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ansiedade medos e fobia no tratamendo odontolgico

So Lus-Ma2013

ansiedade, medos e fobia no tratamendo odontolgico

So Lus - MA2013

A inteligncia o nico meio que possumos para dominar os nossos instintos.

Sigmund Freud

RESUMOA ansiedade, medo e a fobia h muito tempo vem se tornando algo cada vez mais presente na vida de grande parte das pessoas no modelo de vida atual, inclusive nos tratamentos odontolgicos de crianas, jovens e adultos, e saber reconhecer isso de grande importncia para o sucesso profissional do odontlogo. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo descrever os principais medos encontrados antes e durante o tratamento odontolgico, tanto no adulto como na criana (odontopediatria); alm de descrever os principais tipos de comportamentos fbicos e quais so as principais causas que podem contribuir para esse comportamento.Palavras-chave: Odontologia. Fobia. Ansiedade. Medo. Odontopediatria.

AbstractAnxiety, fear and phobia has long been something becoming increasingly present in the lives of most people in current life style, including the dental treatment of young children and adults and to recognize it's of great importance for the success professional dentist. Therefore this paper aims to describe the main fears found before and during dental treatment, both in adults and in children (pediatric dentistry) beyond describing the main types of phobic behavior and what are the major causes that can contribute to this behavior.Todas as observaes feitas para o resumo valem para o resumo em lngua estrangeira.

SUMRIO1 - Introduo.82 - Ansiedades o medo e a Fobia93 - A Fobia na Odontologia114 - A Fobia Infantil no Ambiente Odontopeditrico.155 - Tratamento de Paciente com Fobia176 - Concluso20REFERNCIAS21

1 - Introduo.A importncia dos cuidados na Odontologia para com os pacientes portadores de fobia muito importante, pois o medo ou fobia ao dentista destes pacientes pode representar um grande problema para esses individuo, pois, este grupo pode ser considerado de alto risco para o desenvolvimento de doenas bucais devido ao possvel aumento de ausncia a consultrios odontolgicos no perodo aconselhado pelos especialistas.Apesar de a literatura evidenciar crescente reconhecimento sobre a importncia de estudos a respeito do medo relacionado ao tratamento odontolgico, pouca nfase tem sido dada a este tema quando da formao do cirurgio-dentista (CAMPARIS; CARDOSO JUNIOR, 2008).Nesta perspectiva, importante que, ao longo da formao profissional, o acadmico possa reconhecer detalhadamente o fenmeno comportamental de medo do tratamento odontolgico, bem como estratgias que minimizem impactos deste fenmeno (PELEGRINE, 2006).

2 Ansiedades, o medo e a Fobia

Ansiedade, ou tambm chamado de nsia ou nervosismo uma resposta anterior ao medo e uma caracterstica biolgica do ser humano, que antecede momentos de perigo real ou imaginrio, marcada por sensaes corporais desagradveis, tais como uma sensao de vazio no estmago, corao batendo rpido, medo intenso, aperto no trax, xerostomia, transpirao etc.Segundo os doutores Peter Milgrom e Philip Weinstein a ansiedade uma resposta s situaes na qual a fonte de ameaa ao indivduo no est bem definida, ambgua ou no est objetivamente presente (MILGROM; WEINSTEIN, 1985 apud SINGH, 2000, p.131).O medo uma sensao que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaado, tanto fisicamente como psicologicamente. Pavor a nfase do medo.O medo provocado pelas reaes qumicas do corpo sendo iniciado com a descarga de adrenalina no nosso organismo causando acelerao cardaca e tremores. Pode provocar ateno exagerada a tudo que ocorre ao redor, depresso, pnico, etc. Medo uma reao obtida a partir do contato com algum estmulo fsico ou mental (interpretao, imaginao, crena) que gera uma resposta de alerta no organismo. Esta reao inicial dispara uma resposta fisiolgica no organismo que libera hormnios do estresse (adrenalina, cortisol) preparando o indivduo para lutar ou fugir. Fobia (do Grego "medo"), em linguagem comum; de acordo com o dicionrio de psicanlise organizado por Chemama (1995), a fobia caracterizada por um ataque de pnico diante de um objeto, animal ou determinada organizao do espao, que funcionam como sinais de angstia.Na Psicanlise, a fobia comeou a ser estudada por Freud a partir do clebre caso do pequeno Hans e, vale a pena ressaltar, que o entendimento dessa psicopatologia, vai sofrendo modificaes ao longo de suas obras: Inibio, Sintoma e Angstia. E dessa forma, Freud comunica a sua ltima hiptese sobre a fobia.Sob o ponto de vista clnico, no mbito da psicopatologia, as fobias fazem parte do espectro dos transtornos de ansiedade com a caracterstica especial de s se manifestarem em situaes particulares.Segundo RANALI (18), a sensao de medo (denominado de comportamento fbico) est ligada aos cinco medos universais do homem: medo da dor, medo do desconhecido, medo do desamparo e da dependncia, medo da mudana, da mutilao do corpo e medo da morte. Embora todos estejam presentes no cotidiano, o medo da dor e da mutilao do corpo est intimamente relacionado visita ao dentista, gerando a sensao desagradvel da ansiedade. O paciente ansioso sempre evita o tratamento dental e, uma vez no consultrio, a administrao deste sentimento torna-se difcil, desencadeando uma dificuldade a mais para o cirurgio-dentista.3 - A Fobia na OdontologiaA organizao Mundial da Sade a parti de 1960 comea a conceitua sade como um estado de bem-estar fsico, mental e social e no apenas a ausncia de enfermidade; e de acordo com essa conceituao a sade seria um estado do organismo suscetvel de gradaes, podendo haver muitos estados intermedirios entre a sade ideal e o grau mximo de desequilbrio. Assim, possvel ter mais ou menos sade sem estar necessariamente doente. Essa concepo permite quantificar diferentes estados de equilbrio do indivduo com o meio em que vive. Dentro desse conceito geral de sade decorre, tambm, o conceito de sade bucal e serve para identificar objetivos parciais de programas de sade desde que no se perca de vista sua limitao. A sade bucal - um estado de harmonia, normalidade ou higidez da boca - s tem significado quando acompanhada, em certo grau, da sade geral do indivduo (Chaves,1986).Tambm dentro do conceito geral de sade podemos classificar a fobia como uma doena desde que essa psicopatologia possa trazer um sofrimento mental ou possa interferir no cotidiano do individuo como, por exemplo, ir ao dentista.A concepo de que sade tambm um problema comportamental amplia as possibilidades de interveno e compreenso do fenmeno, uma vez que solicita o conhecimento produzido por outras reas no mdicas. Comportamentos de sade so importantes no s porque esto relacionados com a doena mas porque podem se tornar hbitos. Os comportamentos de sade desenvolvem-se inicialmente atravs de reforamento especfico, mas podem se tornar independentes desse processo quando passam a ser mantidos por eventos ambientais aos quais se associam (Taylor, 1986).Uma das dificuldades encontradas pelo clnico durante o atendimento odontolgico o medo que alguns pacientes manifestam em relao aos procedimentos que tero curso durante a sesso. O comparecimento para tratamento odontolgico pode representar um grande problema para esses pacientes (KANEGANE et al, 2003).Quando Kazue Kanegane disse que as dificuldades encontradas pelo clnico durante o atendimento odontolgico o medo que alguns pacientes manifestam em relao aos procedimentos que tero curso durante a sesso, e quando Taylor disse que Comportamentos de sade so importantes no s porque esto relacionados com a doena mas porque podem se tornar hbitos; na verdade, ambos esto reforando o fato de que um pr-conhecimento do procedimento no qual o paciente vai ser submetido (conhecimento esse que pode estar incorreto ou no) leva o indivduo a ter um medo ou ansiedade a respeito do tratamento, e essa ansiedade que possa vir torna-se um medo freqente, ou seja, uma fobia, poder levar o futuro paciente a no freqentar o consultrio e essa atitude torna-se um hbito.Os comportamentos de sade tambm so relacionados com o acesso que o indivduo tem ao sistema pblico ou privado de sade; pois, tomamos como exemplo o exame de preventivo contra o cncer de prstata (exame de toque) que deve ser realizado por urologista, anualmente, a partir dos 50 anos; o exame extremamente carregado de preconceito e esse preconceito principalmente devido ao desconhecimento que o paciente tem sobre a importncia dele `a sua sade, ou seja, a falta de acesso peridico a um especialista que possa explicar a importncia do exame leva a muitos homens simplesmente ignorarem o teste por desconhecimento ou por preconceito. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que 44% dos homens nunca foram a um urologista. Um a cada seis deles ter a doena. O cncer de prstata o segundo que mais mata homens no Brasil. Submeter-se a um tratamento odontolgico depende tambm de um local acessvel e de um profissional habilitado.O pouco acesso que o indivduo tem ao profissional de odontologia muita das vezes leva este a hbitos e prticas incorretas na sua higiene bucal, dessa forma, levando esse paciente a ser submetidos a tratamentos longos e estressantes nos primeiros acessos a um consultrio odontolgico produzindo ou agravando uma fobia dele a futuros tratamentos. Em um estudo realizado com cerca de 3000 pacientes brasileiros ficou evidenciado que o medo e a ansiedade a fatores odontolgicos existem de fato na populao brasileira, mostrando valores superiores a mdia mundial, e que pessoas com idade superior a 20 anos que no possui acesso a internet e ou jornais e com baixa freqncia de higiene oral e a visita dental for motivada por busca de tratamento curativo, por dor ou outro problema, ao invs de um check-up, aumenta o grau de ansiedade sugerindo, como dito antes, que alm da falta de recursos econmico o descaso com a sade bucal pode aumentar o grau de ansiedadeFigura 1 - Distribuio e correlao dos 2812 pacientes pesquisados segundo as caractersticas analisadas e grau de ansiedadeNo ficou evidenciado nesta pesquisa e no foi encontrado em nenhum outro documento ou artigo pesquisado para este trabalho algo que relaciona diretamente determinado tratamento com o grau de ansiedade. O que se sabe conforme mencionado acima e comprovado na figura 2 que tratamentos curativos tm ndices de fobia e graus de ansiedade maiores.

Figura 2 - Distribuio e correlao dos 2812 pacientes pesquisados, segundo as caractersticas analisadas e grau de ansiedade.4 - A Fobia Infantil no Ambiente Odontopediatrico.Para o tratamento odontolgico de crianas, ondontopediatria, de grande importncia que o profissional perceba se existe algum tipo de fobia ou ansiedade ao tratamento; pois, como j de conhecimento comum, quando o medo adquirido na infncia, persiste na adolescncia e reflete nas reaes e atitudes do indivduo na idade adulta (CASTRO, 2003).Portanto, as crianas clinicamente ansiosas precisam ser diagnosticadas cedo e encaminhadas para o tratamento adequado e remisso de sintomas. Para esta finalidade, torna-se relevante a disponibilidade de instrumentos com propriedades psicomtricas adequadas (SILVA; FIGUEIREDO, 2005)Segundo Antonio Carlos Guedes Pinto, quando recebemos na clnica crianas com alto grau de tenso, devemos oferecer um tratamento no qual o fundamento inicial a tentativa de tranqiliz-la, pois geralmente esta criana pode estar no limite tenso de cooperao ou no limite do equilbrio positivo-negativo desta cooperao. A estas crianas devemos estar predispostos a proporcionar-lhes as condies mais favorveis para que ocorra a diminuio de tenso e ansiedade, ainda que para isto tenhamos de provocar certo retardo ou diminuio no rtmo de trabalho clnico. Geralmente esta ansiedade e tenso so diminudas sensivelmente com palavras tranqilizadoras de carinho, um toque fsico de aconchego e gestos delicados durante o tratamento odontolgico. Esta forma de agir tem trazido bons resultados na evoluo do tratamento com estas crianas.No trabalho monogrfico desenvolvido pela Laryza Neves Delmondes da Universidade Federal da Paraba ela relatou os estudos desenvolvidos por Corkey e Freeman (1994) que enfatizam a importncia da relao me-filho, uma vez que a forma como a criana tolera o estresse e a habilidade para enfrent-lo parecem ser facilitadas quando as mes so compreensivas e autoconfiantes e os pais impem um conjunto de limites. Estes autores afirmam que a relao estabelecida com a me influencia as habilidades da criana para enfrentar a situao odontolgica. Para Klingber (1995) idade, estado emocional geral e ansiedade materna so identificados como fatores que se desenvolvem concomitante ao medo odontolgico.Em sua pesquisa, constatou-se que o medo est associado com a falta de tratamento odontolgico e com a deteriorao da sade bucal. Segundo o autor, a dor durante o tratamento odontolgico aumenta o risco de desenvolvimento de medo.Foi verificado no mesmo estudo mencionado acima, realizado pela Laryza Neves Delmondes, que assim como no adulto, o atendimento do tipo curativo influenciou a presena de ansiedade em crianas; todavia, no foi possvel estabelecer uma relao entre a presena de medo nas crianas com a reao dessas crianas ao tratamento odontolgico e a experincia odontolgica dos familiares.5 - Tratamento de Paciente com FobiaEvidentemente que quando a fobia muito grave, e isso impede o paciente inclusive de ir ao consultrio odontolgico, o tratamento dessa fobia deve ser realizado por uma pessoa especializada nesta rea onde nesse tratamento o objetivo ajudar o paciente a sentir-se bem e o sucesso do tratamento normalmente depende da gravidade da fobia.Existem vrias tcnicas para o tratamento da fobia (1)A dessensibilizao sistemtica uma das tcnicas usadas para tratar fobias. O paciente deve relaxar e imaginar os componentes da fobia, trabalhando do menos assustador ao mais assustador. A exposio gradual situao na vida real tambm foi usada com sucesso para ajudar as pessoas a superar seus medos.Medicamentos antiansiedade e antidepressivos so utilizados s vezes para aliviar os sintomas das fobias.Terapias comportamentais devem ser usadas junto com a terapia medicamentosa. Isso inclui:Terapia cognitivocomportamental, que abrange aprender a reconhecer e substituir os pensamentos causadores de pnicoApesar do tratamento de fobia ser algo que em muitas das vezes tem que ser tratado por um especialista com dito acima, o odontlogo tem que saber como deve agir nesse tipo de situao que ocorra em seu consultrio tanto em crianas como em adulto.WETNSTEIN, NATHAN, (1988) afirmaram que h uma extensa srie de tcnicas de manejo que tm sido usadas com crianas medrosas como familiarizao com o ambiente, consultrio dentrio, distrao, dessensibilizao. A modificao das tcnicas pela modelagem e comportamento, tcnicas farmacolgicas de xido nitro sozinho ou em combinao com pr medicao paternal ou sedao e anestesia geral, tratamento comportamental e farmacolgico tambm esto sendo desenvolvidos. 0 acesso do "diga-mostre-faa", popularizado por Addelston extremamente proveitoso em consultas iniciais. importante que a clinica seja treinada e confortvel com a mais ampla tcnica de manejo de no averso. Todas essas tcnicas tem beneficiado e divulgado a aceitao e uso na prtica de psicologia como uma estratgia de ansiedade e reduo de medo.Para CARDOSO apud AMORIM, (1992), a forma mais eficaz de lutar contra o medo seria situar o homem num ambiente do qual faz parte, sentindo-se protegido e fortalecido. GUEDES PINTO et al. apud AMORIM, (1992), fortaleceu a importncia da apresentao do equipamento e instrumental, pois podem atuar como aspecto desconhecido da situao odontolgica, o que provoca temor. Porm, afirma McDONALD apud AMOR1M, (1992), o dilogo com a criana, dando-lhe explicaes e demonstraes simples pode diminuir a ansiedade causada pelo desconhecido e dessa forma controlar o medo.Alguns odontopediatras utilizam de recursos ldicos, conforme fotos abaixo, para tornar o ambiente do consultrio algo mais agravvel para a criana tentada dessa forma a minimizar o efeito da ansiedade.

Figura 3 Foto do consultrio do Dr. Renato M. Oliveira retira do site www.renataodontopediatria.com.br.

Figura 4 Foto do consultrio do Dr. Renato M. Oliveira retira do site www.renataodontopediatria.com.br.6 - ConclusoDe todas as pesquisas e literaturas utilizada para compor este trabalho pode-se concluir que :O medo, a ansiedade e a fobia so psicopatologia presente em muitos indivduos jovens, adultos e crianas, que necessitam de tratamento odontolgico.O controle da ansiedade dos pacientes odontolgicos pode ser feito com diferentes mtodos, variando desde formas no-farmacolgicas at a utilizao de drogas para exercer esse efeito ansioltico.Para que o profissional obtenha sucesso no tratamento do medo e ansiedade fundamental o dilogo com a pessoa, dando explicaes e demonstraes simples, podendo diminuir assim a ansiedade causada pelo desconhecido e desta forma controlar o medo.REFERNCIAS1. Chaves, M. (1986) Odontologia Social .S. Paulo: Artes Mdicas.2. Organizao Mundial da Sade. Documentos bsicos, 10 ed. Genebra,1960.3. CASTRO, A.M Avaliao da ansiedade e comportamento de crianas frente a procedimentos odontlogicoa preventivoe e a correlao dos fatos influenciadoes 2000 Dissetao (mestrado) - Faculdade de Odontologia de Araatuba, Araatuba (Sp)4. O procedimento de Desenhos-Estrias como terapia analtica breve. Boletim de Psicologia, So Paulo (SP): Vetor, 1997.5. DELMONDES, L.N Ansiedade e Medo Infantil no Ambiente odontopediatrico: Diagnstico e Correlao dos fatores influenciadores 2010 Trabalho Monografico - Universidade Federal da Paraba (PB)6. AMORIM, V. C. S. de A. 0 Medo e a ansiedade em Odontologia. Rev. APCD, So Paulo, v. 19, n. 2, p. 11-12, 1992.7. SEGER, L. Psicologia aplicada it ortodontia e odontopediatria. 2. ed. So Paulo: Santos, 1992.8. KFOURI, L. N. Sem medo do dentista. Internet, pagina principal do sit Sade Total. So Paulo: 17 de novembro de 1997.9. Minha Vida Sade, Alimentao e Bem-Estar.Disponvel em: . Acesso em: 13 dez. 2013.