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    O Q U E U M RE L G I O DE S O L?

    Relgio de Sol um instrumento que determina as divises

    do dia atravs do movimento da sombra de um objecto, o

    gnmon, sobre o qual incidem os raios solares e que se

    projecta sobre uma base graduada, omostradorou quadrante.

    De simples obeliscos at instrumentos

    tecnicamente sofisticados, os relgios de Sol

    acompanharam o homem ao longo dos tempos

    e evoluiram com o progresso do conhecimento.

    Tanto os exemplares de pequeno formato, com funes de

    relgio de bolso, como os inseridos na estrutura dos edifcios

    ou presentes em praas e jardins so, na sua maioria, obras

    de arte carregadas de histria, cuja concepo resulta

    essencialmente da conjugao de dois ramos fundamentais

    do saber: a astronomia e a matemtica.

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    Ao observar o Sol ao longo do dia, cedo o homem ter

    notado que este parece mover-se e ter aprendido a julgar,pela sua luminosidade e posio, a aproximao da noite.

    Ter tambm notado que

    > os dias no eram iguais e que o frio vinha associado a dias

    mais curtos e ao Sol mais baixo, enquanto o calor chegava

    com dias mais longos e o Sol mais alto acima do horizonte.

    > a posio e comprimento das sombras dos objectos variavam

    durante o dia, acompanhando o movimento aparente do Sol.

    AS O R I G E N S

    E

    SN

    W

    Solstcio de Vero

    Equincios de Maro e Setembro

    Solstcio de Inverno

    Estesfactosestiveram

    certamentepresentesna

    invenodoRelgiodeSol.

    Os relgios de sol com gnmon e escalas tinham, de incio, funes decalendarizao. A observao nestes instrumentos do trajecto executado

    pela extremidade da sombra fornecia informaes relativas aos meses ou

    aos dias equinociais. A diviso do dia s mais tarde apareceu neste tipo

    de instrumentos, mas as indicaes horrias dependiam das estaes, o

    que limitava significativamente a sua utilidade.

    Relgio romano de tipo

    cnico e gnmon

    horizontal encontrado

    em Freiria

    Modelo anlogo ao que o fara Thutmosis III (1501 a 1448 a.C) terlevado nas suas viagens. o mais antigo relgio de Sol conhecido.

    Com cerca de 30 centmetros de comprimento, era constitudo por

    duas pedras A e B, sendo B em forma de L deitado. As marcaes

    horrias gravadas em B correspondiam a diferentes alturas do sol. O

    modelo era orientado de forma que B ficasse em oposio ao sol.

    Os primeiros relgios de Sol tero entrado no territrio que hoje Portugal

    atravs da conquista romana, mas grande a raridade e escassez de

    referncias a esse tipo de artefactos.

    A

    B

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    O S FU N D AM E N T O SApesar de uma estaca espetada no cho bastar para

    observar a variao de comprimento da sombra e daruma ideia do andar do tempo, quando os primeiros

    registos sistemticos comearam a ser feitos,

    ter-se- imediatamente verificado que a sombra seguia

    trajectos diferentes ao longo do ano.

    Mas se a estaca fr colocada paralelamente aoeixo da Terra, o comprimento da sua sombra mesma hora varia ao longo do ano, mas a direco a mesma para cada hora solar.

    Como tirar partido desta invarincia para

    a construo de relgiosde Sol?

    PLO N ORTECELESTE

    EQUADORCELESTE

    HORIZO NTE

    PLO N ORTECELESTE

    EQUADORCELESTE

    HORIZO NTE

    L

    N

    S

    L

    O

    Imaginemos que a Terra uma superfcie esfrica, cujo eixo de rotao passa pelocentro, e que se encontra parada enquanto o Sol se move de Este para Oeste.

    medida que o Sol efectua o seu movimento aparente a sombra do eixo da Terracai no plano equatoriale move-se 15!por hora (15!= 360!/24).

    Se a partir da posio da sombra quando o Sol passa no meridiano do lugar(meio-dia) marcarmos ngulos mltiplos de 15!, obteremos no plano equatoriala marca das horas do dia.

    Suponhamos um observador colocado num local O latitude L. Se o observador colocarum discoparalelamente ao plano do equador e o atravessar por um eixo perpendicular,as marcas das horas sero determinadas da mesma forma.

    O instrumento constitudopelo disco graduado(mostrador ou quadrante) epelo eixo (gnmon) umrelgio de Sol que se

    denomina equatorial.

    L

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    O S PR I N C IPA IS T IP O S

    DE RE L G I O S DE S O LPodem construir-se variantes de relgios de sol com gnmon

    paralelo ao eixo da terra, habitualmente denominados

    relgios de Sol clssicos, mudando a posio do plano do

    mostrador ou o seu formato.

    Se o plano que contm as marcaes estiver inclinado relativamente ao

    plano do equador, o movimento da sombra no uniforme, sendo mais

    lento em torno do meio dia, pelo que as marcaes no vo estar igualmente

    intervaladas e dependem da latitude do local onde se pretende implantara variante a que se destinam.

    A obteno dos valores dos ngulos entre as marcaes horrias e o consequente traado do

    mostrador de um relgio clssico pode ser feito geometricamente ou atravs da utilizao da

    trigonometria plana. Em qualquer dos casos est subjacente o facto de que as novas marcaes

    so as projeces das marcaes de um relgio equatorial auxiliar com o mesmo gnmon.

    So muito comuns em Portugal os relgios clssicos em que o plano que contm as marcaes horrias

    horizontal, relgios horizontais e os relgios em que esse plano vertical, relgios verticais.

    Relgio equatorial

    Relgio horizontal

    Relgio verticalmeridional

    Conjunto de relgios, sendo

    visveiso mostrador oriental

    de um relgio vertical

    fortemete declinan te e o

    mostrador de um relgio

    verticalmer idiona l

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    D O TEM P O S O LARO Sol, na sua trajectria aparente na esfera celeste descreve

    durante um ano uma curva, a eclptica, que tem a forma

    de uma elipse e cujo plano est inclinado (de 23,5!) em

    relao ao equador celeste. A forma da eclptica e a

    inclinao do seu plano determinam que as horas Solares

    (indicadas por um relgio de Sol) no tm a mesma

    durao ao longo de todo o ano.

    Para o uso dos relgios mecnicos determinante ter horas com igual durao.

    Assim, definiu-se o tempo Solar mdio: trata-se do tempo que um Sol fictciolevaria a percorrer o equador celeste com uma velocidade angular constante.

    O tempo Solar mdio dividido em horas minutos e segundos que so as

    unidades indicadas pelos relgios mecnicos. diferena varivel entre o

    tempo Solar mdio e o tempo Solar verdadeiro ou tempo verdadeiro, medido

    em horas Solares pelos relgios de Sol, chama-se equao do tempo.

    Nos dias 16 de Abril, 14 de Junho, 2 de Setembro e 25 de Dezembro o

    tempo solar verdadeiro igual ao tempo solar mdio. S nesses quatro dias

    (mais dia menos dia conforme os ajustamentos de ano bissexto) que o dia

    solar, isto , o tempo que decorre entre duas passagens consecutivas do sol

    no meridiano do lugar, tem 24 horas. No hemisfrio norte, o atraso do tempo

    solar verdadeiro relativamente ao tempo solar mdio mximo em Fevereiro,

    chegando aos 14 minutos. Em contrapartida, no fim de Outubro o tempo

    solar verdadeiro excede o tempo solar mdio em 16 minutos.

    23,5

    ECLPTICA

    EQUADORCELESTE

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN AGO SET OUT NOV DEZJUL20

    10

    0

    -10

    -20

    O grfico, a branco, da equao do

    tempo a soma dos grficos, a laranja

    e a azul, que correspondem

    respectivamente s variaes

    decorrentes da obliquidade da ecliptica

    e da sua forma.

    Tabela daequaodo tempo em minutosao meio dia solar dos 5. e 25. dias de cada ms

    5. dia 1 5. d ia 2 5. d ia

    Fevereiro

    AbrilMaio

    JunhoJulhoAgostoSetembroOutubroNovembroDezembro

    Janeiro

    Maro

    + 5, 2+ 14, 0+ 11, 7+ 2, 9- 3, 3- 1, 7+ 4, 4+ 6, 0- 1, 1- 11, 4- 16, 4- 9, 6

    + 9, 3+ 14, 2+ 9, 1- 0, 2- 3, 7+ 0, 2+ 5, 8+ 4, 5- 4, 6- 14, 1- 15, 5- 5, 1

    + 12, 3+ 13, 2+ 6, 2- 1, 9- 3, 2+ 2, 4+ 6, 4+ 2, 2- 8, 1- 15, 8- 15, 8- 0, 2

    M E D I R O T E M P O

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    A O TEM P O LE G A L

    Com a inveno do caminho de ferro tornaram-se muitofrequentes as deslocaes entre locais com longitudes

    diferentes, nomeadamente em pases como os Estados

    Unidos. Como a hora Solar varia com a longitude, os

    passageiros precisavam de estar constantemente a acertar

    os relgios e, para a consulta dos horrios, era necessrio

    saber a que cidade eles se referiam.

    Assim, em 1878, o engenheiro canadiano Sandford Fleming, imaginou

    a diviso do globo em 24 fusos horrios, cada um dos quais correspondente

    rea da superfcie terrestre entre dois meridianos fazendo entre si umngulo de 15!. Estes fusos seriam numerados caminhando para Este, sendo

    o fuso zero centrado no meridiano de referncia. Em cada fuso horrio

    a hora seria a mesma, e obtida a partir da hora do fuso zero somando

    o nmero do fuso.

    Foi necessrio um sculo para se adoptar o mesmo meridiano de referncia: em 1884 foi adoptadocomo referncia o meridiano de Greenwich e o tempo universal (UT) como o tempo em vigor nofuso zero, isto , entre as longitudes 7,5!Este e 7,5!Oeste.Na prtica os fusos horrios so ajustados de forma a conseguir, na medida do possvel, a mesmahora num pas. O tempo adoptado nos diferentes pases denominado tempo legal ou hora local.Factores de natureza poltica e econmica condicionam a escolha da hora legal. Por exemplo, PortugalContinental e a Ilha da Madeira adoptaram a hora de Greenwich, embora Lisboa e Funchal estejamno fuso 23. J Espanha adoptou a hora da Europa Central, embora Madrid esteja no fuso zero.

    M E D I R O T E M P O

    Meridianode Greenwich

    Norte

    Sul

    FUSO HORRIO

    15

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    O TE M P O AT LU AH 40 anos, mais precisamente s 02:56 GMT do dia 21

    de Julho de 1969, o Homem conquistava a Lua, aps umaviagem de mais de 109 horas e depois de percorrer mais

    de 360.000 kms.

    Desde ento a perspectiva da Terra, da sua dimenso e do

    seu tempo alterou-se para sempre.

    Sabia que

    na misso Apollo 13 o Omega Speedmaster

    representou um papel decisivo no regresso seguroda tripulao Terra?

    Depois de uma exploso interna, todos os sistemas estavam

    ligados no modo emergncia e a corrente elctrica alimentava

    apenas os dispositivos essenciais para sobrevivncia.

    A trajectria da nave foi direccionada para a rbita lunar para

    ganhar energia para o voo de volta a Terra, tendo os foguetes

    de ser disparados de modo a adquirir a trajectria correcta

    para reentrar na atmosfera terrestre.

    O relgio elctrico de bordo, juntamente com outros dispositivos

    tinham sido desligados, tendo a tripulao de confiar no

    Speedmaster, para lhes indicar quando ligar os motores.

    Um erro de 1,5 segundos teria

    tido consequncias fatais: a nave

    falharia a terra e seria catapultada

    nas profundidades do espao sem

    qualquer hiptese de regresso.

    Graas precisodoSpeedmaster,

    ostrsastronautasregressaram

    emsegurana Terra.

    M E D I R O T E M P O