í

ó ?, ¿é í E- í – í -– E , , , ó á ?

Aí : j posi-bles reales. E , M W ó í “ j-

”. E ó z- z:“P , - ”. (Kritische Stu-dien, á. 287; ú P, 1998)

E j j ñ é -: ú . Aí á jó ó ó í zá-

j í-. P j -zó ó í j, zó. Y : sólo-empiria ó í- óí , , í.

¿Empiria ciega?

E zó - sólo-teoría, í í. P-

é : ó - espacio de posibilidad empiria de la globa-lización . E í “D M

G” (Foreign Policy, -- 2001, á. 56-65) :

“ zó - ó [...] .E í zó z j z -

ó í . ¿Qé í á z? ¿Sá á ?”.

A ó, j: z ú , ó, , .é W W W, - ó ú , é . F-, í -

ó ó. I - ó- í ó ,. Aí ( zó é á B , 1999, í H , 1999).L í j - ó í í ó “--”, , ó -

. D á á ífi: z-ó ó, flj , , . L ó í E : , Homo oeco-nomicus E -; , í- E -, , E ó - “” -

. E í - á .P j, -

áfi - . S , - , í -ú fi , “” -: flj í -

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ULRICH BECK

13

( - fi é). E ( ífi) ,

, - j , , z - . Nó - zó ( ó-é j). H á ----. A , - í í í

- z ó , --- ó (K,2002). Aá, é é j , “-”, , z (). M í fi í . A , í fi -

í í , í-ó : - nacionalismo metodológico cosmopolitismo metodológico8 .

“E –é E G T R– í zó - : , ó zó - . S, zó ó ‘ E’ á, í – j- í -– - á ó - [...]. , í -zó ó á -ó . C, fi, ó zó - ó í E .I í ó fi ó é z – á – j- , ” (2000, á. 244).

P , é E: óí í - j - j á -zó zó

ó ó á E. Ló ó j j- j ó í-. E í ó j j ú á , , j - ó j. Q - í -ó á ó E ó , í- á í í-

.■

[E í I Poder y contrapoder en la era global. La nueva economía políticamundial. Pó, 2004].

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8 E E é ó (éV, 1999 H, 1998).



LAS DOS VÍAS PARA LA REFORMA DE LA CONSTITUCIÓN

FRANCISCO LAPORTA

1.Hace algunas semanas (‘Rigor mortis’. El País 19 de mayo de 2004) propuse que pa-

ra iniciar el camino de las reformas consti-tucionales que se estaban anunciando seríanecesario proceder antes a encontrar ungran acuerdo de las fuerzas parlamentariasdestinado a limitar o circunscribir la extre-mada rigidez y complejidad del artículo168 de la Constitución. Sugería entonces,quizá un poco abruptamente, que podríahacerse mediante la aplicación del procedi-miento previsto en el artículo 167 para re-formarlo o derogarlo1. Este otro procedi-miento tampoco es fácil ni flexible, pero surigidez es menor y puede alumbrar una re-

forma constitucional mediante un consen-so amplio de las fuerzas políticas represen-tadas en las Cortes Generales. En estas pá-ginas voy a tratar de elaborar con más

precisión aquella idea y a complementarsus posibles carencias con una propuestaulterior basada en una exégesis nueva del

artículo 168 que ofrece una lectura distintadel mismo y evita la mayoría de los proble-mas que plantea el sistema español de re-forma de la Constitución. El paso haciauna mayor flexibilidad constitucional ohacia la redefinición de los límites del pro-cedimiento más rígido no debería encon-trar la oposición de nadie, pues ningunode los objetivos que aquella rigidez perse-guía en 1978 corre hoy peligro alguno nideja de estar muy bien protegido con elprocedimiento ordinario de reforma, y escasi unánime la opinión doctrinal de que

el artículo 168 es una disposición engorro-sa e innecesaria. Después veremos por qué.Todo parte de que la simple lectura de

ambas disposiciones revela que el artículo168 no contempla en su literalidad la revi-sión de sí mismo, salvo si se incluyera enuna revisión total de la Constitución; encambio, el artículo 167 sí contemplaría lareforma del 168, pues ella no sería sinouna de las reformas constitucionales pun-tuales que, de acuerdo con su tenor literal,puede afrontar y que no tienen más límitestextuales que los títulos y secciones men-

cionados como objeto del procedimientoextraordinario de revisión del 168, en losque no figura ese mismo artículo. Sin em-bargo, esta manera de ver las cosas ha sidotachada de puramente formalista o, peor,de arbitraria, pues, se dice, ignora el senti-do implícito en el procedimiento extraor-dinario de reforma, que no es otro que laconvicción de que la única manera de notraicionar o defraudar la Constitución esque el artículo 168 se reforme a sí mismo.Vamos a ver, para empezar, si ésta es unaposición tan plausible.

Las disposiciones de reforma constitu-cional son normas de competencia o nor-mas que confieren poderes, y, como quieraque se trata de normas que confieren pode-

res para crear o modificar preceptos consti-tucionales, son las normas que definenprecisamente al poder constituyente. De

ellas se ha afirmado, por ello, que son lasnormas superiores del sistema, las normasque configuran la norma básica del orde-namiento jurídico español. Los artículos167 y 168 serían, pues, desde esta perspec-tiva, nuestra norma fundamental. Y ya em-pieza por crear problemas el que sean dosen lugar de una, que es lo que cualquierapodría esperar, lógicamente, de una normacuya función es ser el asiento de todo elsistema. Pero esto lo voy a dejar a un lado.El artículo 168, que es el objeto de mipreocupación prioritaria, podría ser refor-

mulado entonces como una norma decompetencia del siguiente tenor:

“El órgano O, mediante el procedimiento P,puede llevar a cabo la revisión total de laConstitución o una parcial que afecte al TítuloPreliminar, al Capítulo Segundo, Sección 1ª delTítulo I, o al Título II”.

Esta disposición de reforma de laC tiene un significado inmedia-to. Dejando a un lado la noción de “revi-sión total de la Constitución”, a la que mástarde volveré con detenimiento, el tenor de

esa disposición se entiende con toda preci-sión si en lugar de ‘‘Título Preliminar’’,‘‘Capítulo Segundo Sección 1ª...’’etcétera,sustituimos estas expresiones por cada unode los artículos que los integran. Semejantereformulación arrojaría entonces como re-sultado algo como esto:

“El órgano O, mediante el procedimiento P, puede revisar el articulo 1”.

“El órgano O, mediante el procedimiento P,puede revisar el artículo 2”.

“El órgano O, mediante el procedimiento P,puede revisar el artículo 15”.

“El órgano O, mediante el procedimiento P,

puede revisar el artículo 16”.

...y así sucesivamente, hasta nombraruno por uno todos los artículos del Título


1 El artículo 167 establece que:“1. Los proyectos de reforma constitucional debe-

rán ser aprobados por una mayoría de tres quintos decada una de las cámaras. Si no hubiera acuerdo entreambas, se intentará obtenerlo mediante la creación deuna comisión de composición paritaria de diputados y senadores, que presentará un texto que será votado porel Congreso y el Senado’’.

‘‘2. De no lograrse la aprobación mediante el pro-cedimiento del apartado anterior, y siempre que el textohubiere obtenido el voto favorable de la mayoría abso-luta del Senado, el Congreso, por mayoría de dos ter-cios, podrá aprobar la reforma’’.

‘‘3. Aprobada la reforma por las Cortes Generales,será sometida a referéndum para su ratificación cuandoasí lo soliciten, dentro de los 15 días siguientes a suaprobación, una décima parte de los miembros de cual-quiera de las cámaras”.

Por su parte, el artículo 168 estipula que:“1. Cuando se propusiere la revisión total de la

Constitución o una parcial que afecte al Título Prelimi-nar, al Capítulo Segundo, Sección 1ª del Título I, o alTítulo II, se procederá a la aprobación del principio pormayoría de dos tercios de cada cámara y a la disolucióninmediata de las Cortes.

‘‘2. Las Cámaras elegidas deberán ratificar la deci-sión y proceder al estudio del nuevo texto constitucio-nal, que deberá ser aprobado por mayoría de dos terciosde ambas Cámaras’’.

‘‘3. Aprobada la reforma por las Cortes Generales,será sometida a referéndum para su ratificación”.




Preliminar, del Capítulo Segundo, Sección1ª del Título I, y del Título II. Vemos asíclaramente que siguiendo este método noencontraríamos nunca ninguna formula-ción que dijera que ése órgano, mediantee procedimiento, puede revisar el artículo168 mismo. Por tanto, y ésa puede ser laconclusión provisional, para revisarlo o re-formarlo no habría más remedio que acu-dir al artículo 167.

El problema del tenor literal

Hay, sin embargo, un argumento que pa-recería disentir de la disección que acabode realizar. Es aquel que afirma que el sig-nificado del tenor literal de la expresión“una (revisión) parcial que afecte a...”, vamucho más allá de la mera mención de lospreceptos constitucionales que se contie-nen en esos títulos y secciones, y apuntatambién a todos aquellos extremos que deun modo u otro puedan influir o repercu-tir en esos preceptos, títulos y secciones. Afectar a esos títulos o preceptos significa-

ría entonces que toda revisión de cualquierartículo de la Constitución cuyo cambiode tenor literal tuviera alguna repercusiónsobre los artículos contenidos en el Título

Preliminar, el Capítulo Segundo,...etc.también debería ser revisado por el proce-dimiento del 168. Así, por ejemplo, algúnautor ha mencionado el artículo 53, queexige para la regulación de los derechosfundamentales leyes orgánicas que respetensu contenido esencial y los protege me-diante el recurso de inconstitucionalidad y el recurso de amparo. Modificar tal artícu-lo “afectaría” a los derechos fundamentales;por tanto, también ese artículo sería revisa-

ble sólo por el 168. Podrían mencionarseotros muchos ejemplos a los que este argu-mento podría aplicarse: todos aquellos pre-ceptos constitucionales cuya modificaciónpudiera “afectar” no sólo al tenor literal, si-no también a la fuerza, significación o al-cance que tienen los contenidos en los tí-tulos y secciones mencionados en el artícu-lo 168 tendrían que ser reformados así porese artículo.

A mi juicio, este razonamiento se sus-tenta sólo en la extremada vaguedad de laexpresión “afectar a...”. Como veremos un

poco más tarde, cierto tipo de vaguedad enlas expresiones supone prácticamente laimposibilidad de sentar un significado pre-ciso para un texto legal. Creemos que esta-

mos buscando el significado de la letra dela Constitución y lo que estamos haciendoen realidad es proyectar sobre una fórmulalingüística indefinida aquel significado queestá más de acuerdo con nuestra previaconvicción. En este caso, si preferimos pro-teger con una extrema rigidez esos títulos y secciones pensaremos que el significado de“afectar a” va más allá de la mera alteracióndel texto de sus preceptos e incluye cual-quiera otra que repercuta en ellos; si, por el

contrario, somos partidarios de una mayorflexibilidad, atribuiremos a “afectar a” unalcance restringido a la modificación de sutenor literal o incluso más restringido to-davía. Es decir, que no es la expresión“afectar a” la que nos suministra la premi-sa, sino los argumentos que damos paraadscribirle uno de sus potencialmente infi-nitos significados. Dependiendo de esosargumentos, un significado de “afectar a...”será para nosotros más plausible que otro.Por mi parte, presentaré en la primera par-te algunas razones en favor de una inter-

pretación restrictiva de “afectar a...”, y, paraevitar sus dificultades, apelaré en la segun-da a otras razones para una interpretaciónaún más restrictiva, que a muchos resultará





sorprendente, pero que para mí tiene unagran plausibilidad.

Para empezar, es preciso poner de ma-nifiesto que una interpretación demasiadoamplia de la cláusula “una (revisión) par-cial que afecte a...” nos conduce al absurdo.

Llevado hasta sus últimas consecuencias,este punto de vista arrastra a casi toda laConstitución hacia el procedimiento rígidoy deja sin efecto alguno el procedimientonormal de reforma. Los cuerpos legalessuelen tener cierta sistemática interna, esdecir, sus disposiciones están usualmenteunidas entre sí por algún tipo de relaciónformal o material, y puede decirse que lamodificación de cualquier disposición“afecta a” las demás en ese sentido amplísi-mo de la palabra afectar. Según ello, no sepodría, por ejemplo, modificar la discipli-

na del recurso de amparo, porque afecta ala protección de los derechos; ni la sanciónde las leyes, porque afecta a la Corona; nila mayoría de edad, porque afecta a los de-rechos electorales. Y así sucesivamente. Es-to ya lo vio el Tribunal Constitucional enla sentencia 111/1983, el célebre caso Ru-masa, fundamento octavo. Si de acuerdocon el artículo 86,1 los decretos-leyes “nopodrán afectar al ordenamiento de las ins-tituciones básicas del Estado, a los dere-chos, deberes y libertades de los ciudada-nos regulados en el Título I, al régimen de

las comunidades autónomas ni al derechoelectoral general”, “el otorgamiento al ver-bo ‘afectar’ de un contenido literal amplísi-mo, ‘‘dijo el Tribunal’’, conduce a la inuti-lidad absoluta del decreto-ley, pues es difí-cil imaginar alguno cuyo contenido noafectase a algún derecho contenido en...”.

Debe recordarse también que estaacepción tan amplia y controvertible delverbo “afectar” no ha prosperado en mate-ria de reforma constitucional. De hecho, seignoró completamente cuando se procedióa la reforma ordinaria por la vía del 167

del artículo 13,2 de la Constitución comoconsecuencia de las disposiciones del lla-mado Tratado de Maastricht. En ese artí-culo se precisaba quiénes eran los titularesde los derechos de sufragio activo y pasivoreconocidos en el artículo 23 (que está enesa sección protegida con la máxima rigi-dez), y se hacía hasta con una mención ex-plícita del mismo; y, sin embargo, pocospensaron en modificarlo mediante el pro-cedimiento del 168 invocando el argumen-to de que “afectaba” –como así lo hacíacon toda claridad de acuerdo con ese signi-

ficado amplio– al alcance de ese artículo23. Guiados de una elemental sensatez, ca-si todos pensamos que el artículo 13,2 noestaba entre los protegidos por el 168 y era

susceptible de una reforma ordinaria. ElTribunal Constitucional, al que se consultóal respecto, también dio por fundada esaopción, aunque no entró a argumentarla.Pero el argumento bien podría haber sidoéste: tratándose como se trata de una cláu-

sula que establece un procedimiento excep-cional de revisión (en contraste con el pro-cedimiento ordinario de reforma), es lógicoque sea interpretada restricitivamente, co-mo tiende a suceder en el derecho moder-no con todas las normas que introducenregímenes de excepción; también en el de-recho español, que mantiene en el artículo4,2 del Código Civil esta directriz:

“Las leyes penales, las excepcionales , y las de ám-bito temporal no se aplicarán a supuestos ni en mo-mentos distintos de los comprendidos expresamente en ellas” (la cursiva es mía).

No parece, pues, tan irrazonable man-tenerse en la idea que antes he presentadode que, en principio y si se acepta que sureferencia es una lista de artículos de laConstitución, la literalidad del artículo168 remitiría a los preceptos contenidos enlos títulos y secciones a que ese artículo ha-ce referencia explícita, porque la expresión“afectar a...” en un precepto tan excepcio-nal no puede significar otra cosa que ‘‘mo-dificar el texto de...’’ los artículos que figu-ren en esa lista. Y si es así, en la relación de

microdisposiciones de reforma constitucio-nal que obtenemos mediante el procedi-miento de reducir el significado del 168 aesas referencias no encontraríamos nuncauna que dispusiera que el artículo 168 hade ser reformado por sí mismo. Esto quieredecir solamente que esa interpretación res-trictiva de la letra del artículo no permiteobtener de él ningún enunciado que digaeso. O, lo que es lo mismo, que la idea deq el artículo 168 tiene que ser reformadopor su propio procedimiento tiene quesustentarse en razones distintas a esa inter-

pretación de su tenor literal.La Constitución implícita

Para que, más allá del tenor literal de esadisposición constitucional, encontremosun asiento a la pretensión de que el artícu-lo 168 sólo puede ser reformado por elprocedimiento que él mismo establece y no por otro, debemos, pues, cruzar losumbrales de la literalidad y explorar los te-rrenos de la que llamaré Constitución implí-cita. Es Constitución implícita todo aquelcuerpo de normas constitucionales que

pueden ser inferidas racionalmente a partirde las disposiciones explícitas de la Consti-tución. Si existe la Constitución implícita–como yo creo que existe– es posible que

ese artículo que exige la autorreforma for-me parte de la Constitución implícita,aunque no se halle literalmente recogidoen el texto constitucional explícito.

Las primeras disposiciones constitucio-

nales implícitas que cabe contemplar sontodas aquellas que son consecuencias deduc-tivas de normas explícitas en el texto. A partir de toda norma cabe deducir, lógica-mente, una serie de consecuencias: porejemplo, de la norma que dice que los ciu-dadanos mayores de edad tienen derecho avoto se infiere, lógicamente, que los nociudadanos y los menores de edad no lotienen. Es un proceder tan usual en el de-recho como en la vida cotidiana. Pues bien,la pregunta ahora es la siguiente: ¿Cabe en-contrar, como consecuencia deductiva de

algunos preceptos de la Constitución, unoque afirme que el artículo 168 sólo puedeser reformado por su propio procedimien-to? Yo creo que no. Del artículo 168 se ob-tendrían deductivamente todos aquellosmicroartículos que antes he enumeradomediante la reformulación de su referencia. Y se obtendrían, con toda seguridad, algu-nos más. Pero no veo cómo la autorrefor-ma del 168 pueda ser una consecuenciadeductiva de ese precepto.

Más allá de la consideración literal de

los textos, puede apelarse como argumentopara hallar una disposición implícita –se-gún se dice– a la intención del constituyente como criterio de interpretación. En laConstitución implícita habitarían tambiénlas intenciones del poder constituyente enforma de reglas o principios tácitos quenos obligarían de algún modo en nuestralectura de los textos explícitos. Y a esosefectos, y por lo que respecta a nuestroproblema, se ha podido afirmar que estabaclaro que la intención del constituyenteera la de hacer casi intangibles las partes

de la Constitución que menciona el artí-culo 168, y que precisamente por ello suintención tuvo que haber sido precisamen-te que ese mismo artículo fuera casi tanintangible como ellas.

Pero la idea tan generalmente asumidade que hemos de tener presente “lo quequiso el constituyente” para interpretar lospreceptos de la Constitución resulta muy dudosa. Seguramente, lo que hacemos alapelar a ella es proceder a introducir en elrazonamiento algunas de nuestras opinio-nes para sacarlas después en la conclusión

como si se tratara efectivamente de una in-ferencia a partir de premisas objetivas quese encuentran en la Constitución. Los ar-gumentos críticos con la idea de intención



FRANCISCO LAPORTA


del constituyente son relativamente sencillosy han sido claramente establecidos.

● En primer lugar, no podemos saberquiénes han emitido la norma, si es quepuede afirmarse que ‘‘alguien’’ la ha emiti-do. Cuando se trata de normas emitidas

por un órgano colectivo o normas produc-to de un consenso o de un refrendo no po-demos hablar de la ‘‘intención’’ de alguiencomo si estuviéramos haciendo referencia aun hablante individual. Ni siquiera pode-mos suponer que se trata de la intenciónde la mayoría, pues en ella hay, sinduda, posiciones muy distintas y lecturasmuy variadas de los preceptos que se obtie-nen a partir de esos procedimientos. Losentes colectivos, como las asambleas parla-mentarias o los pueblos, no son susceptiblesde esa antropomorfización que tiende a su-

gerir que piensan, quieren, desean o tienenintenciones, sin correr graves riesgos demixtificaciones y engaños.

● En segundo lugar, no se puede saberqué intenciones subyacen a un texto si loque tenemos por intenciones son los propó-sitos de quienes redactan o aprueban esetexto. Tales propósitos pueden ser muy va-riados, y cuando nos encontramos contextos en los que han puesto mano mu-chos autores, como lo son los textos cons-titucionales, los propósitos que cabe supo-ner bajo su tenor literal son por fuerza ex-

tremadamente heterogéneos, inclusocontradictorios.●La tercera crítica se dirige contra

quienes, ante la imposibilidad de lidiar conlos dos problemas anteriores, pretendendescubrir la intención que el constituyente“habría tenido” si se le hubiera planteadoel problema que enfrentamos hoy. Seme- jante argumentación se hunde irremedia-blemente en las peligrosas aguas de los lla-mados condicionales contrafácticos, es de-cir, de aquellas afirmaciones que tratan decolegir qué hubiera sucedido si las cosas

hubieran o no hubieran sido de una mane-ra distinta a como son o han sido. Se trata,pues, de conjeturas muy endebles sobre loque otros habrían hecho de estar en nues-tro lugar.

● Y, por último, aparece el problemadel grado de abstracción con el que se des-criben las presuntas intenciones del consti-tuyente. Las disposiciones constitucionalesestán llenas de cláusulas y regulaciones deuna gran intensidad semántica, como losvalores o los principios (el principio de in-tangibilidad, por ejemplo), y ello lleva con-

sigo que para atribuirles significado hayande estar presentes las actitudes morales y políticas de quienes los emiten o leen. Pero¿hemos de desarrollar las mismas actitudes

de los constituyentes o hemos de adaptaresas cláusulas a las circunstancias y cambiosde cada momento? Y si es esto último,¿qué queda entonces de la noción de “in-tención del constituyente”?

En definitiva, lo que se llama ‘‘inten-ción del constituyente’’ no es sino unasuerte de metáfora para llamar la atenciónhacia el problema de que cuando nos lastenemos que ver con una disposición cons-titucional su texto no suele ofrecer un sig-nificado preciso y hemos de acudir para in-terpretarlo a otros ingredientes, incluso aconstrucciones teóricas, que están más alláde su tenor literal. Pero por ello mismo espreferible huir de metáforas y exigir dequien las usa que nos muestre la construc-ción y los ingredientes en que descansa su

manera de interpretar el texto. Eso es, qui-zá, lo que trata de hacer otra vía para cami-nar desde el texto constitucional a la Cons-titución implícita y que nos puede servirpor ello para ir más allá de la mera literali-dad de la norma del artículo 168. Se tratade descubrir por debajo del texto de la dis-posición su justificación subyacente . Todotexto normativo –se dice– tiene una justi-ficación o un propósito subyacente. Unanorma que prohibiera la entrada de perrosen un restaurante tendría así una expresióntextual, que sería esa prohibición, y una

justificación subyacente: por ejemplo,mantener ciertos estándares de sanidad oprocurar la tranquilidad de la clientela. Eso–se ha argumentado convincentemente–nos permite ir más allá del texto y decidirsobre un caso no sólo en base al texto, sinotambién tomando en cuenta esa justifica-ción subyacente: por ejemplo, en el casodel perro-guía de un invidente, perfecta-mente limpio y entrenado, no tendríamosningún problema en aceptar que entraraen el restaurante alegando que el propósitode la norma no le atañe, aunque pudiera

atañerle la literalidad de la misma.El problema de este argumento es do-ble. Sin negar que toda norma jurídicatenga una justificación subyacente en laforma de un propósito, un fin o una razónde ser, la cuestión es cómo identificar cla-ramente ese propósito o fin a partir sólodel texto literal que tenemos delante. Todadisposición legal puede tener en su trasfon-do un variado elenco de justificacionesque, además, pueden concebirse como dis-puestas en estratos jerárquicos y con múlti-ples relaciones recíprocas. Hallar cuál de

esas justificaciones se expresa en un enun-c normativo susceptible de ser incluidoen la llamada Constitución implícita esuna tarea más difícil de llevar a cabo con

fundamento que de proclamar. Por otraparte, aun en el supuesto de que hallára-mos tal enunciado, quedaría todavía lacuestión de si su mera existencia e identifi-cación autoriza a ir más allá del texto literalde la disposición para incluir en su inter-

p y aplicación esa justificación sub-yacente. Se dice precisamente que la for-mulación de las normas jurídicas como re-glas lleva consigo la obligación de atenersea su formulación lingüística y a su alcancesemántico expreso, pues, de lo contrario, sitodo intérprete o decisor pudiera ignoraresa formulación lingüística y aplicar la jus-tificación subyacente, la razón de ser de laregla misma desaparecería.

Y, por último, se ha pretendido tam-bién que el hecho de que el artículo 168

no se mencione a sí mismo como objetode la reforma es sencillamente una lagunatécnica. Y se supone en este razonamientoque es preciso rellenar esa laguna técnicacon una norma que razonablemente la col-me. Tal norma, por tanto, pertenecería a laConstitución implícita como un medio oinstrumento para hacer posible la aplicabi-lidad de otros preceptos constitucionalesexplícitos.

Para calibrar el peso de este argumentoes preciso tener una idea clara del conceptode ‘‘laguna técnica’’. Partiré del siguiente,

creo que suficientemente aceptado: Unalaguna técnica es la inexistencia en el siste-ma de una norma que es condición necesa-ria para la aplicabilidad o eficacia de otraque sí está explicita en el sistema jurídico.Por ejemplo, una norma prescribe que unórgano sea convocado periódicamente, pe-ro en el ordenamiento no aparece ningunanorma que atribuya a nadie la competenciapara convocarlo, o una norma que ordenael internamiento de menores delincuentesen instituciones especiales que el ordena-miento no ha previsto ni creado. Eso son

lagunas técnicas. La estructura de la lagunatécnica es clara: existe la obligación de rea-lizar una acción sometida a condicionesnormativas necesarias que no se dan en elsistema jurídico. De esta forma, la normacuyo contenido es la realización de esa ac-ción es inaplicable y, por ende, funciona enel vacío, es necesariamente ineficaz.

¿Se da una situación semejante en loque respecta al artículo 168? Claramente,no. Se daría si no pudiera iniciarse el pro-cedimiento de reforma, o si no existieranlas cámaras, o si no se contemplara ningún

procedimiento para discutir la cuestión, osi no estuviera previsto un procedimientode ratificación. Pero el hecho de que el ar-tículo 168 no se mencione a sí mismo co-





mo objeto de reforma constitucional re-forzada no es condición necesaria para laaplicabilidad de su tenor literal en ningúnc ni para la llamada ‘‘revisión total’’ dela Constitución ni para la revisión parcial.El precepto puede aplicarse sin ningún

problema, exista o no exista esa mención.Por tanto, no puede hablarse de lagunatécnica.

La noción de fraude de Constitución

Ahora me parece que estamos mejor per-trechados para hacer frente a la idea deque, reformando el artículo 168 medianteel procedimiento ordinario previsto en elartículo 167, se incurriría en “fraude deConstitución”. Y ello porque podemos irun poco más allá de esa idea intuitiva de‘‘fraude’’ que tanto se usa y que comporta

simplemente la idea de engaño, argucia oatajo para conseguir lo que se desea.Cuando a muchos se les plantea, en efec-to, la vía mencionada de reforma del 168,una primera reacción instintiva muy co-mún es imaginarse la solución como unaestratagema de leguleyos para evadir lasmayores exigencias de ese artículo. Pero lanoción de fraude tiene unos perfiles estu-diados y no cabe perderlos de vista.

Utilizando la definición del CódigoCivil podemos considerar fraude realizaractos al amparo del texto de una norma

que persigan resultados prohibidos por elordenamiento jurídico o contrarios a él. Y así, el primer estadio del fraude seríarealizar un acto al amparo del texto deuna regla que sea contrario a otra reglaexplícita del propio ordenamiento. En elcaso del fraude de Constitución seríafraudulento ampararse en una disposi-ción constitucional para realizar un actoprohibido por otra disposición constitu-cional. En nuestro caso, ampararse en el167 para hacer algo prohibido ...¿por quéotra disposición? Como hemos visto que

no hay tal disposición constitucional ex-plícita que prohíba tal proceder, ni hay tampoco disposición alguna que sea unaconsecuencia deductiva de otras, pareceque no puede hablarse de fraude en estaacepción del concepto. En cuanto a laexistencia de una norma o precepto cons-titucional implícito, hemos visto tambiénlas dificultades con que tropezábamos pa-ra afirmar su existencia. Las apelaciones ala intención del constituyente o la idea delaguna técnica no son convincentes. Sólola idea de propósito o justificación subya-

cente ha aparecido como más plausible.Pero presenta unos problemas que no es juicioso ignorar.

Podríamos, sin embargo, acudir a una

concepción más elaborada de la nociónde fraude de ley como equivalente a des-viación de poder referida a los actos delpoder constituyente y que podría ser re-formulada en los siguientes términos. Hay fraude de ley o desviación del poder de

reforma constitucional cuando: 1. Existeuna regla que permite a un cierto órganousar una de sus competencias para realizaruna acción que produce una reforma dela Constitución. 2. Como consecuenciade dicha reforma se produce un cierto es-tado de cosas que, de acuerdo con el ba-lance entre los principios que justifican lapermisión anterior y otros principios de laConstitución, produce un daño injustifi-cado o un beneficio indebido, y no hay

regla explícita que prohíba producir esareforma. 3. La reforma es un medio paraproducir el estado de cosas dañoso. 4. El

balance entre principios que se mencio-nan en 2 resulta en una nueva regla queestablece que está prohibido usar la com-petencia constituyente de forma que seproduzca ese estado de cosas. En virtudde ello, la reforma constitucional así reali-zada debe considerarse contraria a laConstitución.

En este concepto de fraude de Cons-titución hay dos elementos nuevos quetienen interés. El primero es la idea deproducir un daño no justificado o un beneficio indebido. Pero no es fácil decir qué

clase de daño o beneficio indebido se pro-duciría por la derogación o reforma delartículo 168. A no ser que se considereque la derogación misma es un daño por-

que está prohibida por alguna norma, encuyo caso se incurriría en una petición deprincipio porque se habría incorporado laconclusión a las premisas 2 y 3. Acepte-mos, no obstante, que puede producirseun cierto daño si se procede a aliviar la ri-

gidez de la reforma de ciertos títulos y secciones de la Constitución, porque ellopodría tener como consecuencia, porejemplo, una mayor volatilidad de algu-nos derechos fundamentales. Aceptémos-lo para dejar discurrir el argumento. Por-que lo que parece de mayor interés ahoraes el otro elemento nuevo: se trata de laaparición de los principios como ingre-diente determinante de la configuraciónteórica del concepto de fraude o desvia-

ción de poder. Y, por lo que a nosotrosrespecta, de la aparición de los principiosconstitucionales.

En toda Constitución moderna, ade-más de normas con la forma de normas reguladoras de la conducta, hay normas de principio o principios constitucionales quecumplen, entre otras, la función de darsentido y fundamentar las reglas de con-ducta o de competencia. Y en ese caso,aunque no existan reglas explícitas queprohíban usar las competencias del 167para modificar el 168, podría haber sinembargo, como base de fundamentaciónde esas dos normas, algún o algunos prin-cipios que se verían ignorados al producir

una reforma constitucional semejante. Sipudiéramos identificar tales principios,podríamos también pensar en extraer apartir de ellos esa regla que prohibiera el



FRANCISCO LAPORTA


ejercicio de las competencias de reformaen esos términos, abriendo así paso a lanoción de fraude de Constitución. Pero¿qué principios pueden ser esos? Por másque me esfuerzo no logro dar con ningu-no que lleve consigo o implique la exigen-

cia de la autorreforma. Uno puede sentirla tentación de proceder a un ejercicio deabstracción y pensar algo así como unpresunto principio de mayor rigidez referi-do al 168 mismo, pero temo que esto esotra vez una petición de principio, pues setrata de una manera oscura y disfrazadade afirmar que existe una norma que exi-ge que la reforma del 168 se haga por suspropios procedimientos, que es precisa-mente lo que se trata de demostrar.

Lo cierto es que cuando los principiosconstitucionales que se pretende utilizar

no están explicitados en la Constitución,todo este género de construcciones sonmuy poco convincentes. Cuando nos lastenemos que ver con un principio explíci-to, como puede ser el principio de inter-dicción de la arbitrariedad de los poderespúblicos, el camino que lleva del princi-pio mismo a cada una de las posibles re-glas a las que da sentido y justifica es yatortuoso, incierto e innumerable. Hasta elpunto de que se dice, por ello, que losprincipios son insaciables, es decir, quehay una cantidad potencialmente ilimita-

da de situaciones que dan lugar a normasque se derivan de ellos. Y cuando el reco-rrido se hace al revés, es decir, desde lasreglas constitucionales explícitas hacia losprincipios, también hacemos inferenciasinciertas, pues una regla puede encontrarsentido o fundamento en principios muy variados, como hemos visto que puedeencontrar justificación en propósitos muy variados. Pero la construcción se hace yaprácticamente ingobernable si estamosante reglas que no se dan explícitamenteni se deducen como consecuencia implí-

cita de otras y nos atrevemos, además, aapelar a un principio que tampoco estáexplicitado en el texto, sino que se preten-de implícito en él. Entonces, todo el razo-namiento parece tener su fundamento enel aire y su conclusión no parece sino elproducto de una convicción tomada deantemano. En el caso que nos ocupa de laarraigada intuición que parece empujar ala gente a pensar, quizá por una asocia-ción inconsciente de ideas, que la reformarígida tiene que reformarse rígidamente.De otro modo, nuestra construcción ten-

dría que ser muy rigurosa y convincente.Hasta tanto no se realice, esperemos. Y mientras tanto podemos concluir que re-formar el 168 mediante el procedimiento

previsto en el 167 no es necesariamenteun fraude de Constitución.

2.Si interpretamos la expresión “afectar a...”restrictivamente, como una mera referencia

a la lista de títulos y artículos que mencio-na expresamente el artículo 168, podremosreformarlo por el procedimiento previstoen el artículo 167, porque no se mencionaa sí mismo. Y aunque no hemos dado conninguna fórmula satisfactoria que nos ex-plique por qué, esto produce cierto males-tar. Si, en cambio, la interpretamos exten-sivamente, casi todo el resto de los títulos y preceptos constitucionales “afecta a” losmencionados en el 168, y ello determinaríala inoperancia del propio artículo 167. Lassoluciones intermedias nos fuerzan a un

casuismo imposible en el que hemos de so-pesar si cada reforma constitucional de unprecepto afecta o no afecta a los allí men-cionados, y lo llamo imposible porque esdifícil imaginar ningún control constitu-cional o jurídico que pudiera formular conrazonable precisión los criterios para esta-blecer el uso de “afectar a” en esos momen-tos de reforma o revisión constitucional.Los actos del poder constituyente mismono pueden ser controlados por instanciaconstitucional alguna. Tenemos, pues, queelaborar una teoría de la reforma constitu-

cional que no nos empuje a esa disyuntiva.Esta segunda parte está dedicada a ello.

Enigmas y peripecias del artículo

168 de la Constitución: hacia un

nuevo entendimiento de su texto

Vamos a proceder ahora a analizar el con-tenido del artículo 168, su texto y sus in-cógnitas. Pienso que es hora ya de hacerlo,pues, como hemos visto, no se trata preci-samente de un precepto rotundo en su sig-nificado y claramente aplicable. Las re-flexiones que van a continuación están

destinadas a presentarlo de un modo quefacilite su comprensión y aplicabilidad y pueda concitar un mínimo acuerdo sobresu alcance. Trataré de poner de manifiestoque se trata de una disposición abstrusa ala que sólo dando una determinada inter-pretación deja de plantear incógnitas y aporías.

La quimera de la revisión total de la ConstituciónEl texto del artículo 168 que ahora nos in-teresa puede reformularse así:

“El órgano O, mediante el procedimiento P, puede llevar a cabo la revisión total de la Consti-tución”.

Pues bien, lo que voy a emprenderahora es una tarea sencilla de demoliciónde semejante enunciado normativo. Miconclusión será que es un precepto semán-ticamente imposible de aplicar y empírica-mente innecesario. Para llegar a ello tengo

que empezar por ocuparme un poco másdetenidamente de la vaguedad en el len-guaje.

a) La paradoja del sorites Se atribuye a Eubulides de Mileto, un

contemporáneo de Aristóteles, el haberpuesto en circulación un rompecabezaslingüístico que ha dado en llamarse la pa-radoja del sorites (del griego soros, soreites :montón, amontonar). Según las lecturasclásicas del problema, se trataría de vercuándo podemos hablar de la existencia de

un montón de trigo. Si hay sólo un grano,no podemos, evidentemente, hablar de‘‘montón’’; y si hay, por ejemplo, dos mi-llones de granos, evidentemente, sí pode-mos hacerlo. La paradoja surge porque, sicuando hay un grano no podemos hablard montón porque un grano no hace mon-tón, si le añadimos a ese grano otro grano,tampoco hace un montón, y así sucesiva-mente; lo que nos llevaría a no poder afir-m tampoco que cuando hay dos millonesd granos hay un montón. Y la argumenta-ción inversa es igualmente paradójica. Si

estamos en presencia de una realidad paral que no dudamos en emplear la expresiónmontón de trigo, ¿qué sucede si le sustrae-mos un grano? Nada relevante, pues pode-mos seguir utilizando el concepto de mon-tón. Si le sustraemos otro grano, tampoco,y así hasta que nos encontremos con uno odos granos y tengamos que seguir usandola expresión montón. Pero ahora no intere-san esos aspectos lógicos del problema, esdecir, la argumentación que conduce a laparadoja, sino los aspectos semánticos y epistemológicos del mismo.

Los estoicos mantuvieron que teníaque haber un número exacto de granos detrigo (pongamos, por ejemplo, 842 granos)a partir del cual pudiera hablarse o dejar dehablarse de montón, y así el concepto demontón tendría una clara referencia real y podríamos conocer perfectamente cuándoestábamos y cuándo no estábamos en pre-sencia de un montón de trigo. Lamenta-blemente, esto no es así, y de ahí que laconcepción semántica de la vaguedad man-tenga que pertenece a la naturaleza mismade un predicado vago el que no se pueda

trazar una línea divisoria entre las cosas alas que se aplica y las cosas a las que no seaplica. Podremos, quizá, utilizar aproxima-ciones comparativas y decir, por ejemplo,





que algo se acerca más o menos a un mon-tón, pero no podemos establecer un mo-mento real en el que se pase de un montóna un no-montón. Y por lo que respecta a laepistemología, exactamente igual: hay unaamplia gama de situaciones en las que no

podemos saber si se trata de un montón ono se trata de un montón, pues nuestrosmecanismos cognitivos no tienen la finuranecesaria.

Ruego al lector que disculpe esta pe-queña erudición, pero sucede que la no-ción de ‘‘revisión total de la Constitución’’cae de plano en el rompecabezas del sorites,lo que determina de un modo fatal que,por lo que respecta a esta cláusula de refor-ma constitucional, resulte en muchos casosimposible saber cuándo nos encontramosante una revisión total, en cuyo caso se

aplicaría el artículo 168, y cuándo nos en-contramos ante una reforma parcial, encuyo caso procede utilizar el artículo 167.Pues, en efecto, nadie dudaría en afirmarque una reforma que incluyera toda laConstitución sería total y que una reformaque sólo incluyera uno o dos artículos seríaparcial. Pero si modificamos 15 artículosmás, ¿es total o parcial? Pues es lamentable,pero no lo sabemos ni lo podemos saber,de forma que la interpretación de una re-forma de esa naturaleza se hace imposibleporque no disponemos de criterios semán-

ticos para decidir entre una cosa o la otra.Esto no es sólo un juego preciosista, sinoalgo mucho más importante, pues suponeque, exceptuando los consabidos TítuloPreliminar, Capítulo Segundo, Sección 1ªdel Título I y el Título II, de los que ahorahablaremos, los respectivos alcances de losartículos 167 y 168 simplemente no pue-den ser determinados recíprocamente, y tanto el 168 puede invadir el ámbito deaplicación del 167, si se aduce que una re-visión de algunos preceptos es en realidaduna revisión total, como el 167 puede in-

vadir el ámbito de aplicación del 168, si loque se aduce es que se trata sólo de una re-forma parcial.

b) La imposibilidad histórica y con-ceptual.

Pero lo que se ha mostrado una qui-mera lingüística, porque presume un gradode determinación en el lenguaje que es unpuro espejismo, se muestra todavía máscomo tal cuando pensamos en la situaciónsociológica y política de una comunidadque está en trance de llevar a cabo una re-

visión “total” de su Constitución. No pen-semos siquiera en una situación revolucio-naria, sino en una transición pacífica que,sin embargo, quiere prescindir del sistema

jurídico y constitucional anterior como al-gunos animales se desprenden de su viejapiel. Cuando nos encontramos en semejante situación histórica es ilusorio suponerque la sociedad en cuestión prestará granatención a los procedimientos de reforma

previstos en su vieja piel constitucional.Parece evidente que dicha sociedad tenderáa ignorar las limitaciones del sistema jurí-dico del que quiere prescindir y se embar-cará en un proceso constituyente creadorque no tenga en cuenta tales limitaciones.Si la sociedad española pretendiera una re-visión “total” de su Constitución nadie es-peraría que tuviera una intensa deferenciaprecisamente hacia el artículo 168. Másbien cabría conjeturar que no le haría elmás mínimo caso.

Y esto, además, se corresponde con una

perspectiva de naturaleza conceptual queno es ocioso recordar. Si una sociedad quie-re producir un cambio radical en su sistema jurídico, llámese revolución, discontinui-dad legal o transición pacífica, eso significanecesariamente que ha dejado de tener ha-cia ese sistema esa actitud de aceptación in-terna que es necesaria precisamente paraque podamos hablar de la existencia de unsistema jurídico. Ese punto de vista interno, de acuerdo con el cual la existencia de lossistemas jurídicos pende de una suerte decompromiso interior con sus normas más

importantes, no se daría ya en esa situaciónde revisión “total” de la Constitución. Y ca-be llamar la atención hacia el hecho de queesa actitud interna ha de proyectarse preci-samente, y ante todo, sobre la regla o las re-glas básicas del sistema, es decir, sobre aque-llas reglas que son usadas como métodos deidentificación del derecho vigente y comovehículos de sistematización y ordenacióndel mismo. Pero si recordamos que las dis-posiciones de reforma constitucional sonlas normas que dibujan ante nosotros a lasuperior autoridad jurídica del ordenamien-

to, puesto que son las que proveen a lacreación y modificación de normas consti-tucionales, entonces cabe pensar que la des-aparición en la sociedad de la aceptacióninterna del sistema se dirigirá especialmentehacia las disposiciones que configuran suautoridad superior, y por tanto, hacia lasdisposiciones de reforma constitucional. Lagran paradoja del artículo 168 es que nosviene a decir algo como esto: cuando a na-die le importe ya el artículo 168, se aplicaráel artículo 168. Ingenuidad de nuestrosconstituyentes.

Trastornos de consensoPero más allá de las aporías a que nos con-duce la noción de revisión total de la

Constitución, el artículo 168 nos obsequiacon otros dos enigmas cuya solución pue-de arrojar alguna luz sobre nuestras per-plejidades. El primero se encuentra en unaexpresión extraña del primer párrafo de sutexto sobre la que pocas veces se ha llama-

do la atención: la expresión aprobación del principio. El segundo lo encontramos alconstatar que la Constitución utiliza voca-blos diferentes para referirse a los produc-tos del artículo 167, para los que acude ala expresión “reforma constitucional” , y alos resultados del artículo 168, para losque habla de revisión de la Constitución.Esta diferencia entre reforma y revisión hallamado poco la atención, y, sin embargo,puede que tenga algo que ver con nuestrosproblemas.

El texto del artículo 168, y perdone el

lector la irritante repetición de su fórmula,dice así:

“Cuando se propusiere la revisión total de laConstitución o una parcial que afecte a... se proce-derá a la aprobación del principio por mayoría de dostercios de cada cámara y a la disolución inmediatade las Cortes”.

¿Hay diferencias semánticas atendiblesentre lo que es una “reforma” de la Consti-tución y lo que es una “revisión”de laConstitución? ¿Qué significa esto de la“aprobación del principio”? ¿De qué prin-

cipio se trata?Recordemos el complejo procedimien-to que esta disposición establece para llevara cabo esa “revisión” de la Constitución:1. Se propone un principio de revisiónconstitucional. Las Cortes lo aprueban pordos tercios de cada cámara y se disuelvenpor imperativo constitucional. 2. Las cá-maras elegidas a continuación ratifican ladecisión y proceden a estudiar el nuevo tex-to constitucional . 3. Aprobado ese texto poruna cierta mayoría, se somete a referén-dum para su ratificación.

Todavía no sabemos si es que “refor-ma” es algo diferente de “revisión” consti-tucional, aunque en un artículo se habla de“proyecto de reforma” y en el otro se hablade “principio”, de principio de revisión seentiende. Y si juzgamos a la vista de esteprocedimiento parece que ese llamado principio es algo distinto del nuevo textoconstitucional . Pero ¿cuál es esa diferencia,y por qué introducir una expresión tanenigmática? Vamos a ver la respuesta a esosenigmas y con ella una sorprendente inter-pretación nueva de todo este artículo.

Los orígenes de la cuestión se encuen-tran en la pequeña historia de la discusiónconstitucional, así que será necesario hacerun ejercicio de arqueología de textos. Ello



FRANCISCO LAPORTA


nos pondrá de manifiesto, entre otras co-s que, al lado de sus grandes ventajas, elllamado ‘‘consenso’’ constitucional tam-b nos depara algunos trastornos. Cuan-do se publica el anteproyecto de Consti-tución elaborado por la ponencia no figu-

ra en él más que un único procedimientode reforma constitucional. En el texto delque era en ese anteproyecto artículo 158,se decía así:

“1. Los proyectos de reforma constitucional de-berán ser aprobados por una mayoría de tres quintosen cada una de las cámaras. Si no hubiera acuerdoentre ambas, se intentará obtenerlo mediante la crea-ción de una comisión mixta, de composición pro-porcional, integrada por diputados y senadores, queprocurará presentar un texto que será votado por elCongreso y el Senado’’.

‘‘2. De no lograrse la aprobación mediante elprocedimiento del apartado anterior, y siempre que

el texto hubiera obtenido el voto favorable de la ma-yoría absoluta en el Senado, el Congreso, por mayo-ría de dos tercios, podrá aprobar la reforma’’.

‘‘3. Aprobada la reforma por las CortesGenerales, será sometida a referéndum para su ratifi-cación” (Constitución Española. Trabajos parlamenta-

rios. Tomo I, pág. 35).

Como puede fácilmente comprobarse,el núcleo básico del procedimiento del queresultaría ser artículo 167 de la Constitu-ción aparecía como único procedimientode reforma. Y así hubiera seguido siéndolosi en la discusión interna de la ponencia no

se hubiera producido un desacuerdo im-portante con el Grupo Parlamentario de Alianza Popular, que aspiraba a una sobre-protección de ciertos aspectos del textoconstitucional. Ese desacuerdo se expresócon toda claridad en un voto particular cu-yo tenor literal vale la pena reproducir:

“1. Las propuestas de reforma constitucional,cuando fueren de carácter parcial, deberán ser apro-badas por la mayoría de los dos tercios de cada cá-mara y sometidas a referéndum’’.

‘‘2. Cuando se propusiere la revisión total seprocederá a la aprobación del principio por la mayo-ría de los dos tercios de cada cámara, y a la disolu-

ción inmediata de las Cortes’’.‘‘3. Las nuevas cámaras elegidas deberán ratifi-

car la decisión y proceder al estudio del nuevo tex-to constitucional. Éste deberá ser aprobado pormayoría absoluta de ambas cámaras y sometido areferéndum’’.

‘‘4. Se entenderá que es revisión total la queafecte a más de la mitad de los artículos de la Cons-titución o a un título completo de la misma” (TomoI, pág. 41).

Ya empezamos a ver una posible solu-ción de los enigmas. Porque en este votoparticular, con el que se puede estar o no

de acuerdo en cuanto al fondo, sin embar-go, las aporías en que nos hemos visto su-mergidos no se presentan casi en absoluto.Por de pronto desaparecen las arenas mo-

vedizas del sorites porque podemos saberperfectamente qué es una revisión total(epígrafe 4). Además, ya no hay una revi-sión “parcial”, sino que se distingue perfec-tamente entre “reforma constitucional”,que es aquello que tiene carácter parcial y

se refiere a uno o varios artículos de laConstitución, y “revisión total”, que es loque “afecta a...” más de la mitad de los ar-tículos o a títulos completos . Y, por último,se ha despejado el enigma aquel del signi-ficado de la “aprobación del principio”. Setrata, con toda coherencia, de que cuandose vaya a una revisión total se apruebe ladecisión de iniciar un proyecto de nuevaConstitución, o un proyecto de nuevo onuevos títulos completos, a cuyos efectoslo más idóneo es que surjan para ello unasauténticas Cortes Constituyentes, que se-

rán las encargadas de elaborar y discutir el“nuevo texto constitucional”.Ese desacuerdo en las discusiones in-

ternas de los ponentes, que dio lugar al vo-to particular que acabamos de ver, deter-minó que cuando la ponencia emitió suinforme articulado aparecieran, para sersometidos a la discusión de pleno, tresnuevos epígrafes intercalados al primitivoartículo 158 del anteproyecto, “por acepta-ción de la propuesta contenida en el votoparticular del Grupo de Alianza Popular”.Su tenor era el siguiente:

“3. (Nuevo). Cuando se propusiere la revisióntotal o en parte sustancial de la Constitución, se pro-cederá a la aprobación del principio por la mayoríade dos tercios de cada cámara y a la disolución in-mediata de las Cortes’’.

‘‘4. (Nuevo). Las cámaras elegidas deberán rati-ficar la decisión y proceder al estudio del nuevo textoconstitucional que deberá ser aprobado por la mayo-ría absoluta de ambas cámaras’’.

‘‘5. (Nuevo). Se entenderá que es de aplicaciónel apartado 3 de este artículo cuando la reformaafecte a un título completo de la Constitución o asílo determine el Tribunal Constitucional’’.

E inmediatamente después de ellos ve-nía el antiguo número 3, ahora número 6:

‘‘6. Aprobada la reforma por las Cortes Genera-les, será sometida a referéndum para su ratificación”(Tomo I, pág. 595).

Durante el debate en la Comisión de Asuntos Constitucionales y Libertades Pú-blicas del Congreso no se lograba acercarposiciones, entre otras razones porque elrepresentante de Alianza Popular, FragaIribarne, mostraba un sorprendente entu-siasmo por los referenda, mientras que los

demás grupos tendían a cuestionar la nece-sidad de acudir a la consulta popular enmateria de reformas constitucionales me-nores. Como consecuencia de esos tiras y

aflojas, el Grupo de Alianza Popular man-tuvo su voto particular, incluso hasta en eldebate del pleno del Congreso, pero perdiótodas las votaciones.

Pero entonces llegó el consenso, exac-tamente el día 20 de junio de 1978 y en la

forma de una enmiendas verbal. Pero ¿có-mo llegó? El arte de “consensuar” (parausar el modismo que se ha impuesto) pue-de ejercerse con dos métodos diferentes.En el primero de ellos se trata de buscarun texto común que incorpore las preten-siones de las partes en desacuerdo perocon una formulación diferente de aquellasque se sugieren por ellas. Es un caminodifícil y creador, pero que arroja resultadosmejores en términos de técnica normativa,aunque suele producir textos de cierta abs-tracción y vaguedad. El segundo método

consiste simplemente en tomar los textospropuestos por las partes en desacuerdo y ensamblarlos en una formulación más lar-ga y compleja, pero no diferenciada de laspropuestas de las partes. El resultado entérminos de técnica normativa suele ser lamala calidad, los conflictos entre preceptosy las interpretaciones controvertidas. Puesbien, en el caso que nos ocupa se optó poreste segundo método. Se propuso añadiral artículo que ya había sido aprobado enla ponencia un artículo nuevo y diferen-ciado en el que se contemplaba separada-

mente un procedimiento rígido, creandoasí formalmente dos disposiciones de re-forma constitucional residenciadas en dospreceptos distintos. Con objeto de procu-rar un acercamiento a la posición de Alianza Popular se descoyuntó la coheren-te formulación de su voto particular y sesacaron de contexto sus expresiones paratrasladarlas literalmente a un nuevo pre-cepto que, sin embargo, ofrecía a su exége-sis un contexto diferente y extraño. Y así,expresiones como “revisión”, “aprobacióndel principio” o “afectar a...” aterrizaron

en un nuevo texto y produjeron esa ex-traordinaria confusión que estamos viendoy que hace a la disposición intratable. Vea-mos cómo sucedió.

Cuando se discutió su voto particularen forma de enmienda en el pleno delCongreso, el Grupo de Alianza Popularhabía introducido además una especie decoda al artículo siguiente (el 159 del ante-proyecto) que ponía de manifiesto cuálera el sentido de su extremada propensióna la rigidez. Su texto decía así: “La unidadpolítica de España y su integridad territo-

rial son inmodificables”. Cualquier cosaque esto significara no cabe la menor du-da de que era el leitmotiv que animaba aese grupo. Y en la defensa de este voto en





el pleno, Carro dijo algo que vale la penarecordar:

“Algún ilustre diputado y ponente constitu-cional ha llegado a decirme que no se podía aceptaresta enmienda, y que no se podía aceptar porquehay un grupo parlamentario al que le gustaría hacer

inmodificables las libertades fundamentales, y quetambién hay otro grupo parlamentario al que legustaría hacer inmodificable la Monarquía” (TomoII, pág. 2506).

No creo que haga falta demasiada in-tuición para conjeturar que, con esa en-mienda, el Grupo Parlamentario de Alian-za Popular quería reforzar la unidad “indi-soluble” de la nación española y la defensamilitar de su integridad territorial que secontenían en el Título Preliminar. Por suparte, el Grupo Socialista era el que se in-

clinaba a sobreproteger los derechos funda-mentales (“... en el punto referente a las li-bertades públicas todas las cautelas son po-cas”, había dicho su representante, Sr.Zapatero Gómez, para justificar que acep-taba un endurecimiento del procedimientode reforma de algunos títulos de la Consti-tución), y, por supuesto, el Grupo deUnión de Centro Democrático era enton-ces el principal adalid del principio monár-quico. Y en efecto, no por casualidad, nosencontraremos enseguida que el nuevoprocedimiento de “revisión parcial” incluye

precisamente esas tres cosas. La propuestade consenso que se hizo, y que tuvo éxito,acabó en un texto para el nuevo artículoque sometía todas esas preocupaciones aun procedimiento muy rígido. Lo repro-duzco literalmente porque, al aparecer co-mo artículo 162 en el texto del proyectoaprobado por el pleno del Congreso el día21 de julio de 1978, permanecerá intocadohasta la Constitución, en la que figura co-mo artículo 168:

“1. Cuando se propusiere la revisión total de laConstitución o una parcial que afecte al Título Preli-

minar, al Capítulo Segundo, Sección 1ª del Título I,o al Título II, se procederá a la aprobación del princi-

pio por mayoría de dos tercios de cada cámara, y a ladisolución inmediata de las Cortes’’.

‘‘2. Las cámaras elegidas deberán ratificar la deci-sión y proceder al estudio del nuevo texto constitucional,que deberá ser aprobado por mayoría de dos tercios de ambas cámaras’’.

‘‘3. Aprobada la reforma por las Cortes Generales,será sometida a referéndum para su ratificación”(Tomo II, pág. 2605).

He escrito en cursiva los enunciadosque se reproducen textualmente del voto

particular de Alianza Popular. A nadie ex-trañará ahora que, en nombre de Uniónde Centro Democrático, el diputado Cis-neros afirmase, para defender los artículos

de reforma constitucional que se aproba-ban entonces:

“Leyendo el voto particular de Alianza Popular,que tengo delante,[...]sinceramente creemos elGrupo de Unión de Centro Democrático que lasfórmulas diseñadas hoy por esos dos preceptos no

suponen un desvío sensible del sistema que allí se di-bujaba” (II, pág. 1739).

Y tanto que no. Era literalmente elmismo texto, con la sola intercalación delos títulos y secciones nominales de la revi-sión parcial y un pequeño ¡endurecimien-to! en la proporción de diputados y sena-dores que habrían de aprobarlo en las Cor-tes convocadas al efecto: se pasaba de lamayoría absoluta a los dos tercios. Peroello, sin embargo, arroja una gran luz sobreel posible significado de la cláusula. En

realidad, lo que se había hecho era sustituiraquella propuesta de la revisión que “afecteun título completo de la Constitución” poruna revisión “parcial” que “afecte al TítuloPreliminar, al Capítulo Segundo, Sección1ª del Título I o al Título II”; es decir, sehabía limitado el alcance de esa revisión alos títulos o secciones de la Constituciónque cada grupo consideraba esenciales. Lamezcla consensuada de textos había deter-minado que la expresión “afectar a...”, ini-cialmente referida a títulos completos de laConstitución, apareciera ahora textual-

mente para referirse a esos títulos o seccio-nes. Pero con ello esa expresión, que nosha desafiado desde el principio de esta re-flexión, perdía su contexto de significacióny se transformaba en un problema.

Podemos ahora utilizar esta historiapara despejar las incógnitas. Al margen dela presunta “intención” de los constituyen-tes, que, como antes he dicho, no es rele-vante ni en este ni en ningún caso, al leerla historia de la discusión aparece ante no-sotros una nueva posibilidad de abordar elproblema: la de establecer un significado

definido para la expresión “afectar a...” enel sentido de referirla a los títulos o seccio-nes completas mencionadas por el artículo168. Y enseguida vemos que si lo concebi-mos así ese precepto deja de ser un proble-ma intratable y queda meridianamente cla-ro: cuando se trate de una revisión total ode una revisión de alguno de esos títulos osecciones completos (como algo distinto deuna reforma) se propondrá así a las Cortespor quien tenga la iniciativa; si las dos cá-maras aprueban el principio, es decir, ladecisión global de llevar a cabo una revi-

sión tan decisiva, la Constitución obliga aconvocar nuevas Cortes en la función deauténticas Cortes Constituyentes que hande ratificar la decisión y deben iniciar la

elaboración y el estudio del nuevo textoconstitucional que, de ser aprobado poruna mayoría de dos tercios de ambas cá-maras, será en todo caso sometido a refe-réndum. En realidad, esa es la única signi-ficación que cabe atribuir a la famosa ex-

presión que se intercaló simplemente apartir del texto de aquellos votos particula-res que son el origen de la disposición.

Las indagaciones histórico-políticasque acabo de hacer nos proveen, creo, deuna explicación de la aparición de esas ex-presiones enigmáticas en la fórmula del ar-tículo 168; pero como pocos se habíanpercatado del modo en que se había llega-do a esa fórmula, no se acababa de encon-trar una interpretación plausible de su te-nor literal. Ahora me parece que estamosen condiciones de añadir a esa explicación

histórica externa una justificación internapara conferirles un significado determina-do. De acuerdo con esta nueva perspectiva,puede proponerse que la expresión “revi-sión” de la Constitución, concebida comoalgo diferente a la “reforma”, sea entendidacomo un proceso que se propone la modi-ficación total de la misma o la modifica-ción de los títulos o secciones completos que menciona. La “aprobación del princi-pio” no es sino la decisión de emprenderuna revisión global de ese carácter. Y la ex-presión “afectar a...” ve circunscrita su con-

génita vaguedad a su referencia a la Consti-tución o a esos títulos y secciones conside-rados en su totalidad. Con esa exégesis sedisuelven de un modo sorprendente todosaquellos problemas que nos planteaba elartículo 168.

Dos soluciones a los problemas

interpretativos de la reforma

constitucional

En este trabajo he tratado de argumentarque la lectura convencional de las dos gran-des disposiciones de reforma constitucional

que aparecen en la Constitución de 1978lleva a conclusiones poco satisfactorias. A lo largo de esta legislatura se van a ponerde manifiesto: para reformar aspectos im-portantes y controvertidos de nuestra reali-dad política, como lo puede ser la remode-lación de la disciplina constitucional delSenado, vamos a hacer uso del procedi-miento “sencillo”; y para dar un pequeñoretoque en el precepto constitucional queestablece la línea de sucesión a la Corona(artículo 57, 1), alteración fácil y que nadiediscute, creemos necesario embarcarnos en

un procedimiento engorroso y difícil. Sinembargo, esta paradoja puede ser evitadacon una nueva lectura de dichos preceptosarticulada como teoría de la reforma cons-



FRANCISCO LAPORTA


titucional. Esa nueva lectura puede tenerun doble hilo conductor. El primero es es-tablecer con cierto rigor formal la referen-cia de ambas disposiciones a los preceptosa que alcanzan. Es un camino difícil y po-co satisfactorio. El segundo itinerario es la

propuesta de un nuevo entendimiento delartículo 168 como un mecanismo extraor-dinario de convocatoria histórica de unasCortes Constituyentes que pongan manoen la tarea de revisar in toto títulos y seccio-nes cruciales de nuestra Constitución: susejes fundamentales, el principio monárqui-co o la declaración de derechos.

Si andamos el camino que nos sugiereel primero de esos hilos conductores y mantenemos que la referencia del artículo168 es la “lista” de preceptos constitucio-nales que menciona explícitamente y nada

más que ella, entonces la conclusión es quela referencia del artículo 167 será la “lista”de los demás preceptos constitucionales, y entre ellos el artículo 168 mismo, que seríaasí susceptible de ser “reformado” median-te el procedimiento del 167. Al margen dela incomodidad intelectual que nos pro-duzca, el que se proceda a hacer tal modifi-cación es una decisión política que ha debasarse, naturalmente, en razones de pru-dencia y oportunidad. Y aunque no voy aentrar en ellas, pienso que la razonable di-ficultad del procedimiento de reforma “or-

dinaria” del artículo 167, unida a las mu-taciones históricas que ha experimentadola sociedad española y su percepción de lapolítica, podrían aconsejar acudir a eseprocedimiento para desactivar el cerrojoque supone el artículo 168. Sobre todo te-niendo en cuenta que para hacer pequeñasmejoras en alguno de los textos de su “lis-ta” de preceptos (como la que ahora sepropone sobre la línea de sucesión a la Co-rona) tenemos que hacer extrañas contor-siones políticas y constitucionales (esperaral final de la legislatura para que parezca

que hay dos Cortes Generales consecutivas,etcétera) que no me parece que tenganasiento tan simple en la razón de ser de lospreceptos de reforma, pero de las que aquíno voy a ocuparme.

Si perseguimos el otro hilo conductoraparecería ante nosotros con claridad la su-gerencia de que, sencillamente, no tenemosque utilizar en absoluto el artículo 168 pa-ra llevar a cabo las reformas que se propo-nen, puesto que todas esas reformas, in-cluida la que afecta a la ordenación suceso-ria de la Corona, pueden ser realizadas por

el procedimiento del artículo 167, ya queninguna de ellas configura una de las hipó-tesis de gran “revisión” para las que tienesentido la rigidez del artículo 168. Porque,

en realidad, esta disposición ofrece lo mejor de sí misma cuando es pensada paraimpedir una mutación histórica de nuestroperfil político-constitucional, como lo po-dría ser el abandono del principio monár-quico en favor de la forma republicana de

gobierno o para garantizar que si se em-prende esa mutación se hace mediante unproceso tan profundo de transformaciónconstitucional que demanda la convocato-ria de Cortes Constituyentes y una granllamada al pueblo. Ninguna de esas cosas,me parece, es lo que hoy tenemos entremanos.

Nota bibliográfica

Debo advertir que si esta nota bibliográficano se publicase junto al texto correría elpeligro de ser acusado de plagio. Hasta tal

punto soy deudor de ideas y argumentoscon amigos y colegas que si no lo recono-ciera estaría haciendo un ejercicio ilegítimode apropiación. En algunas ocasiones, lasideas son casi literalmente las expresadasp ellos, y si las he presentado sin mencio-nar su autoría ha sido por mostrar el hiloargumental limpio de toda referencia doc-trinal o autorizada, para que, si puede, sesustente por sí mismo y se ofrezca clara-mente a la crítica y la contraargumenta-ción. Ahora, sin embargo, corresponde ha-cer justicia.

●

Como ejemplo de la crítica domi-nante al artículo 168 puede verse Pedro deVega: La reforma constitucional y la proble-mática del poder constituyente. Tecnos, Ma-drid, 1985, que resiste bien el paso deltiempo.

●Sobre la intención del constituyenteincorporo en muchos casos literalmente laaportación de José Juan Moreso: La inde-terminación del derecho y la interpretaciónde la Constitución, Centro de EstudiosConstitucionales, Madrid, 1998, 223 a233 págs.

●

La idea de justificación subyacente latomo de Frederick Schauer, Playing by the Rules. Claredon Press, Oxford, 1991.

●Sobre lagunas técnicas utilizo a Ric-cardo Guastini: Teoría e dogmatica delle fonti, Giuffré, Milano, 1998. pág. 244.

●Sobre la noción de fraude de ley utilizo explícita y descaradamente la cons-trucción de Manuel Atienza y Juan RuizManero: Ilícitos atípicos , Trotta, Madrid,2000. Mi reformulación es mucho menosprecisa y sofisticada que la suya, aunquecreo que no la traiciona en sus rasgos fun-

damentales.●Sobre la paradoja del sorites , José Juan Moreso otra vez, R. M. Sainsbury &Tomothy Williamson: Sorites , en Bob Hale

y Crispin Wright (eds.), A Companion tothe Philosophy of Languaje . Blackwell Pu-blishers, Oxford, 1997, y Timothy A. O.Endicott: Vagueness in Law , Oxford Uni-versity Press, New York, 2000.

●Un acercamiento a los ingredientes

conceptuales y empíricos de los cambios denorma fundamental puede verse en Finnis:‘Revolutions and Continuity in Law’, en A. W. B. Simpson (ed.), Oxford Essays in Jurisprudence. Second series , ClarendonPress, Oxford, 1973.

●La arqueología textual de las discu-siones, votos particulares y enmiendas a losproyectos constitucionales la he extraídodel indispensable Constitución española.Trabajos parlamentarios, 2ª edición, que ledebemos a Fernando Sainz Moreno. Sepublicó por la Cortes Generales en 1992.

Sé que hay más literatura secundariaen torno a este problema. Si no la mencio-no aquí no significa que no sea valiosa, si-no simplemente que no se ocupa tan direc-tamente de los ingredientes del problemaque me han servido de base para realizarmi lectura. ■

[El presente texto es una presentación resumida y más accesible de un trabajo académico en curso,cuya mayor extensión y contenido técnico obligana su publicación en una revista especializada. Miscolegas de la Universidad Autónoma han ejercidosobre él su aguda y estimulante crítica. Les doy las

gracias por ello].

Francisco J. Laporta es catedrático de Filosofía delDerecho en la Universidad Autónoma de Madrid.



25Nº 145 ■CLAVES DE RAZÓN PRÁCICA

Sucede, empero, que hoy día el térmnoecología y sus derados han sdo usurpados,secuestrados, por así decrlo, por los mo-mentos socales, Organzacones No Guber-namentales (ONG) y partdos polítcos “er-des”, por lo que los centíficos y técncos,sobre todo en el medo académco anglo-sajón, utlzan en la actualdad las epreso-nes environmentalism y environmental scien-ces , y se autodenomnan environmentalists (nombre con que, precsamente, se desgna-

ba a los poneros de los momentos conser-aconstas y medoambentales, precursoresde los actuales ecologstas) en ez de ecolo- gists, por las consabdas connotacones deeste térmno que se usa en nuestro tempopresente para desgnar a un adepto a unadeología, a una cosmosón basada en unconjunto de alores, creencas, sentmentosy acttudes polítcas y socales que muchaseces tenen poco que er con la cenca6.Un antecedente muy claro de la actual cen-

ca de la ecología es la hstora natural, pesea que los prmeros proponentes de la ecolo-gía como cenca mnusaloraron la labor demuchos naturalstas, a los que consderaban,no sn certa razón, aficonados con espírtuestétco y artístco, amantes de la naturalezay dletantes colecconstas de datos, dbujosy ejemplares dsecados (Haeckel, por ejem-plo, afirmó en el msmo dscurso antes cta-do que “en la hstora natural se ha tratado ala ecología de los anmales con bastante n-

eacttud”)7

. Lógcamente, hubo grandes

naturalstas que contrbuyeron, entre la se-gunda mtad del sglo xviii y prmer tercodel xix (muchas eces desde poscones pre-

centíficas: creaconstas, teleológcas, etcéte-ra), al posteror desarrollo de la ecología co-mo cenca. Entre los prncpales, Carl onLnné (o Carolus Lnnaeus), quen propusouna naturaleza en perfecto equlbro, puestodas las nteraccones entre organsmos y elmedo ambente estaban reguladas con pre-csón mecánca; Georges de Buffon, uno delos ncadores de la zoo-geografía; Jean-Ba-btste Lamark, quen propugnó que los ca-racteres adqurdos eran heredables; Alean-der on Humboldt, ncador de la geografíade las plantas; y prncpalmente, Charles

Darwn, un tanto posteror a los antes cta-dos, quen junto con Alfred Russel Wallacentrodujo el concepto centífico de eolu-cón, uno de los plares actuales de las cen-cas bológcas y medoambentales8.

La ecología como ciencia

La moderna cenca del medo ambente esbastante nuea. La prmera socedad profe-sonal, la Brtsh Ecologcal Socety data de1913; y el prmer teto académco de rele-anca es de 1953, Fundamentals of Ecology .Escrto por Eugen P. Odum, tuo gran n-

flujo en la ncorporacón a la cenca de laecología de las entdades denomnadas eco-sstemas, térmno ntroducdo por sr Arthuransley en 1935. Eugen, así como su herma-no Howard, tueron como mentor –esteúltmo ncluso fue alumno suyo en Yale– alque se consdera uno de los creadores de laecología centífica moderna, Georg EelynHutchnson, tambén maestro de otro po-nero de las cencas medoambentales enEstados Undos, Raymond Lndeman, a

8 Aunque no fue un naturalsta, Tomas Malthus,economsta polítco, autor de un célebre ensayo sobrela poblacón y los almentos, tuo gran nfluenca enDarwn a la hora de formular éste su teoría sobre laseleccón natural.

Te Philosophy of Ecology: From Science to Synthesis , TeUnersty of Georga Press, Athens, GA, 2000.

6 Algo semejante está ocurrendo en España, dondelos centíficos y técncos hablan de cencas medoam-bentales y rara ez de ecología por las consabdas conno-

tacones de este ocablo. ambén se usa la denom-nacón de ecólogo, de nfluenca francesa, en lugar deecologsta. En el DRAE, como sempre, poco atento ala termnología de las cencas naturales, no figuran lasentradas “ambentalsta” y “medoambentalsta”. Delas dos acepcones del térmno ecologsta, nnguna esaplcable a un eperto o profesonal académco de lascencas y técncas medoambentales. La defincón deecólogo que da el DRAE es ambgua a este respecto.

7 Para conocer una són patnada de nostalga y sentmentalsmo, nfluda por el pensamento del bólo-go español Ramón Margalef (“el naturalsta está mascerca del poeta y del artsta que del técnco o del ngene-ro”), del papel que la hstora natural puede desempeñaren la moderna cenca ecológca, éase Paul K. Dayton y Enrc Sala: ‘‘Natural Hstory, the sense of wonder, crea-tty and progress n ecology’’, Scientia Marina, 65 (Su-ppl. 2), 2001.



EL PENSAMIENTO ECOLÓGICO

26 CLAVES DE RAZÓN PRÁCICA ■Nº 145

quen se debe el concepto de “dnámca tró-fica” (o cadena almentara) en los ecosste-mas. La ecología surgó para el estudo detodas las formas de da que han estdo enla erra y de todas las relacones medoam-bentales en las que estén presentes seres -

os; y como una cenca de síntess que seapoya en la físca, la químca, la geología, labología molecular y la bología de los orga-nsmos para eplcar certos fenómenos. Enla actualdad, las cencas medoambentalesson un conjunto de dscplnas con mayor omenor desarrollo teórco y formal; con máso menos dependenca de acontecmentoshstórcos, saberes empírcos, nductos y descrptos y análss de casos úncos, snapenas prncpos unficadores entre estosconocmentos. Por lo tanto, nos hallamoscon grandes lagunas de nformacón, datos

de obseracones escasos y poco fiables y su-perficaldad de muchas de las teorías. No esnfrecuente que los datos y hechos se en-cuentren contamnados y condconados porntereses polítcos y presupuestos deológ-cos9. Hay un dcho popular entre los e-pertos que dce que la ecología tene pocos,s es que tene alguno, prncpos centíficospero está llena de conceptos10. al ez seaalgo eagerado pero concde bastante con laopnón del físco Freeman Dyson, uno delos centíficos de mayor prestgo en la actua-ldad, a propósto de las cencas medoam-

bentales11

.“La bosfera es lo más complcado a lo que tene-

mos que enfrentarnos los humanos. La cenca de laecología planetara es aún joen y está subdesarrollada.No debe etrañarnos, pues, que epertos honrados y ben formados e nformados puedan estar en profundodesacuerdo sobre los hechos”.

Como emos, el debate atañe no sólo alos conocmentos propamente dchos (he-chos y teorías) sno que es de carácter másfundamental, pues afecta a las bases gnoseo-

lógcas de estas cencas (ontología, epste-mología y metodología) y a sus relacones

con las cencas socales y humanas. Uno delos temas más controertdos es el de las lla-madas entdades ecológcas y su estatus den-tro del realsmo centífico (ncluso el llamado“moderado”). Por ejemplo, la consderacónde certas comundades bótcas como orga-

nsmos (o superorgansmos), ¿es una metá-fora o la defincón de una entdad real conestenca propa, como pueden ser un árbolo un elefante? Esta són de la ecología en laque prma la colectdad frente al ndduose la debemos a Frederc E. Clements, quedo orgen a la llamada escuela ecológca“clementsana”12.

Un caso etremo de esta escuela de pen-samento ecológco es la controertda y muy especulata hpótess de Gaa, queconsdera a toda la bosfera como un supe-rorgansmo con da y entdad propas (pa-

ra algunos momentos ecologstas no setrata de una hpótess sn erficar y muy dscutble sno que la dan por certa y ha-blan del “paradgma de Gaa”)13. écnca-mente, tocante a este aspecto, se habla dedos escuelas: la “merológca” y la “holológ-ca”. La prmera (o “autoecología”) se centraen el análss de los componentes de las en-

tdades ecológcas. La segunda, tambénllamada “snecología” (synecology, en su for-mulacón orgnal), se orenta haca el estu-do de las relacones entre las entdades den-tro de un sstema ecológco en ez de sobrelas propas entdades14.

Muy relaconada con esta dualdad deescuelas de pensamento ecológco se hallala controersa sobre el reducconsmo y elholsmo, dscusón que ha perddo granparte de su sgnficado epstemológco paraconertrse en querella deológca y polít-ca15.

Para los ecologstas, llamar reducconstaa un centífico o eperto en problemasmedoambentales es un nsulto y una desca-lficacón, pese a que los aances realmentemportantes en el conocmento de la da y su relacón con su entorno se han realzado

aplcando sempre algún tpo de reducco-nsmo metodológco y eplcato16. En laactualdad, la poscón que más acertos (y consenso entre los centíficos y epertos másprestgosos de la bología y de la ecologíacentífica) está cosechando se basa en el re-ducconsmo ontológco, un reducconsmometodológco parcal, y el rechazo del reduc-consmo epstemológco etremo. Bree-mente, y con palabras llanas, el reduccons-mo ontológco afirma que todas las entda-

Tabla 1 Holismo Holismo científico

mal entendido (“emergentismo”)

Ontología: La undad básca es el Ontología: El todo depende detodo, que es ndependente de las las partes, aunque algunaspartes propedadesdel todo no lo son de

nnguna de sus partes.Epistemología: El conocmento de Epistemología: El conocmento delas partes n es necesaro n suficente las partes es necesaro aunque nopara entender o eplcar el todo. suficente para entender o

eplcar el todo

9 Se sabe que los datos oficales de muchos paísesestán manpulados por razones polítcas o son de pocoalor técnco y estadístco. Mas lo que realmente hasorprenddo ha sdo el manfiesto de este pasado mesde marzo de la Unon of Concerned Scentsts (UCS),firmado por más de 60 centíficos estadoundenses degran prestgo –entre ellos, 20 premos Nobel– acu-sando a la Admnstracón Busch de falsficar y ocultarmportantes conocmentos centíficos, sobre todo enmateras medoambentales, tales como el nforme de juno de 2003 de la Enronmental Protecton Agency (EPA) –una de las nsttucones reguladoras en materasmedoambentales más mportantes y reputadas delmundo– sobre el cambo clmátco (Cf.: Nature , núm.427, 663; 1 de abrl de 2004).

10 Dad R. Keller y Frank B. Golley, op. cit .11 Freeman J. Dyson, op. cit.

12 Frederc E. Clements, Plant Succession: An Analysis of the Development of Vegetation. Reproducdopor Dad R. Keller y Frank B. Golle, op. cit .

13 El concepto de Gaa –la dosa erra para losgregos– fue propuesto por el centífico de la atmósfera

James Loelock a medados de la década de los 60. Sudesarrollo formal lo hzo en colaboracón con Lynn Mar-guls. Para Loelock lo que hace de Gaa un organsmoes la “homeostass ” o autoregulacón, “la sabduría delorgansmo, la msma que mantene la temperatura y laquímca de nuestro cuerpo dentro de unas constantes”,según su propa eplcacón (Cf.: Conne Barlow, FromGaia to Selfisch Genes, MI Press, Cambrdge, MA,1991). Para Marguls, la hpótess Gaa se basa en la sm-boss, una són cooperata de la eolucón frente a lade la lucha por la da del neodarwnsmo. A pesar de laseredad de los planteamentos de Marguls, es altamentemprobable que se asente como teoría aceptada por lacomundad centífica, dadas sus lmtacones eplcatas.Esta seredad contrasta con las esotércas o esprtualstasespeculacones de los ecologstas etremos, los adorado-res de doses y dndades dersas, y los seudofilósofos

de la new age , que sacralzan nuestro ecosstema planeta-ro y lo relaconan o con planes dnos y prodencals-tas (creaconsmo y dseño ntelgente) o propugnan una

espece de relgosdad muy próma al pagansmo clá-

sco o al mstcsmo panteísta y pampsqusta orental.(Véase, a propósto de la doctora Marguls y su part-cular y etrema ersón de la hpótess de Gaa y de susón cooperata de la eolucón, frente a la compet-ta del neodarwnsmo: Laureano Castro Noguera y Mguel Ángel oro Ibáñez, ‘‘En torno al darwnsmo:el bueno, el feo, el malo... y el posmoderno’’, Revista de Libros, núm. 84, dcembre de 2003).

14 Dad R. Keller y Frank B. Golley, op. cit . Estaclasficacón, un tanto conceptual y smplsta, se debe aG. Eelyn Hutchnson (1978).

15 ¿A qué espera la Real Academa Española parancorporar este térmno, fundamental para la epstemo-logía, a su dcconaro?

16 Los detractores del reducconsmo en bología sequedaron mudos cuando, en 1953, James Watson y Francs Crk, apoyándose en los trabajos de Rosalnd

Frankln y otros, descubreron la estructura del ADN,orgen de la genétca molecular (Véase Dad R. Keller y Frank B. Golley, op. cit .).



FERNANDO PEREGRÍN GUTIÉRREZ


des de la naturaleza, en su nel máselemental, están formadas por los msmoscomponentes, los cuales sguen leyes uner-sales en sus nteraccones, negando la es-tenca en los seres os de otros componen-tes (sean de naturaleza talsta o de algún

otro orgen fundado en una supuesta meta-físca específica de la bología o de la ecolo-gía) dstntos de los de la matera norgán-ca17. El metodológco sostene que los sste-mas, por muy complejos que sean, se puedenestudar por partes, como se hace en ecologíateórca cuando se plantean y analzan mate-mátcamente modelos de ecosstemas con-cretos (o parte de ellos, como sstemas com-plejos con propedades emergentes) o se ge-neralza por nduccón a partr de casospartculares (case studies). Fnalmente, el re-ducconsmo epstemológco etremo (o

fuerte) afirma que, en prncpo, todas lasleyes y entdades de una dscplna centíficapueden deducrse de las de nel jerárquconferor, como sería el caso de poder nferrtoda la bología a partr de la bología mole-cular, y ésta, de la químca y la físca18. Estapostura más acertada y fiable que se acabade eponer se puede denomnar tambéncomo holsmo centífico o afirmacón de laemergenca de entdades y leyes basadas enla complejdad de los sstemas (“emergents-mo”). Como resumen, en la abla número1 se recogen los dstntos sgnficados del

térmno holsmo.Muy frecuentemente, el holsmo es unaecusa para que muchos ecologstas, no-cando el carácter multdscplnar tan desea-ble y necesaro en los estudos medoam-bentales, mezclen sn ton n son hechos y datos con alores e deologías; esto es, for-men un baturrllo de cenca, étca y polít-ca19. Un ejemplo muy recente de esta stua-cón lo encontramos en el llamado “casoLomborg”; o lo que es lo msmo, el debate

surgdo de la publcacón de su lbro El eco-logista escéptico20. Analzando dcho debate,obseramos claramente la facldad con queacaban poltzándose las dsputas de orgenfundamentalmente técnco. Además, estecaso permte confirmarnos en nuestra dea

de la nmadurez de las cencas medoam-bentales y el desacuerdo entre epertos so-bre la nterpretacón y fiabldad de los datosestadístcos. Otra mportante enseñanza del“caso Lomborg” es la facldad con que laescasez y debldad de las seres estadístcasde dchos datos medoambentales permteque muchos técncos y actstas ecológcosse dejan atrapar –ncludo el propo Lom-borg– por las arenas moedzas de los erro-res y falacas propos de los razonamentosestadístcos, tan frecuentes e mportantes enlas cencas del medo ambente: analogías

débles; muestras nadecuadas, nsuficenteso sesgadas; confusón entre sgnficacón es-tadístca y eplcata o causal; conclusonesnjustficadas del tpo post-hoc; susttucónde la regla por su ecepcón (tpo accdentey accdente nerso), etcétera.

Valores estéticos y romanticismo

medioambiental

S resulta dfícl rastrear la eolucón de laecología como cenca, aún lo es más cuan-do queremos nestgar la hstora de losalores étcos y estétcos que las dstntas

culturas han asgnado a la naturaleza y a larelacón del ser humano con ella21. Gene-ralmente se acepta por muchos ecologstasde forma acrítca que la naturaleza y la rel-gón están o han estado más íntmamentelgadas en muchas de las llamadas culturasndígenas (prncpalmente, las de los ndosnorteamercanos) que en la cultura occ-dental. Asmsmo, se consdera que las filo-sofías orentales propcan una acttud másrespetuosa del hombre haca la naturaleza encluso lo ntegran total y armóncamenteen el espírtu unersal y cósmco que supo-

nen es la esenca o espírtu de la naturaleza.Hay mucho de mto y de leyenda en estaersón sacralzada (o ndcata de una pro-

funda sabduría ecológca místca, o esotér-ca e ntuta) de la relacón de la especehumana con su entorno, ben sea parcal oglobal. La lteratura ecológca sobre el deno-mnado conocmento ecológco tradconal(traditional ecological knowledge, o EK) es-

tá llena de retórca barata y de ocultacón dela realdad. Se selecconan los hechos quenteresan a la leyenda arcádca y se omtenaquellos que demuestran que el llamado e-polo de la naturaleza no es prato de lamoderna cultura occdental sno que nngu-na otra está eenta de práctcas etntas y destructas del medo ambente.

En muchos de estos tetos, el relat-smo cultural etremo de certos antropó-logos y ecologstas les llea a nentarse unosconocmentos ecológcos tradconales quegualan o superan a los que nos están pro-

porconando las modernas dscplnasmedoambentales. Certo que el conoc-mento empírco y tradconal sobre su me-do de subsstenca que han desarrolladoalgunas culturas antguas, y que losecologstas nos queren presentar comoejemplos de sabduría ecológca nnata pue-de ser de gran utldad, pero sn duda mu-chas de sus práctcas medoambentales erany son tan equocadas como las de todas lasdemás culturas, salo quzá que el alcancedel daño al medo ambente estaba lmtadolocalmente y en proporcón al poder des-

tructo de sus medos tecnológcos22

. Lasagresones al entorno natural no son eclu-sas de la moderna clzacón ndustral y tecnológca de Occdente, aunque en la ac-tualdad el posble perjuco es cada ez másgrae y global.

La lteratura medoambental románt-ca se nutre prncpalmente de la naturphilo-sophie del dealsmo alemán, cuya són delhombre y la naturaleza se basaba en la un-dad metafísca: undad de la propa natura-leza, undad del conocmento sobre ella y undad del espírtu humano con el de la na-

turaleza23

. Ejemplo cabal de este pensa-mento es la sguente cta debda a Fredr-ch W. J. Schellng, uno de los prncpaleseponentes de esta corrente filosófica:

“La Naturaleza debe ser la Mente hecha sble;la Mente, la nsble Naturaleza. He aquí, en la abso-

17 Algunos ejemplos son la “autopoess” (Matura-na y Valera) o la autocatálss o las “propensdades” as-cendentes (Ulanowcz) como prncpos ndependentesde las leyes de la matera nerte; o la homeostass comosabduría ntrínseca de la da, (Loelock, Marguls).La ersón etrema de esta dea de sabduría esencal laencontramos en el eslógan ecologsta Nature knows best (la naturalesa es más saba. Cf.: nota 31). Véase DadR. Keller y Frank B. Golley, op. cit .

18 Antono Fernández-Rañada, ‘‘Reducconsmo,objetdad, paradgmas y otras cosas de la cenca’’. Re-vista de Libros, núm. 85, enero de 2004.

19 Frente al debate entre holsmo y reducconsmose presenta la opcón de la llamada ecología daléctca, unntento de eplcar la bología según la daléctca mate-ralsta del marsmo clásco. Los escasos –aunque pres-tgosos algunos de ellos– defensores de estas deas seencuentran hoy día prncpalmente en certos gruposreducdos del ámbto académco estadoundense(Rchard Lens y Rchard C. Lewotn, Dialectics and Reductionism in Ecology . Reproducdo por Dad R. Ke-ller y Frank B. Golley, op. cit .).

22 R. E. Johannes, raditional Ecological Knowled- ge . Reproducdo por Donald VanDeVeer y ChrstnePerce, edtores: Te Environmental Ethics and Policy Book (tercera edcón). Wadsworth/Tomson Learnng,Belmont, CA, 2003.

23 Aunque rara ez se cta en la lteratura ecológcaactual a Teodor W. Adorno a la hora de dsertar sobrelos alores estétcos de la naturaleza, es nteresante leer sucrítca a la teoría estétca de la belleza natural de Hegel y del dealsmo alemán (Cf.: Teodor W. Adorno, eoríaestética, aurus, Madrd, 1980).

20 Espasa Hoy, Espasa Calpe, 2003. Incluye unprólogo a la edcón española, firmado por el autor, enel que da cuenta detallada de la polémca surgda de lapublcacón del orgnal en nglés, Te skeptical envi-ronmentalist . (La traduccón del título, por las razonesaducdas más arrba en este msmo artículo, resultapoco afortunada. Cf.: Fernando Peregrín Gutérrez,‘‘Lomborg y los ecologstas: querellas poco académcas’’,Letras Libres, juno de 2004).

21 Naturaleza es un térmno polsémco. Hasta aho-ra, cuando nos hemos estado refirendo prncpalmentea la ecología centífica, su sgnficado ha sdo el conjuntode procesos que son competenca de las cencas natura-les. En adelante, aparecerán otras acepcones más o me-nos metafíscamente esencalstas o sacras, o metafórcasy lteraras.





luta dentdad de la Mente dentro de noso-tros y la Naturaleza fuera de nosotros, cómodebe resolerse el problema de una Natura-leza eterna”.

Se caracterza dcha correntelterara medoambental por el re-

chazo de la filosofía materalsta y lanstrumentacón y subyugacón dela naturaleza durante la reolucónndustral; la sacralzacón neopan-teísta de la naturaleza y la recupera-cón de los mtos del buen salaje y de la Arcada perdda. Algunos delos prncpales representantes de es-ta lteratura fueron Wllam Wordsworth (1770-1850), el poetanglés del pasaje de Lake Dstrct,en Cumbra, Inglaterra; Ralph Wal-do Emerson (1803-1882), poeta y

filósofo amercano, que mezcló elplatonsmo con deas o creencashndustas, budstas y de pensadorespersas de la antgüedad para formarun sstema filosófico que llamó“trascendentalsmo”, filosofía quenspra su ensayo Nature (1836) enel cual desarrolló su dea de “undad místcade la naturaleza”; Henry Dad Toreau(1817-1862), ecno y amgo de WaldoEmerson y, tambén como él, “trascendenta-lsta”, cuya obra más conocda es Walden or the Life in de Woods (1854), s ben su pensa-

mento ecológco, en línea con el consera-consmo clásco, quedó mejor epresado ensu ensayo Succession of Forest rees, publcadopóstumamente en el lbro ttulado Excur-sions; Walt Whtman (1819-1892), otropoeta amercano, tambén “trascendentals-ta”, autor de Leaves of Grass y When Lilacs Last in the Dooryard Bloom’d (de Memories of Lincoln); y, finalmente, John Mur (1838-1914), de quen nos ocuparemos más ade-lante como fundador del Serra Club.

Es peculardad común de esta lteraturaromántca sobre el medo ambente su de-

fensa de los alores estétcos de la naturalezasalaje e ncontamnada aún por la accóndel hombre, sus ndustras y su pujantedesarrollo urbano. En pleno crecmento e-ponencal de la reolucón ndustral, basadaya enteramente en el conocmento centífi-co y técnco, surge el rechazo del materals-mo y de la nstrumentacón y subyugacónde la naturaleza al progreso tecnológco y económco (un prometedor desarrollo socalealtado con gran optmsmo por muchospensadores cuando termnaba el sglo xix)que para estos escrtores es consecuenca d-

recta de la ndustralzacón. Es, ante todo,una postura conseraconsta (conseradoray burguesa, según la termnología del mar-smo clásco) de la belleza y la lmpeza del

entorno natural cercano –la pulcrtud, lbrede basura, de “m pato trasero” (“not in my back yard”)–, sn que aparezcan aún de for-ma clara n la nquetud n la preocupacónpor el medo ambente global, fruto de loque los ecologstas llaman “una cosmosónecológca moderna”.

El paso del conseraconsmo medoam-bental a la mplantacón de los modernosmomentos cícos ecológcos y a las orga-nzacones y partdos que los controlan esbastante mprecso. Para algunos hstorado-res de estos momentos ecológcos, el cta-do escrtor John Mur, un escocés afincadoen Calforna durante los 46 últmos años desu da, representa un mojón mportante enel camno del conseraconsmo al ecologs-mo actual. Pues, además de naturalsta y es-crtor en defensa de la naturaleza, fue funda-dor del Serra Club (1892), espece de em-

brón de las actuales ONG ecologstas. Asmsmo, mpulsó polítcamente la neces-dad de crear parques naconales para la pro-teccón de entornos naturales de característ-cas medoambentales especales. Fue nsp-rador drecto y prncpal de la creacón, entempos del presdente Teodore Rooseelt,del prmer parque naconal estadoundense,el de Yosemte (por ello, su consderacón de“padre de los parques naconales”).

Valores y éticas del ecologismo

Con el paso del conseraconsmo al acts-

mo ecológco empeza a tomar fuerza la deade formular una filosofía, una étca para larelacón de los humanos con el medo am-bente. Surge, además, el concepto de ges-

tón medoambental responsable,uno de cuyos prmeros teórcos fueel estadoundense Aldo Leopold(1886-1948), que fue funconarodel US Forest Serce y eoluconódesde la propugnacón y organza-

cón de programas de erradcacónentusasta de todos los depredado-res, hasta la defensa gualmenteacta del derecho a estr de to-dos los membros de la comundadterrestre24. Su gran nfluenca so-bre el pensamento de los mo-mentos ecologstas modernos sedebe a sus artículos publcados or-gnalmente en restas tales como American Forest , Jour nal of Forestry y Journal of Wildlife Management ,los cuales acabaron formando par-

te de su célebre lbro póstumo ASand County Almanac. En muchosde estos ensayos aparecen esboza-dos o se dscuten con detalle algu-nos de los prncpales problemasque surgen al tratar de formularuna étca medoambental basada

en una sere de alores de los que se puedanderar programas de accones polítcas y so-cales. Leopold sostuo una concepcónorgancsta de la erra, entendda en el sen-tdo de las doctrnas de Ouspensky, una pos-tura filosófica de raíces talstas, opuesta al

mecancsmo25

. En el pensamento ecologs-ta actual, sobre todo en la llamada ecologíaprofunda (deep ecology)26, es muy frecuenteencontrar concepcones talstas (o neota-lstas) de la bosfera, sean de carácter sagradoo de esotersmo panteísta o pampsqusta, enlínea con las especulacones seudofilosóficasde la new age (Cf.: nota número 13). Leo-pold lo epresa así27:

“Hay una concepcón mecancsta de la erracomo nuestra proeedora físca y como lugar que noshace de soporte. [...] A esta concepcón se opone otra:el mundo es un organsmo o y la terra, las monta-

ñas, los ríos, la atmósfera, etcétera, son órganos o par-

24 Bryan G. Norton, Te Constancy of Leopold’s Land Ethic . Reproducdo en: Environmental Pragma-tism, Andrew Lght y Erc Katz, edtores. Routledge,Londres, 1996.

25 D. P. Ouspensnky (1878-1947), pensador y es-crtor de orgen ruso, partdaro de un talsmo esotércocomo fuente de la conscenca y las funcones tales delos organsmos os (la erra, creía, tenía su propoespírtu y su conscenca). Su obra más conocda, er-tium Organum (1911), fue un éto de entas en EstadosUndos. Junto con su mentor. G. I. Gurdejeff, ha sdouno de los precursores del sncretsmo relgoso y de lamístca de la new age .

26 érmno acuñado por Arne Naess. Más adelantetendremos ocasón de eplcar breemente la dosncra-sa de este momento ecológco, etremsta y funda-mentalsta.

27 Bryan G. Norton, op. cit.





te de órganos, de un todo coordnado, cada parte conuna funcón definda”.

El mecancsmo se confunde frecuente-mente con el determnsmo; y éste, con lapredctbldad. Newton y su físca, así como

el raconalsmo lustrado, son las bestas ne-gras de muchos pensadores de los mo-mentos ecologstas, que no es raro que recu-rran a la seudocenca para asentar sus creen-cas sobre la naturaleza a e nerte28.

Leído esto, puede parecer que Leopoldes uno de los ncadores de la llamada étcaecocéntrca (o bocéntrca), por contrapos-cón a la tradconal, que se consdera antro-pocéntrca. La són ecocéntrca, en su sen-tdo más general y lao, es bastante edentey tral: la espece humana es una más de lasque comparten la erra, no la elegda; for-

ma parte ntegrante del ecosstema global obosfera; y la salud y benestar razonable delos seres humanos, y hasta su superencacomo espece, dependen del buen estado delmedo ambente, tanto local como global29.En sentdo más específico que le dan mu-chos teórcos y pensadores ecologstas, estoes, que todo se debe supedtar –ncluyendola espece humana, su benestar y hasta susuperenca– a una rígda aología y a unamprecsa teleología de la bosfera, esa sónecocéntrca es una base muy frágl y dscut-ble para fundamentar una étca del hombre

y del medo ambente. Báscamente porquela espece humana es la únca que tene unaconscenca capaz de crear étcas y actuarconforme o en contra de sus preceptos30.Por mucho que se quera etender la cons-cenca a otras especes, o ncluso a la propanaturaleza como un todo (Nature knows best)31, la edenca empírca demuestra que

nnguna otra espece posee en su cerebrofuncones altamente jerárqucas de pensa-mento abstracto capaces de la autorrefleóny de la nsttucón de étcas. En resumdascuentas, se trata del debate entre los que op-nan que resolendo prmero las crss

medoambentales se soluconarán los pro-blemas de la humandad y los que pensanque hay prmero que ocuparse de los graesdesajustes, precaredades e njustcas quesufren muchos seres humanos, porque así seacabarán arreglando todas las dficultadesecológcas y los abusos y agresones contralos ecosstemas.

El pragmatsmo de Aldo Leopold –n-flujo de Arthur wnng Hadley, típco e-ponente de la escuela pragmátca amercanaclásca– le lleó al conencmento de que,para ben o para mal, los seres humanos ban

a alterar la bota. Además, nunca cuestonósu derecho a hacerlo, sempre que las mod-ficacones fuesen consstentes con el conoc-mento medoambental (gestón responsa-ble e ntelgente del medo ambente) y que,a largo térmno, sreran para proteger lada humana y de la demás da en la erra,de la cual aquella dependía32. Sn embargo,muy pocas eces se destaca en los lbros y ensayos de los ecologstas actuales la compo-nente pragmátca del pensamento ecológcode Leopold. Aparentemente, la razón es quelos partdaros de la ecología profunda y los

teórcos más mportantes de las organzaco-nes ecologstas, en ez de estudar y ctar losescrtos de Aldo Leopold, se suelen basar enla nterpretacón que de ellos hzo J. Bar Ca-llcott. Para este nfluyente escrtor ecologs-ta, proponente de una étca basada en elmonsmo ecocéntrco, el pluralsmo delpragmatsmo clásco norteamercano es n-compatble con una étca untara, basada enalores ntrínsecos de la bota y de la terraque la acoge y sostene. El pragmatsmo,muy lgado según este ntérprete de Leopoldal utltarsmo humano, conduce a una étca

necesaramente antropocéntrca, basada enalores nstrumentales en ez de ntrínsecosde las entdades de la ecología33.

El nudo gordiano de la ética ecológica

Para muchos ecologstas, ya sean teórcos,técncos o actstas polítcos, el centro deldebate sobre la étca ecológca se encuentraen las dstntas acepcones y aracones con-ceptuales de las epresones valor instrumen-

tal y valor intrínseco; y en la eleccón de unade ellas como base sólda en la que funda-mentar dcha étca. Generalmente, se cons-dera a G. E. Moore como el prmer filósofomoderno que abordó con detalle el proble-ma de los llamados alores ntrínsecos. En sulbro Philosophical Studies , de 1922, escrbóque “decr que un certo alor es ‘ntrínseco’sgnfica... que la cuestón de s una cosa loposee... depende sólo de la naturaleza ntrín-seca de la cosa en cuestón.” Anterormente,en su teto de 1902 Principia Ethica, nos douna receta práctca para decdr qué cosas

tenen un alor ntrínseco. Para ello, “es ne-cesaro consderar cuales son las cosas que, sesteran por s msmas, en aslamento ab-soluto, juzgaríamos entonces que su esten-ca era buena.” No es de etrañar, dadas estaspremsas, que Moore se nclnara a pensarque muy probablemente era mposble asg-narle un alor ntrínseco a cosa alguna (sóloecluía las eperencas, que podían ser alo-sas aunque se epermentaran en el asla-mento total)34. Realmente, la dscusón so-bre la estenca de alores ntrínsecos en lanaturaleza anmada e nanmada (o en el

cosmos, en general) es un debate estérl y,muchas eces, puramente metafísco, sn quepueda aportar nada a la práctca cotdanadel estudo y resolucón de problemasmedoambentales.

ampoco sre en este debate ontológ-co sobre esencas y propedades, recurrr aHume y a su dstncón entre cualdades pr-maras y secundaras de los entes (deudorade la tradcón emprsta), pues dcha escue-la de pensamento filosófico no tene res-puesta para la descrpcón y eplcacóncentífica del mundo y de las cosas que hay

en él. Así, por ejemplo, el color no es másque un fenómeno físco que tene que ercon las longtudes de onda de las radaconeselectromagnétcas ncdentes y reflejadas, y con la respuesta de los órganos suales y suconsecuente procesado neurológco de losdstntos seres os que recben el reflejo35.

34 Anthony Weston, Beyond Intrinsic Value . Re-producdo por Andrew Lght y Erc Katz, op. cit.

35 Chrstopher Beshaw, op. cit. Este autor dstn-gue entre alor nherente de una cosa –que correspondemás o menos con la clásca defincón de Moore– y laaloracón como ntrínseca de esa cosa por un obsera-dor humano. Debemos tambén a Moore la denunca dela llamada falaca naturalsta, que consste en que de loque es no se puede nferr lo que debe ser ; o lo que es lomsmo, que no hay camno drecto n relacón lógca

28 Cf.: Robert E. Ulanocz, Life after Newton: AnEcological Metaphysic . Reproducdo por Dad R. Kellery Frank B. Golley , op. cit.

29 La tradcón judeo-crstana de consderar a laespece humana como la elegda por su dos ha sdo muy crtcada por numerosos escrtores ecologstas. Así, pode-mos leer que, “nuestra presente cenca y nuestra presen-te tecnología están ambas tan teñdas de la arrogancahaca la naturaleza, propa de la ortodoa crstana, queno es posble esperar que den por s solas solucones anuestra actual crss ecológca. Ya que las raíces del pro-blema son en gran medda relgosas, el remedo debe sertambén esencalmente relgoso...” Lynn Whte, Jr, Te Historical Roots of Our Ecological Crisis . Reproducdo porDonald VanDeVeer y Chrstne Perce, op. cit.

30 Es curoso que uno de los teórcos más mpor-tantes del ecocentrsmo etremo, J. Bard Callcott, seeprese así: “En últmo etremo, el hecho de que lanaturaleza haya producdo una espece étca, Homosapens, la naturaleza no es amoral.” (Cf.: J. Bard Ca-llcott, Te Conceptual Foundations of the Land Ethic .Reproducdo por Donald VanDe Veer y Chrstne Per-ce, op. cit .).

31 Barry Commoner, Te Closing Circle, Man and echnology . Bantam, Nuea York, 1971. Ctado porChrstopher Belshaw, Environmental Philosophy: Reason,

Nature and Human Concern. McGll-Queen’s Uners-ty Press. Montreal & Kngston, 2001. Belshaw matzaesta epresón dcendo que “este pensamento no sgn-fica que la naturaleza tenga algún tpo de nocón part-cular que corresponda a la de los alores que tenen loshumanos sno que la naturaleza en su conjunto se cudamuy ben de sí msma.”

32 Bryan G. Norton, op. cit.33 La nterpretacón del pensamento ecológco de

Aldo Leopold que realza Callcott, así como sus crítcasal pragmatsmo amercano (según la tradcón cláscaenrazada en la filosofía de Perce, Royce, James, Mead ,Dewey, etcétera), se tratan con ampltud y detalle en: Andrew Lght y Erc Katz, op. cit .





Se argürá que la dscusón sobre los a-lores ntrínsecos es más una cuestón subje-ta y de sentmentos que objeta y empír-ca; y que por tanto, no cabe recurrr a lascencas naturales para rechazarlo o mnus-alorarlo. Mas s así se pensa o se argumen-

ta, se cae en la contradccón de que el alorntrínseco de algo, para serlo, debe ser nde-pendente de la subjetdad del que se loasgna. Es muy dfícl reconclar el conceptotradconal de alor ntrínseco con el plura-lsmo subjeto, máme s tenemos en cuen-ta la estrecha relacón entre subjetdad y enculturacón. Adconalmente, aparecenproblemas y paradojas cuando se trata dedetermnar cuáles son las entdades ecológ-cas a las que se les puede y se les debe asgnaralores ntrínsecos. ¿Al ndduo? ¿A unaespece? ¿A una comundad bológca? ¿A

todos y cada uno de los bosstemas o a labosfera, punto culmnante del holsmo e-tremo de muchos ecologstas? ¿Dónde traza-mos la frontera entre holsmo y reduccons-mo a la hora de asgnar alores ntrínsecos?Hay, desde luego, oráculos de los momen-tos ecologstas que no se arredran ante estasdficultades conceptuales e ntentan formu-lar nueas teorías de los alores ntrínsecos.al ez el más notoro de estos ntentos seael del ctado Callcott, quen mezclandodeas sacadas del darwnsmo con las pro-puestas de Hume sobre objetdad y subje-

tdad de los obseradores y la ya menco-nada dualdad de cualdades; añadendounas ctas sobre el flujo energétco en losbosstemas, espgadas de certas nterpreta-cones muy especulatas de la termodnám-ca de los sstemas dspatos, y, finalmente,una gunda de cháchara basada en eplca-cones ad hoc de la físca cuántca, sostenehaber resuelto el dlema hacendo desapare-cer la clásca dcotomía de los alores en n-trínsecos e nstrumentales36.

engo para mí que todo esto se reduce aun aprorsmo del autodenomnado pensa-

mento socal alternato, progressta y eco-lógco: que los alores nstrumentales sonntrínsecamente perersos, por egoístas, con-seradores, captalstas e nsoldaros. Nocreo que merezca la pena rebatr esta smpl-cdad; baste tal ez con decr que, desde unpunto de sta naturalsta, todos los aloresde los entes ecológcos son nstrumentales (o

utltaros) y dependentes del conteto (n-ddual, socal, hstórco, cognto, etcéte-ra). Lo cual no mplca necesaramente caeren el acío del relatsmo étco total. La e-perenca nos enseña que los problemas ét-cos o de alores se presentan más acucante-

mente cuando es necesaro elegr entre unapluraldad de opcones asocadas a aloraco-nes dstntas, muchas eces conflctas encluso contradctoras y ecluyentes entres, pero que desde un punto de sta raco-nal, son gualmente áldas. En resumen,cuando nos encontramos ante stuacones enlas que podemos elegr entre A y B pero nopodemos tener A y B a la ez. No puedoeplayarme aquí sobre m conencmentode que es posble establecer en esos casos una jerarquía de alores medante el pragmats-mo, la toleranca y la predsposcón a llegar

a acuerdos lo más conenentes posbles, ob-ando aquellas opcones en las que la e-denca empírca y centífica, la eperenca oel consenso nos ndcan que son las peores y menos deseables. En suma, debemos buscary tratar de asentar una étca basada en la cla-rdad de deas, compatble con nuestro mejor conocmento centífico, lbre de preju-cos nfundados y fundamentalstas, que seacapaz de establecer con suficente precsón y etensón una escala de alores para cada ca-so partcular, sempre sujeta a la dscusón y modficacón para respetar un modus en-

d basado en acatar nuestra pluraldad cultu-ral e nddual a la ez que nuestra undadcomo una espece totalmente dependentede la bosfera, nuestro únco hábtat dspo-nble de momento.

Economicismo y análisis coste/beneficio

Ocurre, empero, que se suele asocar el alornstrumental con la smple aloracón eco-nómca de las cosas o las accones. Desem-bocamos así en otra dsputa entre epertosen cuestones medoambentales. Por un la-do está la són predomnantemente econo-

mcsta y, por otro, la fundamentalmenteecológca. Se suele tambén decr que los pr-meros son optmstas respecto del ngeno y la tecnología humana para resoler las crssmedoambentales y de recursos báscos y norenoables; y que los segundos adoptan pos-turas pesmstas, cuando no netamente ca-tastrofistas. Los ecologstas acusan a los eco-nomstas de recurrr constantemente a losanálss de coste/benefico y de ncurrr confrecuenca en la falaca de la relacón drectaentre precos y escasez (o abundanca) de losrecursos no renoables. En parte, esta segun-

da obseracón es certa, ya que es típco demuchos economstas argumentar que la es-casez ndca necesaramente una subda deprecos; y que cuando esto no ocurre, es que

no hay tal escasez de dchos recursos, ol-dando nclur en el argumento la premsa deque el preco no sólo es funcón de la abun-danca o escasez sno del hallazgo de nueasreseras, del abaratamento de la puesta en elmercado de dchos recursos, así como del

menor consumo debdo a su susttucón porproductos sntétcos o de dstnta naturalezapero que realzan la msma funcón. Para al-gunos, como por ejemplo el economstaamercano Julan Smon, mentor del ctadoy polémco Bjørn Lomborg, este cclo notene un final presble, pues la confianza enel ntelecto humano para crear contnua-mente tecnologías que resuelan los proble-mas de escasez de recursos naturales, es ab-soluta37.

Es claro que los ecologstas no compar-ten para nada el optmsmo desbordado de

Smon y sus segudores. Lo curoso es que engeneral esta són de los economstas, lgadaal progreso y al crecmento económco, pa-rece ser para muchos polítcos y actstas“erdes” un mal ecluso del captalsmolberal, oldando que el del Estado del mar-smo clásco y ortodoo puede ser –y dehecho lo fue– tan o más agreso con la na-turaleza y esqulmar en gual o mayor med-da los recursos no renoables. En realdad, latradcón marsta estaba más ncapactadaque la lberal para afrontar la crss de con-cenca ecológca que creó en los países de

economía de mercado los momentos so-cales de finales de la década de los 60 delsglo pasado. Sólo cuando los marstas, y engeneral los partdos socalstas y socaldemó-cratas, eron el gran éto socal y polítcode los momentos cícos “erdes”, empe-zaron a nteresarse por cuestones medoam-bentales. Entonces obseraron un mpor-tante momento capaz de producr cant-dades notoras de otos e ntentaron nfluren él, pero fue y es smplemente una cues-tón de nterés por el poder polítco más queun ntento sncero de ncorporar en sus pro-

gramas y planteamentos económcos lastess y propuestas de los ecologstas, lo quesgnficaría cambar de raíz la deología bás-ca de progreso y desarrollo socal de la z-querda38.

Es erdad que cuando algunos partdospolítcos “erdes”, se han sto nolucradosen el goberno (como ha suceddo, prnc-palmente en Alemana) han empezado a

37 Julan Smon, Can the Supply of Natural Re-sources Really Be Infinite? Yes! Peproducdo por DonaldVanDeVeer y Chrstne Perce, op. cit.

38 John Bellamy Foster, ‘‘Mar’s Ecology: Matera-lsm and Nature’’, Monthly Review Press, Nuea York,2000. Asmsmo, éase Manuel Aras Maldonado, ‘‘Re-tórca y erdad de la crss ecológca’’. Revista de Libros,núm. 65, mayo de 2002.

entre hechos y alores. Esta falaca es parte muy mpor-tante de la retórca ecologsta y de los “erdes”, que n-ssten en que todo lo natural es ntrínsecamente bueno.

36 Cf.: Andrew Lght y Erc Katz (aros artícu-los), op.cit . J. Bard Callcot, op. cit. Chrstopher Bels-haw, op. cit. Es certo tambén que de ez en cuando encuestones de práctca ecológca Callcott dce cosasbastante sensatas, que epresa con clardad y sn dema-sados crcunloquos.





adoptar posturas más pragmátcas y han s-to como netable la necesdad del análssde coste/benefico. Por supuesto que tal aná-lss es rrealzable desde posturas fundamen-talstas basadas en alores ntrínsecos arbtra-ros y en étcas etremadamente ecocéntr-

cas. Mas aunque se adopte un utltarsmomoderado por el respeto a los derechos hu-manos y a certas reglas morales báscas sobreel medo ambente, no es fácl muchas ecesllear a cabo el análss en térmnos pura-mente económcos. Pues, ¿cómo cuantficarla bodersdad y sus beneficos? ¿Qué m-portanca le dan los seres humanos de dfe-rentes culturas a un are puro y a un entornoestétcamente placentero? ¿O a la consera-cón de especes en pelgro de etncón?

Estas y otras tantas preguntas smlarestenen dfícl respuesta, ncluso en térmnos

cualtatos. Se podrá argumentar que algu-nos problemas medoambentales que afec-tan a la salud se pueden cuantficar ealuan-do el ahorro santaro que se consgue pre-endo las posbles patologías que puedanproocar y su consguente alo o curacón.Pero ésta generalmente es sólo una pequeñaparte del análss, que resulta así muy ncom-pleto. Sn embargo, en general podemos cal-cular –aunque frecuentemente con grandesdesacones finales según la magntud y complejdad del problema– el coste de lasaccones orentadas a restaurar y conserar

tanto ecosstemas como toda la bosfera. Pe-ro aquí tambén hay que ntroducr costesntangbles como los sacrficos en consumoy confort que, para certas socedades, con-llean muchas de esas meddas. al ez porestas dficultades, y por motos de estrate-gas polítcas rara ez las ONG ecologstas y los partdos “erdes” nforman de los costesque suponen sus propuestas y programas.Indudablemente, en algunos casos –como eldel cambo clmátco– el problema sea tangrae y acucante que no quede más remedoque empezar a tomar meddas cuanto antes,

sea cual sea su coste. Mas ello no es óbcepara que los cudadanos estén ben nforma-dos de lo que les a a costar, en dnero y encomoddades.

Desarrollo sostenido y OGM

Ante esta realdad se recurre a grandes gene-raldades que acaban conrténdose en ma-ndos tópcos, como el llamado desarrollosostendo. odos los ecologstas y polítcos“erdes” hablan de esta estratega (que haacabado contagado a la zquerda tradco-nal), aunque no hay acuerdo n en lo que

realmente sgnfica n en cómo ponerla enpráctca, s ben normalmente se propugnandrástcas meddas de control y gran nter-encón estatal en los procesos económcos e

ndustrales (algunas propuestas rozan el “es-talnsmo ecológco”). Es netable, en todoslos casos, que se produzca la contradccónde que s el crecmento es sostendo reque-re que sea acumulato; por muy reducdosque sean los ncrementos anuales, como

acaece con el nterés compuesto, el acrec-mento es eponencal, y transcurrda unafraccón nsgnficante del tempo que la hu-mandad llea habtando nuestro planeta, sellega a la saturacón, y es mposble segursostenendo nngún tpo de desarrollo39. Pa-ra escapar de este callejón sn aparente saldacabe la solucón del crecmento cero o nega-to, lo cual es, dada la stuacón de una granparte de la humandad, étcamente nacepta-ble y polítcamente nable. La alternataes apostar por que el aance del conocmen-to centífico y la tecnología que se pueda

desarrollar a partr de él nos permtan am-plar sustancal, aunque sempre lmtada-mente, los confines del desarrollo.

Mas de nueo nos topamos con postu-ras frecuentemente antcentíficas y seudo-centíficas de los teórcos y líderes de los mo-mentos ecologstas40. Como acaece en elcaso de los organsmos genétcamente mod-ficados (OGM, esto es, por ejemplo, plantasy anmales transgéncos), donde el eceso decelo puesto en aplcar a rajatabla el llamadoprncpo de precaucón a bastante más alláde lo centíficamente razonable para la ea-

luacón de los posbles resgos. La pretensónde egr la demostracón del resgo nulo, lasegurdad total, es un dsparate centíficoque se usa en demasadas ocasones falaz-mente para mpedr ncluso la nestgacónsobre la naturaleza y alcance de los proposresgos medoambentales y de salud de losconsumdores que se pueden derar deproductos obtendos medante las nueasbotecnologías41. Al rechazo de muchosecologstas a los OGM, basado en la eage-racón de los pelgros de contamnacóngenétca de cultos más o menos prómos

a aquellos, que supondría comprometer enmayor o menor medda la bodersdad delentorno, y en la desmesurada estmacón de

los hpotétcos daños para la salud de losconsumdores, se junta en este caso el de losprofetas y propagandstas de los momen-tos antglobalzacón y “altermundstas”, de-rado del recelo de la mposcón del llama-do “monopolo de las semllas” y otros pro-

ductos asocados –como los pestcdasespecíficos– por parte de una pocas y demo-níacas multnaconales de botecnología dela agrcultura y los almentos (de las cuales,Monsanto es el Lucfer), lo que condenaríana la pobreza y a la hambruna por los sglosde los sglos a los países pobres y subdesarro-llados.

Estas creencas y planteamentos polít-cos han calado hondo en la opnón públcade muchos países europeos, lo que ha oca-sonado moratoras en la UE a eces njust-ficadas y largos, dfícles y muy costosos pro-

cesos para la aprobacón de cultos transgé-ncos. Es muy probable que esta estratega,que se basa en ntentar poner puertas al cam-po, acabe producendo el efecto contraro alque se pretende; pues cuando los OGM seacaben mplantado y generalzando, cosapoco menos que netable, el monopoloserá mucho mayor del actual, ya que sólounas pocas y muy poderosas empresas debotecnología habrán sdo capaces de supe-rar los obstáculos europeos y de otros países–basados, repto, en una nterpretacón e-trema del prncpo de precaucón– a la n-

estgacón, desarrollo y comercalzacón desus productos. Cuando esto ocurra, acabarántenendo un domno abrumador del merca-do. Esta stuacón europea, forzada por unaopnón públca cuyo desconocmento y creduldad han sdo conenentemente ma-nejados para lograr una fe cega en creencasrraconales y supercherías, es muy posbleque nos deje en desentaja centífica y tecno-lógca respecto de otros países, prncpal-mente Estados Undos. Pero cuando nume-rosas ONG se oponen a las donacones esta-doundenses de grano a países afrcanos que

sufren una tremenda hambruna por la falazy absurda razón de que, por ser transgéncoes perjudcal para la salud, ya no es un pro-blema de posble retraso tecnológco sno ungrae error, cas un delto de lesa human-dad42. Un ejemplo paradgmátco a la ezque patétco de esta “guerra de las semllas y de los OGM” lo encontramos en la célebreecofemnsta, prolífica escrtora de panfletosy líder del Internatonal Forum on Global-zaton, la hndú Vandana Sha. Pese a queal parecer –y no tengo razones para dudar-lo– es doctora en Físca eórca, es una rela-

39 El hto más mportante sobre presones delfuturo del desarrollo de la humandad es el prmernforme del Club De Roma, Los límites del crecimiento (1972), que tuo un enorme mpacto en la economíamundal.

40 Es frecuente que las organzacones ecologstascuenten con centíficos y epertos técncos en nómna ocomo colaboradores oluntaros. Salo pocas y honrosasecepcones, estos suelen lmtarse a ntentar dar una -tola de seredad y prestgo académco a las doctrnaspolítcas de estas organzacones “erdes”.

41 Se puede conocer una eposcón clara y compe-tente de esta cuestón en: Francsco García Olmedo,Plantas con luz propia: la tercera revolución verde. Edto-ral Debate, 1997.

42 Francsco García Olmedo y Pablo RodríguezPalenzuela, ‘‘Hambre y pobreza: mtos y cfras’’. Revistade Libros, número 83, noembre de 2003.





tsta cognta etrema, una espece de“ludta posmoderna”; y sus dogmatsmos egnoranca de los más sencllos prncposagrícolas son un pelgro públco, no solopara su país, sno para muchos otros del Surde Asa, donde se la escucha con deocón y

respeto43

.Párrafo aparte merece el momentoecológco contracultural más lgado a losforos antglobalzacón y “altermundstas” y a la new age : la ecología profunda y sus de-rados, como el ya ctado ecofemnsmo.La ecología profunda (deep ecology o tam-bén ecosophy ) es tan fundamentalsta y dog-mátca, tan místca y esotérca que más queuna corrente ecologsta de talante básca-mente antcentífico es una relgón neopan-teísta y pampsqusta, sn glesas y congrandes doss de sncretsmo y relatsmo

cultural posmoderno etremo. Como ya seha dcho anterormente en una nota a pede págna, surge de los escrtos de ArneNaess y se basa en un despreco sceral porel conocmento raconal y empírco de lacenca, y su susttucón por una arcana sa-bduría de nuestro “yo nteror y esprtual”y la sapenca trascendente de la Madre e-rra. Por su parte, el ecofemnsmo culpa alpatrarcado y al antropocentrsmo de todoslos males de la bosfera y propone una étcafemnsta para la ecología, basada en la deade la naturaleza como dosa femenna que

nos nutre, cuda y protege44

.Deberes y derechos:

la posteridad y los animales

Para termnar este sucnto repaso a las pro-puestas de étcas medoambentales, nosocuparemos breemente de las posturas quese queren fundamentar en la moral y la justca ecológca basada en los derechos,más que en los alores en s. Llama la aten-cón, a este respecto, la facldad con que senoca a las generacones futuras como ra-zón para adoptar posturas ecologstas más

o menos etremas. Sobre todo en los paísesdesarrollados, cuyas pautas reproductoras

de su socedad dfíclmente harán posbleque tengan posterdad. Curosamente, hay muy poca lteratura que aborde desde unpunto de sta raconal y analítco el pro-blema de los derechos de las futuras gene-racones (y la que hay es a partr de meda-

dos de los años 70 del sglo pasado). Prn-cpalmente porque es muy dfícl hablar deun sujeto de derecho cuya estenca es pu-ramente hpotétca y que carece de la pos-bldad de tener deberes para con nosotros. Adconalmente, la crecente nclnacónteórca de los guías ntelectuales ecologstasy de los momentos y las ONG, en gene-ral, haca una étca ecocéntrca y de aloresntrínsecos hace que se pueda uno nclusopreguntar s es un alor posto la cont-nudad de la espece humana.

S a esto añadmos la dficultad, por no

decr mposbldad, de los seres humanos desentr preocupacón real –la que justfica pr-acones y sacrficos– por generacones pos-terores a la de sus netos como mucho(pénsese en la gran crss actual de las trad-conales relacones famlares en muchas so-cedades desarrolladas), no debe sorprender-nos esta falta de dscusón sobre nuestraposterdad. Certo que se han hecho pro-puestas desde el utltarsmo, tanto ntentado justficar el alor de la contnuacón de laespece humana como apoyándose en postu-ras estétcas, comparando nuestra preocupa-

cón por legar en buen estado nuestro patr-mono artístco y cultural con la preseracónde la belleza de la naturaleza45. Se puedenponer muchas objecones a estas propuestas,tanto desde el punto de sta pragmátco(hay dferencas sustancales de todo tpo en-tre la conseracón de obras de arte y la delas bellezas naturales) como estétco (no sa-bemos los gustos de las futuras generacones,y aunque podemos suponer que no seránmuy dstntas de las nuestras, no dejan de serespeculacones). ampoco sabemos con quéconocmentos centíficos y medos tecnoló-

gcos se contará en un futuro para abordarlos problemas ecológcos.Una propuesta nteresante es la debda a

John Rawls y su “contrato hpotétco” basa-do en “la justca entre generacones”. Masde nueo se presentan los problemas de que,al no estr alguna de las partes contratan-tes, se reduce cas todo a una negocacónmás ben rtual46. Pero sí se puede buscar elestablecmento una cadena de contratos ge-

neraconales entre padres, hjos y netos quese base en motos naturales de preocupa-cón por la progene. Pues más que la etn-cón de la espece humana, que para muchoses una pura entelequa, lo que puede moera seros sacrficos a cada generacón es el te-

mor a los sufrmentos que producen losprmeros zarpazos del proceso que llee aque nuestro planeta sea nhabtable. S pen-samos en ello y tenemos la nformacón fia-ble y precsa que nos proporcone el conen-cmento de que este un resgo prómo dedetermnados y concretos pelgros, es posbleconenr entre padres e hjos una conductaecológca sensata por el ben de los netos deunos e hjos de los otros. Así se puede nten-tar establecer unos prmeros eslabones detres generacones que, conenentementeensamblados y etenddos, puedan crear una

cadena ntergeneraconal. Quzá la prmeracláusula del contrato sea: cuando nos aya-mos de aquí dejaremos las cosas al menoscomo estaban.

S dfícl resulta teorzar sobre los dere-chos de las generacones futuras, más com-plcado parece el consenso para establecer losderechos de los anmales. El llamado mo-mento de lberacón anmal (que tene or-gen en las cláscas socedades protectoras deanmales) es muy recente, pues apenas cuen-ta con algo más de trenta años47. Los dostratadstas más conocdos e nfluyentes son

Peter Snger y om Reagan48

. Mentras elprmero se centra en derechos legales, el se-gundo lo hace en prncpos morales y en lagualdad del alor nherente de los humanosy los anmales. Su postura se puede concre-tar en tres puntos: a) abolcón total del usode anmales en la nestgacón centífica;b) desaparcón total del comerco de an-males de granja y c) elmnacón total de lacaza de anmales (con armas de fuego otrampas), sea por motos comercales o de-portos. La poscón que defiende Snger esla del utltarsmo clásco, solo que en la fór-

mula de actuar mparcalmente para ma-mzar el benestar general de la mayoría, re-ducendo el sufrmento y promoendo elplacer y la felcdad de la mayor cantdad deseres posbles, entre esos seres y en pe degualdad con los humanos hay que contarcon los anmales. Así, no hay prohbcones

43 Francsco García Olmedo, ‘‘El mto de Vanda-na Sha’’. Revista de Libros, número 88, abrl de 2004.ambén: Vandana Sha, Development, Ecology, and Women. Reproducdo por Donald VanDe Veer y Chrs-tne Perce, op. cit .

44 Arne Naess, Self-Realization: An ecological Appro-ach to Being in the World . Reproducdo por Donald Van-De Verr y Chrstne Perce, op. cit . Véanse tambén otrosartículos recogdos en este lbro así como ChrstopherBelshaw, op. cit. La falta de espaco me mpde denuncarotra falaca de los momentos ecologstas, la de las lla-madas energías renoables alternatas (eólca, solar, bo-masa...), cuando lo que son en realdad, y posblementepor muchos años más, meramente complementaras enporcentajes que rondan el 10-15% de la produccón to-tal. Es m deseo equocarme, mas me temo que la mo-ratora nuclear la amos a pagar muy cara.

45 Peter Snger, Ética Práctica, Cambrdge Uner-sty Press, 1995. Este una edcón anteror, de 1984,en Edtoral Arel.

46 Ernest Partrdge: Future Generations . Reproduc-do por Donald VanDeVeer y Chrstne Perce, op. cit .Véase tambén: John Rawls, eoría de la justicia, FCE,Madrd, 1978.

47 Peter Snger, ‘‘Anmal Lberaton at 30’’. New York Review of Books, ol. 50, núm. 8, 15 de mayo de2003. Véase tambén, del msmo autor, Animal Libera-tion. Reproducdo por Donald VanDeVeer y ChrstnePerce, op. cit . Véase tambén, de Jesús Mosterín, Los derechos de los animales (1995) y ¡Vivan los animales! (1998), ambas obras edtadas por Edtoral Debate.

48 Chrstopher Belshaw, op. cit . Véase tambén:om Reagan, Te Case for Animal Rights . Reproducdopor Donald VanDeVeer y Chrstne Perce, op. cit .




n prncpos generales, por lo que habrá queconsderar caso por caso. Verbgraca, se pue-den usar anmales para la epermentacónsempre que se les haga el menor daño pos-ble y que el benefico obtendo para los hu-manos u otros anmales sea mayor que la

pena o la muerte nfrngda a los que se usencomo cobayas.Renunco en este punto a martrzar al

lector con más nformacón o análss de lageneralmente farragosa, fundamentalsta, y llena de retórca sentmental, contradctorae ncoherente lteratura sobre el debate de losderechos de los anmales49. Dejemos la mo-ralna de baratja y procedamos según el sen-tdo común: dsfrutemos de los anmales,mejoremos sus condcones de cranza y sa-crfico cuando hayan de serrnos de al-mento (tambén se puede reducr a lo bás-

camente necesaro el consumo de proteínasanmales, aunque los gourmets de las carnesrojas no estarán muy de acuerdo) y eper-mentemos con ellos –producéndoles el mí-

nmo de sufrmento posble– para mejorarnuestros fármacos mentras ello sea absolu-tamente necesaro. Pues por mucho queamemos a los anmales, s son mprescnd-bles para nestgar sobre medcamentos quepuedan etar dolor e ncluso salar la da a

nuestros netos, pongo por caso, es lógcoque en la escala de alores de nosotros loshumanos los que portan nuestros genes es-tén por encma de los membros de cual-quer otra espece.

Un ensayo sobre el pensamento ecoló-gco no debe termnar sn haber ncludouna mencón de agradecmento a los mo-mentos cícos medoambentales y a certasONG de ecologstas (pese a que algunas hanpractcado en más de una ocasón, una espe-ce de “ecoterrorsmo”) por haber hecho dela preocupacón por el medo ambente una

componente fundamental de la cultura ac-tual de muchas socedades. Mérto mpor-tante en la aparcón de dchos momentoslo tene Rachel Carson, quen con su lbro

Silent Spring (1962) abró los ojos de mu-chos cudadanos y del goberno de EstadosUndos para que eran que gran parte de laspráctcas que se consderaban entonces nor-males, (erbgraca el uso del DD y deotros pestcdas cuyos efectos sobre los hu-

manos y el medo ambente se desconocían)eran erróneas y –a menudo– graemente pe-lgrosas50. Para muchos, hubo un antes y undespués de esta publcacón. La celebracóndel prmer Día de la erra, el 22 de abrl de1970, demostró a contnuacón que ese des-pués era tan mportante que ba a cambarradcalmente la hstora del pensamentoecológco. ■

Fernando Peregrín Gutiérrez es membro del panelde epertos de la UNEP (ONU) para el Protocolo deMontreal sobre la proteccón de la capa de ozono at-mosférca.

49 Hay aros ejemplos de lo dcho en Do-nald VanDe Veer y Chrstne Perce, op. cit ., y enChrstopher Belshaw, op. cit .

50 Rachel Carson, Primavera silenciosa. EdtoralCrítca, coleccón Dakontos, 2001.



¿QUE LES CORTEN LA CABEZA? JUAN ANTONIO LASCURAÍN SÁNCHEZ

La Reina de Corazones

El día 1 de octubre de 2004 entrará envigor la cuarta y última de las reformas pe-

nales impulsadas por el Partido Populardurante el año 2003. Alguna de las medi-das que contempla esta vasta modificacióndel Código Penal de 1995 evoca el expedi-tivo modo con el que la Reina deCorazones resolvía los conflictos del Paísde las Maravillas: “¡Que les corten la cabe-za!”. Afortunadamente, nuestro PoderConstituyente decidió que este contun-dente mecanismo penal debía quedar abo-lido incluso para los delitos más graves, y proscribió expresamente la pena de muer-te. Implícitamente, prohibió también la

pena de muerte civil que comporta la ca-dena perpetua: si las penas de privación delibertad han de orientarse a la reinserciónsocial (art. 25.2 de la Constitución) y sinadie puede ser sometido a una pena in-humana (art. 15), va de suyo que no cabeen nuestro sistema la prisión de por vida. A lo ha dicho el Tribunal Constitucional,repudiando el “riguroso encarcelamientoi sin posibilidades de atenuacióny flexibilización” (STC 91/2000).

La relegación a la historia de estas dospenas ha sido objeto de un sólido consen-

so que se ha visto permanente amenazadopor la brutalidad de los atentados terroris-tas. De hecho, una de estas últimas refor-mas del Código Penal (CP) ha acercado lapena máxima de prisión (40 años íntegrosy efectivos) a la cadena perpetua medianteel acuerdo de los dos grandes partidos es-tatales (PP y PSOE). Las severas pegas delegitimidad que suscita esta medida y lasreticencias de ciertos sectores de la socie-dad, claramente minoritarios, a decir delas encuestas, parecen haber quedado en-mudecidas por el horror vivido en Madrid

el pasado 11 de marzo.Frente a tal silencio y aun a riesgo dep inoportuna, la cuestión que se deseaplantear en este artículo es la siguiente: si

este apoyo aparentemente tan sólido a pe-nas tan duras –y eventualmente incluso a lacadena perpetua en sentido estricto o a la

pena de muerte– es, además de emocional-mente explicable, racionalmente aceptable.Tal racionalidad no puede ser otra que laque proviene de la eficacia preventiva de ta-les penas y de su congruencia con los valo-res fundamentales que hemos adoptado co-mo punto de partida para organizar nuestrasociedad.

● La pena de prisión de 40 años ha si-do introducida por la Ley Orgánica7/2003, de 30 de junio, de medidas de re-forma para el cumplimiento íntegro y efec-

tivo de las penas. Como su nombre indica,esta ley orgánica no sólo ha elevado el lími-te máximo de cumplimiento de la pena, si-no que ha endurecido los requisitos de ac-ceso a los permisos de salida, al tercer gradopenitenciario y a la libertad condicional.Esta norma, que gozó del apoyo parlamen-tario del Partido Socialista, vino prontoacompañada de otras tres, ya sin dicho res-paldo, en su tarea de modificación delCódigo Penal.

● La primera de ellas fue la Ley

Omedidas concretas en materia de seguridadciudadana, violencia doméstica e integra-ción social de los extranjeros: tiene comocontenido penal principal la agravación delas penas en los supuestos de reincidencia y habitualidad, el aumento de los casos en losque la prisión de extranjeros sin permiso deresidencia debe ser sustituida por su expul-s y –sólo aquí con el apoyo del entoncesprincipal partido de la oposición– un trata-miento penal más severo de la violencia do-méstica.

● Vista y no vista fue, en segundo lu-gar, la extraña gestación de la Ley Orgánica20/2003, de 23 de diciembre, de modifica-

ción de la Ley Orgánica del Poder Judicialy del Código Penal, que aprovechó la tra-mitación de la Ley de Arbitraje en el

Senado para introducir en el Código Penallos polémicos delitos de convocatoria irre-gular de referenda y de financiación de par-tidos políticos disueltos por conductas rela-cionadas con actividades terroristas.

● Anterior a esta ley orgánica, pero devigencia posterior, es, en fin, la Ley Orgánica 15/2003, de 25 de noviembre,por la que se modifica la Ley Orgánica10/1995, de 23 de noviembre, del CódigoPenal. Esta norma, que afecta a casi dos-cientos artículos del Código Penal, reforma

el sistema de penas, suprimiendo el arrestode fin de semana, introduciendo la pena delocalización permanente y rebajando el lí-mite mínimo de la pena de prisión de seis atres meses. Aprovecha, asimismo, esta ley orgánica para realizar algunas modificacio-nes en el catálogo de delitos, entre las quedestaca la criminalización de nuevos com-portamientos relacionados con la pornogra-fía infantil, la penalización de ciertas moda-lidades de facilitación del acceso indebido aservicios de radiodifusión sonora o televisi-va, la elevación de las cuantías de defrauda-

ción o de beneficio que delimitan el delitode la mera infracción administrativa en ladefraudación fiscal y en el abuso de infor-mación privilegiada en el mercado bursátil,la elevación a delito de ciertos supuestos demaltrato de animales, la consideración co-mo delito de conducción temeraria con pe-ligro concreto para la vida o la integridadde las personas de la conducción que seproduzca con altas tasas de alcohol en san-gre o con un exceso desproporcionado develocidad, y la agravación del delito de des-órdenes públicos cuando se produzca con

ocasión de eventos con asistencia de ungran número de personas.

● A la vista de todas estas novedades

34 CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA ■Nº145




penales, quisiera ligar la cuestión enunciadaacerca de la justificación de la pena de pri-sión de 40 años con otras tan próximas co-mo diferenciadas. Próximas, porque tienenque ver con la relación entre eficacia y valo-res; diferenciadas, porque su trascendencia,con ser grande, queda lejos de la que supo-ne la previsión de una pena de prisión caside por vida. Se trata de que en el ampliogrupo de reformas penales destacan algunasotras que, so pretexto de eficiencia, rebajan,si no cuestionan, la vigencia de los princi-

pios constitucionales que demarcan lo quepueden hacer los poderes públicos a travésdel derecho penal.

Algunas de ellas afectan al principio delegalidad entendido como exigencia de quesea el Parlamento el agente único de lasnormas penales tras un debate en su seno.No parece que ello fuera así con la puni-ción específica de la convocatoria ilegal deconsultas populares (Ley Orgánica20/2003), introducida, como ya se ha seña-lado, a través de una enmienda en elSenado a la Ley de Arbitraje, ni con la rein-

troducción de los delitos de reiteración defaltas de hurto y de hurto de uso de vehícu-los (arts. 234 y 244 CP), instrumentada sindiscusión parlamentaria por la vía de la co-

rrección de errores (BOE núm. 65, de 16de marzo), frente al texto que había sidoaprobado en el Senado y en la votación fi-nal del Congreso. Otras medidas resultande una dureza desproporcionada, como laindiscriminada elevación a delito de todafalta violenta entre ciertos parientes (art.153 CP), o no se entienden bien desde laperspectiva de la igualdad, como la expul-sión casi forzosa del extranjero sin residen-cia legal en España en sustitución de unapena de prisión inferior a los seis años (art.

89.1 CP)1

. Queda también cuestionado elelemental principio de que uno sólo puedeser sancionado por lo que él hace y nuncapor lo que hacen otros o por su manera deser (principio de culpabilidad), pues éste esel trasfondo del efecto severamente agrava-torio de la reincidencia (art. 66.1.5º CP) y de la habitualidad (arts. 147.1, 234 y 244.1CP), y aquél (la responsabilidad por el he-cho ajeno) es el sustrato de la imposiciónde una pena de multa a la persona jurídicaen cuyo nombre o por cuya cuenta actúa elautor del delito (art. 31.2 CP). El mandato

de resocialización en la ejecución de las pe-nas privativas de libertad (art. 25.2 CE), enf parece soslayado por la sustitución de lapena de arresto de fin de semana por estan-cias breves en prisión, que provocan en elcondenado un desarraigo familiar, laboral y social mucho más intenso.

Cuestión de principios

En efecto, ante problemas tan graves y persistentes como son el terrorismo, losmalos tratos en el ámbito doméstico o la

reincidencia en el delito, la principal rece-ta que prescriben las últimas modificacio-nes del Código Penal es la de un sensibleendurecimiento de las penas sin suficientereflexión acerca de si ello es eficaz y, ade-más y sobre todo, si es “bueno”: acerca desi esta nueva severidad sirve para lo quedice servir sin ruborizar al sistema consti-tucional de valores.

Frente a las legítimas aspiraciones deutilidad en la prevención de los delitos nodebe desdeñarse la calificación moral queel modo de prevenir merece. No se trata

de evitar el delito a toda costa (no, porejemplo, con penas de muerte o de ampu-tación de miembros o con castigos a los fa-miliares de los delincuentes o con tortura

1 A esta expulsión se le añade una prohibición deregreso a España por un periodo de 10 años.



¿QUE LES CORTEN LA CABEZA?


como medio de investigación), sino de ha-cerlo de un modo acorde con la identidadvalorativa esencial de la sociedad, de modoque los ciudadanos no tengan que avergon-zarse tanto del modo de reaccionar ante eldelito como del delito en sí y se vean tenta-

dos a pensar que tan malo es el remedio co-mo la enfermedad. El derecho penal no só-lo manifiesta de un modo especialmenteexpresivo los valores de una sociedad en lasconductas que va a considerar intolerables,sino también en el modo de perseguirlas,sancionarlas y ejecutar las sanciones. Porello, si –en afirmación ya clásica– el CódigoPenal es el reverso de la Constitución, lo estanto por los bienes que protege como porel modo de protegerlos.

La discusión en torno a los principiosque deben vertebrar el sistema penal ha al-

canzado un cierto consenso a partir de losvalores de seguridad, autonomía personal,igualdad y dignidad de la persona que estánen la base de un criterio democrático de le-gitimidad del derecho. Si la democracia es –en lo formal– un régimen de organizaciónpolítica basado sobre la decisión mayoritariay en el respeto a las minorías, y –en lo ma-terial– un sistema de respeto a la autonomíade las personas, a la capacidad de elegir y dematerializar planes de vida (de respeto a lalibertad de cada uno para elegir los caminosque le lleven a lo que entienda como su en-

riquecimiento, su plenitud, su sosiego), esporque se erige sobre la idea de la dignidady la autonomía igual de todos los ciudada-nos. Por eso se postula su participaciónigual en las decisiones colectivas; por eso seimpone la adopción de las decisiones mayo-ritarias; por eso se enfatiza la protección dela información, la expresión y la participa-ción en los asuntos públicos; por eso seproscribe la intromisión pública o privadaen los asuntos de cada uno y se promuevenlas condiciones para que cada uno procedaa su realización personal en el modo en el

que quiera concebirla. Junto a los valores básicos de la liber-tad, la dignidad y la igualdad, figura tam-bién el de la seguridad como componenteesencial de un criterio democrático de legi-timidad del derecho y del Estado. La segu-ridad, y como parte esencial de ella la segu-ridad jurídica, tiene una íntima relacióncon los valores de la libertad y de la digni-dad. Por un lado, porque, como acentúaRawls, si las leyes son inseguras, nuestra li-bertad es insegura2. Ya señalaba Beccariaque la incertidumbre acerca de la conserva-

ción de la libertad puede convertirla en in-útil3. Por otro lado porque, como sabecualquier persona que haya sufrido la expe-riencia de vivir amenazado, una vida inse-gura difícilmente va a poder ser una vidadigna, sometida como queda al autorrecor-te de la propia libertad y al imprevisible

acecho de las sombras de un mal.Este breve catálogo de valores fundan-tes de un criterio democrático de legitimi-dad supone ya en sí mismo todo un pro-grama de política criminal. Así, resultaráque no podrá penarse a nadie sin previoaviso de que la pena era una consecuencia jurídica prevista para su comportamiento. Así, resultará también que la cuestión rela-tiva a qué comportamientos deben penar-se y cómo deben penarse es una cuestiónde la organización colectiva tan trascen-dente que sólo deberán decidirla los repre-

sentantes directos de los ciudadanos. Así,si la autonomía personal es un valor esen-cial del sistema y la norma penal consisteprecisamente en recortar esa libertad me-diante la amenaza y la sanción, resultaráque sólo podremos justificar la pena en lamedida en la que constituya un instru-mento imprescindible para salvaguardarmás libertad que la que restringe. Así, ladignidad de la persona exigirá que sólopueda sancionarse a alguien por lo que hahecho en el uso normal de su autonomía:sabiendo lo que hacía, queriendo hacerlo,

siéndole exigible una conducta inocua al-

ternativa. Así, sin olvidar que la pena deprisión es en sí poco acorde con la natura-leza humana, habrá que convenir que ladignidad de la persona exigirá la aboliciónde la prisión excesivamente prolongada y,por supuesto, de las penas corporales e in-famantes y, va de suyo, de la pena de

muerte. Así, en fin, es también el valor dela dignidad el que impone moralmente alEstado una estrategia penitenciaria queofrezca al preso mecanismos que posibili-ten que su posterior vida en libertad se de-sarrolle al margen del delito.

Las directrices de actuación jurídicaque acabo de citar conforman en realidadun catálogo de principios. La vía de pene-tración de los valores hacia el ordena-miento la constituyen los principios, nor-mas abstractas que vertebran el ordena-miento, y orientan las normas concretas,

las integran y coadyuvan a su determina-ción. Del valor “seguridad jurídica” y delvalor de la democracia como decisión po-pular surge el principio de legalidad. Delvalor de la igualdad se deriva el principiode igualdad. La dignidad de la personainspira el principio de culpabilidad, laproscripción de las penas inhumanas y degradantes, y el mandato de resocializa-ción. Es finalmente el valor general de lalibertad, de la autonomía personal, el queinforma el principio de proporcionalidado de intervención penal mínima.

Una cadena casi perpetua

De entre las reformas del Código Penalde la anterior legislatura, la más impac-

2 A Theory of Justice, pág. 239, HarvardUniversity Press, Cambridge (Massachusetts), 1971. 3 En el capítulo I de De los delitos y las penas.



JUAN ANTONIO LASCURAÍN SÁNCHEZ


tdos supuestos un condenado cumpla unapena de 40 años de prisión de una formaíntegra –sin acceso a una vida en libertade la última fase (libertad condicional)– y efectiva (sin disfrutar de permisos de sali-

da ni de las amplias posibilidades de acti-vidad externa que supone el tercer gradopenitenciario). Hasta ahora, la penamáxima era de 30 años de prisión, y laslimitaciones que se establecían para sudulcificación se referían sólo al paso a lasituación de libertad condicional. Con elnuevo articulado se dispone de un modociertamente abigarrado que cuando la pe-na fijada en la sentencia antes de los lími-t que se disponen como máximos de 25,30 o 40 años sea superior al doble de estapena limitada, el cómputo del tiempo en

prisión necesario para poder disfrutar depermisos de salida (la cuarta parte de lacondena), del tercer grado penitenciario(la mitad de la condena, en virtud de loque dispone la propia reforma, frente a lacuarta parte anterior) y de la libertadcondicional (las tres cuartas partes de lacondena o, en algunos casos, las dos ter-ceras partes) se realizará sobre la pena ini-cial (la que impuso la sentencia antes del limitación). Este nuevo cálculo sobre lapena inicial no limitada, que en caso depenas muy elevadas hace ilusorio cual-

quier acortamiento o dulcificación, esobligado en principio, aunque revisableposteriormente y sustituible por el cóm-puto sobre la pena limitada si el juez dev Penitenciaria lo considera nece-sario para la reinserción social del preso.Esta excepción tiene a su vez un límitepara los condenados por delitos de terro-rismo o cometidos en el seno de organi-zaciones criminales, que no podrán acce-der al tercer grado antes de cumplir cua-tro quintas partes de la condena (antes delos 32 años si la pena era de 40) ni po-

drán disfrutar de la libertad condicionalantes de observar siete octavas partes dela pena (antes de los 35 años sobre unapena de 40).

El galimatías anterior no debe ocultarel dato principal que aquí deseo subrayar.Sobre el severo endurecimiento punitivodestaca el hecho de que ciertos condena-dos podrán pasar 40 años dentro de losmuros de una prisión. Más allá de la ale-gría con la que a veces mencionamos lascifras, ésta de los 40 equivale a la mayorparte de la vida adulta de una persona y

supondrá, en buena parte de los casos(siempre que el delincuente no sea jovenen el momento de la sentencia), una ca-dena casi perpetua, sólo pendiente de la

posibilidad de acceso a la libertad condi-cional por cumplimiento de los 70 añosde edad4: “Lasciate ogni speranza, voi cheentrate”.

La ley que introduce estas reformas ex-pone como motivo principal de la misma

“el de lograr una lucha más efectiva contrala criminalidad”, dotando al ordenamientopenal de “una respuesta más contundente”a los delitos más graves e impidiendo queciertos mecanismos de resocialización delpenado, como “la flexibilidad en el cum-plimiento de las penas y los beneficios pe-nitenciarios (...), se conviertan en merosinstrumentos al servicio de los terroristas y los más graves delincuentes para lograr unfin bien distinto” (exposición de motivosde la Ley Orgánica 7/2003).

Nada puede objetarse, desde luego, a

la obvia aspiración de eficacia en la luchacontra el crimen, esencial al propioEstado de derecho. Bien al contrario, loque sería intolerable es la ausencia de talfinalidad. La cuestión no es si esta refor-ma persigue una meta loable. La cuestiónes si son necesarios los tan contundentesmedios de que dispone para ello, y si ental caso, y frente a otras alternativas, nosmerece la pena el coste de su utilizaciónmedido en los mismos valores que preten-demos preservar. La pregunta es si lo queganamos con una mano lo estamos per-

diendo con la otra.So pena de maltratar el sentido co-mún, no puede negarse que, si se mantie-ne la probabilidad de aplicación, el efectopreventivo de una pena aumenta con sugravedad. Al fin y al cabo, la pena no esmás que una amenaza condicional quetrata de intimidar a los que conciben opueden concebir intenciones delictivas y de reafirmar a los que no las tienen; deposibilitar con ello que los ciudadanospuedan vivir confiados en la vigencia delas reglas fundamentales que conforman

la sociedad: confiados en un mundo en elque, por ejemplo, no cabe matar, insultar,robar o defraudar a la Hacienda pública. Y, como enseña el propio Código Penalcuando tipifica los distintos delitos deamenazas, éstas son tanto más gravescuanto más eficaces sean, y son más efica-ces cuanto mayor sea el mal que prome-ten y cuanto más probable sea su acaeci-miento si la condición se cumple.

Tan cierto como lo anterior, y tanacorde con las intuiciones más elementa-les, es que la intensificación de la preven-ción no corre paralela a la intensificaciónd la pena o, al menos –dejando la execra-ble pena de muerte aparte–, a la prolon-

gación de la prisión. Que ante la mismaprobabilidad de imposición es sensible-mente más disuasoria una pena de 12años que una de dos es tan obvio comodudoso resulta que haya una diferenciarelevante en cuanto a su eficacia de pre-vención general entre una pena de 30años y una de 40, siquiera sea por la difi-cultad psicológica de proyectarse vital-mente a tan largo plazo. A la hora de eva-luar la eficacia del fuerte incremento (en10 años) de unas penas de prisión ya muy prolongadas (de 30 años), debe tomarse

en cuenta además la refracción motivacio-nal que a este tipo de penas oponen ciertotipo de delincuentes, precisamente losdestinatarios expresos de las mismas. Pocopoder disuasorio puede desplegar una pe-na, cualquier pena, frente a un terroristadispuesto a entregar su vida por su causaen lo que él entiende como una inmola-ción. No es mucho mejor el panoramafrente al terrorismo etarra, cuyos agentessuelen actuar con la esperanza de que,caso de ser detenidos y condenados, sulargo encarcelamiento se verá interrumpi-

do por el triunfo de sus aspiraciones polí-ticas o, en el peor de los casos para ellos,con una negociación que condicione elabandono de las armas por parte de la or-ganización en la que se integran a la liber-tad de sus presos.

Junto a este disminuido efecto de pre-vención general de la pena (prevenciónfrente a delitos de otros) queda el efecto deprevención especial (frente a otros delitosdel penado) que supone su propia estanciaen prisión: mientras esté en la cárcel el te-rrorista no va a atentar contra nadie, no va

a poner más bombas. Esta evidencia mereces matizada en dos sentidos. Por una parte,de cara a justificar 30 años de prisión en lu-gar de 20, o 40 en lugar de treinta, presu-pone una gran perseverancia en el ánimocriminal del condenado, que seguiría dis-puesto a la comisión de delitos después demuchos años de prisión, y un fracaso radi-cal de las instituciones penitenciarias en suestrategia resocializadora. Por otra parte, elefecto de inocuidad hacia fuera queda enparte compensado con la falta de estímulospara no hacer imposible la vida de los fun-

c del centro penitenciario o de otrosreclusos en quien apenas atisba esperanzasde volver a vivir en libertad o de anticiparla misma por méritos propios.

4 Esta posibilidad puede quedar obturada por laimposibilidad de acceso al tercer grado penitenciario,que es siempre un requisito para la concesión de lalibertad condicional para el que no existe previsiónalguna de supresión de plazos por cumplimientode los 70 años (art. 104.3 del ReglamentoPenitenciario).





Esta última afirmación traslada la re-flexión en torno a la racionalidad de lapena de 40 años de prisión a la relativa ala supresión además de toda dulcificación(permisos de salida, tercer grado peniten-ciario) o acortamiento (libertad condicio-

nal) de la misma. Asegurado el efecto deprevención general con penas de 30 añosde prisión, y ahora de 40, no se entiendebien qué se pierde con una serie de medi-das que, dirigidas a los autores de delitosc en el seno de una organización,lo que persiguen fundamentalmente es se-parar al penado del grupo que le cobijó y que todavía pretende recuperarlo. Si algonos dicta la experiencia en esta materia noes que las organizaciones terroristas hayanutilizado estos beneficios para sus propiosfines, cosa que se revela harto improbable

a la vista de que la concesión de cada be-neficio ha requerido siempre un pronósti-co razonable de abandono de toda inten-ción delictiva, sino más bien al contrario:que estas instituciones de resocializaciónson, por ello mismo, instituciones de lalucha antiterrorista, que son objeto deboicot por las propias organizaciones te-rroristas y que por su propia lógica hacenque sean muy pocos los casos de regreso ala actividad criminal (y, en todo caso, me-nos que los del grupo de quienes no handisfrutado de tales beneficios).

Corolario de todo lo anterior es quel eficiencia que se predica de la elevacióny el endurecimiento de las penas máxi-mas es, cuando menos, bastante menorde la que aparenta. La objeción principala esta desafortunada reforma no es, sinembargo, utilitarista, sino de principios.La cuestión no es sólo si la nueva severi-dad es útil, sino también si es axiológica-mente tolerable. La cuestión es si esa se-veridad, por vulnerar alguno de los prin-cipios fundamentales que gobiernan elderecho penal, daña insoportablemente

alguno de los valores esenciales que nosdefinen como colectivo y sobre los quehemos edificado nuestra convivencia.Porque, si así fuera, la inicial utilidadpreventiva devendría en inutilidad finalen términos de valor. A los principios losllamamos principios precisamente por-que, salvo colisión con otro principio,son innegociables; porque son el resulta-do de una ponderación valorativa en laque hemos decidido que su sacrificio nomerece nunca la pena. Sea porque esti-memos que tal sacrificio es siempre valo-

rativamente negativo, sea porque estime-mos que lo que es valorativamente útil esel mantenimiento del principio comonorma que no admite excepciones, lo

cierto es que su catalogación como prin-cipio supone que estamos seguros de labondad de su intangibilidad y que porello hemos guardado ya nuestra balanza.Que la proscripción de la tortura sea unprincipio, por ejemplo, significa que el

punto de partida (por principio) es quenunca se puede torturar y no simplemen-te que “en principio” no se pueda tortu-r Pues bien: si la pena íntegra y efectivade 40 años fuera una pena inhumana, só-lo por ello sería una pena axiológicamen-te inaceptable, irredimible por razonespuramente preventivas. Y el problema, elproblema de legitimidad que tiene hoy nuestro ordenamiento penal, es que esuna pena inhumana.

Cierto es que el juicio sobre la inhu-m de la pena es un juicio relativo y

que desde cierta perspectiva cabe afirmarque la pena de prisión, toda pena de pri-sión, que sacrifica la manifestación máselemental de la libertad, es bastante pocoacorde con una naturaleza humana de laque predicamos precisamente la libertadcomo rasgo más específico. El principiode humanización del castigo es así, encuanto mandato de optimización, unadirectriz que apunta a la progresiva su-presión y dulcificación de la privación delibertad como contenido de la pena. Elmismo principio en su función de límite,

como proscripción de las penas inhuma-nas, supone una frontera irrebasable dela aflictividad de la pena. Y si bien escierto que no es fácil dibujar esa fronteraen abstracto, sí que puede convenirse queese límite parece estar, como muy poco,en la duración que, por la desesperanzaque supone y por la destrucción de lapersonalidad que comporta5, la asemeja ala pena de muerte. Vistas así las cosas, lapregunta es más bien la siguiente: deste-rradas históricamente las penas corpora-les, si una pena potencialmente íntegra

de 40 años no es una pena inhumana, y si según la propia Constitución existenpenas inhumanas distintas a la pena demuerte, ¿en qué consiste entonces unapena inhumana?

Al planteamiento anterior se le pue-den hacer dos objeciones. La primera nocuestiona el principio, sino su aplicaciónal caso concreto. Se referiría a la medición

de la humanidad de la nueva pena. La se-gunda no negaría la inhumanidad de lapena pero sí el principio mismo. Negaríaque fuera ilegítimo imponer penas inhu-manas a delincuentes que han mostradosu radical inhumanidad con la comisión

de los delitos más graves. Se trataría deuna objeción al propio punto de partidavalorativo del que hemos partido comoderivado de un criterio democrático de le-gitimación del derecho: ¿por qué no im-poner penas inhumanas cuando ello ven-ga indicado por razones preventivas ele-mentales?

Ya he señalado por qué consideroque no están aquí en juego razones pre-ventivas elementales. Debe recordarseahora que la razón moral básica por laque nunca debe penarse inhumanamente

a un ser humano reside en el valor fun-damental de la dignidad igual de todaslas personas, que nunca pueden ser des-pojadas de tal condición para pasar a serc como no ciudadanos, comono personas, como enemigos. No es aje-na a la inconmovibilidad de esta idea, ensu traslado al derecho penal, la ignoran-cia rawlsiana de nuestra posición futura–¿delincuente o víctima?– a la hora deprever los castigos, que hace que las pe-nas que decidamos hoy puedan terminarrecayendo mañana sobre nosotros mis-

mos. Tampoco es ajena a la proscripciónde las penas inhumanas la duda acercade si el delincuente es enteramente res-ponsable de su delito. Que en generalexisten factores distintos a su mala vo-luntad, que no justifican la comisión deldelito ni disculpan a su agente, pero quesí contribuyen a explicar su conducta, locorrobora una simple ojeada a las esta-dísticas relativas al nivel económico y cultural o a los antecedentes vitales, fa-miliares y sociales de quienes cumplenpenas de prisión.

Cabe aún sostener las penas más du-r desde una perspectiva que, a la vez queimpugna el punto de partida del preven-cionismo penal limitado por ciertos prin-cipios de justicia y de humanidad, consi-dera que el servicio que debe prestar lapena a la consolidación de la sociedad esla retribución íntegra del delito. Por ello,los autores de los delitos más abominablesdeberían recibir penas más severas que lasque se asignan a otros delitos ya muy gra-ves, y, por ello, el elenco de penas deberíaser ampliado hacia arriba en la escala de la

gravedad.En realidad, este planteamiento nod de ser prevencionista. Como señalaba Alf Ross, sería bastante tonto no dirigir el

5 Entre los penalistas es constante y generalmentecompartida la afirmación de que las penas de prisiónsuperiores a los 15 años de duración suponen un gravedeterioro de la personalidad del penado. Cfr. por to-dos Cerezo Mir: Estudios sobre la reforma penal españo-la, (Tecnos), Madrid, 1993, págs. 159 y 170 y sigs.Mir Puig, Derecho Penal. Parte general, Reppertor,,Barcelona, 2002 (6ª ed.), pág. 673.





derecho penal a la evitación futura de de-litos6. El rasgo diferencial del retribucio-nismo no es su olvido de la prevención,sino su consideración de que ésta sólopuede conseguirse con la retribución pro-porcional del hecho. La proporcionalidad

no es así un límite a la idea de preven-ción, sino su esencia misma. Es por ellopor lo que no debe tener límites haciaarriba y por lo que parece que debería ter-minar conduciendo a una simetría kantia-na entre pena (ojo o diente) y delito (ojoo diente) y al lamento de que la pena demuerte sólo pueda aplicarse una vez almismo sujeto.

Los pies de barro de esta teoría radi-can no ya en que genera cierta tendenciaa la asimilación moral entre Estado y de-lincuente, que compiten en la dureza de

sus reacciones; no ya en que rebaja la ideade dignidad humana, que o bien devieneinconmovible en razón de la cantidad y lacalidad de pena o bien resulta sacrificablea los pies de la adecuada prevención; noya en el propio presupuesto de que el sujeto es plenamente responsable, que es loque procura una legitimación última de lapena en la propia libertad del sujeto parano delinquir o para hacerlo y para asumirasí el riesgo de la pena. Su mayor debili-dad es el cimiento empíricamente refuta-ble sobre el que se edifica la contundente

estrategia punitiva: que la prevención re-quiere una reacción equivalente al delito y en ningún caso una menor.

La reforma de la cuantía máxima delas penas parece guiada por las ideas de quela anterior pena máxima (30 años) ha fra-casado en su intento de prevenir los delitosmás graves y de que este fracaso exige unapena más dura. El planteamiento de fondoes que la pena fracasa con cada delito, quela reacción a ese fracaso ha de ser penal y que esa reacción penal ha de consistir en ele de la pena. Este prevencio-

nismo radical e ingenuo sitúa la interven-ción punitiva del Estado en una pendientedeslizante que parece haber apurado ya losm que la Constitución permite parael castigo. Si en el futuro se siguen come-tiendo delitos muy graves; si –ojalá queno– se cometen nuevos atentados terroris-tas, ¿qué se hará entonces?; ¿Imponer sinrubor la pena de cadena perpetua?¿Reformar la Constitución para reinstaurarla pena de muerte?

Los fenómenos delictivos de gravedadextraordinaria que sufre nuestra sociedadno deben contrarrestarse con respuestasemotivas o puramente simbólicas. No setrata de hacer que se hace algo. Lo que lalucha contra el delito exige es racionali-

dad instrumental y racionalidad valorati-va. Racionalidad instrumental para medirlos efectos preventivos reales de la pena y para no pedir a la misma una eficacia quesólo puede suministrar la actuación socialy policial. Racionalidad valorativa para–valga el símil de cruda actualidad– notorturar para acabar con la tortura; parano sancionar el delito con los mecanismosque deploramos en el delito; para no sa-crificar nuestros principios y valores en ela mítico de la prevención. El desmoro-namiento moral de la sociedad que ello

supondría sería así la primera victoria delmodelo que proponen los delincuentescontra los que pretendemos luchar.

Ese molesto Parlamento

Si el primero de los rasgos que llamaba laatención de las reformas penales es el desu dureza, el segundo es el poco aprecioque suscitan en el Gobierno, que las pro-mueve, y en el Parlamento, que las aprue-ba, los elementales objetivos de que lasnormas penales resultantes sean irretroac-tivas, fácilmente cognoscibles y fruto de

un pleno debate de nuestros parlamenta-rios. De estos objetivos son de los que sepreocupa, como ya se ha señalado, elp de legalidad, emblemático comoninguno del Estado de derecho.

Preocupante era ya el punto de parti-da de esta amplia reforma del CódigoPenal, consistente en escindirla en cuatroproyectos distintos que se tramitaban casia la par. Esta estrategia dificultaba el co-nocimiento del alcance de las modifica-ciones penales y las sometía al riesgo de laincoherencia: al riesgo de que lo que se

hacía con una mano parlamentaria se des-hiciera con la otra. Esto es lo que pasó, dehecho, con los nuevos tipos de hurto (art.234, párrafo segundo) y de robo y hurtode uso de vehículos (art. 244.1, párrafosegundo), que convertían en delito la rei-teración de faltas (cuatro en un año si elmontante total superaba el límite generalque separa en estas modalidades delictivasel delito de la falta –400 euros–). Lo quehizo la Ley Orgánica 11/2003 lo deshizoinadvertidamente la Ley Orgánica15/2003, que, pretendiendo sustituir los

párrafos primeros de los artículos 234 y 244.1, acabó sustituyendo éstos en sutotalidad, eliminando con ello sus segun-dos párrafos. Esta supresión fue tan invo-

luntaria como efectivamente aprobadapor el Senado7 y por el Congreso8 en lavotación final del texto. Lamentable errorsustancial que palidece ante el que generósu remedio: con olvido de la mística y dela técnica parlamentaria se decidió obviar

el voto de nuestros representantes, en-mendar sin él el texto aprobado y rein-cluir el delito de reiteración de faltas dehurto y de hurto y uso de vehículos a tra-vés de una mera, pero nunca tan podero-sa, corrección de errores (BOE núm. 65,de 16 de marzo).

En la misma línea de preocupantedesapego a la labor parlamentaria debeenmarcarse la reforma del Código Penaloperada por la Ley Orgánica 20/2003. Si,en palabras del profesor Laporta, “el másinmediato y elemental sentido que tiene

la actividad parlamentaria” es el de “traera una arena común intereses y conviccio-nes diversas, incluso contrapuestas, paratratar de hallar criterios aceptados por to-dos o por la mayoría para resolver los po-sibles conflictos y guiar las conductas”, y si por ello se diseña un parsimonioso pro-cedimiento de elaboración de las leyes9,constituye una burla de la institución par-lamentaria el someter a discusión el esta-blecimiento de nuevos delitos (convoca-toria ilegal de referenda, financiación departidos políticos disueltos por conductas

r con los delitos de terrorismo)sin propuesta previa ni proyecto, sino porvía de enmienda, y por una enmienda enfase ya muy avanzada de tramitación (enla discusión en el Senado) a una ley tanl de las preocupaciones penales comolo es la Ley de Arbitraje.

E poso que dejan los modos relatadosde reformar el Código Penal es el de quepara la mayoría parlamentaria que los im-pulsa el debate legislativo no es una víapara la mejora y la aceptación social de lasnormas, sino más bien un engorro para la

eficacia que se busca en ellas. Tanta prisacorren y tan ciega es la confianza que sedeposita en ellas que no sólo se jibariza sudebate, sino que se suprime su previa pre-sentación. El periodo de preaviso de laamenaza penal, normalmente muy supe-rior al general de 20 días, por obvias razo-nes de seguridad jurídica –el de la Ley Orgánica 15/2003 es de casi un año–, se

6 Con cita de Séneca: “Nemo prudens punit quiapeccatum est, sed ne peccetur”. En ‘La finalidad delcastigo’, en AA. VV., Derecho, Filosofía y Lenguaje, Ed. Astrea, Buenos Aires, 1976, pág. 152, también enpágs. 167 y 186.

7 Boletín Oficial de las Cortes Generales, Senado,VII Legislatura, núm. 145 (g), pág. 263, 5 de noviem-bre de 2003.

8 Boletín Oficial de las Cortes Generales, Congresode los Diputados, VII Legislatura, núm. 145-16,pág. 320, 12 de noviembre de 2003.

9 En ‘El deterioro de las leyes’, pág. 27 en Claves de Razón Práctica, 142.





redujo a un día en las leyes orgánicas7/2003, 11/2003 y 20/2003. Esto signifi-ca, por ejemplo, que los dichosos 40 añosde pena máxima no sólo se imponen con-tra el principio de proscripción de penasinhumanas, sino que se imponen de un

día para otro, en claro desmedro de sucognoscibilidad y evitabilidad.El catálogo de agravios al principio de

legalidad tiene aún un último ítem en elexpreso mandato de aplicación retroactivade normas que restringen la libertad. Enefecto, la disposición transitoria única dela Ley Orgánica 7/2003 señala que lasnuevas exigencias de acceso a la libertadc y al tercer grado penitenciario–que consisten, en esencia, en la satisfac-ción de la debida indemnización de lavíctima; en el cumplimiento de la mitad

de la pena impuesta para el acceso al ter-cer grado de los condenados a más de cin-co años de prisión10, y, en el caso de con-denados por delitos de terrorismo o co-metidos en el seno de organizacionescriminales, en una conducta activa dearrepentimiento– “serán aplicables a lasdecisiones que se adopten sobre dichasmaterias desde su entrada en vigor, conindependencia del momento de comisiónde los hechos delictivos o de la fecha de laresolución en virtud de la cual se estécumpliendo la pena”.

Tan tajante como el mandato consti-tucional de “irretroactividad de las dispo-siciones sancionadoras no favorables orestrictivas de derechos individuales” (art.9.3) es el hecho de que la nueva regula-ción establece más requisitos para que elcumplimiento de una pena de prisión secumpla en libertad en parte, en buenaparte o en su totalidad. Constituye porello una regulación peyorativa de la san-c de privación de libertad que no debeser aplicada a las penas impuestas por he-chos cometidos con posterioridad a su vi-

gencia. No debe serlo, desde luego, larestricción del acceso al tercer grado a lospresos que hayan cumplido la mitad de lapena, hecho que depende del paso deltiempo y no de la voluntad del penado.Pero tampoco deben aplicarse a penasque ya se están ejecutando las nuevas exi-gencias de arrepentimiento activo o depago de la responsabilidad civil para elacceso al tercer grado o a la libertad con-

dicional, que sí constituyen requisitos cu-yo cumplimiento está en manos del con-d Y no deben hacerlo si no se quie-re rebajar el valor de la seguridad jurídicadesde su significado propio de cumpli-miento de una expectativa a la mera evi-

tabilidad de una consecuencia negativa.Nos sentimos jurídicamente seguros, conmayúsculas, cuando sabemos lo que va apasar en derecho, y no sólo cuando pode-mos evitar sobre la marcha consecuencias jurídicas de nuestros actos que no esta-ban previstas cuando los realizamos. ¿Estolerable denegar el acceso al tercer gradoal preso que, reuniendo los demás requi-sitos legales, le faltaba una semana para elcumplimiento de una cuarta parte de supena porque esta frontera general11 seacaba de elevar a la mitad de la pena?

¿Debe contrariarse la expectativa del pre-so de acceder por fin a la libertad condi-cional tan sólo porque le falta ahora, envirtud de la aprobación de la reforma co-r del Código Penal, una con-ducta de arrepentimiento activo?

Suben la reincidencia y las penas

breves de prisión; baja el arresto de

fin de semana

En realidad, el arresto de fin de semanano baja, sino que desaparece, y es sustitui-do en la mayor parte de los delitos en los

que figuraba por penas de prisión inferio-res a los seis meses12. Con ello se desandalo que estaba muy bien andado desde1995: las penas cortas de prisión, unáni-memente criticadas por la doctrina, ha-bían sido eliminadas del Código y habíansido suplidas en buena parte por el arrestode fin de semana, que era una pena quecombinaba un bajo efecto desocializadorcon el importante efecto preventivo quesupone la aflicción propia de la privaciónde libertad no domiciliaria.

¿Qué hay tan en contra de las penas

breves de prisión? Poco, desde luego, encomparación con penas más prolongadasde prisión. Ciertamente, para evitar ladesocialización del penado y para procu-

rar una intervención penal mínima siem-pre será mejor una pena más leve que unapena más grave de similar eficacia. Si, porponer un ejemplo, para la represión deciertos hurtos no consideramos necesariauna prisión de seis meses, carece de senti-

do mantener esta pena por la única razónde evitar ingresos breves en prisión, quesiempre serán preferibles a ingresos inútil-mente alargados.

La objeción a las penas breves de pri-sión parte de su intrínseca dureza másallá de su apariencia, del trato punitivodesproporcionado que ello comporta y de su peculiar potencial desocializador,t todas que sólo son suprimibles conla supresión de este tipo de penas y susustitución “hacia abajo” por penas queno supongan la presencia continuada en

prisión. El problema de una pena de 15días o de tres meses de prisión es que, apesar de que en buena lógica punitivaresponde a un delito leve o a una falta,tiene unas consecuencias muy graves enla vida familiar, laboral y social del pena-do. Un breve ingreso en prisión acarrea laseparación de la familia, la pérdida delpuesto de trabajo, la estigmatización quecomporta en el entorno social la percep-ción de la estancia en la cárcel y el riesgod desocialización que supone el contactocon otros penados.

Por todo ello, por lo que señalan losprincipios de proporcionalidad y de reso-cialización, es criticable que la reformahaya rebajado la frontera mínima del in-greso en prisión de los seis a los tres mesespara compensar la desaparición a su vezpoco explicable del arresto de fin de se-mana. Si, según la exposición de motivosde la Ley Orgánica 15/2003, no estabasiendo “satisfactoria la aplicación prácticadel arresto de fin de semana”, lo que pro-c lo que exigía tal enfermedad, no erala amputación de una pena de gran efecto

preventivo y de pocas contraindicaciones,sino la sanidad de su sistema aplicativo,comenzando por la inversión de los recur-sos necesarios para erigir los estableci-mientos penitenciarios adecuados para suejecución.

El efecto fuertemente agravatorio dela habitualidad y de la reincidencia es elúltimo de los aspectos de la reforma pe-nal reciente que deseo comentar entre losque orientan el sistema en sentido opues-to al que demarcan los valores y princi-pios constitucionales. Las faltas habitua-

les de lesiones, de hurto, y de hurto y ro-bo de uso de vehículos de motor (cuatroen el plazo de un año) pasan a conside-rarse como delito (en los dos últimos ca-

10 Es discutible que la disposición transitoria serefiera a esta medida. No lo hace directamente, aun-que podría entenderse que lo hace indirectamente alreferirse al art. 72.5 de la Ley Orgánica GeneralPenitenciaria, que a su vez se remite a “los requisitosprevistos por el Código Penal”.

11 El art. 104.3 del Reglamento Penitenciariodispone que “(p)ara que un interno que no tenga ex-tinguida la cuarta parte de la condena o condenaspueda ser propuesto para tercer grado, deberá transcu-rrir el tiempo de estudio suficiente para obtener unadecuado conocimiento del mismo y concurrir, favo-rablemente calificadas, las variables intervinientes enel proceso de clasificación penitenciaria enumeradasen el artículo 102.2, valorándose, especialmente, elhistorial delictivo y la integración social del penado”.

12 Esto es lo que sucede en los arts. 146, párrafo1º; 147.2; 152.1.1º; 158, párrafo 1º; 184; 226.1; 227;289; 310; 328; 379; 386, párrafo 3º; 389, párrafo 2º;463; 514.4; 526 y 558.





sos si el montante total de lo sustraído essuperior a 400 euros), lo que comportauna pena significativamente más severa.En el caso de las lesiones, por ejemplo, sepasa de una pena máxima de 180 fines desemana a una de tres años de prisión. Por

su parte, la reincidencia consistente en lacondena previa por tres delitos similares,que hasta ahora suponía la imposición dela pena en su mitad superior, puede hacerque el juez eleve la pena en un grado. Si,por ejemplo, se trata de un robo confuerza en las cosas, al reincidente, al quehasta ahora se le imponía una pena dedos a tres años de prisión, se le podrá im-poner una pena de tres a cuatro años y medio de prisión a partir de la vigenciade la Ley Orgánica 11/2003.

Con la agravación por reincidencia

pasa en cierto modo como con la pena ín-tegra y efectiva de 40 años para los terro-ristas: que su crítica se topa con la com-prensión social que suscitan. Esta acepta-ción, sin embargo, parece inversamenteproporcional a su racionalidad en los tér-minos valorativos que esa misma sociedadtoma como punto de partida. La idea deque la pena para el reincidente ha de sermayor que la pena que se impone por elmismo hecho para el delincuente prima-rio, porque el reincidente “no ha tenidosuficiente” con las penas que se le impu-

sieron por los delitos anteriores, es la con-secuencia de ciertos prejuicios latentesque difícilmente estaríamos dispuestos adefender explícitamente. De un lado estála idea de que la cuantía de la pena no de-pende de la culpabilidad por el hechoconcreto (de la gravedad de la concretaconducta y de la actitud de su agente ha-cia ella), sino que puede aumentar enf del nivel de socialización del suje-to. Este criterio se acerca peligrosa e inso-portablemente a la idea de la responsabili-dad por el carácter, por la manera de ser;

al derecho penal de autor, tan caro al an-tiguo régimen y a ciertos regímenes totali-tarios, y tan opuesto al derecho penal delhecho, a la noción de la responsabilidadpor la propia conducta que subyace a unaconcepción democrática de organizaciónde la sociedad.

Tan rechazable como el criterio ante-rior es, de otro lado, el que sostiene que elplus punitivo que se asigna al reincidenteencuentra su razón de ser, no en su carác-ter, sino en sus hechos: en el delito o deli-tos anteriores. Resulta así que estos mis-

mos hechos (idem), en su momento san-cionados, son de nuevo tomados enconsideración a efectos punitivos: son denuevo (bis) penados.

La pequeña historia de la agravantede reincidencia resulta harto expresiva dela orientación de las recientes reformaspenales. Nos muestra cómo su efectofuertemente agravatorio (imposición deuna pena superior) fue eliminado por la

primera de las grandes reformas delCódigo Penal que perseguían su adapta-ción a la Constitución. La exposición demotivos de la Ley Orgánica 8/1983 deReforma Urgente y Parcial del CódigoPenal señalaba que “(l)a exasperación delcastigo del delito futuro, de por sí contra-ria al principio non bis in idem, puestoque conduce a que un solo hecho genereconsecuencias punitivas en más de unasola ocasión, se ha mostrado además co-mo poco eficaz solución en el tratamientod la profesionalidad o habitualidad delic-

tiva; a ello se une la intolerabilidad demantener una regla que permite llevar lapena más allá del límite legal de castigoprevisto para la concreta figura del delito,posibilidad que pugna con el cabal enten-dimiento del significado del principio delegalidad en un Estado de derecho”.

L reincidencia quedaba así como unacircunstancia agravante más, que no per-mitía elevar la pena, sino sólo imponer lamisma pena en sus dos tercios superiores.Este efecto moderadamente agravatoriofue incluso cuestionado por el propio

Tribunal Supremo, que lo negaba si sesuperaba “la gravedad de la culpabilidad”(STS de 6 de abril de 1990), y fue deter-minante pa ra que e l Tr ibuna lConstitucional no apreciara su inconsti-tucionalidad (STC 150/1991): constituyóun presupuesto de su decisión el que lareincidencia sólo había de ser tenida encuenta por los tribunales “dentro de unoslímites fijados para cada tipo penal con-creto y su respectiva sanción; es decir, pa-ra determinar el grado de imposición dela pena y, dentro de los límites de cada

grado, la extensión de la pena”.Una reforma histórica

El bucle de la reincidencia se cierra ahoraacercando significativamente su regula-ción a su situación preconstitucional. Estemismo es, como ya se ha indicado, el sen-tido de algunos de los aspectos de la re-forma. La pena íntegra y efectiva de 40años de prisión, la generación de normasno debatidas o insuficientemente debati-das en el Parlamento, la aplicación retro-activa de leyes que inciden en la libertad

de los ciudadanos y la reimplantación dela prisión breve como sustitución delarresto de fin de semana caminan en ladirección opuesta a la que había llevado el

ordenamiento penal desde la aprobaciónde la Constitución y en virtud de la apro-bación de ésta.

A esta crítica en torno a la debilidadmoral de la reforma sus agentes oponenbásicamente la idea de seguridad. La pér-

d de valores de la normativa penal seríaasí el precio necesario de la eficacia que lasociedad reclama de las sanciones penalesfrente a la delincuencia más grave y frentea la delincuencia más frecuente.

Que el derecho penal debe ser eficazen un sistema democrático es algo eviden-t a partir de su propia naturaleza coactivay de la dureza de sus consecuencias. Unpanorama de “cárcel para nada” se antojaintolerable en un sistema presidido por laidea de libertad. Que además el derechopenal debe cambiar para ajustar sus obje-

tivos a las nuevas demandas sociales de li-bertad y de seguridad en el ejercicio de lalibertad es una afirmación que por su evi-dencia no merece discusión. No se tratani puede tratarse de renunciar a la eficaciapenal. No se trata de renunciar a la segu-ridad. Pero, precisamente por ello, de loque se trata –y de lo que trata este artícu-lo– es de conocer cuál es esa eficacia pe-nal, que ni aumenta sin más con el au-mento de las penas ni puede sustituir consu potencial fiereza las prestaciones pro-pias de las medidas policiales y sociales. Y

de lo que se trata también –y lo que pre-tende subrayar este artículo– es de penarcivilizadamente, sin renunciar a los valo-res que nos conforman como sociedad y que deben ser reafirmados en la adminis-tración del castigo: en lo que se pena y encómo se pena. Las penas bárbaras peroeficaces quizá nos hagan vivir mejor, perotambién nos hacen vivir con vergüenzanuestra condición de miembros de unadeterminada comunidad política.

Es precisamente esta perspectiva valo-rativa la que debe situar la dimensión his-

tórica de la reforma que reclaman sus im-pulsores. La de constituir el más severoretroceso en muchos años en la consecu-ción de un derecho penal más justo y máshumano. ■

[Agradezco a Alfonso Ruiz Miguel las inteligentesobservaciones que hizo a la versión inicial de esteartículo].

Juan Antonio Lascuraín Sánchez es profesortitular de Derecho Penal en la Universidad

Autónoma de Madrid.



ESTADO Y NACIÓNEN UN MUNDO GLOBAL

IGNACIO SOTELO

A l térmno de la II Guerra Mundalse alzaron algunas oces anuncan-do el “fin de la era del naconals-

mo”. Confrontados con los crímenes delnaconalsocalsmo (el naconalsmo dfí-clmente podrá lbrarse de este estgma,como el socalsmo del de Staln, aunquesea ndecoroso dentfcar naconalsmocon nazsmo o socalsmo con estalns-mo), superar el naconalsmo en sus der-sas formas parecía la tarea más urgente enuna Europa que lo había engendrado, pe-ro que tambén se había conertdo en sumayor íctma: dos guerras mundales aca-baron por destrurla.

Que en los años cncuenta se ncara

el proceso de ntegracón europea fue po-sble gracas a que en una Europa deasta-da el naconalsmo pasase por sus mo-mentos más bajos, sobre todo en Francay Alemana, enemgos enfrentados en trescontendas bélcas, empeñados ahora ensuperar el naconalsmo agreso de lasprmeras fases de la ndustralzacón cap-talsta. Dos deas deben quedar en el fron-tspco de estas consderacones: la pr-mera, que la nacón y su derado, el na-conalsmo, son creacones específicamenteeuropeas. La segunda, que el nacona-

lsmo que termna por cuajar a lo largodel sglo xix es altamente responsable dela destruccón de Europa en las dos gran-des guerras del sglo xx. De modo quehay que partr de la paradoja de que na-cón y naconalsmo hayan sdo elementosfundamentales de la construccón, perotambén de la destruccón, de Europa. Deahí la ambalenca que comportan estosconceptos.

Con el orgen específicamente euro-peo de la nacón está lgado el hecho deque surja como subproducto del Estado.

Estado y nacón son dos conceptos quenacen con la moderndad y, en este sent-do, específicamente europeos. Téngase encuenta que hablo de los conceptos moder-

nos de Estado y nacón El concepto de Es-tado se emplea tambén en un sentdomuy amplo, como la forma de organza-

cón polítca de una socedad; y así se ha-bla de la pols como una cudad-Estado, odel Estado slámco. Tambén el conceptode nacón es anteror a la moderndad; eltérmno proene del latín, natio, gruposocal que se remonta a los msmos ante-pasados: así, en la unersdad medeallos estudantes se organzaban por nacio-nes, es decr, por el lugar de orgen, concaracteres lngüístcos y culturales propos.

El fundrse la nacón con el Estado enel Estado naconal trae consgo el que a e-ces ambos conceptos, pese a que sus conte-

ndos sean dstntos, no queden claramentedelmtados. A este respecto es menesternsstr en que el concepto moderno de Es-tado no sólo antecede al de nacón, snoque sn él no hubera sdo posble. Prmerosurgó la dea y la realdad del Estado mo-derno, en los sglos xvi al xviii, y luego ladea moderna de nacón a finales del xviii,y sobre todo a lo largo del xix. Sn la es-tenca prea del Estado no hubera poddoemerger el concepto de nacón: la nacónsurge en una socedad ya unficada polít-camente por el Estado, concdendo, co-

mo en Franca, el espaco de ambos, o den-tro de un msmo Estado emergen naconesdferentes, como es el caso del mpero aus-tro-húngaro, pero en los dos casos, sn unEstado preo no hubera poddo surgr ladea de nacón.

La idea de Estado

La nocón moderna de Estado supone unórgano que concentre todo el poder, sum-ma potestas, a la que Bodno llama sobera-nía. Se trata de un poder absoluto, ab-so-lutum, es decr, dsuelto o desprenddo de

cualquer otro poder, temporal o sobrena-tural. El Estado se define así como podersoberano (tanto puede radcar en una solapersona, el monarca, como en una asam-

blea) que supone un poder absoluto, es de-cr, uno sn cortapsas que lo lmten, po-der que proene de haber acumulado el

de cada uno de los ndduos que formanla socedad (el poder, tal como quere lateoría contratualsta, orgnaramente rad-ca en el ndduo) para quedar concentra-do en uno soberano, que suele dentficar-se con la persona del rey, de modo que, enrasgos generales, la aparcón del Estadomoderno concde con el desarrollo y con-soldacón de la Monarquía absoluta.

En el pensamento grego el saber po-lítco pertenece a la filosofía práctca y lacategoría central es la de justca. La mo-derndad, en cambo, pretende elear el

saber polítco al de una cenca en el sent-do moderno; y la categoría central no es la justca, sno el poder. El poder permte,en prmer lugar, dferencar socedad clde Estado, dstncón que resulta mpensa-ble tanto en la antgüedad como en laEdad Meda. El concepto de pols ncluíatanto al conjunto de los cudadanos comoa las nsttucones, ya que los cudadanossn las nsttucones, así como las nsttu-cones sn los cudadanos, no son más queabstraccones fantasmales. El concepto desocedad, la civic society, la bürgerliche Ge-

sellschaft, es una adquscón de la moder-ndad. Sólo desde la perspecta del podercabe dferencar el Estado, en donde seconcentra todo el poder de la socedad c-l formada por el conjunto de ndduosa los que se les ha despojado de su poderorgnaro. Dstncón que conllea la degobernados y gobernantes, básca en elpensamento polítco de la moderndadpero de dfícl encaje en la pols, en laque esta dstncón se acerca a la nocónde tranía. La socedad cl desgna alconjunto de los ndduos, que han sdo

despojados del poder orgnaro que tu-eron en el estado natural. Al definrse lasocedad cl negatamente, por el he-cho de erse despojada del poder, se ds-





pan las demás dferencas socales, deedad, de seo, de status, de rqueza, conel resultado de quedar gualados todos losndduos que consttuyen la socedadcl: todos son guales por erse gual-mente desposeídos del poder, que se con-

centra todo en el Estado.La nocón de poder, al no permtrotra dferenca que tenerlo o no tenerlo,anula todas las demás dferencas, con loque cumple una funcón neladora. Lagualdad se ncluye en la nocón msmade socedad cl. El que todo el poder seconcentre en el Estado llea consgo unagualacón, aunque sólo sea en abstracto,ya que no elmna las dferencas reales destatus socal, de rqueza, de seo, edad y otras característcas ndduales. Quedaasí programado en la moderndad el con-

flcto entre una gualacón abstracta, esdecr, formal y jurídca, y el manten-mento de las desgualdades reales. Procla-mada la gualdad en la socedad cl, la

cuestón que queda pendente es hacerlarealdad más allá de la formaldad delderecho.

Este proceso de gualacón formal,mantenendo las desgualdades reales, con-llea algunas mplcacones sumamente

graes desde el enfoque de la flosofíapráctca. La prmera es que la ntroduc-cón del poder, como la categoría centralde la conenca, dsuele las múltples y muy aradas relacones que configuran elentramado socal, reducéndolas a una so-la: la relacón asmétrca del que mandacon el que obedece. A la dea de socedadle ocurre lo msmo que le había suceddo ala dea de naturaleza que mpuso la mo-derndad; y es que ambas perden cual-quer dmensón cualtata y quedan re-ducdas a una eclusamente cuanttata.

Justamente por ello resulta factble la n-troduccón del método cuanttato al es-tudo de lo humano. Así como la nocónde justca rehúye un tratamento cuant-

tato, la de poder encaja perfectamenteen este procedmento. El poder es med-ble, más aún, la cantdad es su únca cual-

dad: un poder no se d ferencacualtatamente de otro (en la capacdadde mponer la oluntad de uno contra ladel otro, no cabe establecer dferencascualtatas entre mejores o peores pode-res), úncamente se dstngue por la cant-dad; el poder úncamente aumenta o ds-mnuye según mande sobre más o menosgente o sobre más o menos ámbtos de lada nddual.

Desde el enfoque cuanttato que espropo del poder, la socedad en su are-dad concreta se olatlza y deja tan sólo

como poso una abstraccón, la socedadcomo mera suma de ndduos. El con-cepto cuanttato de socedad que mpo-ne la lógca del poder comporta una terce-ra nocón, la de ndduo, que completael doblete Estado/socedad. El poder es lanocón que, prmero, permte dferencarel Estado de la socedad y, segundo, la quedsuele la socedad en una suma de nd-duos. Tres son, por tanto, los conceptosbáscos que ntroduce la perspecta delpoder en la moderndad: el ndduo, se-dmento cuanttato que queda después

de la dsolucón de la dmensón cualtat-a de la socedad; la socedad, entenddacuanttatamente, como mera suma dendduos, y, en fin, el Estado, como elsoporte que aguanta la concentracón depoder pronente de la socedad.

La mplcacón más grae de la óptcadel poder que ntroduce la moderndad esque en el proceso general de reduccón detodo lo estente a una únca dmensóncuanttata reduce el hombre a la catego-ría de ndduo como mera undad físca,con lo que se dsuele el concepto trad-

conal de lo humano. ¿Qué podrá ser elhombre, s lo entendemos como nd-duo? Porque las defincones que proe-nen de la filosofía clásca –“anmal polít-



ESTADO Y NACIÓN EN UN MUNDO GLOBAL


co” o “anmal raconal”– de nngún modose adaptan a este planteamento cuantta-to-nddualsta. Estas dos definconesde lo humano, (“anmal polítco”, el an-mal que en la pols alcanza la dmensónde lo humano, y “anmal que tene logos”,

es decr, que habla y se comunca) supo-nen un enfoque genérco, es decr, la nece-sdad de partr de una conenca prea:no se habla y, por tanto, no se pensa másque en grupo, y, desde luego, la da polí-tca, la da en la pols, ege un alto degrado de desarrollo socal. Pero ¿qué podrásgnficar lo humano, entenddo como n-dduo, es decr, como mera undad fís-ca? La dficultad, yo dría mposbldad,de una defincón de lo humano a partrdel ndduo radca en la msma nocónde ndduo, producto de la són cuan-

ttata que mpone la lógca del poder. Enla comprensón nddualsta de lo huma-no, el ndduo está tanto en el orgen(contrato socal) como al final de un largoproceso de abstraccón en el que la soce-dad y el Estado aparecen como smplesmedacones.

Punto de arranque de la filosofía prác-tca había sdo el ser humano entenddoen un sentdo genérco, es decr, ncluyen-do todo su conteto socal. Son muchas y de energadura las consecuencas que m-plca la nuea comprensón de lo humano

como ndduo, al fin depurada de cual-quer connotacón teológca. Una ez quese define al hombre como mera oluntadde poder, y la polítca como el afán de su-perar la guerra perpetua de todos contratodos que se dera de esta comprensóndel ndduo como oluntad de poder, elderecho es la únca dmensón de que ds-ponemos para lograr una conenca pa-cífica. En el lugar que ocupó la étca en lafilosofía práctca, Hobbes coloca el dere-cho como epresón de la oluntad sobe-rana del Estado. La moderndad destruye

la base metafísca sobre la que se leantabala étca materal; y, pese a los muchos es-fuerzos por restablecerla, acudendo a lanocón platónca del ben, a la teoríaarstotélca de las rtudes, a la filosofía delos alores, y un largo etcétera, los resulta-dos en esta dreccón han sdo bastantemagros, hasta el punto de que no es eage-rado afirmar que la moderndad sgnficael fin de la étca materal.

El individuo como libertad

El fallo de Hobbes habría consstdo en

confundr la lbertad con la oluntad depoder realzada. Se trata ahora de rescatarla lbertad del poder, ponendo de man-fiesto que no es más lbre el que más poder

tene. Lbertad y poder se presentan comocategorías dstntas, tal ez ncluso ncom-patbles. Sabdo es que Juan JacoboRousseau susttuye la filosofía del poderpor una de la lbertad, corrgendo en estepunto básco a Hobbes, cuya huella es,

por otro lado, claramente perceptble en lanuea comprensón de la lbertad. La cate-goría central de la cenca polítca pasa asídel poder a la de lbertad. Al ergrse la l-bertad en la categoría central, la cencapolítca tene ahora que resoler la cues-tón de cómo, sn sacrficar la lbertad a lasegurdad n caer en la guerra de todoscontra todos, cabría alcanzar una con-enca socal en lbertad.

Tambén para Rousseau, el hombre,en cuanto ndduo, es lbertad (es la cal-dad que lo define), pero ya no entendda,

al modo hobbesano, como poder de hacerlo que se quera. El hombre no es lbre spuede hacer lo que quera, sno, en rgor,porque no sabe lo que quere; es decr,porque tene que elegr entre dstntas op-cones sn saber a punto fijo la que más leconene. En el hombre se ha roto –en es-te sentdo Rousseau lo llama “un anmalenfermo”– la línea nstnta que permteal anmal reacconar automátcamente an-te un estímulo con una sola respuesta. Elser humano se dferenca de los demás an-males precsamente por no saber a cenca

certa lo que quere, y de ahí que haya queretrotraer la cuestón de la lbertad a unplano anteror: no es lbre porque puedehacer lo que desea (lbertad gual a poder),sno que es lbre porque tene que decdrlo que quere. Porque tene que elegr en-tre dersas posbldades (ncluso no dec-drse por nnguna es una forma de elec-cón, el hombre está condenado a ser l-bre) no le queda otro remedo que alorarlos esfuerzos que requeren y las conse-cuencas que comportan las opcones pos-bles; es decr, porque no sabe lo que quere

está oblgado a refleonar y pensar prea-mente: ratio, como cálculo. Porque elhombre es lbre –no le funcona ya la res-puesta automátca– tene que ser raconal;es decr, ponderar posbldades y conse-cuencas, y no a la nersa, como había s-do la doctrna tradconal: porque el hom-bre es raconal, y puede dstngur entre elben y el mal, sería lbre de elegr entreambos. La razón no es la condcón de lalbertad, sno a la nersa, la lbertad es elpresupuesto de la razón. La lbertad ya nose concbe como poder, sno como auto-

nomía, necesdad de procurarse crterospropos para elegr y darse a sí msmo laspautas y normas de comportamento.

El hombre es lbre por naturaleza

–“lbertad natural”– y el desplegue de laclzacón, s ben mpde que perezca enluchas ntestnas, lo logra al preco de ena- jenarse, de etrañarse de sí msmo, es de-cr, de perder la lbertad que en prncpolo consttuye. La clzacón hace al hom-

bre cada ez más desgual y, por tanto, me-nos lbre. Y ello porque la lbertad decreceen la medda que aumenta la desgualdad.La moderndad, que Rousseau llama cl-zacón, consste en un alejamento cont-nuo de la comundad de hombres lbres eguales que la filosofía práctca había enun-cado como la pols deal en la que el serhumano sólo podría alcanzar su plentud.En su crítca de la clzacón Rousseaurecupera la dmensón moral de la con-enca polítca. (Obsérese que con estepensamento nace la dstncón entre la

derecha, que mantene en el centro la deadel poder, y la zquerda, que en este lugarcoloca la lbertad. La derecha argumentadesde el poder y la zquerda desde la l-bertad, lo que permte dstngurlas, pese ala confusón actual).

El hombre en cuanto es en últmo tér-mno lbertad no puede resgnarse a per-derla, sn por ello renuncar a la propahumandad. La cuestón polítca báscaque plantea la moderndad es cómo cons-trur una conenca en la que se haya el-mnado la guerra y la nsegurdad; es decr,

se consga una conenca en paz y, snembargo, se mantengan la lbertad y lagualdad orgnaras: la una dependería dela otra. Rousseau cree haber resuelto en elContrato social la cuestón central de lamoderndad de una forma tan creata co-mo orgnal, aunque tenga que reconocerque su solucón sea naplcable desde lue-go a los grandes Estados, pero tal ez n-cluso a los más pequeños. La democraca–nos aderte– sólo podría funconar conespírtus puros como los ángeles. Pero ellono supone, como tampoco se cansa de re-

petr, que haya sdo nútl el esfuerzo espe-culato por conocer las condcones en lasque se realza la conenca lbre. Descr-br el modelo deal de una conenca l-bre, por utópco que parezca, sre por lomenos para enjucar las dferentes solu-cones que ayamos dando a esta cuestóna lo largo de la hstora.

Dos son los aportes de Rousseau quemportan retener. El prmero, que es pre-cso entender la lbertad no como poder,sno como autonomía: soy lbre en tantoque me doy a mí msmo los crteros por

los que decdo las normas a las que se so-mete m actuacón, que no responden annguna forma de automatsmo n nospueden enr mpuestas por una autordad



IGNACIO SOTELO


eteror, ya que en ambos casos sería lomsmo que negar la lbertad. Conserar lalbertad en la conenca socal y polítcamplca, por tanto, darse en común lasnormas por las que nos regmos conjunta-mente. Al régmen polítco en el que los

cudadanos se dan a sí msmos las leyespor las que se gobernan, es decr, queconen socalmente conserando la l-bertad consttuta de cada uno, le llama-mos democraca en el sentdo fuerte de“goberno del pueblo, por el pueblo y parael pueblo”; es decr, aquella nocón utóp-ca de democraca en la que el poder se ds-trbuye entre todos de modo que desapa-rezca la dferenca entre gobernados y go-bernantes que la moderndad habíantroducdo con la nocón de poder.

El segundo aporte consste en dstn-

gur la “lbertad natural” propa del estadode naturaleza, por la que busco m bennddual, de la “lbertad moral” propadel estado de conenca clzada, por laque sólo desde una perspecta que nclu-ya el ben de todos los demás puedo perc-br el mío. Llear a la conenca la no-cón de “lbertad natural” sgnfica perer-trla en “oluntad partcular” o egoístaque, al destrur la lbertad de los otros,acaba a la ez con la mía. La “lbertad na-tural” trasladada a la conenca cl sg-nfica el fin de la lbertad, daléctca que

da cuenta del proceso de clzacón comola hstora de la alenacón del ser humano.En la conenca clzada sólo puedepersstr la lbertad s se conerte en “l-bertad moral”; es decr, en aquella que re-nunca a la “oluntad partcular” para al-canzar la “oluntad general”, una oluntadque ncluye en su horzonte el ben de losdemás. Conceptualmente queda claro enqué se dstngue la “oluntad general” dela “oluntad de todos”: la prmera la pue-de epresar ncluso una mnoría que en suhorzonte abarque el ben de los demás,

mentras que la segunda es una smple su-ma de egoísmos, contrara al ben común.Pero en la da polítca real no es fácl noperato mantener esta dstncón: todoshablan en nombre del ben común y, snembargo, por lo general, cada uno apuntaa ntereses muy partculares.

El que nos demos juntos las leyes porlas que oluntaramente nos regmos, no-cón fuerte de democraca, sólo funconas preamente la mayoría antepone el bendel otro al propo. Una democraca quehaya superado la dstncón entre gober-

nantes y gobernados, al partcpar todosen la creacón de las leyes, sólo es practca-ble en un mundo en que cada uno hayaconertdo su “lbertad natural” en “lber-

tad moral”. La étca aparece así como elrequsto ndspensable de la democracahasta el etremo de hacerla en la práctcanserble, ya que la democraca sólo fun-conaría en una socedad deal en la que lamayoría se hubera preamente conert-

do en sujetos morales que son, justamente,aquellos cuya oluntad se dentfique conla general.

Dos ideas de nación

A mtad del sglo xviii empeza a perfilar-se un concepto moderno de nacón quecorrge el nddualsmo en que habíadesembocado la centraldad del poder enel Estado. El Estado ha supuesto la con-centracón de todo el poder en la personadel monarca soberano, degradando alconjunto de la socedad a una mera suma

de ndduos, todos guales porque todoshan sdo gualmente despojados de suspoderes y lbertades. El concepto de “o-luntad general”, una nocón cabalmenteétca, sre de fundamento del Estado de-mocrátco en cuanto quere el ben común y coincide con la voluntad de la república. Aquí se nscrbe la correccón que conlleantroducr la nocón de nacón: el conjun-to de los cudadanos, en cuanto han deja-do de ser súbdtos, ndduos sometdos,forman una entdad propa capaz de e-presar una oluntad. La oluntad ya no es

una facultad eclusa del ndduo queha tendo que entregar al soberano comosu únco depostaro, sno que es propatambén del conjunto de cudadanos, ca-paces de epresar una “oluntad general”.Esta entdad colecta capaz de epresar suoluntad es la nacón. La nacón, en elprmer sentdo que mprme la ReolucónFrancesa, sgnfica un sujeto colecto ca-paz de epresarse (la democraca es la e-presón de esta oluntad general) y, encuanto tal, depostaro de la soberanía delEstado. Estado y nacón se funden al cons-

ttur la nacón el soporte socal de la sobe-ranía del Estado. Nacón, entendda asícomo pueblo soberano, es un concepto re-oluconaro. “Ve la naton”¡ grta elpueblo reoluconaro al ncularla a la l-bertad de cada uno en cuanto parte de unconjunto orgánco capaz de epresarse l-bremente. La lbertad de los ndduos secorresponde con la de la nacón. Se em-peza a hablar de la lbertad de los pueblos,dferencando los pueblos lbres, que dec-den lbremente su destno, de los oprm-dos, bajo la férula de otros pueblos. La l-

bertad nddual sólo podría realzarse spreamente se ha consegudo la lbertaddel conjunto, la lbertad de la nacón. Unanacón es lbre nternamente s ha recupe-

rado la soberanía de las manos del monar-ca; eternamente, s no está sometda a unpoder etranjero. Esta doble condcón n-terna y eterna de la lbertad ncula Esta-do y nacón, de modo que no habría unanacón lbre que no dsponga de un Esta-

do propo que a su ez esté organzado de-mocrátcamente.En el sglo xviii todaía se era súbdto

de un monarca sn mportar dónde se hu-bera nacdo. Lo que en Europa lgaba alas personas, además de la fideldad a unmsmo monarca, era la pertenenca a unarelgón. Se era católco, anglcano, lutera-no, purtano y, además, súbdto de esterey, príncpe o señor. La Reolucón Fran-cesa rompe el ínculo con el monarca y losusttuye por uno nueo con la nacón; desúbdto de un señor se pasa a cudadano

de una nacón, pertenenca que a lo largodel sglo xix termnará por tener más pesoque confesarse membro de una relgón.Mentras en Alemana dsmnuyen las d-ferencas entre católco y protestante hastapráctcamente desaparecer en nuestrosdías, crece la concenca de ser alemán. Seha señalado a menudo el carácter relgosode algunas formas de naconalsmo. En to-do caso, lo que parece ndscutble es que,como forma de dentficacón ntegradora,en la últma moderndad la nacón ha sus-ttudo a la relgón.

La reolucón había estallado en Fran-ca, en un país rco que domnabaculturalmente a Europa y en el que el Es-tado había alcanzado el mayor grado dedesarrollo. Pero ¿qué ocurre en una Ale-mana atrasada económcamente y dd-da en ml undades polítcas? En estas cr-cunstancas, el concepto reoluconaro denacón, como pueblo soberano, resultabapor completo nadecuado. S a esto se su-ma que las mayores dficultades del pensa-mento polítco de la moderndad se cfranen la nocón de ndduo, pura abstrac-

cón a la que se otorga un rango y preem-nenca que antecede a la socedad y desdeluego al Estado, se comprende que la deade nacón se presente como la justa reac-cón a este nddualsmo abstracto. Lanacón, en cuanto a cada una se la suponeuna dentdad propa, está en condconesde ofrecer al ndduo atomzado un ho-gar en que el puedan cultarse las dferen-cas cualtatas. Los ndduos ya no sonabstraccones sno personas con caracteresque comparten con los demás membrosde una msma nacón. Debltada la ads-

crpcón relgosa, al fin sé quén soy: ale-mán, francés, nglés.El naconalsmo alemán surge como

reaccón a los acontecmentos de Franca,



ESTADO Y NACIÓN EN UN MUNDO GLOBAL


que, como en el resto de Europa, molzaun espírtu conserador contra la Ilustra-cón (tal es el caso de Herder), pero sobretodo frente a la nasón napoleónca;éanse los Discursos a la nación alemana, de Fchte. Surge un nueo concepto de

nacón, no como un concepto polítco,nculado a la soberanía del Estado, snocomo uno hstórco-socal. Mentras queel Estado sería una comundad artfical, lanacón sería una comundad natural quela geografía y los caracteres étncos hanconfigurado a lo largo de los sglos. Unamsma lengua y cultura que sostenen unahstora común, a la ez que el afán deproyectarla ndefindamente en el futuro,es lo que consttuye la nacón.

Después de la reolucón de 1848, elconcepto de nacón del romantcsmo ale-

mán se epandó por el mpero austro-húngaro, alentando un naconalsmoeslao que a a ser una de las causas de laI Guerra Mundal. Tambén en los últmosdecenos del xix Herder y la concepcónromántca de nacón están en el orgen delnaconalsmo catalán. Las formas en quese nculan pero tambén se rechazan en lasegunda mtad del sglo xix estas dos con-cepcones del naconalsmo, la francesa re-oluconara y la romántca germánca,consttuyen el tramado de la hstora delnaconalsmo, como deología y como

momento socal.El renacer del nacionalismo

en un mundo global

En los años sesenta del sglo pasado, en unmomento en que un naconalsmo –aun-que todaía debltado– no daba señalesde desaparecer, se uele a la dstncónentre un concepto de nacón cíco, quereposa en la dea reoluconara de que lasoberanía radca en el pueblo entenddocomo el conjunto de los cudadanos congualdad de derechos y deberes, y el del

romantcsmo germánco, que atrbuye ala nacón una dentdad sempterna, alconsttur una comundad étnca con unamsma lengua, cultura e hstora. De estadstncón proene la crítca en los noen-ta del naconalsmo étnco-cultural y el n-tento de reducrlo a su sgnficado cl,que es lo que se ha llamado “patrotsmoconsttuconal”. Somos cudadanos de unEstado, no por pertenecer a una nacón ensu acepcón romántca de una msma et-na, lengua y cultura, sno por poseer lacudadanía que se dera de compartr un

msmo derecho y unos msmos ntereses:ius y utilitas, decía ya Ccerón, son los doselementos que configuran a un pueblo.

El desplome del bloque soétco y el

prodgoso abaratamento de las comun-cacones y de los transportes cada ez másrápdos conerten el planeta en un solomundo, en el que el captal se traslada deun país a otro a gran elocdad, como lohace la nformacón y los modos de da

amercanos, hasta el punto de que no fal-tan los que pensan que la globalzacónúncamente es un eufemsmo para desg-

nar la amercanzacón del globo. Sea loque fuere, se da por descontado que lasfronteras naconales no pueden detener laactual aalancha homogenezadora de laseconomías, socedades y culturas. Estado y nacón, tal como se desarrollaron en lamoderndad, tendrían los días contados.

¿Cuál es el papel del Estado y la na-cón en un mundo globalzado? Importatener muy presente que la globalzacónno eplca por sí sola la rápda transforma-cón de los Estados, sno que es mprescn-

dble remtrse a lo ocurrdo en los últmosdecenos. Fjemos la atencón en dos as-pectos, tal ez los más llamatos: una tasade desempleo alta y la crss del Estado de

benestar. No son productos de laglobalzacón, como pretenden muchos desus crítcos, sno de los dos factores –la re-olucón centífico-tecnológca y la desapa-rcón del bloque comunsta– que han fac-ltado tambén la globalzacón. No es que

la globalzacón sea el orgen de la desregu-larzacón sno, a la nersa, porque la reo-lucón tecnológca y la desaparcón del co-

munsmo han faorecdo la desregularza-cón, la globalzacón ha poddo reforzar latendenca lberalzadora.

Frente a la tess de que los Estados enun mundo global habrían perddo buenaparte de sus funcones, mporta hacer hn-capé en las nueas, entre ellas la que hapasado a prmer lugar: la educadora. Com-petr en un mundo global oblga a alcan-zar un grado alto de educacón entre lapoblacón, así como a dsponer de unaséltes de ecelenca en cenca y tecnología.

Los Estados, certamente, han dejado deejercer actdades y competencas que enel pasado pareceron esencales, como ladefensa y la segurdad nterna, cada ez



IGNACIO SOTELO


más dependentes del eteror para llear-las a cabo; pero an asumendo otras, m-puestas por las nueas estructuras nternasy sobre todo por los condconamentoseternos. Lleaba toda la razón Ma Weber cuando a prncpos del sglo pasa-

do se negó a definr al Estado, como hastaentonces era uso, por las funcones quedesempeñase, conencdo de que eranmuchas más en prncpo que todas lasconcebbles, pero que el ejercer éstas oaquéllas araba con el tempo. S defin-mos al Estado por las funcones que hadejado de ejercer, parecerá justficado decrque el Estado está a punto de desaparecer;pero lo que se dspa en realdad es sólo lanocón desfasada de Estado que lleamosen la cabeza.

Importa señalar las nueas funcones

que el Estado, según el grado de desarrollode la socedad que represente y el modo dentegracón en la economía mundal, con-tnuará ejercendo o ha de ejercer en el fu-turo, tenendo muy en cuenta que, a pesarde la globalzacón, el peso económco delEstado no ha hecho más que crecer. En lospaíses de la OCDE, el gasto públco hapasado de un 9% del PIB a prncpos delsglo pasado a un 48% del PIB en 1999.Por mucho que el lberalsmo predque lareduccón del Estado, mentras que la po-blacón tenga algo que decr en eleccones

lbres habrá que garantzar a sus cudada-nos una da dgna, protegda de los m-pactos negatos que proengan del mer-cado. Como medo de frenar el gasto pú-blco y aplcar polítcas que contengan lanflacón, los Estados de nuestro entornohan transferdo a la Unón Europea lascompetencas económcas más mportan-tes. Ahora ben, con el traspaso de la polí-tca macroeconómca a los órganos comu-ntaros los Estados membros no se que-dan sn tareas sno que tenen queconcentrarse en otras. Ahora el acento re-

cae en las polítcas nsttuconales y m-croeconómcas.En suma, qué duda cabe de que esta-

mos asstendo a cambos mportantes alos que los Estados tendrán queadaptarse; y que unos sabrán hacerlo, sa-lendo robustecdos del empeño, y otrosquedarán sometdos a ntereses foráneos,prados o públcos. Algo así ya se obseraen el lejano Orente: a unos, como Japón,Corea y Sngapur, les ha sentado hastaahora mejor la globalzacón que a otros,como a Talanda, Indonesa o Flpnas.

Que es lo que, por otro lado, ya ocurróen la prmera epansón planetara del ca-ptalsmo ndustral a finales del sglo xix;unos países saleron fortalecdos y otros

degradados a la categoría de protectora-dos. Según la capacdad de acoplarse a cr-cunstancas muy arables que muestrenlos dstntos Estados, se produce un trase-go contnuo de poder. Unos se hacen másfuertes y otros más débles, hasta el punto

de desaparecer. Ahora ben, que desaparez-can Estados –la Repúblca Democrátca Alemana, Yugoslaa– no supone que lohaga el Estado como tal.

Un nterés especal tene el hecho deque en un momento en que se hablade que los Estados están condenados adesaparecer hayan surgdo nueos Estados,sobre todo pequeños Estados, gracas a lascondcones que ofrece la globalzacón.En 1946 había 74 Estados y hoy ya seacercan a los 200. En una prmera fase, es-te aumento nustado del número de Esta-

dos se debó a la descolonzacón de Áfrcay Asa, pero a partr de 1989 al mpulsonaconalsta que ha prealecdo en la Eu-ropa del Este, aunque la dsolucón de laUnón Soétca en buena parte haya tam-bén que nterpretarla como una forma dedescolonzacón. Las colonas rusas noperderon este carácter por el hecho deconformar un contnuo geográfico con lametrópol. Se eplca esta prolferacón depequeños Estados (en el mundo estenhoy 85 países de menos de cnco mllonesde habtantes, de los que cnco tenen me-

nos de 2,5 mllones de habtantes y 35menos de medo mllón) porque laglobalzacón –el comerco y las finanzasnternaconales– no sólo los hacen ables,sno que a muchos de ellos ncluso próspe-ros. El hecho básco es que la globalzacónfaorece los procesos de desntegracón delos Estados estentes, sí, faclta los sepa-ratsmos, porque hace posble que se man-tengan pequeños Estados que antes nohuberan tendo una salda económca.Eactamente lo contraro de lo que algu-nos pregonan: que el naconalsmo separa-

tsta no encajaría en un mundo globalza-do. Los gbraltareños queren ser ndepen-dentes de España a toda costa, porquesólo el carácter estatal les garantza unaforma de sobreenca en el sector de ser-cos bancaros o comercales. Laglobalzacón, en ez de elmnarlos, fao-rece los localsmos. Es algo que se debe te-ner muy presente s se quere entender loque está ocurrendo en el mundo y, part-cularmente, en España.

La paradoja de la que hoy es precsodar cuenta es que el efecto más contun-

dente de la globalzacón haya sdo el for-talecmento de la nacón en el sentdoromántco, y con ella la nuea pujanza delnaconalsmo. La otra cara de la mol-

dad de los captales y las empresas mult-naconales, de la rapdez con que epandela nformacón y del abaratamento de lostransportes es la emgracón masa a lospaíses más aanzados, uno de los produc-tos más característcos de la globalzacón

que ha traído consgo, entre otros muchosefectos postos y negatos, el de reforzarel naconalsmo. Las undades de produc-cón se reparten por todo el planeta, lo queoblga a las clases trabajadoras de los paísesmás rcos a competr con las de los máspobres. Después de la automatzacón, es ladeslocalzacón la mayor fuente de desem-pleo en las nacones más aanzadas. Unaparte crecente de la clase trabajadora, an-tes orgullosa de su nternaconalsmo, senclna a pensar que son los otros los quetenen la culpa de la pérdda de los puestos

de trabajo. A su ez, la llegada masa denmgrantes prooca un snfín de temoressobre la permanenca de la propa cultura.En Áfrca del Sur, superado el apartheid,los esfuerzos se centran en leantar unanacón con elementos muy dspares, quese unfican sólo frente a los nmgrantesmás recentes. En Estados Undos empe-za a preocupar la epansón del español,es decr, la mportanca crecente de lacultura “latna”. En el país en el que elconcepto de cudadanía no se nculaba alorgen étnco, relgoso o cultural, a partr

del 11-S ya no sólo se dscrmna, snoque se persgue e ncluso se ataca físca-mente a los cudadanos de orgen árabe.Nade negará la edenca de que el naco-nalsmo más etremo domna hoy la danorteamercana; algo que debería preocu-par a todos, pero en mayor medda a losque pensan, sn faltarles la razón, que lasmodas, acttudes o comportamentos delos estadoundenses suelen termnar prea-lecendo en el resto del mundo. A juzgarpor lo que hoy ocurre en Estados Undos,la lustracón lberal y la nocón reoluco-

nara de cudadanía pertenecen al pasadoy estaría retornando la hora del naconals-mo étnco más eacerbado. ■

Ignacio Sotelo es catedrátco de Socología.



ENTRE ÁFRICA Y NORTEAMÉRICA Globalización, espacio público, apartheid

PEP SUBIRÓS

Amenudo hablamos de la globalza-cón como snónmo de un procesode generalzacón del american way

of life. Nada más alejado de la realdad. Stuésemos que buscar un referente, másben lo hallaríamos en la Suráfrca de lostempos del apartheid, un régmen felzmen-te desaparecdo pero que, sn embargo. per-e como la metáfora más acabada del ac-tual estado del mundo. Un régmen que entérmnos polítcos predcaba la gualdad, lalbertad y la democraca... sempre que cadagrupo “racal” se mantuese en su lugar.

En efecto, la nstauracón del segrega-consmo surafrcano nunca se justficó conel argumento de la superordad de una “ra-

za” –la blanca, claro– sobre las otras, snoapelando a la supuesta estenca de dferen-cas naturales, esencales, nsuperables, entredferentes colectos étncos que hacían ne-cesaro que cada grupo tuese que desarro-llarse de manera autónoma y, por tanto, -r separadamente. La ley de delmtacónterrtoral de “grupos racales” (Group Areas

Act), promulgada por el Goberno surafrca-no en 1951, decía lteralmente:

“El objeto fundamental del establecmento deáreas separadas para los dferentes grupos racales esdoble: en prmer lugar, agrupar las personas del ms-

mo orgen racal en una msma área en térmnos depropedad y de ocupacón laboral, de manera que sereduzcan al mínmo los puntos de contacto con gentede otras razas y se reduzca así tambén la conflctdadracal; en segundo lugar, permtr a cada grupo racaldesarrollarse de acuerdo con su propa lengua, culturay relgón, y dar una oportundad a los membros delos grupos Natos y de Color para que, bajo una su-persón adecuada, asuman la responsabldad de supropo Goberno local”1.

La oportunidad otorgada a los “gruposNatos y de Color” consstó en la creacónde townships negros en los arrabales de las

ciudadelas blancas y, en el conjunto delpaís, de homelands o bantustanes , entidadesparaestatales formalmente soberanas, basa-

das en una supuesta identidad tribal, situa-das en regiones baldías y administradas porcaciques indígenas corruptos, donde clau-surar y mantener bajo control a la pobla-ción de color (aunque, eso sí, permitiendola entrada temporal en la Suráfrica blancade contingentes de trabajadores para servircomo peones y criados, y confinados fueradel horario laboral en alojamientos segrega-dos). La “supervisión adecuada” se tradujoen la plena libertad y legitimidad, por partedel Gobierno racista, de penetrar a sangre y fuego en los townships y en los homelands

cuando estallaba en ellos alguna revuelta oeran refugio, real o imaginario, de los com-batientes antiapartheid .

Como era presble, uno de los resulta-dos de ese régmen de segregacón polítca,económca y cultural fue una mparableagudzacón y crspacón de las relaconesentre las dferentes comundades étncas(por más que una mnoría de blancos seopuso actamente al apartheid, del msmomodo que una mnoría de negros colaborócon ese régmen). Los espacos y los sercospúblcos comunes, compartdos, accesbles a

todos, dejaron de estr, lteralmente. Au-mentó, en cambo, la olenca polítca y más aún la crmnaldad ordnara, hastaconertr el país en el más nseguro del mun-do. Como tambén aumentaron hasta ad-qurr dmensones patológcas, y costarámucho tempo superarlos, el medo y la des-confianza de todos frente a todos. Porque elapartheid sembró todo el país no sólo de ar-mas de fuego, sno tambén de mnas psco-lógcas y morales; unas mnas sólo desacta-bles medante un cambo económco, socaly cultural en profunddad, una tarea que,

afortunadamente, ha empezado ya pero quedurará generacones.Contraramente al proyecto democrát-

co que se está desarrollando desde hace 10

años en Suráfrica, el nuevo orden/desordeninternacional alentado por la globalizaciónneoliberal se halla en plena deriva hacia un

régimen segregacionista de alcance mun-dial: un mundo dividido entre un puñadode enclaves privilegiados y unas periferiasde townships , homelands y bantustanes abandonados en periodos relativamentetranquilos a los designios invisibles y ciegosde Dios y del mercado, y en momentos decrispación sometidos sin contemplacionesa tratamientos de choque, es decir, agredi-dos militarmente.

En esta dera ha jugado, y sgue jugan-do, un papel muy mportante, no eclusopero sí fundamental, la ofensa deológca

neoconseradora desarrollada desde prnc-pos de los años ochenta contra los aloresdemocrátcos báscos –lbertad, gualdad,

justca socal…– y, muy partcularmente,contra los prncpales mecansmos polítcosy jurídcos que traducen esos alores en de-rechos efectos para los ndduos. Me re-fiero especalmente a todos aquellos aspectosde la estenca, tanto a escala nddual co-mo colecta, que descansan en la taldaddel espaco públco, en la eficenca y equ-dad de los sercos públcos, en la responsa-bldad de las admnstracones públcas ante

los cudadanos.Esa ofensiva neoconservadora no hadudado en recurrir, con éxito notable, a to-do tipo de argumentos, desde los más ran-cios hasta los más posmodernos, para resta-blecer en la mejor tradición imperial la viejadoctrina según la cual no todos los sereshumanos son acreedores de los mismos de-rechos y para sostener que esa desigualdades algo inscrito en las leyes de la naturalezay/o de la historia.

Viejos y nuevos dogmas

Uno de los prncpales mecansmos mentalesque sempre acaban lleando a la dscrm-nacón y a la eclusón es el consstente enelear unas creencas y/o unos ntereses de


1 Citado en el libro Blank, Apartheid and after .Rotterdam, 1998.



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carácter local, classta o gremal al rango dedogma doctrnal unersal, ya sea bajo laforma de una supuesta reelacón sobrenatu-ral, de un supuesto destno naconal, de una

supuesta superordad genétca o de unas nomenos supuestas neorables leyes del mer-cado; el consstente en consderar, pues, quesólo “nosotros” –sean quenes sean losmembros de ese “nosotros”– sabemos cómoser plenamente humanos y que nuestra m-són es mplantar nuestra cultura y nuestraclzacón, es decr, nuestra forma de en-tender y organzar la da y la socedad, a lolargo y ancho del mundo.

Hay otro mecansmo de dsón y e-clusón aparentemente opuesto a éste peroque, en realdad, cas sempre resulta ser

complementaro: consste no sólo en reco-nocer y admtr la estenca de dferentesmaneras de ser humanos, sno en atrbur uncarácter natural e nsuperable a estas dferen-cas. Desde esta perspecta, las dferentestradcones consttuyen compartmentos es-tancos, autosuficentes e ncompatbles, snnecesdad n capacdad de escuchar n mu-cho menos de comprender otras formas depensar, de r, de ser.

En el primer caso se rechaza la diversi-dad en nombre de la unidad, es decir, deuna unidad promulgada a partir de nues-

tro propio sistema de medición, un siste-ma perfectamente convencional, no natu-ral, que casi siempre dice que los otros nodan la talla, nuestra talla. En el segundo,

lo que se niega es la unidad de la especieen nombre de la diversidad. De la diversi-dad no de los individuos, sino de gruposdefinidos en función de categorías más o

menos arbitrarias, como, por ejemplo, elcolor de la piel, el género, la etnicidad, lanacionalidad, las creencias religiosas, lassimpatías políticas, los intereses económi-cos, las preferencias sexuales…

En ambos casos, negamos lo que tenela humandad de proceso para quedarnossólo con unas nstantáneas retocadas, man-puladas, de algunas de sus epresones hstó-rcas, congeladas en el tempo y en el espacocomo realdades estátcas e nmutables. Re-ducmos la película de la hstora y de lacomplejdad humana a una fotonoela con

un puñado de fotogramas y de frases sueltas,fuera de conteto.En ambos casos, tambén, el resultado

es sempre la anulacón de la sngulardadnddual, la reduccón de los ndduosreales y concretos al papel de figurantes este-reotpados de nuestra fotonoela, como me-ros soportes físcos de los rasgos que definenteórcamente el colecto en el cual lo hemosenjaulado: los afrcanos (o los negros en ge-neral), poco ntelgentes y perezosos; losmusulmanes, ntegrstas; los colombanos,traficantes de drogas; los norteamercanos,

rcos e mperalstas… O cualquer otra t-pología gualmente estúpda y perersa. Elresultado es, asmsmo, el establecmento dedferentes subespeces de humandad, a al-

gunas de las cuales, empezando por la nues-tra, reconocemos unos derechos y unos pr-legos que negamos a las restantes. Porejemplo, el derecho a decdr la propa da

o a desplazarse lbremente por el planeta.Las arantes más etremas de estos me-cansmos (lo que desde hace unos años en-mos denomnando como “ntegrsmos” o“fundamentalsmos”, ya sean de base polít-ca, relgosa, étnca o ncluso mercantl, quede todo tpo los hay) abren el camno queconduce a la deshumanzacón de aquellosque no forman parte del grupo de elegdos.Es decr, a transformar a aquellos que no co-mulgan con una determnada doctrna enadersaros; a los adersaros, en enemgos, y a los enemgos, en una carcatura nhumana,

una encarnacón del Mal. Y en tanto que n-humanos y encarnacón del Mal, los dferen-tes-adersaros-enemgos se conerten fácl-mente, cas automátcamente, en objeto le-gítmo de destruccón.

No se trata, obamente, de mecansmosespecíficos de nuestro tempo. Son cas tanejos como el ser humano. Lo que sí es hoy específico, sn embargo, es que, por prmeraez en la hstora, la globalzacón hace pos-ble –e netable– que sus arantes ntegrs-tas lleguen a tener un mpacto tambén glo-bal: desde seudoteorías de orgen académco

y plenamente occdental, como la del “cho-que de clzacones”, hasta los dferentes fa-natsmos (naconalstas, etncstas, confeso-nales, economcstas…), que tanto en

Nº 145■CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA



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Orente como en Occdente, en el Norte co-mo en el Sur, encubren meras estrategas depoder de sus promotores y, retroalmentán-dose unos a otros, legtman muchos de lospeores conflctos que ahora msmo ensan-grentan el mundo.

Claro que en la base de esos mecans-mos y de esas estrategas cas sempre hay un conflcto de ntereses materales y polít-cos (y muy a menudo una eplotacón eco-nómca y/o una opresón polítca de ungrupo socal sobre otros), pero no es menoscerto que las propas construccones deo-lógcas pasan a ser un nstrumento de pr-mer orden para molzar a unos colectossocales contra otros, a unos seres humanoscontra otros. Y tambén pasan a ser un arse-nal tanto o más letal que las bombas mássofistcadas: como el 11-S demostró clara-

mente, no este nngún msl más ntel-gente n temble que un ser humano deses-perado y fanatzado.

No hace falta ser demasado sabos paradarnos cuenta de que la únca acuna contraestas deras es la abertura materal y mental,la dsponbldad a reconocer y comprender(no necesaramente a aceptar e nterorzar,porque no todos los alores alen lo msmo,no todas las acttudes y maneras de hacer y de r son equalentes) aquello que es d-ferente, aquello que cuestona nuestra propatradcón y tal ez nuestros ntereses nme-

datos. A reconocer y comprender, muy es-pecalmente, la rreductble sngulardad decada ndduo y, al msmo tempo, su gual-dad básca con todos los membros de la es-pece humana. A reconocer y entender, pues,que la degradacón de cualquer ser humanonos deshumanza a todos.

Lo que ocurre, claro, es que para quehaya reconocmento y dálogo (condcónprea de todo entendmento, de toda pos-ble comprensón, de toda posble conen-ca cooperata y enrquecedora) tene quehaber espacos comunes y crcutos de co-

muncacón, y no unlaterales, como ahora,sno de encuentro, de ntercambo, de nego-cacón, de pacto. Aquí es donde la maltre-cha tradcón occdental tene un patrmo-no de un alor nmenso. Un patrmono,sn embargo, que en buena parte hoy esta-mos destruyendo.

El desprestigio de lo públicoSí, a pesar de todos sus descarrlamentos,nuestra tradcón tambén ha producdo al-gunos de los mejores nentos de la human-dad, unos nentos sn duda ambalentes,

como cas todo lo que creamos; pero unosnentos que han tendo y sguen tenendoun potencal enorme como factores de co-operacón, de raconaldad y de lbertad, así

como de desarrollo materal, de erradcacónde la msera. O sea, como factores de hu-manzacón, de crecmento y desarrollo dendduos lbres y de formas socales mín-mamente justas y equlbradas.

Uno de esos nentos, tal ez el más de-

cso, es la nocón de esfera públca y, en es-pecal, la creacón del espaco públco y lossercos públcos como dspostos polít-cos, jurídcos y morales que han hecho pos-ble la aparcón de la figura del hombre-cu-dadano. Es decr, una figura basada en con-encones mutuamente aceptadas y respetadas por los membros de una comu-ndad y que mplcan el arrnconamento delas formas de organzacón, dsón y jerar-quía socal basadas en alguna supuesta ley natural o sobrenatural (y, por tanto, legt-madoras e ndefindamente reproductoras

de las desgualdades socales) en faor deformas de organzacón y de relacón poten-calmente democrátcas e gualtaras.

Todo lo que de mejor tiene la tradiciónoccidental está directa o indirectamentevinculado a la esfera pública, al espacio pú-blico, a los servicios públicos, como esce-narios donde todos los individuos tienen,por lo menos sobre el papel, los mismosderechos y deberes: la posibilidad de eman-cipación individual en relación al origenfamiliar o étnico de cada uno; la no discri-minación por razón del género; la libertad

de movimiento, de discusión, de opinión,de culto; la legitimidad de la crítica y elrespeto a la discrepancia; el acceso a la edu-cación y la salud como derechos universa-les; la construcción de sistemas mínima-mente democráticos de gobierno y de ad-ministración de justicia; la política comoasunto colectivo; la “cosa pública”, en fin,como espacio de encuentro –de conflictopero también de conciliación– entre dife-rentes actitudes e intereses, etcétera.

El grado de lbertad, de justca, de equ-dad, que caracterza las dferentes socedades

y las dferentes culturas se traduce en la es-tenca o no –y, en su caso, en la mayor omenor caldad e mportanca– del espacopúblco como escuela de conenca, derespeto a la dferenca, como lugar de nter-cambo, de aprendzaje, de conflcto, perotambén de fiesta y de celebracón, de cohe-són y de memora colecta; en la estencao no de unos sercos públcos que perm-tan hacer realdad los derechos humanos bá-scos más allá de las dferencas de nacmen-to; en la estenca o no, en suma, de la esfe-ra públca como dsposto esencal de

negocacón y artculacón de la da socal,de transformacón de la dersdad y lbertadnddual no sólo en un problema, sno, y muy partcularmente, en una rqueza colec-

ta. El problema, obamente, es que hoy esta nocón de esfera públca está seramentetocada, como lo están todo tpo de espacosy sercos públcos. Lo está en sus formasde estenca materal más ordnaras, comose pone de manfiesto cada día con la cre-

cente susttucón de los espacos y crcutospúblcos abertos, accesbles a todo el mun-do, por espacos y crcutos prados de ca-rácter comercal, sometdos a la lógca delconsumo, es decr, del dnero, y por tantoecluyentes para quenes no lo tenen.

Lo está en el mundo de las ideas y dellenguaje. Entre los muchos retrocesos queen los últimos 20 años se han venido pro-duciendo en este terreno, ninguno más es-pectacular que la degradación de los pro-pios conceptos de espacio público, de ad-ministración pública, de servicio público,

hasta su metamorfosis como sinónimos depeligro, inseguridad, ineficacia, burocracia,despilfarro, corrupción...

Lo está, tambén, en el campo de la ac-cón y la gestón polítca, y por tanto de lasnsttucones teórcamente públcas, que enestos msmos 20 años han epermentadouna erdadera regresón como domno ce-rrado de los profesonales del poder, en sugran mayoría burócratas y tecnócratas quemuy a menudo pretenden gestonar losasuntos públcos como s se tratara de unnegoco prado cualquera.

Lo está, igualmente, en una dimensiónmucho más general, la de las relaciones in-tercomunitarias, internacionales, interesta-tales, sometidas a los intereses privados delas grandes corporaciones y a flujos finan-cieros especulativos que provocan catástro-fes desde el anonimato, sin ensuciarse lasmanos, como auténticos B-52 de la econo-mía y las finanzas.

S durante mucho tempo el horzontedeológco polítcamente correcto en la ma-yor parte del planeta había sdo el de pro-moer, al menos formalmente, unos dere-

chos humanos y un derecho nternaconalque permtesen aanzar haca un mundocada ez más democrátco, cooperato y equlbrado (tales fueron, al menos sobre elpapel, los prncpos que nspraron la crea-cón de la Organzacón de las NaconesUndas), la tendenca, en ascenso desde hace20 años bajo el paraguas de la globalzacónneolberal, es –de manera sólo aparentemen-te contradctora– la de consoldar un mun-do compartmentado, segregado: cada com-partmento gobernado por métodos e nte-reses prados y el conjunto sometdo a los

ntereses gualmente prados y corporatosde los grandes conglomerados económcos y polítco-mltares.

Al olcarnos a faor de una globalza-




PEP SUBIRÓS

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cón económca unlateral y undmensonal,prada y pratzadora, y al msmo tempoal fortficarnos y armarnos hasta los dentescontra la globalzacón de los derechos decudadanía, contra la construccón del mun-do como espaco públco, compartble, esta-

mos falseando y corrompendo nuestro mejor patrmono. (Las consecuencas de estanconsecuenca, de esta autotracón, no sedejan sentr sólo en nuestras relacones conlos desheredados de la terra, sno en todoslos ámbtos y órdenes de la da, y muy par-tcularmente en el retroceso de las formasdemocrátcas de organzacón socal y polít-ca en el nteror de nuestros propos países“lbres” y “aanzados”). A pesar de todas lasdeclaracones unersales de los derechos hu-manos, y a pesar de toda la retórca neolbe-ral sobre la necesdad y la egenca de e-

tender las formas democrátcas de gobernopor todo el mundo, la realdad es que en lospaíses rcos hacemos todo lo posble paraque la mayoría de seres humanos no tenganotros derechos que los de trabajar para al-mentar nuestro propo benestar. La polítcademocrátca moderna se basa en la despolt-zacón de los cudadanos a escala naconal-estatal y en la negacón del derecho de cu-dadanía a escala nternaconal, es decr, enuna polítca antdemocrátca, feudal, re-tr-balzadora.

Viejo y nuevo ‘apartheid’:entre África y NorteaméricaEn Estados Unidos, claro, es donde la crisisdel espacio público y de la esfera pública,así como el vendaval privatizador, se mani-fiestan en toda su intensidad y agresividad. Y que no se entienda esta afirmación comouna expresión de antinorteamericanismo.Como en todas partes, en Estados Unidosuno puede hallar lo mejor y lo peor de loque nuestra especie es capaz. Como en África. (De hecho, los paralelismos entreun espacio y otro son extraordinarios, por

más que a menudo tomen la forma deimágenes invertidas).En especal, es en Norteamérca donde

se manfiestan las mejores y las peores secue-las de las formas de da, de pensamento y de accón que sglos ha nentamos los euro-peos. (En Áfrca, en cambo, sólo parecenmanfestarse las peores. Lo mejor de Áfrcatene muy poco o nada que er con noso-tros). En muchos aspectos esencales, Esta-dos Undos es la realzacón práctca de lasmás dersas utopías europeas de los sglos

xvii y xviii. La utopía purtana de la nuea

Jerusalén. La utopía lustrada del progreso,la lbertad, la gualdad y la emancpacón n-ddual. La utopía mtad lustrada mtadromántca, de retorno a un estado prmge-

no de la naturaleza humana. La utopía, m-tad anarqusta mtad lberal, de reduccóndel Estado a una admnstracón de las cosas,no de las personas. La cultura hegemóncaen Estados Undos, en fin, está tan autocon-encda de ser la culmnacón de los tempos

que no hace mucho acogó con entusasmola peregrna dea de que se había llegado alfinal de la hstora; y de que lo únco que lequedaba por hacer al resto del mundo eraabrazar los alores de la ncata nddualy la lbre empresa para acercarse lo más de-prsa posble al estado de benestar y beat-tud alcanzado por los norteamercanos, co-mo en una buena comeda muscal dondetodos los problemas acaban resoléndosegracas al trunfo de la rtud.

Los hechos del 11-S zarandearon demanera trágca este cóctel de ngenudad y

prepotenca. Sgnfcaron un recordatorobrutal de las dramátcas realdades que fer-mentaban en las alcantarllas del fundamen-talsmo neolberal. S hasta aquel momentola mentaldad domnante sesteaba en el nr-ana de la no-hstora, desde entonces el paísparece haberse nstalado en la paranoa de lansegurdad, con el Dies Irae y un potpurríde hmnos patrótcos y ejas marchas m-ltares como músca de fondo. Cualquerajero que haya stado recentemente Los

Ángeles, San Francsco, Washngton oNuea York habrá poddo constatar que la

atmósfera supura medo, mucho medo.No se trata sólo de que todos los sstemas y mecansmos de glanca de cualquer localpúblco hayan sdo sgnficatamente re-forzados o de que muchas empresas pra-das faclten a sus empleados equpos desuperenca frente a eentuales ataquesquímcos o bacterológcos. Tanto o másreelador es el hecho de no poder hablarcon cas nade sn que al cabo de pocos m-nutos aparezca en la conersacón el fantas-ma de la nsegurdad y la amenaza de nue-os ataques terrorstas, todo ello ben ade-

rezado con una salsa de lamentacones porla ncomprensón que la polítca nterna-conal norteamercana prooca en la mayorparte del mundo, ncludos buena parte delos cudadanos europeos. Un etraterrestreque aterrzara accdentalmente en cualquercudad de Estados Undos y hablase con losndígenas se largaría a toda prsa, conenc-do, al cabo de poco rato, de que había doa caer en el lugar más nseguro y pelgrosodel unerso.

En certo modo, Bn Laden ha ganadola partda. Ha claado el medo en el cuerpo

y en el alma de la socedad norteamercana. Al msmo tempo, sn embargo, the show goes on, en Los Ángeles, en San Francsco, enLas Vegas, en Washngton, en Nuea York,

en todas partes. ¿Qué show ? El show cons-tante, aasallador, del eceso en todos los ór-denes de la da. El show de la superabun-danca, del desplfarro, de la obsolescencaplanficada, de la bulma consumsta, de laglorficacón de la especulacón financera,

de la publcdad omnpresente, agresa y mentrosa, del enaltecmento de la ulgar-dad, de la nasón de calles y carreteras per-fectamente asfaltadas por ehículos todote-rreno, prepotentes, cas blndados, pequeñostanques famlares deoradores de combust-ble, ultracontamnantes.

El show, tambén, del camuflaje de larealdad ordnara (y la paralela susttucón y pratzacón de la esfera y el espaco públ-cos) por la hperrealdad de unos smulacrosdonde los problemas y la hstora no esten,han sdo anulados. Unos smulacros donde

la realdad deene ficcón y la ficcón, real-dad (como esos omnpresentes programastelesos que ensalzan las pulsones másrastreras y almentan comportamentos so-cales que mmetzan esa telesón basura).Parques temátcos que parecen cudades y cudades que queren parecer parques temá-tcos. Shopping centers amurallados cuyo n-teror pretende mtar los espacos públcostradconales, y plazas y calles reales con g-lantes y deocámaras en cada esquna y encada puerta, ntentando ofrecer la sensacónde segurdad que dan los shopping centers.

Tendas y hoteles que parecen museos, y museos que parecen supermercados –y quecada día lo son realmente más.

Claro está que en Las Vegas o en Orlan-do hace ya bastante tempo que todo elloforma parte sustancal del ambente, peroahora pasa cas lo msmo tambén en Los

Ángeles, en San Francsco, en Nuea York.En Tmes Square y en SoHo, por supuesto,pero tambén en Chelsea, un barro tradco-nalmente nculado a la ndustra y el co-merco tetl, lleno de talleres y almacenes, y que de manera acelerada se está transfor-

mando en una zona más de entretenmen-to, con restaurantes y galerías chic a cada pa-so. La msma Zona Cero en torno al desapa-recdo World Trade Center se ha conertdoen una atraccón turístca de prmera magn-tud (amén de un negoco nmoblaro en elque se juegan mles de mllones) y el 11-Sen un filón nagotable de merchandising .

Más allá, pues, de la plena mltarzacónde la polítca nternaconal y de la obsesónpor las amenazas terrorstas, los brutales ata-ques sucdas y homcdas del 11-S no hanmpeddo que la da económca norteame-

rcana haya recuperado muy pronto, cas deltodo, su pecular normaldad. Dfíclmentepodía ser de otro modo. En prmer lugar,porque no se puede r permanentemente

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en estado de shock . En segundo lugar, y másmportante, porque el sstema lo necesta y lo mpone. La máquna no puede parar. Sse detene, se hunde en el absmo. Te show must go on.

Y, al msmo tempo, en la msma soce-

dad, en los msmos ndduos, sentmentosgeneralzados de angusta, de nsegurdad,de ncomprensón, aderezados y alentadoscon los delros ntegrstas de George W.Bush y la etrema derecha republcana queactualmente controla el Goberno de Esta-dos Undos. El crecente temor que en losbarros y suburbos acomodados despertanla plaza, la calle, los sercos públcos, lamezcla con etraños, es perfectamente para-lelo al medo occdental haca mundo comoespaco común y compartdo, haca el reco-nocmento de los derechos de cudadanía y,

en especal, de lbertad de momento delas personas como derechos unersales.¿Cuál es la causa, cuál el efecto?

El contraste con la stuacón en la ma-yor parte del planeta –salo Europa, Japón y un puñado más de países– es notable y, s-multáneamente, muy reelador. El cont-nente afrcano es, en este aspecto, especal-mente reelador. N la nsegurdad n mu-cho menos el terrorsmo juegan en la mayorparte de los países afrcanos un papel sgnfi-cato n en el dscurso ofical n en las con-ersacones pradas. No porque no haya n-

segurdad, sno porque forma parte de la e-perenca cotdana, hasta tal punto queresulta superfluo hablar del tema. Consttu-ye un elemento permanente del clma y delpasaje. Claro que se trata de otro tpo de n-segurdad: la derada de la falta de nerso-nes, de lugares de trabajo, de nfraestructu-ras, de equpamentos y de sercos; de lanundacón desde los países rcos de produc-tos de ínfima caldad, o de segunda o sépt-ma mano, que destruyen el tejdo económ-co local tradconal; del protecconsmo deestos msmos países rcos, abanderados de la

lberalzacón comercal, frente a los produc-tos del Tercer Mundo; la nsegurdad, en fin,nherente a la pobreza, a la enfermedad, a lalucha dara por la superenca... En esteconteto, la emgracón a algún país del nor-te deene la únca álula de escape mag-nable para muchos, por más que el úncohorzonte sea el de enderse como mano deobra sumsa y barata, dspuesta a realzar to-dos aquellos trabajos sucos y mal pagadosque nngún cudadano de estos países está yadspuesto a desempeñar.

Lo que quero decr, en fin, es que en

este nuestro mundo globalzado no hay unosque tenen los problemas y otros que tenen(que tenemos) las solucones, sno que bajodferentes formas los problemas de base son

comunes. El actual sstema mundal es unsstema de nsegurdades, dferentes pero n-terdependentes. Como dcen en el país do-gón, en Malí, todas las aguas se comuncan.

Y todos los problemas tambén. Sempre sehan comuncado, pero ahora más que nun-

ca: la pobreza materal de los desheredadosde la terra brota de la msma fuente quenuestro medo, que nuestra msera moral y nuestro malestar mental, como tambén lohacen nuestra frenétca moldad y su for-zosa nmoldad, nuestra angustada prepo-tenca y su crecente resentmento.

Por otra parte, s es erdad que elmundo actual está embarcado en un pro-ceso de segregacón al estlo del ejo racs-mo surafrcano, tambén es posble queacabemos salendo del pozo como desdehace unos años se están salendo en Surá-

frca, contra todas las presones. Conmuchas dficultades, por supuesto, con m-nas que estallan cada día en forma de olen-ca crmnal, con mucho medo y descon-fianza entre los adultos, una resaca que du-rará aún mucho tempo; pero el apartheid polítco ya no este y poco a poco el país es-tá moéndose haca formas de da cada ezmás ntegradas y potencalmente soldaras.Unas formas que hoy empezan ya a ser s-bles entre los nños y los jóenes, en algu-nos barros, en las escuelas, en la uners-dad, en la telesón públca.

Es posble que tambén nosotros cons-gamos salr del atolladero s aprendemos laleccón de figuras como Nelson Mandela o

Walter Ssulu, entre muchos otros hombresy mujeres etraordnaros que ressteron latentacón de deshumanzar y elmnar a susadersaros eplotadores y racstas del ms-mo modo que éstos habían ntentado, snconsegurlo, deshumanzarlos y destrurlos aellos. Hombres y mujeres que en las cond-cones más dfícles, sometdos a los tratosmás brutales, torturados y encarcelados, dg-nficaron la da polítca, construyeron una

autordad moral y una són de una soce-dad plural y multcolor, enrquecda por sudersdad. Una autordad y una són quellegaron a conertrse en unas armas muchomás potentes que la mplacable maqunaramltar y polcal de apartheid .

Claro que n los guones n las partturasdomnantes en nuestros escenaros polítcosson los más faorables para que en ellosprosperen caracteres de esta talla, de esta for-taleza e ntegrdad, ben al contraro; perono es precso esperar a que aparezcan paraque cada uno de nosotros ayamos hacen-

do, más o menos modestamente, lo que po-damos, que es mucho. Porque, a pesar de sudesqucamento, de todas sus contradcco-nes y mseras, tambén es este mundo glo-

balzado el que nos pone al alcance unas po-sbldades nfintas de conocmento, de ac-cón, de relacón y de comuncacón. Quepermte, pues, que las opcones aparente-mente más ndduales y personales puedanser, hoy más que nunca, socalmente sgnfi-

catas y eficaces en el ntento de construruna da mejor para todos. Lo permte y no-sotros nos hallamos en una stuacón prle-gada para contrbur a ello.

Por ejemplo, para contrbur, por pocoque sea, desde el terreno que sea, a defen-der los espacos públcos estentes y acrear otros nueos; al derrbo de barrerasmentales y a la creacón de crcutos quenos permtan a todos acceder a los msmosterrenos de juego; a oponernos a la prat-zacón ndscrmnada, a la gremalzacónque nos empequeñece, a toda acttud au-

tosuficente y ecluyente. No para borrarlas dferencas, sno para estar todos en lasmsmas condcones. Para que todas lasaguas puedan realmente comuncarse. Por-que las aguas estancadas se pudren. Y por-que así como todas las aguas se comuncan,así tambén, a la corta o a la larga, todo secontaga: el placer y el dolor, la alegría y latrsteza, el coraje y el medo, el conocmen-to y la gnoranca, la generosdad y la mez-qundad, el respeto y el despreco, la lealtady la tracón, el amor y el odo, la capacdadde dálogo y la olenca.

¿Wishful thinking, como dcen en nglés,o sea, confusón de deseos y realdades? Talez, pero creo que en el fondo se trata deuna forma decente de realsmo. El rreals-mo, la ndecenca, es el enclaustramento ennosotros msmos y en nuestras fortalezas; ladefensa numantna de nuestros prlegos;la humllacón y la eclusón sstemátca dequenes se han equocado de lugar de nac-mento o de color de la pel; la deshuman-zacón de los adersaros, el menospreco dela da ajena. ■

[El presente artículo sntetza las prncpales deas e-puestas en los dos últmos capítulos del lbro odas las aguas se comunican, o de la felicidad y otros desasosiegos,de próma publcacón en edtoral Laertes.]

Pep Subirós es escrtor y filósofo. Autor de La rosadel desierto, Cita en ombuctú, Breve historia del futuroy Áfricas: el artista y la ciudad .

CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA ■Nº145



Todo artsta crea su pro-po pasaje, pero antesha de rrumpr en la es-

tela de la tradcón, en el con-teto de sus contemporáneos,ante un públco cómodo queprefiere las satsfaccones co-

nocdas al vértgo de lo dstn-to. La rrupcón de Almodó-var en el cne español tenefecha y lugar precsos, la nochedel 27 de octubre de 1980,cuando se estrenó en el cnePeñalver de Madrd su películaPepi, Luci, Bom y otras chicas del montón. El estreno no tuvofocos n lmusnas, de todasformas ncongruentes en unasala (hoy clausurada) sn me-mora de galas y en una zona

del barro de Salamanca hosp-talara y clínca, donde los ví-tores de unos hpotétcos fans habrían quedado amortgua-dos por la srena de las ambu-lancas que depostan allí snparar enfermos graves. De re-pente, y aunque sólo por unpar de horas, el cruce de lascalles Conde de Peñalver y

Juan Bravo vo una pequeñafauna etraña y desalñada quetraía hasta esos lugares santa-

ros el prmer síntoma de unmal nnoto: el tránsto del sue-ño prvado a la luz públca, delo underground a lo madrleña-mente urbano, que aquellaprmera película comercial de

Almodóvar suponía.¿Qué pasaba en el cne espa-

ñol a finales de 1980? Francollevaba muerto cnco años, untempo suficente para que elolor de cualquer cadáver ord-naro se dspe del todo; no,

por desgraca, el de aquel cuer-po pequeño pero mefítcamen-te fragante, que cnco añosdespués de ser enterrado con

cnco llaves en el sepulcro delCd, y del CESID, despedía eltufo de unas emanacones queaún hoy, cuando sopla el ven-to galaco-castellano de sus su-cesores, los españoles segumosolendo. Cnco años, un nuevo

jefe de Estado, una Consttu-cón votada mayortaramente,una transcón, una oposcónpolítca, y en el cne una fanta-sía: la que tenían todos los paí-ses occdentales, a la espera dever salr de nuestra cnemato-grafía lberada del yugo fascstalas grandes eplosones delnuevo espírtu democrátcohecho carne fílmca.

Y es certo que se realzaronen esos años varas películas

mposbles bajo la dctadura,algunas (como Camada negra y Sonámbulos, de Gutérrez

Aragón; Raza, el espíritu de Franco, de Gonzalo Herralde;La vieja memoria, de Camno,las cuatro de 1977; o El proce-so de Burgos, de Urbe, y El cri-men de Cuenca, de Plar Mró,de 1979) eplícta o metafór-camente referdas a la dctadu-ra franqusta, así como otrasque de manera sesgada refleja-

ban la materia oscura de aque-lla msma realdad sofocada:El desencanto y A un dios desco-nocido, de Chávarr (1976-1977); Los placeres ocultos, deEloy de la Iglesa (1976); Bil-bao y Caniche, de Bgas Luna(1978). La eplosón de esafantasía sobre el cne y la nove-la posfranqusta que los autoresespañoles le debían a la buenaconcenca progressta nterna-conal no se produjo, pues tam-

poco la rrupcón de Almodóvaren el pasaje pudo colmar tantowishful thinking. El arte, porfortuna, no se mueve con el

msmo respeto a las leyes de laprobabldad y la prevsbldadque los estudosos computan y dctamnan en semnaros, sm-posos y congresos.

De hecho, las dos películasespañolas más marcantes (no

dré n mucho menos que lasmejores) del año 1980, Ópera prima, de Fernando Trueba, y Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón, eran dos comedasmodestas en su presupuesto y en su propuesta estétca, esca-samente renovadora. La pr-mera fue un gran éto de pú-blco, y consoldó la llamadacomeda madrleña, que trata-ba de poner al día, en las me-

jores obras de Colomo, Drove

y el propo Trueba, la tradcóndel sanete costumbrsta rebo-zado con un poco de verbaldadfrancesa (Eustache, Rohmer) y chstes traducdos de Woody

Allen. La otra ópera prma, lade Almodóvar, tuvo poco pú-blco y mucho vlpendo de lacrítca sera, ncando un tor-tuoso camno de desencuentrosque sólo el éto nternaconaldel drector rectficó, tardía-mente: convene no olvdar

hoy, entre tanto lauro y tantoOscar, que España fue el últ-mo país del mundo, e ncluyolas antípodas, donde los crít-cos deron a Almodóvar, aregañadentes, el estatuto degran cneasta.

Volvamos a la noche deaquel estreno de Pepi..., en elPeñalver, un cne largo y estre-cho, como los menús de lanouvelle cuisine. Mentras los

ATS de las clíncas cercanas y

las famlas de los herdos enaccdentes de tráfico ngresadosen las Urgencas del hosptalde la Prncesa –puerta cas con-

tgua a la entrada del cnePeñalver– mraban atóntos alas modernas del estreno de Pe-dro, dentro de la sala de pro-yeccón caía desde la pantalla alas butacas la prmera duchadorada de la hstora del cne

español, que n squera todaslas lobas presentes sabían lla-mar por su nombre prmordalde golden shower. De hecho, yoatrbuyo al profundo descono-cmento que la crítca especa-lzada y una mayoría del pue-blo español pre-crónico-mar-ciano tenían de los códgos dela seualdad anómala y la ter-mnología gay el poco reguerodejado por aquella provocatvapelícula de Almodóvar, que

ncluía, aparte de la goldenshower, salpcaduras de mayorcalado.

Y sn embargo, más allá dela estupefaccón antropológcacausada por la infame turba deacompañantes y groupies (“serde la noche negra nos lo ense-ña/nfame turba de funestasaves”, dcen los versos comple-tos de Góngora, en la Fábulade Polifemo y Galatea), debajodel relatvo escándalo paleto

que no sólo Pepi..., sno susdos sguentes películas des-pertaron en España, el cne de

Almodóvar no ha poddo sermás autóctono, enrazado ennuestra magnería y, s se mepermte la célebre palabra,celtbérco. Buscando películaa película, podrían encontrarseen su filmografía las fórmulasdel juguete cómco, el dspara-te, la comedeta de costumbresy la astracanada, mezcladas

sempre por él con su peculary revulsvo talento para lafarmacopea.

De todas esas fórmulas, a


S E M B L A N Z A

ALMODÓVAR Y LA ‘INFAME TURBA’

VICENTE MOLINA FOIX



55

mí me gusta señalar como másespecífica la de la astracanada,squera por su glamourosa con-notacón de alta peletería. Setrata, como es sabdo, de unsubgénero humorístco de granprestanca en el teatro español

del sglo xx, y que, dcho agrandes rasgos, procede retor-cdamente del gracejo andaluzy madrleño de los hermanosQuntero y Arnches hasta elretruécano –de un surrealsmosoft y absurdo– de los Mhura,Tono y Jorge Llops. En elaudio del sngular pasaje crea-do por Almodóvar en el cneespañol hay mucho chste deastracán, que Pedro cose ma-gstralmente con retales de fel-

pa high tech, boatné, angornaedwood y tercopelo azul.¿Humor manchego? Almo-

dóvar nunca renunca a nadagenuno, n al ajo, y bastaríarecordar en ese sentdo su vn-culacón a Buñuel y Fernán-Gómez, cuya gran película El extraño viaje vmos hace unosmeses comentada y reveren-cada por Pedro en el progra-ma televsvo Versión española.

Antes de La mala educación,

película tambén en ese sent-do muy seminal, yo recuerdola escena de las jotas manche-gas de La flor de mi secreto, y no las trago aquí a colacóncomo, en el caso de Buñuel,hacía su gran coguonsta Ju-lo Alejandro. Buñuel y Julo

Alejandro eran los dos arago-neses, pero se conoceron enel elo mecano, y colabora-ron juntos de manera cont-nua y memorable en varas

películas, entre las que secuentan Nazarín, Viridiana y Tristana. Buñuel, según contó

Julo Alejandro meses antes de

su muerte, “tenía un humormuy reco, muy baturro”, peroante los demás decía sempredetestar lo típco y lo folclór-co de Aragón, sobre todo la

jota. Incrédulo, y sardónco, Julo Alejandro estaba semprerecordándole a su amgo lasraíces comunes; y un día, en elrodaje de Simón del desierto,

se puso a cantarle a Buñuel,embebdo en las hpérbolessurrealstas de su obra, esta

jota aragonesa, muy popularen la juventud gamberra deambos: “No me jodas en elsuelo/como s fuera una pe-rra,/que con esos cojonazos/me echas en el coño terra”.Buñuel, páldo de vergüenza,nterrumpó la filmacón, an-te el estupor de la actrz SlvaPnal, su mardo, el productor

Alatrste, y el resto del equpomecano.Más o menos, conscente o

nconscentemente manchego,

lo que no puede decrse del c-ne de Almodóvar, y para míconsttuye el supremo elogo,es que sea castzo. El castcs-mo es la gran lacra del arte es-pañol, ncludo, desde luego,el que sgue hacendo, congran encomo, una buena par-te de nuestro cne, teatro y no-vela contemporáneos. Cne-

matográficamente ha tendosu crstalzacón en lo que yollamé en su día “cne de ta-zón”. El “cne de tazón” es unamanera o repertoro conográ-fco poblado de escuáldosadolescentes convalecentes,cradas generosas (de carne y espírtu), padres y madres desevera bondad, amorespueblernos, pasones comar-cales, gabanes de posguerra y,como corolaro, el humeante

tazón desportllado lleno deachcora o cualquer otro bre-baje reconsttuyente que ayudaa crecer a esos vástagos de la

España negra, de la Españaeterna. En el momento de laaparcón de Almodóvar, veruna película naconal sn tazo-nes n mgas n represónseual ya reconfortaba, aunquees precso señalar que la espe-

ce, hoy manda, ha dado algu-na obra maestra y filmes muy estmables.

Lo alambcado es que en elcne de Pedro, sn duda más“cne de tacón” que de tazón,algún que otro tazón hay, y mucha cocna casera con cor-tnllas de cretona, gazpacho,perna de cordero y no recuer-do s hasta un morteruelo defondo en el retorno a las fuen-tes que hacía Marsa Paredes

en la ctada La flor de mi secre-to. Nunca, sn embargo, talesproductos gastronómcos noshan repetdo, y yo creo que espor esa arresgada y muy ca-racterístca prueta del cnealmodovarano consstente entomar las esencas de laespañolada y dlurlas en el va-so de las neuross obsesvas máscosmopoltas y desviadas, me-nos catetas. Cto a Unamuno,que no sé s es lectura de cabe-

cera de Pedro: “Se aplca deordnaro el vocablo ‘casta’ alas razas o varedades puras deespeces anmales, sobre tododoméstcas, y así es como sedce de un perro que es ‘debuena casta’, lo cual orgna-ramente equvalía a decr queera de raza pura, íntegra, snmezcla n mestcsmo alguno.De este modo, ‘castzo’ vene aser puro y sn mezcla de ele-mento etraño”.

¿Hay, a este respecto, una pe-lícula más acendradamente im-pura que La mala educación?

Como ha contado en nume-

Nº145 ■CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA

Pedro Almodóvar



56 CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA ■Nº XX

rosas ntervencones públcas elpropo cneasta, el orgen deesta últma obra suya es un re-lato escrto por él haca el año1973, “en el que me vengabade la educacón relgosa que

había recbdo en un colego decuras 20 años antes” (tomo estacita, como las siguientes, delprólogo que acompaña la edi-ción de La mala educación

( Ocho y Medio, Madrid, 2004),donde se recoge la “penúltimaversión” del guión, que difiereen más de un punto, y sobre to-do en el desenlace, de la pelícu-la estrenada). En los prmerosaños noventa, Almodóvardesarrolló ese relato, ttulado

La visita, en forma cnemato-gráfica, sn quedar plenamentesatsfecho del guón resultante,que llevaba entonces por títuloLas visitas; cada vez que term-naba una nueva película, suautor “volvía a esta hstora,que, con el tempo, se habíaconvertdo en un reto, una ob-sesón y un refugo”.

Incado el sglo xxi, Al-modóvar, ncansable en susretoques, amplacones y rees-crturas del guón, se encontrócon ganas de filmar el tocho yaahora llamado La mala educa-

ción, en el que la parte stuadaen el Madrd de los añosochenta, en torno a la famosamovida, de la que el personajedel drector de cne EnrqueGoded era una figura desco-llante, tenía bastante más e-tensón; tambén había “unlargo prólogo rural, en el quese contaba la nfanca enfren-tada de los dos hermanos, suvda famlar en un pueblo deValenca (Paterna) al cual ha-

bía emgrado la famla, las re-lacones con el padre y con lamadre…”.

A poco que se conozca lavda de Almodóvar resulta ev-dente, tambén en esos grosargumentales, la fuerte cargaautobográfica del guón. Lafamla del futuro cneastaemgró desde La Mancha, aun-

que no a Valenca, sno a Etre-madura, y, naturalmente, Pe-dro, humlde oficnsta durno,se convertía al caer la tarde enuna de las aves más vocnglerasy rutlantes de aquella bandada

que tanto estmuló la noche negra de los gartos de la movdamadrleña en la prmera mtadde los años ochenta.

Las visitas y después La ma-la educación orgnal conte-nían, por tanto, numerososelementos para desembocar enuna rebosante película de ta-zón: el trasfondo de la ense-ñanza relgosa, con su mezclade terrorsmo esprtual y luju-ra de confesonaro; la em-

gracón rural; el mcroclma deuna famla de la clase trabaja-dora; el sufrmento nfantl deuna sensbldad torcda. Es unndcador del talento antcast-zo de Almodóvar que el resul-tado final, La mala educación cnematográfica, sea un sofist-cado juego de cajas chnas enel que la transubstancacón

no se hace en la eucarstía snoen la slcona, y donde la infa-me turba mezcla a los curascon los travestis, las sotanascon las lentejuelas, los crucfi-

jos con los consoladores, en

una apasonada afirmacón deque sólo la mala vda puederedmr la mala educacón.■

Vicente Molina Foix es escrtor. Au-tor de las novelas La mujer sin cabeza y El vampiro de la calle Méjico y guons-ta y drector de la película Sagitario.

ALMODÓVAR Y LA ‘INFAME TUR BA’



L s eecciones europes,ceerds entre e 10 y e13 junio de 2004, hn

psdo histori como seecciones de stención,pues ni siquier uno de cddos ciuddnos europeos cu-

dió votr en est ocsión.Los comicios tenín ugr, sinemrgo, en un contexto detrnsformción pr UniónEurope (UE), s pocs se-mns de que 10 nuevs de-mocrcis sesen su incorpo-rción. L mpición no sir-vió de estímuo pr cercr os ciuddnos s urns, co-mo tmpoco o hizo e procesode negocición de proyectode Constitución de Europ

de os 25.En Espñ, os comicios eu-ropeos se ceern e 13 de junio, tres meses después de seecciones generes que, con victori de Prtido Sociis-t Orero Espño (PSOE),cmiron e rumo poíticode pís. L stención de osespñoes, simir europe,tió su récord, pues en nin-gun convoctori hí cu-dido votr menos de mitd

de os eectores registrdos. Eoptimismo hci nuev si-tución poític, expresdo pormuchos ciuddnos, permitió

que e nuevo prtido en e Go-ierno voviese siturse comogndor, pero no desencdenó moviizción eector. EnEurop y en Espñ triunfó stención.

Las elecciones en EuropaLs eecciones europes de ju-nio de 2004 registrron tsmás j de prticipción des-de os primeros comicios cee-rdos en 1979. E 45,5% deos ciuddnos europeos cu-dió votr en est ocsión, oque supuso un cíd de cu-tro puntos porcentues conrespecto prticipción en1999. L ts de prticipciónconfirm tendenci un

desmoviizción creciente eneecciones europes, en s que prticipción h cído en18 puntos o rgo de 25ños (vése gráfico 1).

L t 1 recoge s tssde prticipción en s eeccio-nes de 2004 pr os písesmiemros. Se oserv que prticipción vrí enorme-mente: mientrs que en Bégi-c votron nueve de cd diezciuddnos, en Esovqui o

hizo menos de dos de cddiez. Los píses más prticip-tivos tienden ser queos enos que e voto es oigtorio

–Bégic, Luxemurgo, Greciy Chipre– o o h sido, comoen Iti hst 1994. En todoseos votó e 70% o más deciuddnos. L prticipciónse sitú por encim de 50%en otros dos píses: Mt e

Irnd. Ls eecciones euro-pes coincidieron en Irndcon ceerción de referén-dum sore reform de Constitución.

Los píses más stencio-nists, queos en os que ts de prticipción se sitúpor dejo de 30%, son to-dos, sin excepción, píses quese hn incorpordo UE en reciente mpición. De os10 nuevos miemros, únic-

mente s dos democrcismás ntigus, Chipre y Mt,son muy prticiptivs. En ospíses restntes, todos eos

nuevs democrcis, s tssde prticipción están por de-jo de medi de os 25 pí-ses, excepción de Lituni,en donde s eecciones euro-pes coincidieron con s pre-sidencies. E to stencio-

nismo entre os nuevos sociosexpic por sí mismo cídde prticipción en estoscomicios, pues medi pr Europ de os 15 es de 53%,ocho puntos porcentues porencim de ts pr Euro-p de os 25, y tres puntosporcentues por encim de prticipción hid en seecciones de 1999.

Ls eecciones europes nosóo fueron os comicios de

stención. En es, muchosciuddnos europeos prove-chron oportunidd prcstigr sus respectivos Go-iernos. Así sucedió en e Rei-no Unido, Frnci, Iti y Aemni, sí como en otrosEstdos miemro con menospoción, como Dinmrc, Austri, Hond, Hungrí y Pooni, entre otros1.

Los resultados del 13-J

en España

Las elecciones del 13-J, en lasque, como consecuencia de laampliación, se disputaban 10escaños menos que en 1999,brindaron resultados satisfac-torios para los dos principalespartidos (véase tabla 2). Elporcentaje de voto al PSOEaumentó en ocho puntos enrelación a las europeas de1999 y en casi un punto con


Prticipciónmedi prpísesmiemros

GRÁFICO 1

Participación en elecciones europeas, 1979-2004

1979 1984 1989 1994 1999 2004

80

70

60

50

40

3020

T ABLA 1 Participación en las

Elecciones Europeas de 2004

Estados Tasa demiembros participación en %

Aemni 43,00Bégic 90,80Iti 73,50Luxemurgo 90,00Hond 39,10

Reino Unido 38,90Irnd 61,00Dinmrc 47,85Greci 62,78Espñ 45,94Portug 38,74Sueci 37,20Austri 41,80Finndi 41,10Checosovqui 27,90Estoni 26,89Chipre 71,19Ltvi 41,23Lituni 46,05Hungrí 38,47Mt 82,37Pooni 20,00

Esoveni 28,34Esovqui 16,96

Media 45,50

1 Véase José Ignacio orreblanca:Claves para entender la abstención en las elecciones europeas. Real Instituto Elcano,21-6-2004.

P O L Í T I C A

EL TRIUNFO DE LA ABSTENCIÓN

EN LA UNIÓN EUROPEA BELÉN BARREIRO




respecto a las elecciones gene-rales del 14-M, mientras quelas ganancias del PP fueron de1,5 puntos en comparacióncon las anteriores europeas y de 3,5 si se toma como elec-ciones de referencia las últimas

generales.E vnce de PSOE y dePP e 13-J quedó reflejdo en myor concentrción de vo-to jmás producid desde einicio de democrci: csi e85% de os espñoes optó poruno de os dos primeros prti-dos espñoes. Desde s eec-ciones europes de 1999, ens que e 75% de eectordooptó por os dos principesprtidos, concentrción de

voto se h ido centundoconsideremente. E 79%votó PSOE y PP en 2000,y e 80% o hizo e 14-M. Seestá produciendo, por tnto,un tendenci creciente i-prtidismo en Espñ. L m-nifestción de est tendencien eecciones europes es reve-dor, pues e sistem eecto-r dopt un circunscripciónúnic y, por tnto, con más c-pcidd pr trtr con igu-

dd os prtidos, con inde-pendenci de su tmño. Ade-

más, en ests eecciones osprtidos ncionists hn for-mdo coiciones, o que enteorí deerí her desincen-tivdo concentrción de vo-to fvor de os dos grndes.

El PSOE logró el 13-J su

tercer triunfo electoral en elámbito estatal en poco más deun año, tras las elecciones mu-nicipales de mayo de 2003 y las generales del 14-M. La vic-toria en las europeas permitiózanjar el debate que desde lasfilas del PP se había abierto apropósito de la influencia delatentado del 11-M en las pa-sadas elecciones generales. Lossocialistas volvieron a ganaren un contexto de normali-

dad. Por su lado, los resulta-dos obtenidos por el PP mos-traron la innegable capacidadde movilización de este parti-do, que tan sólo a tres mesesde los comicios que le llevarona la oposición recortó su dis-tancia con los socialistas entres puntos.

L comprción de os re-sutdos de s eecciones euro-pes de 2004 con respecto s de 1999 muestr un evo-

ución de voto os princip-es prtidos simir detec-

td en os comicios de 14-M.E vnce de PSOE se produ-ce en tods s comuniddesutónoms svo en Murci,donde se oserv un igero re-troceso. Es precismente en es-t comunidd en que menos

creció e voto os sociistsen s eecciones generes. Esposie que prizción dePn Hidroógico Ncion décuent de os menores rendi-mientos eectores de PSOEen est utonomí, unque comprción de os dos comi-cios ceerdos en 2004 noofrece un sdo negtivo pros sociists, que vnzn unpunto en est región. E PP,por e contrrio, ument su

voto en seis puntos porcentu-es en Murci entre s dos ú-tims eecciones europes y gn csi dos puntos si se to-m como eección de referen-ci e 14-M. Ce destcr,igumente, e vnce dePSOE en Ctuñ, tnto si secompr s dos útims con-voctoris europes, entre sque e crecimiento es de ochopuntos, como si se tiene comoeecciones de referenci o ien

s utonómics de 2003, encuyo cso e umento es de 11puntos, o ien s útims ge-neres, donde e vnce soci-ist es de tres puntos.

Los perdedores de las elec-ciones del 13-J fueron IU y los partidos nacionalistas. Elporcentaje de voto a IU des-cendió en 1,5 puntos, dejan-do a la coalición con el peorresultado de su historia elec-toral. La caída de voto en

elecciones europeas refuerzala evidente debilidad de IU,pues la votación en distritoúnico no permite en teoría

achacar el retroceso electorala la práctica de voto útil delos ciudadanos de izquierda.Los otros perdedores fueronlos partidos nacionalistas. Lacoalición Galeusca, compues-ta por los firmantes de la De-

claración de Barcelona –CiU,PNV y BNG–, obtuvo el 5%de los votos y se hizo con dosescaños. De los tres partidosque integran la coalición,únicamente el PNV mejorósus resultados con respecto alas elecciones de 1999, mien-tras que CiU sufrió un desca-labro considerable, perdien-do 12 puntos porcentualescon respecto a los comiciosde 1999 y situándose por de-

trás del PP en Cataluña. Elvoto al BNG cayó en nuevepuntos.

L coición Europ de osPueos, en que está inte-grd Esquerr Repuicnde Ctuny (ERC), ogró unescño, con e 2,5% de voto.Ls eecciones mostrron queos repuicnos siguen en s-censo, pues doron e votoque hín otenido en nte-riores eecciones europes.

E rsgo más destce des eecciones de 13-J fue j prticipción, e 46%, si-mir prticipción medieurope. L prticipción, menor hid en eeccionesespños, cyó en 18 puntosporcentues con respecto os comicios de 1999 y se si-tuó 16 puntos por dejo de prticipción medi pr econjunto de eecciones euro-pes ceerds en Espñ

(1987-1999). L proporciónde ciuddnos que votron e13-J descendió en tods scomuniddes utónoms, y

Tabla Elecciones europeas de 2004 y 1999

2004 (54) 1999 (64)

Siglas Votos % Diputados Siglas Votos % Diputados(54) (64)

PSOE 6.621.570 43,30 25 PP 8.410.993 39,74 27PP 6.315.294 41,30 24 PSOE-Prog. 7.477.823 35,33 24GALEUSCA 790.051 5,17 2 IU-EUIA 1.221.566 5,77 4IU-ICV-EUIA 636.458 4,16 2 CiU 937.687 4,43 3EdP 380.095 2,49 1 CE 677.094 3,20 2CE 184.575 1,21 CN+EP 613.968 2,90 2

LV-GV 66.060 0,43 BNG 349.079 1,65 1P. CANNABIS 53.785 0,35 EH 306.923 1,45 1 ARALAR 19.778 0,13 VERDES 300.874 1,42

C.D.S. 14.197 0,09 LV-GV 138.835 0,66



EL TRIUNFO DE LA ABSTENCIÓN EN LA UNIÓN EUROPEA

60

únicmente en siete utono-mís menos uno de cddos ciuddnos cudió surns.

Pese siturse como prti-do gndor, todo prece indi-

cr que e PSOE se vio másperjudicdo que e PP por stención. Entre s siete u-tonomís más prticiptivs,ques en s que ts deprticipción super e 50%,os popures ventjn ossociists en seis: Rioj, Cs-ti y León, Csti L Mn-ch, Venci y Mdrid. Estput no hce sino confirmr myor tendenci des-moviizción entre e eector-

do de izquierd que entre ede derech, tendenci que sóoen ocsiones, como sucedió en1982 y en 2004, se tenúconsideremente sin egrnunc desprecer.

E gráfico 2 muestr preci-smente evoución de prticipción y e voto PSOE y PP en eeccionesgeneres y europes desde1986 2004. Se oserv có-mo, prtir sore todo de

décd de os novent, e voto PSOE mntiene recióncon prticipción: en que-s eecciones en s que sonmenos os ciuddnos que vo-tn, ce e voto PSOE (sísucede en 1994 y 1999),mientrs que cundo e núme-ro de votntes sciende tm-ién o hce e voto os so-ciists (esto ocurre crmen-te en s eecciones de 1996 y 2004). Por e contrrio, svo

en décd de os ochent,en que e voto PP mntu-vo un igero víncuo con

prticipción, prtir de osnovent e poyo eector os popures se produce mrgen de cómo evoucione stención.

Igumente, dtos de en-

cuest reven myor pre-senci de individuos de iz-quierd que de derech entreos stencionists de 13-J.Entre queos que optronpor no votr, e 32% decrque, de her cudido surns, hrí votdo PSOE,frente un 16% que hrívotdo PP. Entre queosque querín votr pero no pu-dieron hcero, un 42% se h-rí decntdo por os soci-

ists, frente un 22% que ohrí hecho por os popu-res2.

La dimensión europea

de la abstención del 13-J

en España

Abstención y euroescepticismoFrecuentemente se firm queos relativamente altos nivelesde abstención en eleccioneseuropeas responden al poco

entusiasmo de los ciudadanospor el proceso de construcciónde la UE. En este sentido, laabstención mostraría una cier-ta indiferencia o incluso re-chazo de los ciudadanos porlas instituciones europeas y losprocesos de toma de decisiónque en ellas se producen. Sinembargo, no es evidente queel euroescepticismo expliquela alta abstención del 13-J en

España3. Los ciudadanosmuestran, desde la adhesiónde nuestro país a la Unión, ac-titudes muy favorables a lamisma. En mayo de 2004, el77% de los ciudadanos afirma

estar a favor de la Unión Eu-ropea. Al hacer balance de lasrepercusiones que para nuestropaís ha tenido la pertenencia ala Unión Europea, el 64%considera que España ha sali-do beneficiada. Igualmente,las encuestas de opinión reve-lan que los españoles sonconscientes de la importanciade las instituciones europeasen cuanto a su capacidad paracondicionar la vida nacional.

Tres de cada cuatro ciudada-nos consideran que las deci-siones que se toman en el senode la Unión Europea afectansus vidas4.

El voto no permite el control de la política europeaEs posible que las bajas tasasde participación en eleccioneseuropeas respondan al pecu-liar diseño institucional de laUE5. En las democracias, las

elecciones tienen como prin-cipal función permitir a losciudadanos el control de losGobiernos. Cuando los resul-tados logrados durante unalegislatura no resultan satis-factorios, los votantes tienenla posibilidad de castigar alpartido en el Gobierno, op-tando por la abstención o porotra fuerza política. Sin em-bargo, en las elecciones euro-peas los ciudadanos eligen a

representantes nacionales paraun Parlamento Europeo queno tiene funciones similares ala de los parlamentos nacio-nales en los sistemas parla-mentarios, como permitir la

formación, control y caída deun Gobierno. El proceso detoma de decisiones es com-plejo y las responsabilidadesdifusas. El diseño institucio-nal de la UE no permite que

el voto sirva como mecanis-mo de control al Gobierno.El descontento de los ciuda-danos no se puede manifestarmediante el castigo en las ur-nas. Consecuentemente, a lahora de votar en las eleccio-nes europeas, los ciudadanoscentran su atención en losasuntos nacionales y utilizanen todo caso su voto parazanjar cuentas con los políti-cos de su país. Los europeos

saben que su voto no permiteejercer control sobre las deci-siones que se adoptan en elmarco de las instituciones eu-ropeas. El voto en las eleccio-nes europeas no representa unmecanismo de control.

La UE no sólo es peculiarpor su diseño institucional, si-no también por el contenidode los acuerdos y decisionesque en ella se adoptan. Pese ala creciente e innegable im-

portancia del marco europeoen la vida de los países miem-bros, lo cierto es que el presu-puesto de la UE no alcanza niel 1,5% del producto interiorbruto (PIB) de la Unión,cuando en España, por ejem-plo, el gasto público alcanza el40% del PIB nacional. La per-cepción del ciudadano que nopaga impuestos europeos bienpuede ser que la UE ni recau-da ni tiene suficiente capaci-

dad de gasto, y que, por tan-to, no es en ella en donde sedilucidan las políticas real-mente relevantes. La impor-tancia de la política fiscal enla construcción y desarrollode las democracias encuentrasu máxima expresión en la re-volución americana, cuandolos estadounidenses se revela-ron contra los británicos por-que no admitían pagar im-puestos sin tener representa-

ción política (‘‘no taxation without representation’’).Quizás los ciudadanos espa-ñoles y europeos se abstengan

2 Centro de Investigaciones Sociológi-cas, Poselectoral Elecciones al ParlamentoEuropeo, 2004. Estudio 2.567, junio 2004.

CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA ■Nº145

3 Según J. I. orreblanca, tampoco estáclaro que el euroescepticismo explique laabstención en otros países de la UE. Véasela nota a pie de página número 1.

4 Centro de Investigaciones Sociológi-cas, Preelectoral Elecciones al ParlamentoEuropeo, 2004. Estudio 2.564, mayo 2004.

5 Un argumento parecido al que se pre-senta aquí se encuentra en Cees Van der Ei-

jk y Mark Franklin: Choosing Europe . Ann Arbor: Te University Of Michigan Press.

GRÁFICO 2Participación y voto al PSOE y PP

en elecciones generales y europeas

1 9 8 6 G

9080706050403020100 1

9 8 7 E

1 9 8 9 E

1 9 8 9 G

1 9 9 3 G

1 9 9 4 E

1 9 9 6 G

1 9 9 9 E

2 0 0 0 G

2 0 0 4 G

2 0 0 4 E

▲▲

▲

▲

▲

▲ ▲ ▲

▲

▲▲

PrticipciónVoto PSOEVoto PP▲



BELÉN BARREIRO

61

porque sí tienen representa-ción, pero, al no pagar im-puestos, no entienden bienpara qué sirve.

Agunos dtos iustrn escasa importancia que los

ciudadanos españoles atribu-yen a las elecciones europeas,a pesar de las actitudes de en-tusiasmo y reconocimientoque muestran hacia la UE.Cuando se les pregunta direc-tamente por las razones de suabstención, el 19% reconoceque las elecciones europeas nole interesan6. Además, única-mente dos de cada diez ciuda-danos afirman que a la horade decidir su voto en las elec-

ciones al Parlamento Europeolo que tienen más en cuentason los temas relacionadoscon la UE, mientras que unode cada dos reconoce que lorelevante en su decisión sonlos asuntos relacionados conla situación política actual deEspaña. Es posible, además,que la poca importancia atri-buida a las elecciones euro-peas dé cuenta de la escasa in-formación e interés que los

ciudadanos manifiestan cuan-do se les pregunta por lascuestiones europeas. El 54%de los españoles admite quelas noticias relacionadas conla UE le interesan poco o na-da; y el 65% se considera po-co o nada informado al res-pecto. Sin embargo, un 71%cree que el Parlamento Euro-peo es importante en la vidade la Unión Europea, y un75% considera que las deci-

siones adoptadas en esta sedeafectan a los españoles7.En definitiva, la ambivalen-

cia de los ciudadanos con res-pecto a la UE no responde auna disonancia entre actitudesy comportamientos. No setrata de que los españoles con-tradigan con su abstencionis-mo sus actitudes entusiastas.La cuestión es que, al margen

de su europeísmo, ni el votopermite a los ciudadanosguardar control sobre lo quese decide en la UE ni es evi-dente para todos que lo queesté en juego en Europa sean

las políticas más relevantes.En otras palabras, es el propiodiseño político europeo el queconduce a los ciudadanos a laabstención en elecciones euro-peas o, si votan, a tomar enconsideración asuntos de polí-tica interna.

La dimensión nacional

de la abstención del 13-J

en España

La abstención no fue ‘voto de castigo’ Las elecciones del 13-J se cele-braron en España en un con-texto de sintonía popular conel Gobierno recién formadotras las elecciones del 14-M. A mediados de mayo, justo unmes antes de la convocatoriaelectoral, el 65% de los ciuda-danos aprobaba la gestión de José Luis Rodríguez Zapaterocomo presidente del Gobier-

no, 15 puntos por encima delporcentaje que daba el vistobueno a Mariano Rajoy comolíder del principal partido dela oposición. Mientras los es-pañoles calificaban con unaprobado alto la labor del Go-bierno, la valoración de lo queestaba haciendo el PP se que-daba por debajo del 5. Ade-más, todos los miembros delEjecutivo, pese a ser aún muy desigualmente conocidos, re-

cibían sin excepción el apro-bado en sus primeras semanasde gestión. Igualmente, algu-nas de las primeras medidasdel nuevo Gobierno socialistalograban un claro respaldopor parte de los ciudadanos.La decisión más popular habíasido, sin duda, la retirada delas tropas de Irak, con la queestaban de acuerdo tres de ca-da cuatro españoles. Los espa-ñoles se mostraban también

optimistas con respecto al fu-turo del país: únicamente dosde cada diez creía que la eco-nomía iba a empeorar, y sólo

uno de cada diez veía con pe-simismo el futuro político deEspaña8.

E entusismo con e queos espñoes inicin nue-v etp poític se trsd

s opiniones emitids pro-pósito de cuá serí e prtidomás cpz de representr osintereses espñoes en Europ.Un 49% decr que ePSOE defenderí mejor osintereses de Espñ, frente un 30% que firm o mis-mo con respecto PP. En -guns encuests, preferencipor e PSOE se trsd in-cuso queos ámitos queos popures presentn co-

mo sus puntos fuertes. Así, ePSOE precí como fvoritoen gestión de s poíticsntiterrorists, en reducciónde pro y en e ogro de es-tiidd económic9.

En definitiva, el PSOE seenfrentaba a las elecciones eu-ropeas en un contexto que leera enormemente favorable,pues apenas había margen pa-ra que los ciudadanos ejercie-sen el voto de castigo. Sin em-

bargo, es posible que la situa-c ión poco f avor ab l e amovilizar el voto de castigo sísirviese de incentivo a la abs-tención. Es más probable quelos ciudadanos se movilicenespecialmente en eleccioneseuropeas para manifestar sudescontento hacia un Gobier-no que para mostrar sus sim-patías.

Muchas elecciones en un año

Es ien sido que frecuen-ci de eecciones desincentiv prticipción por un simpeefecto de sturción. En písescomo Estdos Unidos, en osque os ciuddnos eigen cr-gos púicos de muy diferen-tes nivees, os ciuddnos vo-tn menos. Ls eecciones de13-J fueron s tercers, y s curts en Mdrid y Ct-uñ, ceerds en un ño.Est inusu frecuenci contri-

uye expicr desmoviiz-ción hid en estos comicios.Dtos de encuest reven quee 21% de os ciuddnos novotó porque est y cnsdode tnts eecciones10.

Votar sólo para las europeas Según se oserv en e gráfico2, de tot de eecciones euro-pes ceerds en Espñ, sde 1989 hín sido hst e13–J s que presentn ts más j de prticipción.Ls eecciones europes de1989 y de 2004 ofrecen uneemento en común: son súnics que no coinciden conningun eección municip y

utonómic. Con todo, pr-ticipción e 13-J estuvo nuevepuntos porcentues por dejo de 1989.

La izquierda abstencionista:‘‘somos más, votamos menos’’ Ls eecciones ceerds enEspñ hn mostrdo, por ogener, e predominio de ciu-ddnos de izquierd entre osstencionists. L victori dePSOE en mrzo de 2004 se

deió prcimente movi-izción de eectores progresis-ts que en otrs ocsiones sehín stenido. Con todo,e sesgo de izquierd que hcrcterizdo stención enEspñ sóo se mitigó en sútims eecciones generes,sin egr desprecer. Todoindic que en os comicios eu-ropeos cpcidd de movii-zción de PP h sido de nue-vo myor que de PSOE.

De est form, mientrs que ePP perdió 3,4 miones votoscon respecto s eeccionesgeneres, e voto PSOEdescendió en un mión más.Por tnto, incuso en contex-tos de onnz poític, osciuddnos de izquierd mues-trn un myor resistenci queos de derech cudir surns.

Es posie que tendenci un myor desmoviizción


6 Instituto Opina para el Pulsómetro,21-06-2004.

7 Centro de Investigaciones Sociológi-cas, Preelectoral Elecciones al ParlamentoEuropeo. Estudio 2.564, mayo de 2004.

8 Centro de Investigaciones Sociológi-cas. Barómetro de mayo 2004.

9 Sigma Dos para El Mundo, 6-6-2004.

10 Centro de Investigaciones Sociológi-cas, Poselectoral Elecciones al ParlamentoEuropeo, 2004. Estudio 2.567, junio 2004.



EL TRIUNFO DE LA ABSTENCIÓN EN LA UNIÓN EUROPEA

62

de izquierd se de unmenor necesidd de os ciud-dnos progresists de coordi-nrse fvor de os prtidosque sienten más próximos,mientrs que s persons con-

servdors, siendo que sonmenos, están mucho más mo-tivds responder s -mds de moviizción de PP.Dicho de otro modo, ce posiiidd de que os ciud-dnos de derech se coordinenen cción de votr jo erzonmiento de ‘‘somos me-nos y por eo deemos votrtodos’’, mientrs que os ciu-ddnos de izquierd, menoscpces de ogrr es coordi-

nción, rzonen que ‘‘somosmás y no es necesrio que vo-temos todos’’. Los dtos deencuest muestrn con cri-dd que izquierd está s-tnte más pod que dere-ch. L t 2 d cuent deeo. E 36% de os ciuddnosse sitú en posiciones de iz-quierd, e áre más podde eje ideoógico; e 32% seposicion en e centro, mien-trs que únicmente e 10% se

decr de derech.

Movilización en campaña Y fuese por trtrse de eec-ciones europes o por escscpcidd de trcción de osprtidos durnte cmpñ,o cierto es que e 13-J se c-rcterizó por escs movii-zción eector. Dtos de en-cuest reven que e 20% deos ciuddnos se stuvo porft de interés en os cndid-tos y os prtidos. Sin dud,

un muestr cr de poco in-terés que despertron s eec-ciones europes fue e escsoseguimiento de os detes ce-

erdos en teevisión entre oscndidtos de PSOE y de PP, Josep Borre y Jime MyorOrej. Pese trtrse de pri-mer dete ceerdo desde1993, y pese que e 61% de

os ciuddnos creí necesri existenci de detes, únic-mente e 11% decró herovisto competo11. Además, e67% de os ciuddnos reco-nocí que cmpñ pr seecciones europes e híinteresdo menos que de seecciones generes.

A la falta de interés en loscandidatos y partidos pudocontribuir el hecho de quelos cabeza de lista fuesen po-

líticos que ya tenían una cier-ta trayectoria en la políticanacional. Es posible que laexperiencia haya provocadoen este caso más desidia queentusiasmo. Igualmente, pu-do no resultar acertada la ar-ticulación de la campaña entorno a cuestiones como laguerra de Irak o el efecto delos atentados en las eleccionesdel 14-M. Los ciudadanospudieron considerr que os

prtidos deín renovr susmensjes. Con todo, s vo-rciones de os cndidtos fue-ron retivmente positivs: not medi pr Borre fue de5,6 y pr Myor Orej de5,312. En cuquier cso, noprece que cmpñ de 13- J resutse moviizdor o ree-vnte pr e eector.

Conclusiones

Tnto Europ como Espñ

registrron s tss más tsde stención de su historien convoctori de junio de2004. No está cro que desmoviizción se siempreun consecuenci direct deescepticismo hci integr-ción europe, pues os espño-es no hn dejdo de mnifes-tr desde dhesión de nues-

tro pís su entusismo por pertenenci UE. Sin em-rgo, es posie que s-tención se de pecuir di-seño de Europ, pues su com-pejo sistem de tom de

decisiones no permite ciu-ddno ni triuir responsi-iddes ni pedir cuents. Ens eecciones europes, e votono permite e contro de ospoíticos. Además, mientrsque UE no cuente con unuténtic poític fisc, osciuddnos difícimente vn egr perciir que donde se juegn sus intereses rees esen Europ. Por eo, es posieque stención europe no

presente mucho misterio, sinoque no se más que un mues-tr de cpcidd de os ciu-ddnos pr entender cuándoy dónde su voto es rementetrscendente. Eo expicrípor qué os ciuddnos tien-den utiizr su voto en seecciones europes pr zn- jr cuents con sus poíticosnciones: si s urns no espermiten contror poíticeurope, menos es ofrecen

posiiidd de mnifestr edescontento con os Goier-nos nciones.

En este sentido, sten-ción en Espñ se pudo vergudizd con respecto otroscomicios europeos por herseceerdo en un contexto deonnz poític en que nocí cstigr un Goiernopor e que os ciuddnos, entérminos generes, sentíncierto entusismo. Otros fc-

tores tuvieron un influencinegtiv sore prticip-ción: sturción por hervotdo vris veces en un ño, no coincidenci de eec-ción europe con eeccionesde otro orden o escs mo-viizción de os prtidos encmpñ.

Finmente, s eeccioneseuropes precen poner denuevo de mnifiesto en Esp-ñ myor tendenci

stención en izquierd queen derech. Es posie queun fctor que remente movi-ice os conservdores se e

mero hecho de ser menos y deque sóo de su unión puedencer su fuerz. Los ciudd-nos progresists, más numero-sos, tendrín menos incentivospr coordinrse en pro de

prticipción. ■

Belén Barreiro es profesor deCienci Poític en UniversiddComputense.

T ABLA 3 Autoposicionamiento

ideológico en España

(Mayo 2004)

Posiciones 1-2 (Izquierd) 5,70%Posiciones 3-4 30,60%Posiciones 5-6 31,60%Posiciones 7-8 8,60%Posiciones 9-10 (Derech) 1,20%No se 10,20%No contest 12,00%

Total 100,00%Fuente: Centro de Investigciones Socioógics.Estudio 2.556.

11 Centro de Investigaciones Sociológi-cas. Estudio 2.567. Poselectoral Eleccionesal Parlamento Europeo, 2004.

12 Centro de Investigaciones Sociológi-cas. Estudio 2.564. Preelectoral Eleccionesal Parlamento Europeo, 2004.




63

E N S A Y O

POR UN MULTICULTURALISMO

MARXISTA-LENNONISTA FRANS VAN DEN BROEK

El olvido ha mitigado, pia-dosamente, la sensación de“disonancia cognitiva” (co-

mo llaman los pedantes al azora-miento) que se apoderó de mícuando tuve mi primer encuen-tro oficial con el multicultura-

lismo. No ha podido, empero,borrar los contornos principalesde tal encuentro: una pulcra ofi-cina del Instituto Nacional deEmpleo holandés, una empleadade mediana edad, de pelo rubioy rasgos finos y amables, que mepregunta, como parte del cues-tionario de inscripción (yo aca-baba de llegar al país para unaestadía más bien prolongada),por mi adscripción étnica. “¿Dis-culpe?”, me oigo replicar a mi

vez, sinceramente convencido deque había oído mal. “Sí, ¿de quégrupo étnico se considera usted,indio, latino, más bien euro-peo…?”. Confieso que la pre-gunta me cogió completamentedesprevenido. No era tan sóloque jamás en mi vida me hubie-ra hecho nadie esta pregunta,sino que tampoco me la habíaplanteado yo mismo ni de ca-sualidad. No ocupaba, comoquien dice (y emulando todavía

a los pedantes), parte de miideario o imaginario personal,como tampoco había desempe-ñado papel alguno en mi pasadoel término“multiculturalismo”,que, si mal no recuerdo, desco-nocía entonces.

Referencias a la etnicidad seasociaban en mi eperiencia abamboleantes estudios universi-tarios o documentales de Natio-nal Geographic, y poco más. Laamable funcionaria hubo de es-

perar largos segundos de hesita-ción y reacomodo mental hastaoírme balbucir, en un inglés sú-bitamente desmejorado, algo así

como que yo había crecido enPerú y, por lo tanto, suponíaque era más bien suramericanoque otra cosa, un mestizo. “Ajá,respondió la susodicha, ¿perousted qué se siente?” (que hayadicho “usted” es, desde luego,una suposición). “Bueno, no sé,¿a qué se refiere usted eacta-mente?”, alcancé a responder,

con más cautela. Esta vez fueella la que me miró como presade la disonancia cognitiva. Ob-viamente pensaba que a un e-tranjero como yo términos tantécnicos le serían desconocidos.“Eh, ¿cómo lo eplico?… Esque veo que usted tiene unnombre tan holandés, y ustedme dijo que su madre era pe-ruana, o sea, usted es medio ho-landés; pues a lo que me refieroes a qué cultura se siente usted

que pertenece”. Ésta fue mi se-gunda disonancia cognitiva du-rante dicho encuentro, si se meperdona de nuevo el terminajo,

aunque, debo puntualizar, demenor calibre. Aquello de ser“medio algo” no era tampococosa que formara parte de mihabitual manera de considerar-me como individuo.

A lo que se refería la señoraera al ineluctable azoramientoque siempre les ha producido alos holandeses lo de mi apellido

holandés en cuerpo y cultura dedudosa procedencia, y, no me-nos importante, en hablantecorrecto, pero incompleto, desu lengua. Haber nacido en Pe-rú, crecido en Perú, estudiadoen Perú, amado en Perú, cara- jeado y vitoreado en Perú, y es-capado del Perú no podían bo-rrar el ominoso signo de mipedigrí: mi apellido neerlandés.Menos aún si dicho apellido ibaacompañado de un pasaporte

de la Unión Europea. Obvia-mente yo tenía en la sangre algoque compartía con Rembrandt,Vermeer, Hugo de Groot, Spi-

noza o Cruijf. Pero algo no en-cajaba: incapaz de hablar per-fectamente en su lengua, lleno,con toda probabilidad, de ade-manes irreconocibles, de mane-ras ajenas y de rasgos embrolla-dos, era, en pocas palabras, difí-

cilmente clasificable. Y esto síque es intolerable en esta socie-dad de la más avanzada toleran-cia: algo que no se pueda catalo-gar claramente. No ha dejadode maravillarme su fatalista cu-riosidad y, tal vez, falta de ima-ginación para adivinar la simpleeplicación de toda discordan-cia de la regla en mi caso: unholandés emigrado que se casacon una peruana y tiene hijosque nacen y crecen en la patria

de emigración y un buen díaemigran a su vez a la patria pa-ternal, por ventura o decisiónconsciente. Pero el problemacon la empleada era el que dije:bajo qué encabezado debía po-nerme.

El olvido me ha quitado losdetalles con que terminó estaentrevista en la oficina de em-pleo e ignoro qué habrá escritofinalmente en mi ficha de ins-cripción la amable funcionaria;

sé, sin embargo, que el resto dela tarde lo pasé en estado de re-fleión abotargada, procurandoliberarme de la absurda ver-güenza que tuve por no poderdecirle a aquella persona a quéetnia pertenecía; porque, ohmal de males, el caso es que,bien visto el asunto, parecía nopertenecer en realidad a ningu-na. Desarraigo que en estostiempos de multiculturalismoequivale a aquel estado al que

aspiré alguna vez en mi tiernaadolescencia, el de apátrida, o,quizá incluso, el de réprobo.

Comparto esta eperiencia

John Lennon y Groucho Marx




POR UN MULTICULTURALISMO MARXISTA-LENNONISTA

64

con el lector a manera depreámbulo de una refleión in-formal sobre el fenómeno delasí llamado multiculturalismocon el que, tras este trauma ini-cial, tuve que vérmelas con pro-

fusión y suerte variada en elterreno vital, profesional y has-ta venal desde mi llegada a Ho-landa en el año de gracia de1992 (el de la celebración pom-posa de aquel otro gran encuen-tro multicultural, el descubri-miento de América por un ge-novés al servicio de España). Loprimero que hay que subrayares que no pretendo deprecar encontra del multiculturalismocomo idea rectora de una socie-

dad civilizada y armoniosa. A fin de cuentas, ahora resultaque el que esto escribe era mul-ticultural de nacimiento; y esen su ser –que, no olvidemos,se dice de muchas formas– con-secuencia de que ciertas distan-cias culturales no lo hayan sidotanto como para impedir queun holandés se ayuntara conuna peruana e hiciera una fami-lia normal y corriente en lamargen occidental de la zona

sur de la otrora Pangea. Familiascomo la mía las ha habido siem-pre, pero me temo que no siem-pre se las ha llamado multicul-turales, por lo menos no siem-pre con las denotaciones y connotaciones que tiene ahorael manido concepto de lo mul-ticultural. Y a esto me refiero.Hoy por hoy, el multicultura-lismo es moneda corriente denuestro imaginario colectivo(siguiendo con los horribles cli-

chés) y se acepta como partefundamental de lo políticamen-te correcto. Con todas sus ven-tajas, no ha dejado de provocardesarmonías y desencuentros,como no fuera más que el refe-rido en el párrafo inicial de esteartículo; y para equilibrar estavisión manida del multicultura-lismo sin recurrir a ideas fas-cistoides lamentablemente ca-da vez más corrientes, borro-neo estas líneas de comentariosobre el poli-tribalismo paraproponer un multiculturalismode inspiración marxista–len-nonista.

Marxismo-lennonismo

Se preguntará el lector que quéquiero decir con la cualificaciónde “marista-lennonista”. Tieneque ver con uno de aquellos re-cuerdos de misteriosa adheren-

cia e impredecible destino queforman aún el tejido de mi pri-mera juventud peruana. Perúacababa de salir de la larga no-che de la dictadura militar y re-mozaba sus precarios y tamba-leantes instintos democráticoscon un nuevo Gobierno del fi-nado don Belaúnde Terry. [Lode noche no sólo vale como tri-llada metáfora de oscurantismocivil, sino que me refiero tam-bién a las interminables encerro-

nas de “toque a toque” a que lapoblación de ciertas zonas seveía obligada debido al toque dequeda. Dado que nadie podíasalir a la calle, las fiestas dura-ban hasta la madrugada, contodo lo que aquello pudo sig-nificar de aumento de resacas,disminución de la productivi-dad y aumento de embarazos(in)deseados]. Entonces, en di-ciembre de 1980, John Lennonfue asesinado. En la carátula del

número siguiente de la revistahumorística, todavía eistente y de larga y convulsionada histo-ria, Monos y monadas, aparecióuna estupenda caricatura deCarlín (si no me equivoco) quellevaba como lema: “¡Viva elMarismo-Lennonismo!”. Lacaricatura mostraba a John Len-non abrazado a Groucho Mar,en hermanada jocosidad, son-riendo con algo más que la bo-ca, de donde lo de marismo-

lennonismo. El término, pues,no me pertenece. Pero mi me-moria se ha obstinado en volvera él cada vez que la refleión so-bre algún tema, sobre todo po-lítico, amenazaba con anegarseen seriedad e infleibilidad, so-bre todo aquellos temas cuyaeplicación parecía dominadadictatorial y proletariamentepor intelectuales de tendenciamarista-leninista.

Pues bien, no han sido pocos

los intelectuales o colegas quehe debido encontrar durante miya largo paso por el mundo delbienestar holandés –o de cual-

quier país, en realidad– cuyapropia formación (institucionalo no), cuyas opiniones (meta-morfoseadas o no), cuyos prin-cipios o premisas en diversogrado de asentimiento prove-

nían precisamente de aquellarama de la mitología contempo-ránea llamada marismo-leni-nismo. Y no es raro que el mis-mo trasfondo se perciba fácil-mente en mucha de la literaturaproducida en torno al tema delmulticulturalismo hoy en día.Razón suficiente, por tanto, pa-ra acudir a mi habitual correc-tor del marismo-lennonismo.

Por lo demás, debe recalcarseque el marismo-lennonismo no

es ideología sistemática, segúnlo quiero dar a entender, sinoactitud vital. A decir verdad, po-co importan los apellidos deGroucho y de John, como nofuera por su funcionalidad iró-nica; y bien podría haber utiliza-do los de otros epígonos de laactitud vital que invoco comoinstrumento equilibrador de fi- jezas argumentales o ideológicas.Podría haber recurrido al Archi-pestre de Hita, o al Lazarillo de

Tormes, como también al terro-rista verbal Quevedo o a Woddy Allen. Pero no son del todo ino-centes, claro está.

El furor taxonómico

El incidente narrado arriba in-dica ya uno de los que yo consi-dero principales problemas delmulticulturalismo: su tendenciaa clasificarlo y esquematizarlotodo hasta lo absurdo. Esta pro-clividad coincide en espíritu –al

menos parcialmente– y a vecesen letra con una vieja tácticacognitivo-política de la sociedadholandesa, lo que me parece hapermitido que el multicultura-lismo haya tenido, para bien y para mal, tanto arraigo en el rei-no de la naranja (mecánica ono). A saber, la estrategia de la“pilarización” (verzuiling).Cual-quier historia de los Países Bajosno puede ignorar la importan-cia que ha tenido para el desarro-

llo de esta tierra la estrategiamencionada, que consiste en ladivisión de la sociedad en pila-res sociales definidos, hecha so-

bre líneas básicamente religioso-políticas y en algún caso sólopolíticas. Un pilar lo consti-tuían, por ejemplo, los católi-cos, una minoría en Holanda;otro los reformados de una de-

nominación; otro los de otradenominación (en holandés seacude a sutilezas semántico-or-tográficas como la que distinguelos gereformeerden de los her-vormd , a todas luces palabrasprovenientes de la misma raíz,pero prefijadas de manera lige-ramente distinta y cuya eactatraducción es imposible en es-pañol); otro pilar lo constituíanlos judíos; otro pilar los socialis-tas; otro incluso los humanistas

(que niegan la religión, pero nodejan de tener pastores), y así.Cada pilar tenía sus propios re-presentantes, que negociabancon los de otros pilares a fin delograr el normal funcionamien-to de la sociedad. Debo advertiral lector que la despilarizaciónde Holanda se ha acelerado des-de el fin de Segunda GuerraMundial; pero, como sabemos,los hábitos mentales sobrevivenlargo tiempo a las instituciones

en que se encarnaban de mane-ra natural.Hasta la mitad del siglo xx la

pilarización no era tan sólo unaconveniencia político-religiosa,sino que permeaba todos losámbitos de la vida social. Lagente practicaba la endogamiapilar (permítaseme el termi-najo), compraba su pan en elpanadero de su pilar, se cortabael pelo en el peluquero del pilarcorrespondiente y, por supues-

to, votaba por y defería la res-ponsabilidad política en su re-presentante pilar del momento.En el pasado no faltaron la vio-lencia y la guerra; y es parte delgenio político neerlandés el ha-ber podido encontrar y mante-ner por largo tiempo la fórmulade conveniencia que evite estosecesos y permita a los ciudada-nos vivir en paz y comerciar enpaz. No en vano buscó el con-troversial Descartes refugio por

estos lares.La gente, como menciona elestudioso de la sociología ho-landesa Arend Lijphart, acabó




FRANS VAN DEN BROEK

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poseyendo –o poseía de ante-mano– dos características quehicieron posible esta fórmulasocial: la indiferencia y la defe-rencia. Indiferencia para con loque hagan otros ciudadanos, so-

bre todo de otros pilares, mien-tras no le concierna a la propiavida enmarcada en el propio pi-lar y no afecte nuestros dere-chos; y deferencia para con lospropios representantes, a losque se confiaba toda decisión deorden político.

Me atrevo a añadir que otrode los hábitos mentales quecoadyuvaron a este estado decosas fue el que mencioné alprincipio de esta sección: la in-

mediata, obsesiva, innata y nopocas veces perniciosa proclivi-dad a la clasificación, a realizarde modo mecánico aquello quelos angloparlantes llaman, ima-ginativamente, pigeon-holing; ocomo dicen los holandeses, acolocar las cosas en su hueco.Esta tendencia, si bien inevita-ble para la mente humana decualquier sociedad y harto útilen muchos terrenos, puede, sillevada a los etremos, degene-

rar en fijeza cognitiva cuandono simplemente en el absurdo,como dije. En los debates filo-sófico-político suele hablarse de“esencialización” de los pilares oetnias, un término adecuado sise toma la precaución de recor-dar que más que esencia, que dade algún modo idea de profun-didad, de lo que se trata es ge-neralmente de la más burda su-perficialidad, como cuando seatribuye a las naciones, etnias o

culturas (cualquiera que fueranuestra clasificación preferida)una serie de notas fijas que defi-nirían inevitablemente el carác-ter de una cultura o un pueblo.

Recuérdese a este respecto lafamosa, pero no muy recordada,intromisión de Kant en la ca-racterología de las naciones per-petrada en su libro Sobre lo bello y lo sublime . Allí encontramosuna descripción del carácter deciertos pueblos basada con toda

seguridad casi eclusivamenteen lecturas de reportes de viaje-ros o de libros socioculturalesde la época. En estos pasajes po-

demos ver en acción aquel furorsimétrico de que Schopenhaueracusó a Kant con relación a lascategorías del entendimiento,transformado en furor etnológi-co, por llamarlo de algún modo.

Los españoles, para mencionarun ejemplo atinente al públicolector, son descritos en términoscasi incriminatorios como orgu-llosos y hasta vanos, algo quepara un pietista como Kant hade haber sido objetable y hastademoniaco llevado a sus etre-mos. No vale la pena repetiraquí las descripciones de otrasnaciones hechas por Kant eneste libro; no es inútil recordar,empero, que el gran pensador

Kant nos informa de que los ne-gros, según sus fuentes, no handado trazas de poseer capacidadintelectual alguna, aparte de lasmás elementales. La gran capa-cidad intelectual, por lo visto,no impedía al poseedor de lamisma emitir juicios como és-tos, lo cual es indicativo de unode los misterios más indescifra-bles de la condición humana: lacoeistencia de elevados cocien-tes intelectuales con la estupidez

más supina.La obsesión categorizantedesafía las formaciones acadé-micas más refinadas, sin duda, y nadie está protegido de sus e-cesos. Se argumentará con razónen defensa del pobre Kant quesu época era ignorante de cultu-ras ajenas y que su eperienciase limitaba a su ciudad y suscontornos. Pero es sabido queincluso quienes conviven largotiempo con culturas foráneas

pueden persistir en categoriza-ciones superficiales, como lodemuestra la larga y tortuosahistoria del colonialismo. La ne-cesidad de clasificar de modorápido y mecánico es connatu-ral a la naturaleza humana, sediría, y el uso mismo del len-guaje la impone. Hasta puedeaducirse que procura ventajaevolutiva. Si ante la rápidaaproimación de un objeto dedimensiones aparentemente su-

periores a la propia, de colora-ción más bien amarilla-naranjainterrumpida por franjas de co-lor negro, a todas luces en pose-

sión de moción propia y emi-tiendo un sonido más bien ron-co, no hubiésemos reaccionadoen nuestro amanecer homínidocon inmediata e instintiva des-confianza, es probable que ni el

que escribe ni el que lee estuvié-ramos en este momento dondeestamos. Ante un tigre ham-briento no cabía sino correr otirarle piedras, sin mayores ma-tizaciones o fleibilidad cogniti-va (matizaciones siempre teóri-camente posibles; a fin de cuen-tas, podría tratarse de un tigreen posesión de rasgos angelica-les, del loco de Turok haciéndo-nos una broma enfundado enuna piel de tigre o incluso de

nuestra suegra en un mal día).Pero por si acaso, o correr, o pe-lear. Catalogar dicho objeto conpremura era cuestión de vida omuerte. Puede aducirse que unareacción similar estaba justifica-da para con otros homínidos uotras tribus, cuyas intencionespara con nosotros podrían ha-ber sido algo menos que sagra-das. Argumentos como el evo-lutivo, no obstante, son presade todas las objeciones de que el

biologismo se ha hecho merece-dor; pero de nada sirve denegar-le cierto rol eplicativo, cuandomenos hipotética o metafórica-mente. El caso es que clasifica-mos, y lo hacemos con profu-sión y no poca irresponsabili-dad, como hemos visto en elcaso del genio de Königsberg,hoy Kaliningrado por esas velei-dades de la historia. Y la genia-lidad no protege del vicio.

Un multiculturalismo

‘pilarizado’

La genialidad tampoco ha salva-do a los holandeses, para volvera mi eperiencia personal. Tuveocasión de tratar con las organi-zaciones de minorías en estepaís a través de mi trabajo en elCentro de Ámsterdam para E-tranjeros. Las instancias guber-namentales de Holanda, comoera de esperar, han coordinadosus tratos con las minorías tur-

cas, marroquíes y surinameñas,que son las principales, median-te la creación de nada menosque algo así como pilares, a la

manera más tradicional holan-desa. Al mismo tiempo ha pre-tendido estimular su integra-ción en la sociedad huésped. Noes de etrañarse, en mi humildey marista-lennonista opinión,

que en el momento de escribireste comentario el Parlamentose halle debatiendo el fracaso delas políticas de integración eneste tolerante país. ¿Cómo pue-de esencializarse algo, la etniamarroquí, por ejemplo, y a lavez esperar de la misma que re-nuncie a partes que consideravitales de su “visión del mundo”para integrarse en un mundoque considera imperfecto, perodel que está más que dispuesta a

recibir dinero? Además, cabe observar quelos órganos de consulta de lasminorías, a los que el Gobiernoacude o acudía y que animó aformar subsidiándolos con ge-nerosidad, serán todo lo étnicosque se quiera pero democráticosno han sido jamás. Las personasque representan a dichas mino-rías no han sido nunca elegidasen consulta con su base, provie-nen con frecuencia de la tradi-

ción política marista o de laactividad religiosa, y ocupan di-cho lugar sólo en virtud de suscontactos con personas deciso-rias en la Administración. Mu-chas veces se han autoelegidorepresentantes del pueblo, for-mado una organización –algomuy fácil en Holanda– y acce-dido a suculentos fondos. Pre-guntados, la mayoría de miem-bros de sus así llamadas “etnias”,ni siquiera saben de su eisten-

cia, si bien aceptan con deferen-cia su interlocución, dado quealguien tiene que hacerlo.

Estos órganos consultivoseisten a nivel nacional o muni-cipal, e incluso de barrio, y lle-van la estampa nacional a cues-tas: Centro Marroquí de Muje-res, Organización Turca deTrabajadores, Centro Culturalde Surinam, o la estampa conti-nental, como la Asociación Na-cional de Eiliados Sudamerica-

nos, famosa por sus juergas he-liogabálicas donde el consumoetílico superaba los límites bio-lógicamente permitidos de su-




POR UN MULTICULTURALISMO MARXISTA-LENNONISTA

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pervivencia y que hubo de des-hacerse en medio de un escán-dalo de fondos evaporadosmisteriosamente y por la gra-dual carencia de dictaduras a lasque apelar para la propia victi-

mización. Fuera como fuere,dichas abstracciones pilarizantesproveían al Gobierno de Holan-da de la tranquilidad mentalnecesaria, a la vez que alegrabanlos días grises de algunos etranjeros, recipiendarios de fondosdestinados a fines más que polí-ticamente correctos, algunos delos cuales, cabe decirlo, sí que serealizaban. Pero todo no dejabade ser una abstracción no pocasveces grotesca y hasta peligrosa.

No en vano el escritor AminMaalouf tituló su libro sobre elproblema del multiculturalismo–que recomiendo leer– Identi-dades asesinas . No es que hayacorrido mucha sangre en Ho-landa, gracias a Dios; pero quela adscripción de identidadesfijas a poblaciones complejas sehaya hecho sin mancharse lasmanos de sangre simbólica esmucho más que discutible.

Tomemos el ejemplo de los

marroquíes, que conozco direc-tamente por mi surrealista tra-bajo para una organización dedicha “etnia”. Suponer que eis-te algo así como una identidadmarroquí es más atrevido quehablar de una identidad “barce-lonista” o “madridista”. Estosúltimos saben al menos qué eslo que los une; los primeros, encambio, aparte de las fronteras y del apoyo ocasional a su equipode fútbol durante los mundia-

les, están fracturados por divi-siones harto conocidas para losestudiosos de cualquier socie-dad. La lengua, por ejemplo.Un buen porcentaje de la po-blación habla bereber y poseeuna cultura bereber (distinta,por otra parte, en cada región);y no son pocos los izquierdistasétnicos que consideran aún lacultura de origen árabe comouna invasión imperialista queoprimió al pueblo bereber. De-

pendiendo de si uno se conside-ra musulmán o no, dicha inva-sión árabe contribuyó con lareligión y la civilización islámi-

ca; o estropeó la original purezade las religiones aborígenes be-reberes, las que, huelga decirlo,son ejemplos de un comunismoprimitivo rozagante de inocen-cia y felicidad. Luego, no se

piense que el mundo marroquíno hace distinción entre la gen-te del Norte y la del Sur, o entrela gente del campo y la ciudad,o de las montañas y la costa. Yaen Holanda, tampoco se pienseque la gente de primera genera-ción, generalmente campesinostraídos como mano de obra ba-rata y no pocas veces analfabe-tos, no es distinta en muchos eimportantes aspectos (más im-portantes a menudo que el ori-

gen nacional) de la gente de se-gunda generación, escolarizada,más liberal, con valores euro-peos internalizados, con domi-nio de la lengua neerlandesaque sus padres aún chapurreandespués de veinte años de resi-dencia. Pues bien, todas estasgentes, con sus particularidadesy hábitos propios, sus esperan-zas y temores divergentes, susinevitables diferencias indivi-duales y sociales, son gracio-

samente metidas en el mismosaco por el Gobierno y la prác-tica totalidad de la sociedad ho-landesa: todos son etranjerosprimero (hasta los de segundageneración), y étnicamentemarroquíes después, para bien opara mal, y sea lo que sea lo queesto signifique. Y así se trata conellos, lo sepan o no los recipien-darios de la supuesta ayuda, através de sus intermediariosautoelegidos, de forma mucho

menos que democrática.El multiculturalismo

como género literario

Lo que no puede dejar de seña-larse, en continuidad con estamagia abstractora de la que aca-bamos de hablar, es que la con-fección de estas identidades y elmodo de trabajo de las organi-zaciones encargadas de ayudar asus portadores es uno de los ho-menajes más conmovedores que

pueda haberse hecho al poderde la palabra y de la literaturaposmodernista en estos tiem-pos. Si es verdad que los géneros

literarios son ilusiones o conve-niencias creadas por los esta-mentos académicos para justifi-carse a sí mismos –o manifesta-ciones de un ubicuo y temiblePoder (sí, con mayúscula) pug-

nando por etender, como dije-ra un colega mío alguna vez, sus“viscosos tentáculos” por todaspartes–, se concederá entoncesque las descripciones de proyec-tos, los reportes, las notas, lasinvestigaciones, minutas, infor-mes o evaluaciones que consti-tuyen la vida diaria de las orga-nizaciones no gubernamentalesholandesas –el país de las reuni-ones de trabajo por ecelencia,como dijera una antropóloga

rusa que estudió esta costumbreritual en la etnia norneerlande-sa– son ejemplos tan preclarosde literatura como el Lazarillo, reporte anónimo de una vidamarginal, o El Proceso, descrip-ción metafórica perfecta de laburocracia clasificatoria de cual-quier país. Un poder bastantereal, por otra parte, como pudecomprobar.

Una de las organizacionespara las que trabajé dependía

directamente para su subsisten-cia de la verosimilitud con queestaban escritos estos proyectos,al igual que depende cualquierpieza literaria, como sabe el res-petable. Financiada por la pro-vincia de Noord-Holland, debíapresentar un plan de prestacio-nes cada año para justificar elsustancioso subsidio que permi-tía supuestamente contribuir ala integración de las minorías eneste país. La organización con-

taba con más de treinta perso-nas; pero sólo una mínima parteen calidad de contratados fijos y con sueldos que hubieran hechollorar de alegría, por decir algo,a cualquier médico peruano decualquier hospital del Estado (y a mí también, dicho sea de pa-so, de haberlos tenido), pues elresto eran trabajadores subsi-diados por el Estado que nocostaban nada y hasta aporta-ban ingresos en la forma de más

subsidios para su integración altrabajo. Está de más decir que elque escribe se contaba entre es-tos últimos y que buena parte

de los subsidiados eran etranjeros. Mi tarea consistía en dise-ñar, discutir, investigar la viabi-lidad y escribir proyectos en elárea cultural para los inmigrantesy los refugiados.

Para darme una mejor ideade los objetivos de la organiza-ción tuve que revisar el plan deprestaciones. Mi sorpresa fue si-milar a la disonancia cognitivamencionada en el primer párra-fo, aunque de carácter más filo-sófico y distendido. La cantidadde proyectos que esta organiza-ción supuestamente llevaba acabo era tan grande que me pre-gunté si no me había confundi-do y estaba revisando los planes

del Ministerio de Asuntos So-ciales. Nada de eso: todos losproyectos, decenas de ellos, esta-ban en curso y bellamente resu-midos, hasta con cifras y tablas(astuto recurso retórico, diríaalgún Derridaniano), y sí perte-necían a la susodicha organiza-ción. Pero su eistencia teníauna naturaleza similar a la de lasidentidades que decía proteger y auiliar: un pie en la realidad y el cuerpazo en el mundo supra-

lunar. En otras y más sublunarespalabras: todos aquellos proyec-tos eran fundamentalmentecriaturas de palabras, habiéndo-se realizado tan sólo una mínimaparte de ellos o sólo un esfuerzoesporádico para su realización.Pero había que ver qué palabras.No pocas veces me emociona-ron las intensas evaluaciones dela situación histórica y actual delos grupos humanos a los queiban destinados los proyectos, el

perfecto equilibrio de hechoscientíficos y alusiones bibliográ-ficas especializadas con especu-laciones aventuradas o gratuitaso simples clichés humanitaristasque elevaban el tono dramáticodel teto y promovían el involu-cramiento del lector. Si las tele-novelas han sido incorporadasen narraciones serias de la litera-tura mundial (piénsese en micompatriota Vargas Llosa y eluso de la radionovela en La tía

Julia y el escribidor), el teto ge-nérico del mundo del bienestarno desestima esta tendencia enabsoluto y no pocas veces la su-




FRANS VAN DEN BROEK

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pera por su simpleza cuasi-in-fantil aunada a su trasfondo(materialista) científico. Títuloscomo Llenos de confianza y en- frentando el futuro, o Juntos todos podemos, o Más color es más bo-

nito (que en traducción no dejande perder la fabulosa ingenuidaddel original y sus muchas conno-taciones), pueden preparar allector a una melosa fábula ideo-lógica (que también lo son, claroestá), pero la estructura arquitra-bada, la sorpresiva cita filosófica,la no pocas veces abundancia detablas estadísticas, y los moralesy sesudos objetivos le situarán enese terreno límbico donde elconvencimiento enraíza y la lite-

ratura prospera. Lo de límbico lodigo en doble sentido, por si aca-so, el biológico y el fronterizo. Y no puedo omitir un hecho másque emparenta estas narrativascon la literatura posmoderna:son en su mayor parte hechaspor el sólo hecho de hacerlas,aunque también con fines lucra-tivos y todos tan contentos.Contenta la organización subsi-diante y contento el recipienda-rio. Y en ocasiones, el étnico de

turno. Un arte por el arte prácti-co, diríase, si se me perdona laparadoja.

Humorismo multicultural

Estas obras maestras del mundodel bienestar no tienen otra ra-zón de ser que la de la perpetua-ción de los flujos subsidiantes, y acaban su eistencia en cual-quier polvorienta biblioteca deONG –en el mejor de los ca-sos– o bajo una ruma indescifra-

ble de papeles en cualquier cajónde cualquier escritorio burocrá-tico. Su fecha de caducidad,huelga insistir, es más perentoriaque la de los guisantes del ultra-marino más descuidado (perte-neciente a algún turco, casi se-guro). Y que este universo depalabras soporte un mundo tanetendido en sociedades comoestas no ha dejado de fascinarmey de hacerme refleionar sobreel poder mágico de lo intangi-

ble. Poder que comparte con lasintangibles identidades que sonel origen de este artículo.

Adivino la objeción más evi-

dente: pero se han hecho y sehacen cosas para las minorías.Desde luego, respondo, se ha-cen cosas. Lo etraño sería queno se hicieran. Se han venidohaciendo desde que el hombre

es hombre; y si no lo cree el lec-tor, que eamine la no tan leja-na historia de los Mongoles,feroces conquistadores que, sinembargo, ejercieron una tole-rancia religiosa que no consi-guieron los europeos hasta siglosdespués. O la historia de Espa-ña, donde como quiere el lugarcomún convivieron culturas di-ferentes bajo diferentes regíme-nes y en diferentes combinacio-nes. Tanto como eterminarnos

unos a otros, nos hemos aguan-tado también, qué duda cabe,como especie humana. Peroconstatar este hecho no eliminala realidad mágico-realista men-cionada: las categorías usadas y los proyectos diseñados en estemundo multicultural son, enbuena medida, ficciones, más omenos útiles, más o menos an-cladas en la realidad sublunarcon un dedo, un pié o una pier-na, pero no más.

¿Y qué tiene que ver con todoesto el marismo-lennonismo?Como dije, para cambiar de ac-titud simplemente. En ciertaocasión Mar, el de verdad –osea, Groucho–, concluyó unaalocución suya a una dama di-ciéndole algo así como “y bueno,estos son mis principios. Pero sino le gustan, también tengootros”. Y de esto es de lo que setrata: de la posibilidad de podercambiar de principios, o de cate-

gorías, o nociones, o aiomas, omarcos conceptuales, o comoquiera llamárselos, cuando se veque más que ayudar, estorban, y que más que aclarar, enturbian.Pues esto es lo que pasa ahora enel reino europeo de lo multicul-tural: que vivimos de ilusiones,abstracciones, generalizaciones y ficciones, cuya utilidad es másque dudosa y su justificaciónempírica, casi nula. Además, co-mo escribiera Lennon a raiz de la

revolución: todos queremoscambiar el mundo, pero empe-cemos por cambiar nosotrosmismos. Y por nosotros mismos

me refiero a todos: europeos,étnicos, folklóricos o culturólo-gos. Cada quien debe hacer losuyo y en cada circunstancia; y pretender hallar fórmulas mági-cas de ingeniería social para to-

das las circunstancias e instan-cias posibles sólo puede hacerde este proceso un cacao men-tal, como dicen en España. Uncacao verde, para más señas.

Y por último, lo más impor-tante: el humor y la ironía. Sinhumor no hay fleibilidad, nidistancia crítica, ni relajacióncreativa, ni ganas de acercarse anada ni a nadie. Y sin ironía fes-tiva se fosiliza la mente. Y sabe-mos muy bien lo que mentes

fosilizadas pueden hacer: pre-gúntesele a los étnicos aztecassobre sus jolgorios sacrificiales oa los serbios de Mladic sobre losmusulmanes de Sebrenica (y depaso al comandante de los cas-cos azules holandeses encarga-dos de protegerlos, que recibiósonriente regalitos de manos deeste último y ni siquiera se atre-vió a llevarse al hermano de sutraductor bosnio. Algo que hacepreguntarse si hubiera hecho lo

mismo de tratarse de ingleses ofranceses en lugar de musulma-nes). Porque las identidades, enverdad, pueden ser asesinas, pe-ro lo serán menos mientras este-mos dispuestos a abandonarlaso mearnos de risa de ellas si fue-ra necesario, en aras de finessuperiores a su conservación.

Si las constituciones moder-nas consagran la libertad delindividuo, ésta puede tomartambién la forma de la elección

de la propia identidad, o de laasunción de más de una identi-dad, o la burla de todas sin ne-cesidad de que me preguntenque a qué etnia pertenezco, o deque me vea empujado a incluir-me en una identidad prefabrica-da para acceder a mi derecho deprotección ciudadana. Quizáuno mismo sea peruano, o in-dio, u holandés (o todo a lavez), pero quizá decida, comoaquel compatriota del que habla

un artículo de mi otro compa-triota, Vargas Llosa, hacermemonje ortodoo griego o casar-me con Yoko Ono, aunque can-

te espantoso y no la quieran misamigos. Porque si no va a acep-tar la dama seductora de la rea-lidad o la libertad mis requeri-mientos, mejor le muestro otrosprincipios, que los antiguos ya

no operan o no operan ahora,aunque sean tan válidos comoantes. Pues sólo un cínico veríaen esto cinismo. Todos sabemosque hay principios universalescuya validez supera la mayorparte de las categorizaciones aluso, incluidas las ficcionesétnicas. De igual modo sabemosque hay principios relativos cu-ya validez se nos muestra comotal en la vida misma. Es verdadque aún puedo, por ejemplo,

querer romperle la nariz al felónde tercero de media que me jo-dió mi bicicleta hace treintaaños; pero sé íntimamente queen el fondo ya no me importa labicicleta, porque ahora tengocoche y muchas canas. Y sé queel valor de la alfalfa depende desi soy cobaya o hiena. ¿Por quéno iba a ser lo mismo con lasidentidades y las etnias? Riámo-nos un poco más marista-len-nonistamente de las culturas y

las etnias, y quizá la oigenaciónque asegura la risa iluminenuestra mente con nuevas ideasy soluciones a los problemasconcretos que plantea el hechosimple y antiguo como la tierrade vivir con vecinos que se cor-tan el prepucio o llevan turban-te o muestran sospechosas mez-clas como la mía, pero que soncompletos en su individualidady unicidad. ■

Frans Van Den Broek es profesor deFilosofia y Literatura en la Universidadde Amsterdam.




Las razones y causas de laconclusión de la GuerraCivil española con una

victoria absoluta y rotunda delbando franquista y la conco-mitante derrota total y sin pa-liativos del bando republicano

continúa siendo una cuestiónpalpitante. Desde luego, noera un resultado que estuvieraimplícito en la división defuerzas configurada a finalesde julio de 1936, cuando am-bos bandos estaban virtual-mente empatados y operabanbajo la amenaza de parálisiscompleta en vista de sus esca-sos medios materiales para se-guir combatiendo y la ausen-cia de fuentes de suministros

militares suficientes para soste-ner un esfuerzo bélico de en-vergadura.

La relación de fuerzas

en 1936

A este respecto, hay que recor-dar que cuatro días después delinicio de la sublevación los mi-litares sublevados sólo habíanlogrado implantar su dominioindiscutido sobre todas las co-lonias (Marruecos, Ifni, el Sá-

hara y Guinea), una ampliazona del oeste y centro penin-sular (Navarra, Álava, León,Castilla la Vieja, Galicia, Cáce-res y la mitad de Aragón), unreducido núcleo andaluz (entorno a Sevilla, Cádiz, Córdo-ba y Granada) y los archipiéla-gos de Canarias y Baleares (sal-vo la isla de Menorca).

Sin embargo, la rebeliónhabía sido aplastada por unpequeño sector del Ejército

fiel al Gobierno, con ayuda demilicias obreras armadas ur-gentemente, en dos grandeszonas separadas entre sí: la zo-

na centro-sur y este peninsular(incluyendo Madrid, Barcelo-na y la región catalana, ademásde Badajoz, La Mancha, Va-lencia y toda la costa medite-rránea hasta Málaga) y una es-trecha y aislada franja norteña

(desde Guipúzcoa y Vizcaya,en el País Vasco, hasta toda Asturias, menos Oviedo, y laprovincia intermedia de San-tander)1.

El territorio decantado fi-nalmente hacia el Gobiernorepublicano era el más densa-mente poblado y urbanizado(englobando a unos 14,5 mi-llones de habitantes y a lasprincipales ciudades), el másindustrializado (incluyendo la

siderometalurgia vasca, la mi-nería asturiana y la industriatetil y química catalana) y elde menores posibilidadesagrarias y alimenticias (ecep-tuando los productos horto-frutícolas de la rica huerta le-vantina).

Por el contrario, el área enmanos de los militares insur-gentes tenía menos poblacióny mayor poblamiento rural(unos diez millones de habi-

tantes), muy débil infraestruc-tura industrial (aunque incluíalas minas de piritas de Huelvay las minas de hierro marro-quíes) e importantes recursosalimenticios agrarios y ganade-

ros (más de dos tercios de laproducción triguera, la mayorparte de la patata y legumbresy poco más de la mitad delmaíz).

No obstante, ese reparto ge-nérico era especialmente gra-

voso para los intereses del ban-do republicano en virtud de suescisión geográfica y la falta deconeión entre áreas industria-les y zonas de consumo: ni elcarbón asturiano ni el hierrovasco podían abastecer a la in-dustria catalana o levantina nilos productos de ésta podíanllegar a los mercados urbanosde la franja norteña leal. Enpalabras de Josep M. Bricall,“los rebeldes les habían arreba-

tado el mercado de su indus-tria y los productos básicospara esta industria y para elconsumo de la población”2.

En el orden financiero, laRepública tenía ventaja por-que controlaba las sustancialesreservas de oro del Banco deEspaña, cuya movilización ser-viría como medio de pago delos suministros importados deletranjero, en tanto que susenemigos carecían de recursos

constantes análogos y sólo dis-ponían de sus posibilidadeseportadoras para obtener di-visas aplicables a las ineludi-bles compras eteriores. Estaventaja inicial en recursos in-dustriales y financieros porparte de la República hizocreer a algunos de sus dirigen-tes que la prueba de fuerzaplanteada por los sublevados

podría ganarse. Así lo hizo e-plícito Indalecio Prieto, el lí-der de la facción moderada delpartido socialista, en una alo-cución radiada el 8 de agostode buscado tinte optimista(por más que la realidad cono-

cida no fuera tan idílica):‘‘¿De quién pueden estar las ma-

yores posibilidades de triunfo en unaguerra? De quien tenga más medios,de quien disponga de más elementos.Esto es evidentísimo... Pues bien: to-do el oro de España, todos los recur-sos monetarios válidos en el etranje-ro, todos, absolutamente todos, estánen poder del Gobierno... La guerra eshoy, principalmente, una guerra in-dustrial. Tiene más medios de venceraquella parte contendiente que dis-ponga de mayores elementos indus-triales... Todo el poder industrial deEspaña... está en nuestras manos3’’.

En términos militares, co-mo ya se ha visto, los subleva-dos contaban con la totalidadde las bien preparadas y per-trechadas fuerzas de Marrue-cos (especialmente el contin-gente humano de la temibleLegión y de las Fuerzas de Re-gulares Indígenas: “los mo-ros”) y con la mitad de las

fuerzas armadas eistentes enla propia Península, con unaestructura, equipo y cadena demando intactas y funcional-mente operativas. El mayorproblema en este ámbito resi-día en las dificultades de trans-porte del llamado “Ejército de África” a la Península (habidacuenta de la falta de flota y aviones para llevarla a cabo),motivo por el cual su máima


1 Una panorámca clásca de esos“tres días de julo” tan crucales y deter-mnantes se ofrece en Lus Romero, Tres días de julio: 18, 19 y 20 de 1936, Arel,Barcelona, 1967. Una revsón actualza-da se halla en las colaboracones de Ga-brel Cardona y Fernando FernándezBastarreche en el vol. 4 de la coleccónLa Guerra Civil, Hstora 16, Madrd,1986, dedcado a ‘El 18 de julo. La su-blevacón paso a paso’.

H I S T O R I A

1939: VICTORIA ABSOLUTA Y DERROTA TOTAL

ENRIQUE MORADIELLOS

2 Josep M. Brcall: ‘La economía espa-ñola, 1936-1939’, en M. Tuñón de Lara,La guerra civil española. 50 años después, págs. 358-417 (cta en pág. 365), Labor,Barcelona, 1985.

3 Fragmento del dscurso reproducdoen Ronald Fraser, Recuérdalo tú y recuérda-lo a otros, vol. 1, pág. 153, Crítca, Barce-lona, 1979.



69Nº 145■CLAVES DE RAZÓN PRÁCTICA

autoridad, el general FranciscoFranco, había emprendido suspropias gestiones para hacerposible la empresa mediante elapoyo aéreo italiano y alemán.El 25 de julio, desde Tetuán,Franco solicitaba nuevamenteal cónsul italiano en Tángerese apoyo y daba cuenta de lafavorable situación militar pre-sente:

‘‘General Franco declara que de 8divisiones (militares) regionales espa-ñolas, 5 están en su poder, esto es:Galicia, Burgos, Valladolid, Zaragoza,Sevilla. Están además en su podercuarteles Baleares, Canarias y toda zo-na protectorado Marruecos, así comoel cuartel Primera División Badajoz.Ha ocupado también bases navalesCádiz y Ferrol. General Mola ha ocu-pado sólidamente vertiente Guadarra-ma (en Madrid) y está momentánea-mente posición espera para organizarfuerzas militares voluntariamente allíafluyentes antes de reemprender mar-cha hacia Madrid. Me asegura poder

resistir por tiempo ilimitado tales po-siciones.

Sus necesidades máimas de mate-rial son las siguientes: doce aviones de

transporte, diez aviones caza y diezaviones reconocimiento. (...)

General Franco me asegura quecon tal material y con fuerzas armadasy armas de que dispone es seguro éitoaunque franceses continúen suminis-trando armas a sus adversarios con elritmo actual.

Impresión mía y Agregado Militares que, dada sinceridad con la cualFranco me ha epuesto siempre la si-tuación, se debe prestar fe a sus indica-das declaraciones4’’.

Frente a la relativa confian-za que transparentaba Francoy que imperaba en la zona su-blevada, en la zona republica-na las autoridades estabanrealmente aterradas por la si-tuación en su fuero interno.Tanto que el jefe del Ejecuti-vo, Santiago Casares Quiroga,dimitió de su cargo el mismo

día 18; el republicano mode-rado Diego Martínez Barriofracasó en su efímero intentode formar un gobierno paramediar con los rebeldes aque-lla tarde-noche, y, por últimoy por eclusión, el azañista Jo-

sé Giral tuvo que sustituirlo alfrente de un nuevo Gabineteeclusivamente republicano el19 de julio de 1936.

Para entonces era evidenteque el Gobierno había sufridola defección de más de la mitaddel generalato y de cuatroquintas partes de la oficialidad,viéndose obligado a disolver lacasi totalidad de sus unidadespor decreto de aquel 19 de ju-lio: “Quedan licenciadas las

tropas cuyos cuadros de mandose han colocado frente a la le-galidad republicana”. Ese mis-mo día, muy consciente de sufalta de medios y pertrechosbélicos, Giral remitía su de-manda telegráfica de ayuda mi-litar al nuevo Gabinete delFrente Popular que había asu-mido el poder en Francia esca-samente dos meses antes:

“Hemos sido sorprendidos por unpeligroso golpe militar. Solicitamos

que se ponga en contacto con noso-tros inmediatamente para suministrar-nos armas y aviones”5.

Apenas un mes más tarde, elagregado militar francés enMadrid, teniente coronel Lo-uis-Henri Morel, informaría dela situación militar en España a

sus superiores en París con no-table pesimismo:

‘‘Podemos decir que a principiosde agosto los cuadros del antiguoEjército, salvo una media docena degenerales, algunos coroneles y oficia-les, habían dejado de eistir. Las uni-

dades sublevadas fueron disueltas lomismo que las que no se pronuncia-ron, pero que eran sospechosas. Setomaron medidas de movilización delos reemplazos de 1934-1935, peroparece que sin efecto. Recientemente(16 de agosto) se ha subordinado laaceptación de oficiales de carrera auna autorización de los partidos del

Frente Popular6’’.

La gravedad de la situaciónse acentuaba porque, dada laausencia de esos instrumentos

coactivos, la defensa de la lega-lidad republicana había queda-do en manos de milicias sindi-cales y populares improvisadasy a duras penas mandadas y dirigidas por los escasos man-dos militares que se mantuvie-ron leales. Y había sido unacombinación de esas fuerzas deseguridad leales y milicianossindicales y partidistas la quehabía conseguido el aplasta-miento de la sublevación en las

grandes capitales y centros ur-banos. Como reconocería des-pués un periodista anarquistabarcelonés que participó en loscombates al lado de las fuerzasde la Guardia Civil y de laGuardia de Asalto:

‘‘La combinación fue decisiva. A pesar de su combatividad, de su espí-ritu revolucionario, la CNT sola nohabría podido derrotar al Ejército y a

4 Telegrama del cónsul para el mns-tro Cano, 25 de julo de 1936. Reprodu-cdo en Ismael Saz Campos: Mussolini contra la Segunda República. Hostilidad,conspiraciones, intervención, pág. 184. Ins-ttucó Valencana d’Estuds e Investgacó,Valenca, 1986.

5 Recogido en la declaración de LéonBlum, socialista y jefe del Gobierno frente-populista, ante la Comisión de la AsambleaNacional francesa, 23 de julio de 1947.Reproducida en Enrique Moradiellos: El reñidero de Europa. Las dimensiones interna-cionales de la Guerra Civil española, págs.268-269. Península, Barcelona, 2002.

6 Informe del 25 de agosto de 1936.Ctado en Jame Martínez Parrlla: Las fuerzas armadas francesas ante la GuerraCivil española, pág. 106. Ejércto, Ma-drd, 1987.

Franco, Mussolini y Hitler





la polícia juntos. De haber tenidoque luchar contra ambos, en unaspocas horas no habría quedado niuno de nosotros7’’.

No obstante la catástrofeque supuso la práctica disolu-

ción de su Ejército, la Repú-blica pudo congratularse porretener en sus manos casi dostercios de la minúscula fuerzaaérea y algo más de la anticua-da flota de guerra, cuya mari-nería se había amotinado con-tra los oficiales rebeldes y ha-bía implantado un bloqueodel estrecho de Gibraltar paraevitar el traslado de las decisi-vas tropas marroquíes al man-do del general Franco.

En defntva, aunque ha-bían trunfado amplamenteen la España rural y agrara, elfracaso de los mltares suble-vados en las partes de Españamás modernzadas, ncluyen-do la propa captal del Estado(cuyo domno conllevaba elreconocmento jurídco nter-naconal), les oblgaba a em-prender su conqusta medanteverdaderas operacones bélcas.El golpe mltar parcalmente

falldo devenía así en una ver-dadera y cruenta guerra cvl. Y como nngún bando dspo-nía de los medos y el equpomltar necesaros y suficentespara sostener un esfuerzo bél-co de envergadura, ambos severon oblgados a drgrse denmedato en demanda deayuda a las potencas europeasmás afnes a sus postulados,abrendo así la vía al crucalproceso de nternaconalza-

cón de la contenda.La guerra total

La distribución inicial de fuer-zas materiales entre los dosbandos contendientes ofrecía,por tanto, la imagen de unempate virtual imposible dealterar con la movilización delos recursos propios y endóge-nos. Y nada en esa situacióncoyuntural hacía presagiar una

victoria total o una derrota sinpaliativos por parte de ningu-no de ambos contendientes.

Por si fuera poco, más ade-lante, en varias ocasiones du-rante el despliegue cronológi-

co del conflicto (en virtud derazones internas tanto comoeteriores), volvió a parecersumamente improbable dichofinal efectivo y tomó cuerpocomo posibilidad viable laidea de una mediación inter-nacional o una capitulaciónnegociada para poner términoal conflicto: en el verano de1937, cuando las primerasofensivas republicanas en Bru-nete y en Belchite demostra-

ron la eistencia de una má-quina militar con cierta capa-cidad de ataque y maniobra(con el consecuente desánimoítalo-germano y las paralelasgestiones anglo-francesas enpro de un armisticio); en elinvierno de 1937-1938, cuan-do tiene lugar la única victoriaofensiva republicana con laocupación efímera de la ciu-dad de Teruel (en el contetode una tensión creciente de la

entente anglo-francesa ante laanunciada aneión alemanade Austria), y en el verano de1938, cuando el asalto repu-blicano en la desembocaduradel Ebro desbarata el avancefranquista sobre Valencia y daorigen a la batalla más larga y cruenta de toda la contiendaespañola (en vísperas de lagrave crisis germano-checaque puso a Europa al borde dela guerra general).

Sin embargo, ni un armis-ticio ni una mediación inter-nacional ni una capitulaciónnegociada y condicionadapusieron término al conflictofratricida. Y no fue así al finalpor varias razones difíciles deaquilatar y ponderar en sumedida eacta. El presidenteManuel Azaña, ya en su ei-lio en Francia desde febrerode 1939, enumeraría con no-table perspicacia las razones

de la abrumadora derrota re-publicana (más que los moti-vos de la victoria total fran-quista):

‘‘El presidente considera que, pororden de importancia, los enemigosdel Gobierno republicano han sidocuatro. Primero, la Gran Bretaña[por su adhesión al embargo de ar-mas prescrito por la política colectivade No Intervención]; segundo, lasdisensiones políticas de los mismosgrupos gubernamentales que provo-caron una anarquía perniciosa quefue total [favorable] para las opera-ciones militares de Italia y Alemaniaen favor de los rebeldes; tercero, laintervención armada ítalo-germana;y cuarto, Franco8.

No discreparía demasiadode ese juicio en sus memoriasun dirigente enemigo comoera Pedro Sainz Rodríguez,profesor de literatura, conspi-rador monárquico y ministro

de Educación del primer go-bierno de Franco durante laguerra civil. Aunque su esti-mación se centraba en el pri-mero y tercero de los motivos(significativamente, ambos deorden internacional) aludidospor Manuel Azaña:

Muchos españoles, desorientadospor la propaganda anti-inglesa delrégimen de Franco, creen de buenafe que conseguimos nuestra victoriaeclusivamente por la ayuda italiana

y alemana; yo tengo la convicción deque, si bien ésta contribuyó, la razónfundamental por la que ganamos laguerra fue la actitud diplomática deInglaterra, que se opuso a una inter-vención en España9.

El juicio de los historiado-res no está muy lejos de com-partir y suscribir esas aprecia-ciones de testigos y protago-nistas, aunque pueda alterar elorden de prioridades y el pesode cada factor. Así, al menos,

se observa en el balance apun-tado cuarenta años más tardepor Raymond Carr y Juan Pa-blo Fusi:

¿Por qué ganaron los nacionalis-tas? La respuesta, como en todas lasguerras, es: un liderazgo y una disci-plina superiores en el Ejército, y un

esfuerzo militar respaldado por ungobierno de guerra unificado. Losnacionales fueron mejor ayudadosque la República por sus simpatizan-tes etranjeros en cuanto a suminis-tros de armas: la Legión Cóndor ale-mana y las tropas y el material italia-

nos compensaron sobradamente laayuda soviética al Frente Popular,que tan vital fue en las primeras fasesde la guerra. Igualmente importantesfueron el disciplinado ejército africa-no bajo las órdenes de Franco y eladiestramiento superior de los ejérci-tos nacionales(...) La disciplina mili-tar de los nacionales era un reflejo desu unidad política: la debilidad mili-tar del Frente Popular, una conse-cuencia de sus luchas políticas intes-tinas10’’.

También es cierto que ese

balance historiográfico no esunánimemente aceptado portodos los historiadores. A títu-lo de ejemplo relevante, el ge-neral Ramón Salas Larrazábal,ecombatiente en el bandofranquista, discrepa de que elapoyo ítalo-germano a Francofuera superior en número ocalidad a la ayuda soviética ala República e influyera cru-cialmente en el desenlace dela contienda. Y se inclina a

resaltar como razones priori-tarias del triunfo final nacio-nalista su superior eficacia ad-ministrativa y su mayor entu-s ia smo mora l y a r ra igopopular:

‘‘El Gobierno perdió finalmentela partida porque su influencia sobreel país decayó continuamente a lolargo de la guerra al tiempo que cre-cía en igual medida la de sus enemi-gos victoriosos. (...)

La discordia en el campo republi-cano no fue un factor con influencia

decisiva en la guerra y, aun en el casode que lo hubiera sido, sólo serviríapara demostrar la incapacidad de losdirigentes frentepopulistas para diri-gir la acción colectiva de sus masas y la ausencia de suficiente atractivo in-tegrador en sus programas11’’.

En todo caso, parece indu-dable que los factores apunta-

8 Declaracones de Azaña a Isdro Fa-bela, representante de Méco ante la So-cedad de Nacones, a medados de 1939.Reproducdas en Santos Martínez Saura, Memorias del secretario de Azaña, pág.53,Planeta, Barcelona, 1999.

9 Pedro Sanz Rodríguez, Testimonios y recuerdos, págs. 234-235, Planeta, Barcelo-na, 1978.

10 Raymond Carr y Juan Pablo Fus:España, de la dictadura a la democracia,págs. 14-15, Planeta, Barcelona, 1979.

11 Ramón Salas Larrazábal: Historiadel Ejército Popular de la República, vol.1, págs. XXII y XXIII, Edtora Naconal,Madrd, 1973.

7 Testmono de Jacnto Borrás, pero-dsta de Solidaridad Obrera. Recogdo enRonald Fraser: Recuérdalo tú y recuérdalo aotros, pág. 141, vol. 1.



ENRIQUE MORADIELLOS


dos por Azaña en 1939, y re-frendados por Carr y Fusi en1979, resultan inecusables ala hora de tratar de eplicar y dar cuenta y razón del modoy manera en que terminó la

Guerra Civil. No en vano, yaa principios del siglo xx, unanalista bien informado comoera sir Winston Churchill ha-bía profetizado que “las gue-rras de los pueblos serán másterribles que las guerras de losreyes”. Y esto porque el nove-doso concepto y realidad de“guerra total” que iba a impe-rar en la nueva centuria de-mandaría de las modernas so-ciedades industriales y de ma-

sas mucho más que lasantiguas guerras de otras épo-cas previas y otras sociedadespreindustriales:

“No puede ser más que una luchacruel que... eigirá, durante añosquizá, toda la población masculinade la nación, la suspensión completade las industrias de paz y la concen-tración en un solo punto de toda la

energía vital de la comunidad”12.

No otra cosa había predi-

cho, algunos años antes, unnotable estratega norteameri-cano al analizar las leccionesde la guerra de secesión(1861-1865) y de la guerrafranco-prusiana (1870):

‘‘La estrategia adecuada consisteen infligir golpes tan cruciales comosea posible al ejército enemigo y des-pués en causar tanto sufrimiento a lapoblación civil que ésta sólo aspire ala paz a todo precio y así presione asu Gobierno para demandarla13’’.

Las profecías de Churchilly del general Sheridan se hi-cieron amarga realidad du-rante la gran guerra de 1914-1918, con su cosecha de mi-

llones de muertos y heridos y donde las capacidades milita-res estuvieron determinadaspor la eficacia institucional,el aprovechamiento de los re-cursos económicos y la enti-

dad y fortaleza del “frente in-terior”: la moral de la reta-guardia civil y la disposiciónpopular a asumir y soportarlas privaciones y sacrificioseigidos por el esfuerzo deguerra. Como señalaría el al-to mando militar británicocon posterioridad a la victoriaaliada, esa cualidad de “gue-rra total” devastadora sería laprincipal lección derivada dela gran guerra:

‘‘Nada está más claro que el he-cho de que la guerra moderna seconvierte en un intento por ahogarla vida nacional (del enemigo). Em-prendida por la fuerza de la naciónen su totalidad, su objetivo final espresionar al conjunto de la poblaciónenemiga, angustiarla por todos losmedios posibles para obligar al Go-bierno enemigo a someterse a suscondiciones14’’.

En igual sentido se epresa-ría un militar español pocos

años después, subrayando cer-teramente las enseñanzas deri-vadas de la reciente moviliza-ción general impuesta por elconflicto mundial en todos lospaíses beligerantes, dada lanecesidad de cubrir en lo po-sible la creciente brecha entrelimitadas fuentes de abasteci-miento militar y reposicióndemográfica e ingentes des-gastes de material y de hom-bres eigidos por la Guerra

Total:Cesarán de construirse relojes,

pianos, gramófonos, para dedicarse ala fabricación de espoletas, fusiles y proyectiles, y toda la industria en susdos ramas principales, metalurgia y química, alcanzará el máimum deactividad hasta llegar a convertirse la

nación entera en una inmensa fábri-ca de material de guerra15’’.

En efecto, al igual que ha-bía sucedido con los belige-rantes de la I Guerra Mundial,

los dos bandos combatientesen la contienda civil españolatuvieron que hacer frente atres grandes y graves proble-mas inducidos por la guerratotal en el plano estratégico-militar, en el ámbito económi-co-institucional y en el ordenpolítico-ideológico. En granmedida, el éito o fracaso desus respectivos esfuerzos béli-cos dependió de la acertadaresolución de estas tres tareas

básicas. A saber:

1. La reconstrucción de unEjército combatiente regular,con mando centralizado y je-rarquizado, obediencia y disci-plina en sus filas y una logísticade suministros bélicos constan-tes y suficientes, a fin de soste-ner con vigor el frente de com-bate y conseguir ulteriormentela victoria sobre el enemigo o,al menos, evitar la derrota.

2. La reconfiguración delaparato administrativo del Es-tado en un sentido fuertemen-te centralizado para eplotar y hacer uso eficaz y planificadode todos los recursos económi-cos internos o eternos delpaís, tanto humanos como ma-teriales, en beneficio del es-fuerzo de guerra y de las nece-sidades del frente de combate.

3.La articulación en la reta-guardia de unos fines de guerra

comunes y compartidos por lagran mayoría de las fuerzas so-ciopolíticas representativas dela población civil y susceptiblesde inspirar moralmente a esamisma población hasta el pun-to de justificar los grandes sa-crificios de sangre y las hondas

privaciones materiales deman-dados por esa cruenta y largalucha fratricida.

El contexto internacional

A juzgar por el curso y desenla-

ce de la Guerra Civil, pareceevidente que el bando franquis-ta fue superior al bando repu-blicano en la imperiosa necesi-dad de configurar un Ejércitocombatiente bien abastecido,construir un Estado eficaz pararegir la economía de guerra y sostener una retaguardia civilunificada y moralmente com-prometida con la causa bélica. Y, sin duda, el conteto inter-nacional en el que se libró la

contienda española impusounas condiciones favorables y unos obstáculos insuperables acada uno de los contendientes.

No en vano, sn la constantey sstemátca ayuda mltar, d-plomátca y financera prestadapor la Alemana de Htler y laItala de Mussoln, es harto d-fícl creer que el bando lderadopor el general Franco huberapoddo obtener su rotunda vc-tora absoluta e ncondconal.

De gual modo, sn el asfianteembargo de armas mpuestopor la polítca europea de nontervencón y la consecuentenhbcón de las grandes po-tencas democrátcas occdenta-les, con su gravoso efecto en lacapacdad mltar, stuacónmateral y fortaleza moral, esaltamente mprobable que laRepúblca hubera sufrdo undesplome nterno y una derrotamltar tan total, completa y sn

palatvos.En este sentido, es bien re-velador el juicio contenido enel siguiente informe confiden-cial elaborado por el agregadomilitar británico en Españapara conocimiento de las au-toridades británicas:

‘‘Es cas superfluo recaptular lasrazones (de la vctora del generalFranco). Éstas son, en prmer lugar, lapersstente superordad materal du-rante toda la guerra de las fuerzas na-

conalstas en terra y en el are, y, ensegundo lugar, la superor caldad detodos sus cuadros hasta hace nuevemeses o posblemente un año. (...)

12 Dscurso en la Cámara de los Co-munes en 1901. Ctado en Roy Jenkns:Churchill, pág. 99. Península, Barcelo-na, 2002.

13 Declaracón del general Sherdan en1870. Ctada en Hew Strachan, ‘Total War n the Twenteth Century’, en ArthurMarwck, Clre Emsley y Wendy Smpson(eds.), Total War and Historical Change:Europe, 1914-1945, págs. 255-283 (ctaen pág. 255). Open Unversty Press, Buc-kngham, 2001.

14 Aprecacón hecha por el EstadoMayor del Almrantazgo en 1921. Ctadoen Bran Bond: Guerra y sociedad en Euro- pa, 1870-1970, Mnstero de Defensa,Madrd, 1990, pág. 151. Sobre el carácternovedoso de la “guerra total” en el sglo xx véase Mchael Howard: War in EuropeanHistory, cap. 7. Oford Unversty Press,Oford, 1987.

15 Palabras de A. Dego en 1929 enuna publcacón del Mnstero de la Gue-rra. Ctadas en Elena San Román López:‘Las consecuencas pacífcas de la granguerra: la movlzacón ndustral’, págs.611-658 (cta en pág. 619). Hispania(Madrd), nº 187, 1994.





Esta inferioridad material (de lastropas republicanas) no sólo es cuan-titativa, sino también cualitativa, co-mo resultado de la multiplicidad detipos (de armas). Fuera cual fuera elpropósito imparcial y benévolo del Acuerdo de No Intervención, sus re-

percusiones en el problema de abaste-cimiento de armas de las fuerzas re-publicanas han sido, para decir lo mí-nimo, funestas y sin duda muy distintas de lo que se pretendía.

La ayuda material de Rusia, México y Checoslovaquia (a la República) nun-

ca se ha equiparado en cantidad o cali-dad con la de Italia y Alemania (al ge-neral Franco). Otros países, con independencia de sus simpatías, se vieron

refrenados por la actitud de Gran Bre-taña. En esa situación, las armas quela República pudo comprar en otraspartes han sido pocas, por vías dudo-

sas y generalmente bajo cuerda. Elmaterial bélico así adquirido tuvo queser pagado a precios altísimos y utili-zado sin la ayuda de instructores cua-lificados en su funcionamiento. Talesmedios de adquisición han dañadoseveramente los recursos financierosde los republicanos 16’’.

El acierto de ese juicio delanalista militar británico resul-ta corroborado por un informeremitido a Berlín por el emba- jador alemán en España, Eber-

hard von Stohrer, tras la ocu-pación de Cataluña y en víspe-ras del colapso de la resistenciarepublicana. A tenor del mis-mo, “las causas de la derrotaroja” eran las siguientes:

‘‘La explicación de la decisiva victo-ria de Franco reside en la mejor moralde las tropas que luchan por la causanacionalista, así como en su gran supe-rioridad en el aire y en su mejor artille-ría y otro material de guerra. Los rojos,todavía sacudidos por la batalla delEbro y en gran medida lastrados por su

escasez de material bélico y sus dificul-tades de suministros alimenticios, fue-ron incapaces de resistir la ofensiva17’’.

Todo lo anterior no quiere

decir, ni mucho menos, que lapolítica de no intervención (la“traición de las democracias”que tanto denunciarían los lí-deres republicanos) fuera la ra-zón única y eclusiva de la vic-

toria de Franco y de la derrotade la República. De ningúnmodo parece posible o razona-ble suscribir este tipo de senci-llas eplicaciones unicausales y unilaterales, como hace el co-munista italiano Palmiro To-gliatti (delegado de la Komin-tern en la dirección del PCEdesde el verano de 1937) en suinforme final para las autori-dades soviéticas:

‘‘Si bien la ulterior resistencia y lavictoria no fueron posibles, las causasfundamentales de ello deben buscarseen la desfavorable situación interna-cional, en el apoyo que prestaron losGobiernos francés e inglés con la po-lítica de “no intervención” y sus ne-fastas consecuencias, a los invasoresítalo-alemanes, en la traición de losgrandes países democráticos de Europaoccidental (Francia e Inglaterra) y dela socialdemocracia internacional alpueblo español, en el insuficienteapoyo político del proletariado de lospaíses capitalistas, que, aun simpati-zando con la República y prestándole

una gran ayuda material (actividad,sobre todo, de los partidos comunis-tas; Brigadas Internacionales…), nologró poner fin a la intervención íta-lo-alemana ni a la política de no in-tervención18’’.

Frente a ese tipo de argu-mentaciones cabría subrayar,en todo caso, que tan impor-tante en el desenlace de la gue-rra como esa persistente inhi-bición de la entente franco-bri tánica habría s ido la

sistemática intervención ítalo-germana y las limitaciones dela asistencia soviética, pormencionar sólo a las dimensio-nes internacionales presentes y operantes en la contienda. Detodos modos, a nuestro juicio,lo que sí resulta innegable esotra dimensión más complejay trascendental de esta facetadel asunto. A saber: el hechode que el conteto internacio-nal conformado por la realidad

práctica de la política europeade no intervención incidió demanera directa y con resulta-dos diferenciales sobre el es-fuerzo de guerra de ambosbandos contendientes y sobre

sus ineludibles tareas para ha-cer frente a la guerra total.Dicho en otras palabras: los

condicionamientos del marcointernacional plantearon ven-tajas notorias e impusieron ser-vidumbres sustanciales que ca-da uno de los bandos utilizó,sorteó o sobrellevó a fin de en-grosar su capacidad de acciónmilitar, fortalecer la moral decombate de su población civilde retaguardia, y acrecentar la

eficacia de su aparato estatal y el aprovechamiento de sus re-cursos económicos. Y en esteengarce y coneión dialécticaentre conteto internacional y circunstancias internas se fue-ron labrando las razones deuna victoria total y los motivosde una derrota sin paliativos.

La justa ponderacón de to-dos estos factores concurrentesa la hora de eplcar el modo y manera de termnacón de la

Guerra Cvl española cuentacon un precedente tentatvomuy notable y dstngudo. Setrata de la estmacón realzada,apenas unos meses después determnada la contenda, por elgeneral Vcente Rojo Lluch(1894-1966), jefe del EstadoMayor Central del Ejércto Po-pular de la Repúblca y autént-co estratega supremo del bandoderrotado. Su balance, por esomsmo, tene especal valor tes-

tmonal al proceder de quenfuera el antagonsta fundamen-tal que tuvo Franco en el planomltar durante la contenda. A juco del general Rojo, “lascausas del trunfo de Franco” sedebían a un conjunto de razo-nes correlaconadas que aten-dían a varos frentes dstntos:

‘‘En el terreno militar, Franco hatriunfado:

1. Porque lo exigía la ciencia mili-tar, el arte de la guerra. (…)

2. Porque hemos carecido de los medios materiales indispensables parael sostenimiento de la lucha. (…)

3. Porque nuestra dirección técnicade la guerra era defectuosa en todo el

escalonamiento del mando. (…)En el terreno político, Franco hatriunfado:

1. Porque la República no se había fijado un fin político, propio de un pueblo dueño de sus destinos o que aspiraba a serlo. (…)

2. Porque nuestro Gobierno ha sidoimpotente por las influencias sobre él ejercidas para desarrollar una acciónverdaderamente rectora de las activida-des del país. (…)

3. Porque nuestros errores diplomá-ticos le han dado el triunfo al adversa-rio mucho antes de que pudiera produ-cirse la derrota militar. (…)

En el orden social y humano,Franco ha triunfado:

1. Porque ha logrado la superiori-dad moral en el exterior y en el inte-rior. (…)

2. Porque ha sabido asegurar unacooperación internacional permanente y pródiga. (…)19’’.

Cabría discutir el orden deprelación y la importancia res-pectiva de cada una de esas ra-zones epuestas por el generalRojo con el característico laco-

nismo y contundencia castren-se. Pero apenas cabe dudar quetodas ellas tuvieron su partecorrespondiente, mayor o me-nor, en la conformación delresultado final de la GuerraC ivil con su victoria absolutay su derrota total. ■

[Este teto corresponde al capítulo 5del libro 1936. Los mitos de la GuerraCivil, Ediciones Península, septiem-bre 2004.]

Enrique Moradiellos es profesor deHistoria Contemporánea. Autor deLa España de Franco, 1939-1975 y El reñidero de Europa.

19 Vcente Rojo: ¡Alerta los pueblos! Es-tudio político-militar del periodo final de la guerra española, págs. 183-193. Arel, Bar-celona, 1974. Cursva orgnal.

16 Informe del mayor E. C. Rchards,25 de novembre de 1938. Reproducdoen Enrque Moradellos: La perfidia de Al-bión. El Gobierno británico y la Guerra Ci-vil española, pág. 257. Sglo xxi, Madrd,1996. Cursvas nuestras.

17 Despacho del 19 de febrero de 1939.Recogido en la colección documental di-plomática alemana Documents on GermanForeign Policy, 1918-1945, Series D, vol. 3,Germany and the Spanish Civil War, Gover-nmente Printing Office, Washington,1950, documento nº 740, pág. 844.

18 Palmro Toglatt: Escritos sobre la guerra de España, pág. 298. Crítca, Barce-lona, 1980.



Jürgen HabermasEl futuro de la naturaleza humana ¿Hacia una eugenesia liberal? Paidós, Barcelona, 2002.

I

ncluso antes de su pu-

blicación conjunta en El futuro de la naturalezahumana, las tesis epuestas porHabermas en varias conferen-cias sobre lo que él denomina‘‘eugenesia liberal’’ levantaronun notable revuelo que aúncolea, al menos entre quienesse interesan especialmente porla ética aplicada. Ya desde susubtítulo el libro cuestiona de-terminados usos de las técni-cas de manipulación genética

pronosticando que, en un fu-turo más o menos próimo,podrían acabar con la ‘‘éticade la especie’’. Se entiende porésta una forma de convivencia–la llamada, hoy por hoy, ‘‘mo-ral’’–1 que protege al individuode su debilidad congénita me-diante la comprensión de símismo en cuanto poseedor deuna identidad universalmentecompartida: la propia de la es-pecie humana2. Dicha identi-

dad es histórica, pero el autorla califica además de antropo-lógica3; sin duda, para indicar,como sostuvo anteriormente

Adorno, que nuestra condiciónbiológica no se supera a travésde los mecanismos de cohesión

social, derivados de aquélla alfin y al cabo, sino por nuestracapacidad de someterlos a re-

flexión:

“Sólo las refleiones moralmenteautorrefleivas, de ética de la especie,que se etienden a los presupuestosnaturales (y en consecuencia tambiénmentales) de la autocomprensiónmoral de personas que actúan res-ponsablemente, se hallan en el nivelde argumentación correcto. Pero, porotra parte, tales juicios de valor deética de la especie carecen de la pre-

sunta fuerza imperativa de las razonesestrictamente morales”4.

En otras palabras, la activi-dad refleiva nunca descansaen certeza alguna, lo cual res-palda la advertencia del autorsobre la innegable validez desu crítica

“con independencia de la nociónde un orden iusnaturalista u ontoló-gico que pudiera ‘infringirse’ crimi-nalmente”5.

De esta suerte (en un post-scriptum) desarma el núcleo,quizá por vistoso demasiadocomún a gran parte de las ob-

jeciones recibidas.No obstante, la constata-

ción de que las nuevas prácti-cas biotecnológicas ponen encrisis la moral según hemosvenido conociéndola enfrentainopinadamente al lector a lasiguiente alternativa: O esas

prácticas se juzgan inmora-les, por tanto rechazables, oes nuestra autocomprensiónética la que debería cambiar.Personalmente, me inclino sinrodeos por la segunda opción.

Y, aun resultando tal disyunti-

va ajena al propio Habermas,me valgo al formularla de suterminología (‘‘moral’’ por unlado, ‘‘ética’’ por otro) porquecreo que deja traslucir una sos-pecha análoga:

“Una valoración de la moral entotal no es ella misma un juicio mo-ral, sino un juicio ético, un juicio deética de la especie”6.

Claro está que el autor nisiquiera insinúa la posibili-

dad de abandonar su capitalteórico. Después de todo, lafilosofía de la acción comu-nicativa salva el escollo de supropia historicidad al defen-der el carácter simétrico de lasrelaciones intersubjetivas, yaque éste preserva la autonomíade la conciencia de sí mismotambién respecto a los mode-los teóricos que han contribui-do históricamente a formarla.Por contra, el recelo del autor

hacia la biotecnología se debea que algunas de sus prácticaseliminan dicha simetría, úni-co garante de la independen-cia individual ante cualquierdeterminación procedente deotro –médico o padre, ya seaéste el teorético, ya el bioló-gico.

Pero, antes de abordar elproblema de la asimetría in-ducida por la eugenesia libe-ral, cabe referirse a la patente

incursión del enfoque haber-

masiano en el consecuencia-lismo. A la postre, sólo dedesliz puede hablarse cuandoun ferviente seguidor de laética kantiana apoya sus ar-gumentos en la nocividad delos efectos ocasionados por las

mencionadas prácticas. Estosefectos comprenderían desdela autoconciencia de uno co-mo ‘‘anormal’’ por haber esta-do sujeto a manipulación ge-nética prenatal, además, quizá,de la eigencia de responsabi-lidades a los progenitores poracción no menos que por omi-sión (unas veces acusándolosde haberle manipulado y otrasde habérselo negado), hasta laconsecuencia existencial de per-

der libertad en ello; libertaden sentido ontológico, que no‘‘esencial’’, pues ya se nos haadvertido que tales críticas noceden en absoluto al iusnatu-ralismo7. Más bien ocurre quehabía inicialmente unas po-sibilidades cuya pérdida tuvolugar al margen de toda elec-ción, puesto que el individuomodificado antes de nacer nitan sólo pudo hacerse cargo delas mismas como propias. En

fin, la denominamos libertad‘‘ontológica’’ por cuanto noemana de las representacionesobrantes en el sujeto afectado.

Ante valoraciones como lasrecién citadas, el presumibledesacuerdo del lector se pre-sentaría a dos niveles. En elpropio teto alude Habermascon prudencia al suscitado


É T I C A

EL FUTURO DE LA NATURALEZA HUMANA Del fracaso de la intención a la lógica de las consecuencias

MERCÈ RIUS

1

como una respuesta constructiva a las de-pendencias y necesidades derivadas de laimperfecta dotación orgánica y la perma-nente fragilidad de la existencia humana(especialmente clara en los periodos deinfancia, enfermedad y vejez). La regu-lación normativa de las relaciones inter-personales puede entenderse como unaenvoltura protectora porosa contra lascontingencias a las que se ven expuestosel cuerpo (Leib) vulnerable y la personaen él encarnada.” Ibíd., pág. 51.

2 “La manipulación de los genes afectaa cuestiones de identidad de la especie, y la autocomprensión del ser humano comoperteneciente a una especie también con-forma el lecho de nuestras representacioneslegales y morales.” Ibíd., pág. 37. 6 Ibíd., pág. 98.

7 “Dado que, sin embargo, la cosa sedesarrolla hasta convertirse en persona, laintervención egocéntrica cobra el sentidode una acción comunicativa que podríatener consecuencias existenciales para eladolescente”. Ibíd., p. 73.

3 Ibíd., pág. 45.4 Ibíd., pág. 120.5 Ibíd., pág. 114.



desde el punto de vista teórico,pues ya conoce algunas críticassobre su renuncia al deonto-logismo estricto8. En cambio,se muestra contundente al res-ponder a la objeción de ordenpráctico de que no sabemos si

la manipulación genética cau-sará esos hipotéticos efectossociales, ni siquiera si su efica-cia técnica real alcanzará hastael punto en que algún día hagafalta planteárnoslo:

“No me importa si tales especula-ciones epresan chifladuras o pronós-ticos dignos de tomarse en serio [...];a mí sólo me sirven como ejemplode [...] un cambio que ya no puedearmonizarse con la autocomprensiónnormativa de personas que vivenautodeterminadamente y actúan res-ponsablemente”9.

En suma, se reafirma en suactitud radical precisamenteporque no le preocupa la on-tología, sino cómo se repre-senta el individuo su propiahumanidad –por analogíacon la solución kantiana ala indemostrable eistenciade la libertad10. Otra cosaes que, después de Hegel, ya

no resulte lícito ignorar quenuestra facultad representati-va se desarrolla a lo largo deun proceso de socialización.Pero, justo al considerarlo,deberá afrontar el autor una

paradoja relativa a su anteriorvaloración:

“Si son los mismos participantesde una colectividad moral los que ge-neran y reproducen simbólicamentela clasificación de los estatus, no seaprecia cómo nadie podría sentir suestatus moral menoscabado por elhecho de que su disposición genéticano tuviera un origen natural”11.

En pocas palabras, la convi-vencia seguiría siendo posiblepese a los trastornos derivadosde la revolución biotecnológi-ca. El sistema ostenta la capa-cidad necesaria para engullir opara reciclar todo lo imagina-ble si llegaran a darse aquellastemidas consecuencias. No sedescarta, por ejemplo, que los

jóvenes del futuro puedan sen-tirse muy orgullosos de perte-

necer a una familia tan ricaque suela encargar sus vásta-gos al diseñador en vez de a lacigüeña. Ahora bien, la anun-ciada paradoja se desvanece sisabemos interpretarla comoprueba de que los argumentosconsecuenciales o teleológicosno contribuyen al progresomoral. Luego todo lo que deHabermas llevamos dicho seentiende aceptablemente a laluz del kantismo.

Sólo que el autor se precia

de haber actualizado la éticakantiana mediante el giro lin-güístico. Pero veamos lo quesucede al reformular el temadesde la pragmática del len-guaje:

“Si la determinación eugenésicaajena modifica las reglas del lenguajemismo, impide que se la critique aella misma en virtud de dichas reglas.

En vez de eso, la eugenesia liberal de-safía a una valoración de la moral enconjunto”12.

Tras acotar en sus justoslímites los efectos correspon-dientes al ámbito de la mora-lidad, aún permanece uno quesería fundamental, por socavaréste la ética de la especie. Ellosignifica que ya no contraven-dría excepcionalmente la moralincitándola así a pronunciarse

(según Kant estableciera); an-tes bien, la sacaría fuera de jue-go desfacultándola para emitircualquier juicio al respecto. Nonos hallamos, por tanto, anteuna consecuencia material, si-no puramente formal, vincu-lada al procedimiento. Se tratade la simetría eigible en lasrelaciones humanas lingüísti-co-morales, que determinadasformas de manipulación gené-tica anularían. Dicho sea de

paso, el recurso aquí emplea-

do nos recuerda el de Hans Jonas, autor que se cita en ellibro13. Al invocar el ‘‘princi-pio de responsabilidad’’ hacialas generaciones futuras, Jo-nas se ve impelido a legitimarmoralmente la eistencia de la

especie humana, pues rechazatodo acto que la eponga alpeligro de etinción. Sin em-bargo, la tradicional ética delos principios afirma que nadase legitima por el mero hechode eistir. En otros términos,la moral no concierne única-mente a la supervivencia, sinoque es, incluso por encima deésta, una cuestión de dignidad.

Jonas intenta soslayar tal difi-cultad teórica alegando que

con la especie humana desapa-recería asimismo de la Tierrala moralidad, la cual sí poseeun valor intrínseco.

Pues bien, mediante un e-pediente análogo sortea Ha-bermas el reproche de haberido a parar al consecuencia-lismo, y nos sorprende en estesentido con proclamas tan ra-dicales que se desmienten porsí solas, como cuando aseveraun indiscutible valor ‘‘intrín-

seco’’ del feto:“Nadie duda del valor intrínseco

de la vida humana antes del naci-miento, se la denomine ‘‘sagrada’’ ose rechace esta sacralización de lo quees un fin en sí mismo”14.

Sentencias de esta laya nosdescubren los aspectos másdudosos de su argumentación.Si me está permitido confesar-lo, se trata para mí de una e-periencia habitual siempre que


8 “Rainer Forst ha intentado conven-cerme con agudos argumentos de quecon este tiro me desvío sin necesidad dela senda de la virtud deontológica.” Ibíd., pág. 96, nota 58.

9 Ibíd., pág. 61.10 “Todo ser que no pueda obrar de

otra suerte que bajo la idea de la libertad,es por eso mismo verdaderamente libre ensentido práctico”. I. Kant: Fundamentaciónde la metafísica de las costumbres, pág. 91.Ediciones Encuentro, Madrid, 2003. 11 Ibíd., pág. 107. 12 Ibíd., pág. 119.

Jürgen Habermas

13 Ibíd., pág. 68. La cita no se refiere,empero, a El principio de responsabilidad.

14 Ibíd., pág. 49.



le leo. En cuanto se dispone aemanciparse en lo posible dela autoridad kantiana, deja ip-so facto de convencerme. En elteto que nos ocupa, la deri-va se iniciaría con los pasajes

dedicados a celebrar la indis- ponibilidad de lo natural. Trasla huella de Adorno, el autorentiende por naturalidad la es-

pontaneidad subjetiva, mien-tras que en su vertiente obje-tiva la equipara a la contingen-cia15. Sólo que no se acaba dever por qué los fenómenos na-turales habrían de resultar máscontingentes que la máimaartificiosidad humana. ¿O noconvenimos, con Kant, que la

naturaleza nos ofrece el para-digma de legalidad, del que laconducta moral, aun debiendoimitarlo, se distingue por serlibre? Luego, al asimilar con-tingencia y naturalidad, ¿aca-so está pensando Habermas enuna naturaleza a la medida delindividuo humano (el únicoque la siente o la existe comoazar), si no ya moralizada cualsi funcionase por máximas? 16.

Algunas veces, diríase que in-

tenta reprimir la tentación:“Puesto que no hay ninguna razón

moralmente defendible para preferirun seo determinado, para la perso-na afectada no debería representarninguna diferencia haber venido almundo como chico o chica”17.

Pero ¿es que sólo los mo-tivos morales establecen dife-rencias de valor? ¿Qué signi-fica tal apelación al deber derepresentarse o no la peculia-

ridad del propio seo? Algunasvoces críticas lo han conside-rado una forma de desviar laatención de lo que realmenteimporta18.

Sin entrar ahora en lo mu-

cho de bueno que pueda tenerla eperiencia, así como la teo-rización de lo contingente, enmi opinión el teto hubieraganado coherencia de habersedecidido el autor a hacer e-

plícito aquello que no cesa deinsinuar: la idea de que ‘‘na-tural’’ quiere decir no supedi-tado a la intención humana.Ciertamente, el concepto deintención arrastra no pocasdificultades; de entrada, pormuchos siglos, la naturalezafue obra nada más y nada me-nos que de las intenciones di-vinas. De ahí el tópico de quelos biotecnólogos juegan a serDios; como también la regre-

sión a formas de pensamientomágico (la desgracia propiaatribuida al hechizo ajeno)que implicaría el culpabilizara los progenitores de todo loque pueda pasarle a una. Lamisma escritura habermasianadelata algo de esta mentali-dad ancestral aireando ciertasaprensiones:

“Ya no podría ecluirse que conintervenciones eugenésicas perfeccio-nadoras hubiera intenciones ajenas, y

fijadas genéticamente, que tomaranposesión de la biografía de la personaprogramada”19.

En definitiva, a lo largo detodo el teto no ceja en utilizarel concepto de intención, conuna notoria ambigüedad porlo demás; hasta que, previa ca-lificación moral, le otorga unpapel decisivo en el régimenmental del neonato:

“Para la resonancia psíquica en elafectado cuenta únicamente la inten-ción de la programación”20.

Es razonable suponer que elindividuo agradecerá la buenaintención de evitarle el sufri-miento de una dolencia, perono el antojo de convertirlo en‘‘algo hecho’’ como si de unacosa se tratase (ni aun tomán-dolo –se nos ocurre– por unaauténtica obra de arte). En re-sumidas cuentas, al fallarle las

reglas del lenguaje, Habermasvuelve al modelo teórico quepretendía haber superado consu ética de la acción comuni-cativa.

A mi juicio, el concepto de

intención barajado en el teto,pero no menos el de simetría,su representante dialógico, po-nen de manifesto, como sen-dos portavoces de la libertadde conciencia, la debilidad dela filosofía habermasiana. Ya alprincipio, la simetría discursi-va vino a ser representaciónsin nadie representado de fac-to; luego, un derecho subjeti-vo formal, esto es, un derechoreconocido a la subjetividad

en cuanto tal dentro (¿quizácomo momento?) de una ob- jetividad que la trascendía. Senos estaba proponiendo, pues,una escenificación (llámese, sigusta, discursiva) de algo quesólo eistía en el acto de serrepresentado –y, una vez más,según el mencionado ejemplode la libertad kantiana. Deahí, aún, el talante retórico dela siguiente pregunta:

“La investigación del cerebro nosinforma de la fisiología de nuestraconciencia. Pero ¿se modifica por elloesa conciencia intuitiva de la autoríay la responsabilidad que acompañatodas nuestras acciones?”21

Rotundamente, no; porquela especificidad cognitiva dela ética, su irreductibilidad alconocimiento científico, resi-de en

“la intencionalidad de la cons-ciencia humana y la normatividad de

nuestra acción”22.

Es obvio, por otra parte,que Habermas comprende larepresentación en términossociopolíticos, acordes con latesis kantiana de que el de-recho prepara el acceso a lamoralidad, sublimando me-diante el formalismo jurídicolas cruentas luchas de poder.Tal ascendiente eplica que sedecida por la falta de simetría

–de un mero requisito proce-dimental– en sus críticas a laeugenesia, aunque éstas apun-ten a la defensa de la sustanti-vidad corpórea. Produciendoasimetría se atenta contra la

dignidad del individuo hu-mano, en la medida en que laintervención biotecnológicaprenatal introduce en mi bio-grafía una cierta irreversibili-dad. Y no sólo en el sentidode que nunca recuperaré laposibilidad abortada, ya queen principio no es descartableuna nueva intervención médi-ca por voluntad propia, sino,esencialmente, porque otro hadecidido en mi lugar sin que

yo pueda enmendarlo, de mo-do que su intención siempreprevalecerá sobre la mía. Ade-más, cabe agregar al planteohabermasiano que la personaafectada se verá obligada aactuar reactivamente por másque decida o, peor aún, espe-cialmente si decide someterse auna nueva operación quirúrgi-ca –perdiendo así por segundavez la innata espontaneidad.

Ahora bien, ¿no estaremos

denunciando la pérdida de loque nunca tuvimos realmente?¿Sólo las relaciones en circuns-tancias tan poco habitualesson asimétricas? Más de unoscuantos estamos persuadidosde que el dominio de la asi-metría desborda con creces elde la interacción inmoral. Nisiquiera el consenso intersub-

jetivo se hurta a las relacionesde poder, que se neutralizarán,como mucho, pero nunca po-

drán epulsarse enteramente.Ellas seguirán dando pastoa las citadas y otras formas,pretéritas o futuras, de resen-timiento filial, que para nadase inspira, ecepto con perver-sidad calculadora, en la alta-mente educada reivindicaciónde los derechos humanos. Elprocedimental Habermas pare-ce haberlo atisbado al fin gra-cias al desarrollo tecnológico,pues no mantiene su célebre

apuesta por el artificio jurídi-co sin contradecirla al mismotiempo. En el teto, una alu-sión a Arendt confirma nues-

EL FUTURO DE LA NATURALEZA HUMANA


15 Ibíd., págs. 25, 28, 41.16 Al fin y al cabo, la síntesis de la ley

universal y necesaria, como “principio objetivo del querer”, y de la contingencia desu realización por el “principio subjetivodel querer”, debe cumplirse para Kant enla moralidad de la máxima.

17 Ibíd., pág. 116.18 Eduardo Mendieta: ‘El debate sobre

el futuro de la especie humana: Habermascritica la eugenesia liberal’, págs. 91-114,en Isegoría, 27, 2002.

19 Ibíd., pág. 98.20 Ibíd., pág. 87.

21 Ibíd., pág. 134.22 Ibíd., pág. 135.



tra sospecha de que el idealcomunicativo perseguido porsu ética dialógica ya siempre secifró en un imaginario umbral entre naturaleza y cultura:

“Los seres humanos se sientencon libertad de actuar para empezaralgo nuevo porque ya el nacimiento,como línea divisoria entre naturalezay cultura, marca un nuevo comienzo[...] Únicamente la referencia a estadiferencia entre naturaleza y cultu-ra, entre comienzos indisponibles y prácticas modeladas históricamente,permite al agente las autoatribu-ciones performativas sin las que nopodría entenderse a sí mismo comoiniciador de sus acciones y pretensio-nes”23.

Sólo que esta diferencia seasemeja demasiado a la diffé-rance de que se ocupó haceaños Derrida, autor, por cier-to, alabado en términos ge-nerales al final del libro24. Siresultase al cabo que el propioHabermas ha sucumbido alculto de los orígenes, incesan-temente diferidos porque noson sino una proyección cul-tural, entonces la biotecnolo-gía habría venido a probarnos

que, desde buen principio, laética habermasiana carecía de fundamento.

Sin duda, el autor adop-ta una actitud nostálgica (leduele el sentido de algo que loposee sólo un instante, justoel de su desaparición), evocan-do con ella a sus predecesores,

Adorno y Benjamin, inclusoen referencia eplícita al con-siderar el posible valor actualdel lenguaje religioso, y en el

mismo pasaje donde mencio-na a Derrida. Pero los traicio-na indefectiblemente, porqueambos andaban muy lejos debuscar un fundamento parala moral. No constataron envano el fracaso de la intención,como lo hicieron otros filóso-fos del siglo xx, mientras quea nuestras alturas sus herede-ros naturales afectan haberloolvidado. Para Adorno, talfracaso lo era de la forma de

racionalidad contemporánea,cuyas principales manifesta-ciones –a saber, la primacía dela intención y el cálculo ins-trumental de los medios–, sibien en apariencia éticamente

opuestas, pertenecían las dosal modelo de razón comunica-tiva, es decir, el que todavíahoy se empeña en defender suaventajado discípulo.

En la actualidad, los in-terrogantes éticos abiertospor el uso etendido de labiotecnología han borradodefinitivamente la tradicio-nal separación entre téchne y

prâxis, que se guardó mientrasse pudo, en teoría. con el fin

de reconciliarlas en la prácti-ca. Cabe señalar que, en losinicios griegos de la filosofía,la “intención” sólo contaba, siacaso, como distorsionadora dela acción ética, al imputárselela disociación entre medios y fines, propia de la téchne masno de la prâxis. Tratándose deésta, los medios creaban fines,de manera que no estaba per-mitido huir a la eterioridad,ni siquiera si la válvula de esca-

pe era el agente del acto, comosucedía de obedecer él a su in-tención en lugar de a la natura-leza de las cosas. No obstante,a partir de Descartes el medrode la intención, vinculado a ladefensa de la libertad subje-tiva, nos alertó retrospectiva-mente sobre lo malo del anti-guo control ético de la téchne. En efecto, a base de sujetarésta a los dictados de la razóncomunitaria, la prâxis que los

encarnaba se convertía a suvez en una simple técnica deadaptación al medio natural y social. Claro que, tras siglos deadicción a la idea de progreso,al parecer tal coyuntura se re-pite, a juzgar por lo antedichode que el sistema absorbe sinproblemas todo tipo de con-secuencias. Pero ahora, para-dójicamente, ello se debe a unabuso prolongado del concep-to de intención.

No queda espacio en lo quesigue para analizar en profun-didad el tema de la intención.Me limitaré, pues, a ofrecer

algunas sugerencias acerca delas repercusiones de la bio-tecnología sobre la prácticamédica. En primer lugar voy a reiterar una pregunta queya se ha vuelto protocolaria,

y por lo mismo incontesta-da en el peor sentido de estapalabra: ¿De veras puede aúnhablarse de libre intención ode simetría referidas al tratoentre médico y paciente, habi-da cuenta de que la enferme-dad lleva consigo una pérdidade autonomía, amén de queeiste en cualquier caso unevidente desequilibrio de po-der entre la persona enfermay los profesionales de la salud

que le atienden? Curiosamen-te, el título de profesional de lasalud, por el que se optó paradenominar a todos los partici-pantes en la labor sanitaria conel propósito moral de evitarla discriminación lingüística,alude a un estado de cosas quequeda oculto tras la semántica,en perjuicio de la moralidadya no respecto a lo que se dice,sino a lo que se hace –cuandolos actos performativos no bas-

tan porque se está manipulan-do a los cuerpos.Profesionales se llaman con

toda justicia por responder lasinstituciones sanitarias a la yaclásica descripción weberia-na de la empresa burocrática.También allí los procesos sedesarrollan a un ritmo inase-quible para el individuo, tan-to en la persona del agentecomo en la del paciente25; y dado que la acción escapa a la

medida individual, no puedeser objeto de responsabilidadsegún se la comprendió en elpasado. De ahí que los profe-sionales de la salud, como losburócratas, como burócratas,

estén condenados a sólo apa-rentar una ética de la convic-ción, ya que su deber consisteen adaptarse lo mejor posible asu respectivo lugar en el engra-naje. Dicho de otro modo, sinecepciones, debe cumplir ca-da uno con su ética profesional,que es ante todo una actitud;la de aquel que obra aplicandolas normas establecidas comosi estuviera convencido de lasmismas en conciencia, y aun-

que no lo esté, no por oponer-se a ellas, sino porque no se lealcanza íntegramente el ám-bito de su aplicación. Desdeluego, en tales circunstancias,no posee mayor validez el cál-culo de consecuencias. Antesbien, la urgencia de la prácti-ca hospitalaria, que conllevala administración automáticade ciertos tratamientos pre-ventivos, tiende a tomarse elcriterio consecuencial como

una especie de principio, in-virtiendo así, para infortuniode los pacientes, la reconocidasensatez de la ética consecuen-cialista.

Como se sabe, la refleiónfilosófica sobre el particular enética aplicada se une al esfuer-zo contemporáneo de optimi-zar las dos versiones históricasdel normativismo: el deonto-lógico y el teleológico. En di-cho intento, la fórmula menos

controvertida suele entregar alos principios la decisión últi-ma, al menos en caso de con-flicto entre consecuencias. Noobstante, la situación actual

justifica en buena medida laalarma de Habermas, ya que,si descubrimos una tempra-na conversión de la prâxis entéchne apenas se las hubo dis-tinguido en beneficio de laética, actualmente la téchne parece imitar a la prâxis (de-

finida, según aquel modeloantiguo, como el uso de unosmedios que generan su propiafinalidad). ¿O no es lo que

MERCÈ R IUS


23 Ibíd., pág. 82.24 Ibíd., pág. 143.

25 “El aparato psicofísico del hom-bre es aquí completamente adaptado alas exigencias que le plantea el mundoexterno, el instrumento, la máquina, ensuma, la función. De este modo se des-poja al hombre del ritmo que le imponesu propia estructura orgánica, y medianteuna sistemática descomposición segúnlas funciones de los diversos músculos, y por medio de la creación de una econo-mía de fuerzas llevada hasta el máximorendimiento, se establece un nuevo ritmoque corresponde a las condiciones del tra-bajo”. Max Weber: Economía y Sociedad,p. 889, Fondo de Cultura Económica,Madrid, 2002. Añádase, para el caso, “ladescomposición según las funciones” delobjeto, que es ahora el cuerpo enfermo deotro individuo humano.



está pasando con las nuevastecnologías? Volvamos aún aHabermas:

“El deseo de un hijo hace que lospadres provoquen una situación en

la que disponen libremente, en virtudde un pronóstico, de la continuaciónde la vida humana prepersonal. Estainstrumentalización es parte inevitabledel conteto de acción en el cual seinserta el diagnóstico de preimplan-tación”26.

En suma, disponemos demúltiples medios que esbozantoda una gama de fines posi-bles, o sea, pensables, a raíz,pero no antes, de la acción; y además, sin que la decisión se

imponga por sí misma graciasal conocimiento obtenido –talcomo se creía en la antiguaGrecia. Se deduce, pues, deello que la técnica no se bene-ficia moralmente de su asimi-lación formal a la prais. Sólosi hubiera para cada interven-ción un único conjunto demedios posibles y, por tanto,necesarios, podría hablarse demoral. Tal fue la razón de que,ante la pluralidad de medios,

Kant desautorizase a las éticasteleológicas. Menos radical ensus conclusiones, Weber ad-mite, sin embargo, el plantea-miento; véase cuál sería, a su

juicio, la máima racionalidad relativa a los fines:

“En este caso es admisible la afir-mación de que cuando se ha actuadode un modo rigurosamente racional,así y no de otra manera ha debido ac-tuarse (porque por razones ‘técnicas’,los partícipes, en servicio de sus fines–claramente dados–, sólo podían dis-poner de estos medios y no de otroalguno)”27.

En cambio, nuestra época secaracteriza por la abrumadoraproliferación de medios, de laque se siguen innumerablesconflictos consecuenciales.Según Weber, tales conflic-tos suelen dirimirse buscandoapoyo en la racionalidad relati-va a los valores. Pero, entonces,

el enfoque inicial orientadoampliamente a la racionalidadde los fines se contrae a la delos medios:

“La decisión entre los distintosfines y consecuencias concurrentes y en conflicto puede ser racional conarreglo a valores; en cuyo caso la ac-ción es racional con arreglo a finessólo en los medios”28.

Luego nos vemos de nuevoabocados a lidiar con la técnica:

“La presencia de una ‘cuestión téc-nica’ significa siempre lo mismo: laeistencia de dudas sobre los medios más racionales”29.

Claro está que la inconmo-

vible fe de Weber en la racio-nalidad científica no se compa-dece con nuestros quebraderosde cabeza ante la técnica (mé-dica) transformada en prais y la prais (ética) transformadaen técnica. Aún así, su obraes un magnífico eponente dela crisis de la modernidad. Lehe traído, pues, a colación portratarse de un pensador que si-gue esperando en la razón aunsabiéndola definitivamente

quebrada. Coincidiría en ellocon Adorno, hasta el punto deque ambos identifican el últi-mo reducto donde guarecer ala racionalidad declinante enla lógica de las consecuencias.

Ahora bien, ninguno de losdos le concede un específicosentido moral. Adorno la re-fiere sobre todo al quehacerestético, y para Weber repre-senta un principio metodoló-gico. Respecto al tema que nos

ocupa, creo que la lógica de lasconsecuencias podría servirnosa modo de correctivo, es decir,desempeñando una funciónmeramente limitadora, ajena,por lo demás, a la pretensiónde fundamentar éticamentenada de nada. En pro de labrevedad, lo ilustraré con unejemplo.

Constituye un lugar comúnque la reproducción asistida,por su naturaleza, atenta de

lleno contra la familia bur-guesa tradicional, dado queaumenta el número de proge-nitores. Sin embargo, por aho-ra, ni conocemos ni nos hacefalta conocer cuáles serán las

consecuencias reales, efectivas,que producirá su difusión su-puesto que llegue a darse, yaque sólo se verificarán a poste-riori. Quizá Adorno terciaríaque, aparte de no poder, nodebemos concebir imagen al-guna del hombre o de la mujerfuturos; pero sí cree que de-beríamos ejercitar la fantasía

para calcular las probabilidades de una lógica que –en su res-pectiva versión weberiana–30

afecta a las instituciones (en elejemplo, la familia), es decir,al orden social legítimamenteestablecido:

“Un Estado moderno –comocomplejo de una específica actuaciónhumana en común– subsiste en partemuy considerable de esta forma: por-que determinados hombres orientansu acción por la representación de que aquél debe existir o eistir de tal o cualforma; es decir, de que poseen validez ordenaciones con ese carácter de estar jurídicamente orientadas”31.

Dicho sea de paso, la afi-nidad de las palabras citadascon el trasfondo ideológicohabermasiano, sin duda bajoel común signo de Kant, disi-pan un tanto nuestro asombroal encontrar, en El futuro de lanaturaleza humana, apelacio-nes al ser sagrado de ésta enpie de igualdad con raras alu-siones al constitucionalismo;también se vuelve más epli-

cable el gesto de restringir sudisgusto a la eugenesia queHabermas tacha de ‘‘liberal’’.

En fin, lo que a mí me su-giere la defensa weberiana (oadorniana) de la lógica de lasconsecuencias es que nuncadeberíamos normalizar com-portamientos de los que nopodamos asumir tales lógicas

consecuencias. Ya no las acae-cidas en el lejano futuro, queno viviremos ni somos hoy por hoy capaces de juzgar y/osancionar, sino las pensablesen simultaneidad con su res-

pectiva causa. De ahí que lasllamemos ‘‘lógicas’’; porque latemporalidad computa escasa-mente mientras se permanezca–según lo hemos etraído deHabermas y Weber– en el pu-ro ámbito de lo representable,como lo es el de las decisionesque sientan precedente norma-tivo. Por desgracia, en nuestrasociedad, la actitud observablepara con las nuevas tecnolo-gías más bien consiste en un

vergonzoso afán de torcer di-chas consecuencias medianteel legalismo jurídico. ■

Mercè Rius es profesora de FilosofíaMoral en la Universidad Autónomade Barcelona.

EL FUTURO DE LA NATURALEZA HUMANA


26 J. Habermas: El futuro de la natura-leza humana, pág. 126.

27 M. Weber: Economía y Sociedad ,pág. 16.

28 Ibíd., pág. 21.29 Ibíd., pág. 48.

30 “Esto afecta sensiblemente a la ca-pacidad sintética constructiva en la con-cepción plástica de las instituciones jurí-dicas, que surgen como productos de unafantasía jurídica no disuelta por la lógica”.Ibíd., pág. 598.

31Ibíd., pág. 13.



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C A S A D E C I T A S

ARQUITECTURA Y HABITABILIDAD EN

RAFAEL SÁNCHEZ FERLOSIOFELIPE COLAVIDAS

Arquitectura

■ (Caserón de pueblo.) Aunque no eraposible adivinar ni descifrar el porquéde tan insólita organización de puertasy ventanas, se imponía, sin embargo, lacerteza de que tenía que haber alguna,pues la fisonomía de la fachada no ha-blaba ni de azar, ni de rutina, ni de ar-bitrio, ni de estética, sino que componíael semblante inconfundiblemente inten-cionado de la razón práctica. [Vendránmás años malos y nos harán más ciegos ,

Destino, Barcelona 1993, pág. 18]■ La despedida pone un marco –um-bral, jambas, dintel–, no por imaginario

menos efectivo, al límite que traspasa lapartida. Es justamente ese marco imagi-nario el que se hace sensible y materialcuando el buen arquitecto, el que sabesentir de verdad lo que es la casa, acier-ta a dar al portal ese ademán materno,protector, esa cálida función de espacioconsagrado, que conviene al lugar dela partida y el retorno. La proteccióndel marco no se extiende tan sólo so-bre la esperanza de volverse a ver, sinotambién sobre el temor de no volverse aver, pues temor y esperanza no son más

que el anverso y el reverso de una mis-ma moneda. Si las personas estuviesensiempre totalmente seguras de volver-se a ver no necesitarían despedirse; se

despiden, sin duda, para volverse a ver,pero precisamente en la medida en queal mismo tiempo se despiden por si no llegan a volverse a ver. Hasta qué puntoel rito protege también el no volverse aver se manifiesta en la manera en que,cuando efectivamente ocurre la desgra-cia, la despedida es justamente lo que alinstante surge como primer asidero que,palpando a tientas, por así decirlo, enla negrura del desgarramiento, halla lamano del recuerdo, y al que se aferra conel alma entera como al primer sostén,

como al punto de referencia cardinal,para la comprensión y aceptación de latragedia. [La homilía del ratón, El País,Madrid, 1986, pág. 206]

Malos tiempos –lo sé– para que las jóvenes cabecitas posmodernas ten-gan en lo concerniente al asunto del saber sustantivo, al menos, lacuriosidad y la paciencia, y cuenten además con el preciso bagaje de

razón suficiente acumulada como para poder parar mientes en degustar la tanparticular escritura ferlosiana: “una prosa de sabiduría babilónica”, en el acer-tado decir de Félix de Azúa. Prosa, como ya se ha encargado algún erudito deapuntar, tan suculenta en la plural diversidad de sus muchos estratos hipotácti-cos como armoniosa y sabiamente coordinada en sus frases y oraciones; lo quecreo queda suficientemente probado en las citas que aquí ahora recopilo sobre

los asuntos singulares de la habitabilidad y la arquitectura. Y sobra decir queestas mismas líneas introductorias, rebosantes de admiración, no son más que,¡ay!, una mala parodia, un barato remedo formal de esa su riquísima forma deexpresión, tan humanamente cargada de razones.

Así es, a base de una impecable coordinación de los más incisivos razona-mientos subordinados en estricta jerarquía, es notorio que, de aquello que sepropone abordar, Ferlosio nos ofrece siempre más intensidad de la que nadiehasta ese momento nos ha dado; o, al menos, eso pienso yo con algunos –bastan-tes– otros. Algo con lo que de ningún modo quisiera tampoco dar la impresiónde estar sentando cátedra, ni emitiendo lo que a primera vista podría parecer un juicio incontrovertible, pues para ello me vería obligado a impostar la posesiónde unos conocimientos cualificados en las dos materias –arquitectura y habitabi-lidad– a las que pertenecen las reflexiones desarrolladas por el autor en esa cade-na de citas; y, desde luego, es dolorosamente evidente para mí que carezco de talmagisterio; pues aunque de estos asuntos algo sé yo por oficio, ese saber, la ver-dad, tampoco es mucho. Además, al obstáculo usual que presenta el dominio decualquier saber genérico viene a suplementarse en este caso la dificultad intrínseca

que le añade la naturaleza múltiple de ambas materias para poder llegar a estarsuficientemente seguro de hablar competentemente de lo que a ellas concierne;pues no se trata ya aquí de entender de algo simple y acotado sino de disciplinas,como se sabe, muy plurales que se extienden por “las artes y las ciencias” y en lasque inciden diversidad de aspectos y pormenores que comúnmente nos rebasan. Y creo que fue –el precisamente nada apreciado en lo intelectual, e incluso meparece recordar que alguna vez hasta desdeñado por el propio Ferlosio– K.R.Popper quien llegó a decir, a la vez con perspicacia temprana y con verdadverificada, que algunos hombres saben algo, o aun bastante, de algunas cosasmuy concretas, pero que todos sin excepción habitamos universos inconmen-surables de vastísima ignorancia.

Y volviendo a las frescas cabezas adolescentes de ahora, es obvio que sonmuy superiores en infinidad de cosas a las tan arcaicas nuestras; aunque, en

general, de ninguna manera son mejores en lo que específicamente respectaa contar con la instrucción imprescindible (que, mal que bien, nosotros ad-quirimos vía el obstinado hábito de la “lectura compulsiva” que a las nuevasgeneraciones les ha sido explícita y arrogantemente negada por el omnipresenteuniverso de la vacua visualidad virtual en que ahora vivimos con tanto orgullomilitante como tan penosa inconsciencia) para poder dar las necesarias vuel-tas intelectuales de tuerca que requiere acercarse tan siquiera a vislumbrar lagenuina complejidad cognitiva de las cosas, ni a tener tampoco –ya lo dije alcomienzo– la no menos imperiosa presencia de ánimo que propicia la entrada

voluntaria en el hondón del trabajoso pensamiento con que abordar su siempredifícil, pero luminoso, discernimiento.Ojalá me equivoque, pero ateniéndome a lo que da de sí mi experiencia

docente en dichas materias en la Escuela Técnica Superior de Arquitectura dela Universidad Politécnica de Madrid, estoy tentado de asegurar que, no másallá de la mitad de la tercera línea de la primera cita que más abajo transcribo,la inmensa mayoría –y hablo de más del noventa por ciento– de los estudiantesde hogaño que se hayan dignado iniciar la lectura de estas citas, asqueadosde su propio despiste e ignorancia, habrán irremediablemente abandonado yaesos sus misérrimos esfuerzos de saber; y, lo que es más grave y preocupante, laparte de león del grupo que constituye el restante diez por ciento de escogidosque, sin saber muy bien por qué improbables razones, se hubieran decididosorprendentemente a continuar la leída, habrán encontrado, a pesar de su rangouniversitario, grandísimas dificultades para poder tan siquiera llegar a entenderlo que se les dice. Y en cuanto al profesorado…, con los profesores ya he tenidobastantes problemas, así que sobre ellos no voy a comentar nada.

Dicho lo dicho, cabe preguntarse ¿por qué persisto pues en publicar todas

estas citas, consciente como soy de la improbabilidad de que, en efecto, seacabe por llevar adelante de forma significativa su lectura? Está claro: lo hagoporque, y ya he avisado de mi modesto nivel, nunca he leído nada sobre lahabitabilidad de la Tierra y la arquitectura –en lo que constituyen, cada unapor su parte, “una de las más nobles ocupaciones de la civilización, arquetipoy cardinal punto de encuentro entre las artes y las ciencias”– que resulte tanincisivo y agudamente clarificador de su complejo despliegue, a la vez, técnico,estético y político, como el ofrecido seguidamente en estos párrafos; expurga-dos, creo que con algún acierto, del conjunto de una de las obras literarias másconmovedoras y emocionantes que conozco.

ParaPaco Alonso que, con insobornable voluntad de ánimo y contumaz diligencia, levanta heroicamente una

–como no podía ser de otra manera– escasísima arquitectura –ella sí– excelsa en materialidad y espíritu.




ARQUITECTURA Y HABITABILIDAD EN RAFAEL SÁNCHEZ FERLOSIO

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■ Ha llegado el momento preanunciadopara examinar qué notas o más bien quéconnotaciones hacían más valiosos losmateriales de “columna vertebral” frentea los de su expresión denotativamentesinónima “espina dorsal”. Por lo pron-

to “columna”, que es ya metáfora en lapropia anatomía, trae consigo todo elprestigio de una de las más nobles ocu-paciones de la civilización, arquetípicoy cardinal punto de encuentro de las ar-tes y las ciencias, o sea la arquitectura, y aporta al caso toda la aureola de sus repre-sentaciones y figuras, y tanto más siendoentre todas ellas justamente la columnala pieza sustentatoria y estructural porexcelencia. [Campo de Marte, 1 El ejér-cito nacional, Alianza, Madrid, 19986,pág. 23]

■No le bastó a Miguel Ángel Buonarroticon dejar bien apisonadas las cabezas y encogidas las entrañas de la entera cris-tiandad con la gorilácea mole de ese im-ponente y conminatorio aspaviento depoder que es la basílica de San Pietro inVaticano, formidable número de haltero-filia, indiscutible primer premio en todoconcurso mundial de culturismo o tita-nomanía; pues la ocurrencia de aumentardesde los ciento ochenta a los doscientoscuarenta grados la sección de las parejas

de columnas adosadas, que, alternandocon los ya retrancados ventanales, circun-dan todo el tambor del cupulón, y conel único fin de acentuar, con cualquierángulo de luz, el claroscuro, no puede su-gerir nada más próximo que la preocupa-ción del culturista por sacarse brillo em-badurnándose de grasa, para la fotografíade la pose, dando a la vez a la iluminaciónel sesgo óptimo para el mayor resalte dela protuberancia de sus músculos. No lebastó a Miguel Ángel con dejarnos eseaún nunca batido ni igualado record de

la que podría llamarse arquitectura mus-cular, sino que aún tuvo que extremarsu abuso sobre la buena voluntad de loscreyentes y su abnegada predisposiciónpara el acatamiento, presentándoles, contoda la autoridad de una brocha magistralpero también toda la astucia de un almapedagógica, el resonante cartelón publi-citario o póster propagandístico, con lamás incondicional apología del creador y su creación, con que decoró los techos dela Capilla Sixtina. [ Mientras no cambienlos dioses nada ha cambiado, Alianza, Ma-

drid, 1986, pág. 129]■ [...] ¿puede alguien imaginar que laIglesia romana podría haber seguido

siendo lo que hoy es si le hubiese falta-do ese imponente ademán de autoridad,titánico ejercicio de halterofilia arqui-tectónica, que es la monstruosa mole deSan Pedro que inventó para ella Miguel

Ángel? [El alma y la vergüenza, Destino,

Barcelona, 2000, pág. 125]

■Tal vez no ha sido suficientemente va-lorada la importancia, a mi juicio decisi-va, de la arquitectura para la religión. LaIglesia es en gran parte el templo. ¿Quéhabría sido, por ejemplo, de la Iglesiaromana sin ese monstruoso ejercicio dehalterofilia arquitectónica que es la ba-sílica de San Pedro en Vaticano? Miguel

Ángel hizo por el catolicismo, en cuantoa mera perduración, infinitamente másque lo que sus cien más grandes santos

juntos habrían soñado nunca conseguir.En un sentido estéticamente mejor,creo que la singular belleza del santuariodel Rocío es, con mucho, el paquete deacciones más importante de esa empre-sa devoto-folclórica. [El alma y la ver- güenza, Destino, Barcelona, 2000, pág.346]

■ El espíritu apologético se reconocetambién en el viraje de la arquitectu-ra religiosa, especialmente a partir deBuonarroti, en la organización fallera y

ultrateatral de las fachadas del barroco jesuita, fachadas oratorias, suasorias, vo-ciferantes, gesticulantes, increpantes. Elbuen paño en el arca se vende; el temploya no está seguro del tesoro que guarda–como una iglesia románica, o como lamezquita de Córdoba, con el sublimesilencio pensativo de sus puertas– y sesale a la puerta de la calle a pregonar susmercancías. Son ademanes enfáticos,dramáticos, prepotentes, de orador sa-grado, que señalan la pérdida de la fey su encallamiento en propaganda: los

cuernos de un frontón partido son losbrazos de un predicador que grita: “¡Pa-sen y pasen, señores, a la gran barraca, albaratillo de la redención!”. Lo que, porlo demás, tampoco excluye, ni muchísi-mo menos, la amenaza. […]

Pero tampoco es ese último rictusconminatorio […] lo que constituye las“veras” del barroco […] El “ascua de ve-ras” del barroco hay que buscarla en elextremo opuesto a estos conflictos, enlos claros del bosque en que el artistaingenioso se deja ser, por un día, seme-

jante a un niño sabio, y en modo algunoingenuo, infantil solamente en la insen-sata obstinación con que se empeña encontinuar jugando, contra viento y ma-

rea, con la regla y el compás; entonceses cuando el barroco, por virtud de lospropios resabios de su técnica, acierta aburlar la impostura del Sentido y levan-tar la pregunta “¿ Y todo esto por qué?”,colocando en el aire delicadas maravillas

como la linterna de Sant´Ivo alla Sapien-za, de Francesco Borromini. [Ensayos y artículos, Volumen II, Destino, Barcelo-na, 1992, pág. 122]

■ Conviene recordar que las incom-prendidas torres de ladrillo de Aragón seerigieron a raíz de un levantamiento dela albañilería contra la arquitectura, y elgusto de mirarlas se acrecienta –aunque,a decir verdad, tal vez a costa de hacer-se algo bastardo– imaginando la rabiay el horror que le producirían al pétreo

y aplastante Buonarroti. [Vendrán más años malos y nos harán más ciegos , Desti-no, Barcelona 1993, pág. 17]

■ [... ] pertenece ya al gusto espectaculary artificiero que es propio del barroco.

[... ] como bien calculado primor dealbañilería de ladrillo. El mudéjar secomplace, ciertamente, en jugar con lasrazones matemáticas, pero de una ma-nera extraordinariamente más compleja.[El alma y la vergüenza, Destino, Barce-lona 2000, pág 181]

■ (Teatro Marcello, en la ciudad de Roma.)El peregrino conglomerado constructi-vo en que al cabo de casi dos milenioshabía llegado a convertirse lo que, envivo contraste con los enormes cambiospadecidos en su función y en su fisono-mía1 seguía conservando, sin embargo,su nombre primitivo –sin más que ha-berlo dejado traducir del latín al roman-cesco– me producía ya desde niño la másprofunda sugestión: sobresaliendo ape-nas, a flor de superficie, en la enlucida

y repintada fachada de un palacio (talvez barroco, por lo poco que puede yaapreciarse en los borrosos clichés de mimemoria) o asomando en las disconti-nuidades que más abajo ofrecía la dis-locada irregularidad de un hemiciclo decasas adosadas, más o menos antiguas omodernas, aparecían aquí y allá, gasta-dos, desconchados, renegridos, pero aúnen su asiento y disposición originarios,los romanos sillares del teatro. Si losmaestros constructores de todas aquellasobras sucesivas apenas parecían haber

querido cuidarse de avenirlas las unas


1 O mejor, ¿morfología?



FELIPE COLAVIDAS

81

con las otras, tanto menos parece quedebieron de pararse a tratar de concebirtan siquiera el pensamiento de intentarconcordarlas, ni en la estructura ni enlos materiales, con la ya exangüe fábricade la vetusta ruina.

Es cierto que el palacio (cuya facha-da, ocupando las plantas superiores delteatro, seguía el propio tambor de la ar-quería, a haces con la cara exterior delos sillares, en tanto que las casas, pordebajo de él, se adelantaban en mayor omenor profundidad, desde aquel mismofrente hacia la calle) sugería a la miradapor lo menos un cierto moderado em-peño en concertar su planta con la dela osamenta que lo sustentaba. Pero hay que interpretar debidamente el valor deesta impresión, advirtiendo cómo esa

por lo demás tan somera concordanciacon la estructura propia de la ruina ha-bía respondido únicamente a una inten-ción pragmática (y ajena y exterior, porconsiguiente, al fuero propio de la ar-quitectura): la de ajustarse a una simpleprevisión presupuestaria, explotando elpotencial arquitectónico ya dado en laarmazón romana preexistente hasta elalto nivel de rendimiento capaz de sa-tisfacer la reducción de gastos en que elproyecto mismo había fundado sin dudala elección de semejante asentamiento.

Las cuentas, no los planos –el cálculoeconómico, y no ninguna estimacióngenuinamente arquitectónica de las di-versas opciones edilicias–, habían sido elorigen y el criterio de aquel parcial aun-que ostensible ajuste técnico, de aquellatransacción o compromiso entre la oscu-ra fábrica imperial y los dorados murospontificios.

Mas tampoco hacía falta, en modoalguno, ver reducida –con arreglo a laprecedente observación– a unos factorestan contingentes y tan circunstanciales

incluso aquella limitada concordan-cia que el palacio, en contraste con lascasas y tal vez con sus más ambiciosasdimensiones, se había visto obligado arespetar, para que ya saltase a la vistapor sí sola, y en mucho mayor grado,la extremada e inquietante divergenciaque existía entre las piedras del teatroy el rostro de las parasitarias construc-ciones posteriores. Éstas se limitaban,en efecto, en mayor o menor grado, aadosar y adherir de cualquier modo suscuerpos a la ruina, no con arreglo a na-

da que la disposición de los sillares leshubiese podido sugerir, sino según lasconveniencias de planes constructivosdel todo independientes y heteróno-

mos, extraños a cualquier otra preten-sión respecto del teatro que la de apro-vecharse de su fortaleza y equivalentes,por tanto, en este punto, a los de quiencimienta su casa sobre peña o la respal-da en un cantil de roca verdadera. Y co-

mo roca viva, ciertamente, aparecían lasreliquias de ennegrecida sillería contrael cobrizo almagre de casas y palacio;naturaleza pretendía fingirse ante losojos que las contemplaban, no de mo-do distinto a lo que ocurre con quien,escandallando la profundidad del alma,tras haber traspasado y apartado cuantopueda antojársele sobreedificación de lacultura, cree estar tocando finalmentela roca viva de la naturaleza –pues tam-poco esa más profunda y acendrada re-sistencia que la sonda no logra perforar

suele ser otra cosa más que ruina fósilde otra cultura más, exteriormente ex-tinta, pero erguida en la sombra toda-vía. [Vendrán más años malos y nos haránmás ciegos, Destino, Barcelona, 1993,pág. 73]

■ […] ya en algo tan conveniente y tan sensato como el proyecto de ha-cerse una casa, puede entrar un ma-yor o menor suplemento de gastos y fatigas destinados exclusivamente a sa-tisfacer impulsos antagónicos de emula-

ción con el vecino; ese lujo ostentatorioque Thornstein Veblen supo ver comosustitutivo de la dominación, y, sin elcual, no obstante, el arquitecto no ha-bría dispuesto jamás de presupuestosque le permitiesen llevar su arte a ma-yores esplendores. [Ensayos y artículos,Volumen II, Destino, Barcelona, 1992,pág. 420]

■ [...] la obsolescencia material , o sea,la fabricación deliberada de productosmaterialmente efímeros (llegaba a contar

de empresas edilicias que levantaban ca-sas tan deleznables que a los veinticincoaños había que derribarlas), y la obsoles-cencia simbólica, o sea, la producida porla publicidad. [El alma y la vergüenza, Destino, Barcelona, 2000, pág. 460]

Habitabilidad

■ La tierra como hábitat2 es el suelode la vida; la tierra como territorio esel solar de la dominación. [Ensayos y artículos,Volumen II, Destino, Barcelo-

na, 1992, pág. 295]

■Gibraltar es un territorio antes que unacomunidad humana, pues no fue ésta laque lo definió habitándolo. Los pobla-dores definen el lugar que pueblan, losocupantes son definidos por el lugar queocupan. Como instrumento de guerra–que eso es lo que ha sido y sigue sien-do–, Gibraltar no es un lugar de pobla-dores, sino de ocupantes. Difíciles estánlas cosas para la desterritorialización deGibraltar, o sea, para que deje de ser un

territorio y pasa a ser un hábitat. (Esen-cialmente, un auténtico hábitat compor-ta una incidencia y hasta una identifi-cación entre los intereses personales y los del lugar, mientras que un territoriocomporta una desvinculación y hastauna divergencia de intereses entre laspersonas y el espacio en que se hallanasentadas). [La homilía del ratón, El País,Madrid, 1986, pág. 80]

■ […] la transformación de su hábitaten territorio y de los habitantes en po-

blación3

. [Ensayos y artículos, VolumenII, Destino, Barcelona, 1992, pág.499]

■ […] llegado el turno de la palabra alrodio Cleóbulo de Lindos, contestó losiguiente: “La mejor ciudad es aquella enque los ciudadanos temen más al repro-che que a la ley”. [El alma y la vergüenza, Destino, Barcelona,, pág. 44]

■ Lo que distingue la antigua ciudad deLindos, en la isla de Rodas (donde aúnhoy perdura con el mismo nombre, aun-

que me temo que no ya con la mismacondición), lo que distingue esta peque-ña pero ilustre ciudad natal de Cleóbulode cualquier megalópolis, ya sea antiguao moderna, no se reduce evidentemente ala mera dimensión, y más que en cuantoa magnitudes topográficas, en cuanto alnúmero de los habitantes, que es lo queatañe directamente a nuestro asunto. Elsalto del número de los habitantes des-de el orden de los miles al orden de los


2 Hábitat humano, se entiende.3 Más que “en población”, y a tenor de las propias

palabras del autor en la cita precedente, habría quedecir “en ocupantes” o “en mera población de ocu-pantes”.

■ El ABC del 3 de octubre de 1996 re-cogía una denuncia de UGT contra uncentro de la Comunidad Valenciana queestaba retirando de la ventanilla de ser-vicio al público a los gordos y los feosy relegándolos a despachos interiores,

porque se veían como un desdoro paraun edifico, por lo visto muy bonito, re-cién inaugurado. [El alma y la vergüenza, Destino, Barcelona, pág. 388]



ARQUITECTURA Y HABITABILIDAD EN RAFAEL SÁNCHEZ FERLOSIO

cientos de miles o al millón, por no decirmillones, conlleva un innegable cambiocualitativo para el medio en cuanto ám-bito público del movimiento ciudadano.

Y en este punto conviene abstenerse, delmodo más ascético, de cualquier clase de

sofisticaciones relativizadoras o interpre-tativas, para detenerse en la más miope,estólida y palurda inmediatez de la ex-periencia más primaria. El objeto másdirecto ante los ojos de un observadorpositivista debe ser lo que pasa en la ca-lle, y la primera diferencia que resaltaráa su mirada entre el tráfico callejero deun pueblo y de una gran ciudad será lade que mientras el pueblerino se mueveexclusiva o predominantemente entreconocidos, el metropolitano se mueve,por el contrario, de modo prácticamen-

te exclusivo, entre desconocidos –hastael extremo de que el encuentro fortuitocon un conocido se considera una ex-cepción casual. [El alma y la vergüenza,Destino, Barcelona, pág,49]

■ […] los antiguos tenían por libertadque el Estado estuviera sujeto a la vo-luntad de los ciudadanos más bien en losnegocios que atañían al interés comúnde la ciudad; los de hoy se inclinan a en-tender por libertad que el Estado ejerzael menor grado posible de control sobre

la voluntad de los particulares en el ejer-cicio de su interés privado. [Ensayos y ar-tículos, Volumen I, Destino, Barcelona,1992, pág. 561]

■ Por mucho que mis simpatías se vuel-van ardientemente hacia el sentido pú-blico de la ciudadanía y de la libertadantigua, hacia aquel individuo a quienimporta más la belleza, el decoro y hastael lujo de la plaza pública que la decen-cia del salón de su casa, en tanto queme hace sufrir y sentirme solo el mise-

rable privatismo del ciudadano moder-no, llevado al extremo de sordidez por lallamada sociedad de consumo, no dejade parecerme […] [Ensayos y artículos,Volumen I, Destino, Barcelona, 1992,

y las democracias municipales del pri-mer Renacimiento. Universalizadas hoy día las fórmulas democráticas, y con ellasla condición de hombre libre de todociudadano, resulta, en cambio, ser pre-cisamente la fundamentación persona-

lista del derecho la que, aunque en muy distinto aspecto y en muy modificadascircunstancias, defiende las libertadesde los hombres frente a los atropellos dela fundamentación territorial. [La ho-milía del ratón, El País, Madrid, 1986,pág 76]

■ “Los buenos son los nuestros” es tanmalignamente regresiva porque arrasacon su enyosamiento lo único habitableque ha dejado la territorialización uni-versal: un concepto de la bondad des-

vinculado de toda relatividad de perte-nencia. [Ensayos y artículos, Volumen II,Destino, Barcelona, 1992, pág. 501]

■ […] a fin de que el paisaje no lo hi-ciese más la propia palabra que la cosa.Todo el que escriba o simplemente diga“en un pequeño chalet del extrarradio”,no deberá ignorar que el extrarradio di-fícilmente llegaría a saberse paraje tantremendo si le faltase tan tremendonombre. Lugares hay, en fin, donde unodiría que se pasea más por los nombres

mismos, que tan enfáticamente los con-sagran, que por calles o plazas o arraba-les: en Sevilla, la Alameda de Hércules;en Córdoba, el Campo de la Verdad, y en Madrid, la Costanilla de los Desam-parados. [Vendrán más años malos y nos harán más ciegos, Destino, Barcelona1993, pág. 19]

■ ¿Es verdaderamente [la Gran Murallachina] una obra humana? Al menos loscartógrafos no parecen sentirla comotal, ya que no dejan de representarla ni

aun en los mapas privativamente físi-cos, y con un signo convencional carac-terístico que solamente sirve para ella(una línea dentada que remeda el perfilque en el alzado dibuja la sucesión de

trelazado con el dominio de la natu-raleza, la irreverencia hacia el paisaje–que es la representación mediada de lanaturaleza– mal podría comportar y pro-meter respeto alguno hacia los hombres.[La homilía del ratón, El País, Madrid,

1986, pág 83]

■ […] de todos modos, sólo el mundo,el mundo de los hombres, no el bosqueo la montaña, seguía siendo el único lu-gar en donde el sabio tenía un cometidoque ejercer. [Campo de Marte, 1 El ejér-cito nacional, Alianza, Madrid, 19986,pág. 156]

GLOBALIZACIÓN - BECK

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